quarta-feira, 9 de novembro de 2011

o ex-ministro vara não é carlos cruz. por essa razão o julgamento da sucata vai ser breve







eis senão quando o descalabro das despesas - sejam elas com o desporto, sejam elas com a saúde, etc. - começa a fazer luz na cabeça dos portugueses. depois da bronca da falta de dinheiro do estado para pagar aos funcionários públicos difundida pelos avisos de alguns comentadores de que estávamos à beira da bancarrota, o contribuinte deu por si a fazer contas. debaixo dos pés e ao lado da vetusta corrupção eis-nos face aos vencimentos de milhares de amigos dos partidos que secam o erário público. vulgo administradores (nome pomposo) e que são colocados estrategicamente onde flui o dinheiro. dinheiro esse que é nosso e que eles delapidaram administrando-o. a seguir começam os ocs a desmontar os atentados que o estado foi vítima pela irmandade de políticos nos hospitais, nas escolas, nas forças armadas, na maioria dos ministérios. no ministério da justiça, por exemplo, não se olhou aos custos para para levar à boca de cena certos julgamentos mediáticos que só serviram para manobras de diversão para o que se estava a passar entre nós fosse desvirtuado: íamos a caminho do precipício. caímos que nem patinhos. durante oito anos cilindrou-se carlos cruz, uma vez que o seu nome dava para tudo. desde a vendas de jornais, revistas, aberturas de telejornais, mesas redondas, etc. era só lucro. o único que perdeu foi o próprio. esse julgamento que acabou por ser imperfeito custou milhões de euros à gente que trabalha. e o pior de tudo é que não chegou ao fim. entrou-se num intervalo. eu pensei cá para mim, qual será o prato que se vai seguir? limpinho da faúlha, surge debaixo dos pés um sucateiro que há anos vinha cometendo barbaridades. soma daqui soma dali e eis que aparece um outro mediático que a imprensa agora odeia. um tal ex-ministro, vara de seu nome. diz ele que comeu um robalo acompanhado com um fraco tintol para telefonar para o céu. é o suficiente. é cumplice! dizem os investigadores. ainda estavam a cozinhar as acusações já a comunicação social vampirizava o sangue das prováveis vítimas. só que (prestem a atenção), vara não é carlos cruz, por exemplo. enquanto carlos cruz é uma espécie de parente de todos os portugueses devido às centenas e centenas de horas de convívio de nível máximo. tudo que carlos cruz toca se transforma num êxito. logo lucro para muitos e também alegria. carlos cruz e a memória não deixa esquecer foi e é uma figura pública que nos trouxe bem estar, boa disposição, boa companhia e muito bom nível de informação. batia aos pontos tudo que aparecia no écrans da televisão. levá-lo a julgamento e esticar este pelo tempo einsteiniano dava à justiça portuguesa uma boa oportunidade e uma espécie de ensaboadela para a limpar da má imagem que tem entre o poveco. foram oito anos de uma peça teatral à laia do teatro londrino. muitos apareceram nela (peça) e ficaram célebres durante 15 minutos para depois se remeterem às trevas de onde sairam. bem, mas voltemos a ao ex-ministro vara. não deixa de ser uma celebridade ao jeito do pós 25 de abril. explico. se a personagem tivesse sido um ranhoso de um pobre e se de um momento para o outro enriquecer e ao mesmo tempo se instalar nos corredores do poder via benção partidária, a comunicação nunca mais o largava. é o exemplo do sucesso. e isso é preciso para entreter os papalvos enquanto não estão a ver as telenovelas brasileiras que toca no mesmo para alegrar os favelados. mas a comunicação dá para logo tirar. aconteceu ao ex-ministro vara. de um momento para o outro o homem de sucesso começa a ser retratado como um australopiteco de gabardina. focam-lhe o andar de merceeiro. a popa a cair-lhe pela testa tipo gingão com calos. passam a ridicularizá-lo. e tudo para arranjarem um produto vendável. vara não tem a história social de carlos cruz, não tem a sua classe. enfim, é mais um socialista que teve azar. porém, a comuniacção social começa a perceber que vara já não interessa para produto de troca, compra e venda. nem as revistas cor-de-rosa se interessam por ele nem no meio que o envolve. não dá para vender. o senhor ex-ministro é fraco na imagem e mesmo esta sendo artificialmente reforçada nunca dará para vender a um nível de cruz. carlos cruz era um mundo que abarcava tudo quanto era meio de comunicação. para já não falar no seu contributo ao teatro. a própria justiça reparou que as figuras (da sucata) são fracas no sentido publicitário do termo. os jornais que estão a "pegar" no julgamento da sucata estão a fazer um enorme esforço para terem batata para venda. na minha opinião vai durar pouco. e, nessa medida, a justiça vai sair recauchutada (reforçada no bom sentido) se passar a ser célere. o povo agradece que os juízes sejam poupadinhos. estamos todos alerta para as despesas. já aprendemos a fazer contas ao custo das greves... e ao custo do dinheiro que nos vão emprestar e que o povo nunca o vê. pobre povo, pedem em seu nome, gastam-no à tripa forra e depois mandam-lhe a conta com um polícia à porta. que o leitor conclua o texto, dado que me perdi.






manuelmbento





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