quinta-feira, 27 de março de 2014

como o adelino gomes pôs em ridículo a revolução de 1974



só lembrava a um adelino gomes (1), passados 40 anos da data da revolta dos rapazes de santarém conjurados com mais alguns acantonados na pontinha, vir agora pôr em estudo jornalístico estratégias dos capitães que de conciliábulo em conciliábulo se organizaram para derrubar algo que eles não entendiam muito bem, mas que sabiam ter de realizar para melhorar o seu nível de vida e por tabela trazer algum alívio na repressão do regime que então governava portugal. quer dizer, durante 40 anos guardou-se o segredo da vitória no terreno acerca da revolta dos militares em abril de 1974: o cabo costa e o  alferes sottomayor tiveram nas mãos o fim do regime salazarista e a criação do que hoje se designa por democracia corrupta e corruptível à portuguesa. não sou eu que o digo. apenas repito o que disse numa estação de tv um alto responsável político  , acomodatício e bem colocado usufrutuário dos benefícios desta democracia: "nós somos o terceiro país mais corrupto da união europeia." uma medalha de bronze em termos desportivos. ora vamos dar a sottomayor o valor que ele merece  no 25 de abril e retirar ao cabo costa o demasiado protagonismo esculpido pelo adelino gomes no seu livro. o cabo costa era um ileterato político-militar, como confessou (não era de estranhar. todo o mundo era assim na época , excetuando meia dúzia de "poetas"). anedota: certo dia num quartel português, quando chega à porta de armas, o capitão soares ouve do cabo silva que nela prestava serviço: ó capitão, estás tramado! porquê, nosso cabo? (inquiriu o cap. soares). eh pá, o nosso sargento santinos já perguntou por ti cinco vezes! estás lixado! esta resposta do cabo ao capitão  traduz a importância que o soldado analfabeto da altura concebia aos superiores imediatos que com ele lidavam. a maioria era analfabeta (coisas do regime!). houve casos que a muitos deles era-lhes dada uma pequena pedra para a abafarem na mão direita a fim de poderem distingui-la da esquerda; contou-me um sargento. era assim ao tempo da II guerra. logo para a soldadesca ignara o seu chefe imediato era uma espécie de modelo divinizável. agora a história: disse o nosso alferes sottomayor para o nosso cabo costa (o adelino confirma): o nosso cabo só dispara se eu lhe der ordem para isso, tá a ouvir? sim, meu alferes! (repare-se que na tropa era tudo  meu ou nosso. agora é diferente. minha cabo, minha alferes, minha capitona (?) ...) de repente - voltamos ao 25 de abril - um brigadeiro manda prender sottomayor por este se negar  - tinha-os no seu sítio - a dar ordens de fogo para  matar  o chefe revoltoso de santarém, capitão maia que se encontrava no visor do canhão. sottomayor é levado dali e o brigadeiro depois dirige-se ao cabo costa que fica na chefia do tanque: você sabe mexer nisso? vou tentar, responde o bom do cabo cumpridor das ordens do seu alferes. o que se passou na cabeça do cabo costa não é difícil de entender: ou cumpria a ordem do seu alferes ou obedecia a um militar que ele não conhecia de lado nenhum. quer dizer, que se o sottomayor fosse militarão , amante  do regime vigente e obedecesse à ordem do oficial general o 25 de abril era um outro 16 de março (mais sangrento) e por aí adiante até que se organizasse a descolonização controlada pela onu... digo eu. acho que a próxima obra do adelino gomes devia ser sobre o paradoiro dos portugueses que foram corridos de áfrica para não serem assassinados. o regime salazarista não tinha capacidade de lidar politicamente com o problema colonial. era um regime fascista. este tipo de regime não dialoga. reprime. o pior é quando implode. também não estava na mente dos revoltosos adivinhar politicamente o que seria a áfrica portuguesa quando eles desistissem de defender militarmente a vida das populações portuguesas . havia tropas nacionalistas no terreno e bem armadas. não pensaram porque eram ignorantes e incultos. o que ainda dava uns toques era o melo antunes, mas mesmo este não passava de um teórico humanista. era um homem bem intencionado. não deixava de ser um bom burguês. a sua opção pessoal na mudança de regime caracterizava-se por  admitir que bastava  um simples golpe palaciano para portugal virar democracia do tipo europeu. estivemos à beira de uma guerra civil, mas isso foi depois do golpe militar que derrubou o regime de 1933. e se não houve muito sangue (morreram quatro militares) porque eanes e neves venceram uma intentona para levar ao poder os comunistas. derrubar um regime confessional caracteristicamente imbecil e regido por uma parcelar leitura do judeísmo foi algo de positivo. o anedótico é quando se verifica que ele foi derrubado por um grupo de revoltosos que meteu na cabeça que dominar o terreiro do paço era o suficiente para que uma revolução obtivesse êxito. olha cá, se calhar tinham razão. a providência divina protetora - dos que arriscam para petiscar mais tarde - providenciou um fernando sottomayor  (universitário, aristocrata, menino bem, humanista cristão, miliciano: quer dizer civil a prestar serviço militar) cheio de personalidade. este sim, fez história porque perante a ordem militar de um brigadeiro, 2º comandante da região militar de lisboa, arriscou não obedecer-lhe, o que lhe podia ter custado a vida. sem saber para que lado ia parar a vitória perspetivava-se-lhe um futuro desgraçado. a este sottomayor coube-lhe a consciência do ato. não era nenhum assassino! quanto ao cabo costa, acho que atuou à portuguesa. deixou tudo para a última hora... qualquer dos dois merece o nosso respeito. mas é bom não espremermos muito o limão, senão o celebrado movimento das forças armadas não passa afinal - para a história - de uma espécie de premonitória e vitoriosa manifestação de reformados. com tanta condecoração, não se sabe por que estes dois só têm apanhado com a bolota da história.
mmb
(1) - adelino g. é um homem de esquerda. em vez de analisar a atitude de sottomayor como um dos maiores atos pessoais da nossa história recente, porque consciente, resolve dar ao cabo costa - que não sabe o que está ali a fazer (ele próprio o afirma) o protagonismo maior.  no relato histórico sobre a ação dos rapazes dos tanques, o realce tende a ir para o camponês a cumprir serviço militar obrigatório em vez de o colocar no aristocrata cheio de cosmética tradicional. são feitios. há que dar o nome aos bois e na falta destes aos esgares de quem quer fazer história sem que para isso tenha alicerces.

segunda-feira, 24 de março de 2014

afinal quem pode dizer que vai criar emprego, o estado ou a privada? nesta altura o estado tem empresários próprios e a privada tem empresários que se infiltraram nos negócios do estado. confuso? acho que não...



quando a onda revolucionária começou a crescer logo após a alegre revolta dos militares em abril de 1974, ficámos a saber que os bens que pertenciam às 60 grandes famílias passaram a pertencer ao estado. o que é que isto quer dizer. não estou a tentar explicar seja o que for nem me estou a armar em economista. faço este exercício apenas para me manter vivo e  ativo e para que a doença do alzheimer não me afete na torre de controlo, pois, não me estou a ver  precisar de alguém que me ponha fraldas ou me lave as partes do hemisfério sul. sendo assim, cá vai: os comunas ou um grupo de acéfalos medianos (da altura) que  assaltaram o poder determinaram nacionalizar os meios de produção. isto é, o estado procedeu como os republicanos da 1ª república. como é que é? oh pá, apoderaram-se dos bens da igreja e depois fizeram um leilão baratucho entre compadres e abarbataram-se de palácios, palacetes, conventos  bidés de porcelana meissen,  talheres de prata e tudo que tivesse valor, pertença daquela organização religiosa e benfazeja. e quadros? atenção ainda não havia o miró para emalar, mas pintores italianos apareceram nas paredes de muitos adeptos da transparência republicana. os comunas e cª de 74 não tocaram nos bens da igreja porque a história ensinou que o que é de deus tem muita força e o seu povo é muito dado a honrar o todo poderoso sabaoth. se não assaltaram a igreja, o que fizeram? atacaram os meios de produção, a banca (estupidamente, claro está, pois esta é velhaca e sabe lidar com golpistas iguais a ela), os seguros, as empresas de navegação, as cimenteiras, a maioria das empresas líderes da indústria, fábricas e as grandes  propriedades, casas de câmbio também não escaparam, empresas de transporte marítimo, terrestre e aéreo, petrolíferas, etc. até o bacalhau foi nacionalizado! chiça! bem, mas foi quase. de repente, o estado que era pequininino começou a empregar às centenas de milhar. engordou como um porco. claro que tiveram de aumentar direções gerais, secretarias e ministérios. mas não roubaram como os da 1ª república! ora toma! palermas! roubar é uma arte multifacetada. estes a quem chamam democratas aprenderam que se pode roubar da seguinte maneira: o estado assalta o privado. depois, nomeia para presidir a riqueza os da sua própria cor. como é que é? oh estúpido, quanto é que achas que ganha um trabalhador português?  para aí uns quinhentos euros por mês. agora multiplica isso por 40, 50, 60 e por aí fora. e depois, e depois? é o que ganha o imitador do antigo republicano por mês. e depois, e depois? para além de ganharem milhares são eles me mexem no dinheiro, autorizam pagamentos de compras e vendas. é um novo esquema de roubar. vendas? sim, estúpido. por exemplo, há empresas públicas que vendem publicidade, outras compram matéria para depois impingirem ao público. submarinos? tudo isso é negócio, pois quem compra e vende não passa de um comerciante. e este mete sempre ao bolso a sua parte. e não é tão bom o estado fazer comércio? como é que achas que pebleus alforriados  de ontem, hoje, estejam refastelados em grandes prédios e se passeiem em brutos carros e tenham depósitos lá fora onde não chove? droga? não, estúpido. não é preciso! e agora vê o truque destes democratas. não estou a ver nada... atenção que eu não duro sempre: o estado, em 1974 apropriou-se de bens de cidadãos como qualquer trafulha. pagou pouco, nada e por baixo e agora vende por alto. ena pá, isso tudo é muito lucrativo para o estado! ó palerma, isso era bom se o estado ficasse com este lucro, mas acontece que esse dinheiro volta a sair para pagar o peso da elite humana indexada ao estado e para dar de comer ao monstro. e ele é? quem? o monstro, porra! traduz! as despesas do estado para com os que o comem como abutres. é uma forma de sacar dinheiro indiretamente. já percebi. roubar diretamente é como aquele que assaltou o banco, hoje, lá para os lados de cascais. indiretamente é como explicaste. só que é mais seguro. olhe que não, olhe que não! os tribunais estão a acordar! e os empresários, o que lhes aconteceu entretanto? foram abafados e substituídos por funcionários dos partidos que passaram a gerir negócios estatais sem ter a preocupação de atrair lucros para as empresas. tinham o seu garantido e mais os negócios escusos. era só meter ao bolso. daí a pouco tempo todas ou quase todas as empresas nacionalizadas faliram e arrastaram o estado com elas. essa gente não prestou contas? como se são elas quem faz as leis depois de as aprovar. essa gente é a maioria que pode tudo e no entretanto, criou-se "milagrosamente" forças especiais para a defender. polícia? sim, mas não esta que anda a tentar dar de comer aos filhos subindo a escadaria de são bento. polícia especializada quase imbatível e que está sempre de prevenção. não vá acontecer outro 25 de abril. consta que ninguém sabe quantos são. quer dizer que a segurança do estado é a segurança do grupo que dele se apoderou? sim! ah, e por essa razão a reforma do estado não se pode fazer. entendu... vamos respeitar o título deste texto. se estes empresários (falsos ou imitação deles) arruínam as empresas lógico se torna impossível que esteja nas mãos deles criar emprego. só os verdadeiros empresários é que criam emprego. mas não passam de gananciosos! esse é um problema que passa por uma cultura nova. isso de cultura nova não é para hoje, pois não? safa!
mmb

sexta-feira, 21 de março de 2014

já está! passos coelho vai a berlim queixar-se da asae

desde que cavaco silva pediu aos albicastrenses que fizessem filhos que não me ria tanto. o que despertou o meu riso hilariante? a cena é esta (e não estou a inventar como de costume): passos, o social-democrata reune-se com seguro, o socialista. este ao contrário do colega político quer renogociar ou reestruturar (explique quem sabe) a dívida portuguesa. passos diz não. é um homem sério! faz lembrar salazar em miniatura de plático daquelas que o nóvel plebeu recheado coloca no vidro detrás dos carros a baloiçar. não chegando a acordo depois de horas e horas de convívio com o líder socialista-rosa, passos apronta o avião e vai a berlim. frau merkel recebe-o.  good morning e passam a falar inglês. vinha queixar-me do antónio josé. imagine que ele - apesar do ps ter assinado vários pedidos de empréstimos - não quer pagar já o que lhe devemos (à alemanha que tem nas suas mãos a nossa dívida mas  afiançada pelo bce). deixe lá, ele anda a reboque de uns críticos e tudo isso é para se manter como a cortiça dentro de água na liderança do seu partido. ele é dos nossos. aliás, quem acha que foi o primeiro partido a pedir socorro ao fmi? passos a sorrir: o dr. mário soares! está a ver! está a ver! retorna a frau. posso ir descansado quanto aos mercados? isto já é passos a questionar  usando linguagem hermética para que a plebe votante disperse ideias e fixe-se em fátima ou bola. e frau deutsch dá-lhe as faces a beijar. e passos com os seus lábios estreitinhos e assexuados lá as raspa agradecido para logo às arrecuadelas (o protocolo não o exige) dirigir-se ao  bradenburg gate. e de salto em salto apanha o táxi oficial para o aeroporto. tem pressa, pois espera-o mais um palco em portugal onde vai explicar como é que o seu governo salvou a pátria. e que pátria! que é a dele, claro!... a meio de mais uma preleção aparece-lhe o assessor para os impropérios a segredar-lhe: doutor está lá fora a asae. nisto passos pede desculpa à assistência pela ausência precipitada e grita: manda aquecer os motores e telefona à chanceler a dizer que estou quase lá. e vira-se o assessor: não poderá ela pensar que esta visita fora do protocolo e antes da hora do jantar seja uma espécie de assédio sexual? cuidado com o correio da manhã! não te metas nisso, não vês que o cabelo me está a cair. o assunto é de estado! na alemanha também se diz que é dos carecas que elas gostam mais? isso é no brasil e tem de se ter a carteira recheada. neste momento passos voa na lufhtansa já que o avião ministerial está a dirigir-se para angola via cabo verde em serviço. e depois, e depois?, perguntava a criançada à criada. ah, depois, a bruxa má casou com o príncipe e pôs a cinderela a trabalhar na rua a fim de poder contribuir para as despesas do palácio. e foi assim que a asae foi denunciada à frau alemã. esta já esta a escrever um diktat a explicar como passos deve atuar para arrumar de uma vez por todas com o descaramento dos inspetores dos derivados do leite. queres mais? pois toma (trata-se de um manguito). já não é assim, agora é: emigra palerma. ah, mas antes vota na gente como de costume!
mmb
ps: e depois, e depois? depois ganharam os mesmos, disse a agora  haríola desempregada doméstica que se está a doutorar em aspiração boca-a-boca  em chaise longue.
ps2: imaginemos como seria a cena se a alemanha tivesse ganho a guerra (II): passos, vestido à prisioneiro de campo de concentração onde se lê "arbeit mach frei", está de joelhos frente a heil merkel. beijando-lhe o baixo ventre diz em inglês kissing you my chief-woman. e depois, e depois? é de joelhos que os vencidos se dirigem aos conquistadores. nada de estranhar. não ganhando a guerra os alemães autorizam os vencedores a falar-lhes de pé. e podemos orgulharmo-nos  hoje em dia de ver o nosso primeiro-ministro de pé... mas a pedir? mas de pé! vê-se logo que nunca ouviram a palmira bastos...





quarta-feira, 19 de março de 2014

??? por que entre a direita e a esquerda o povo português prefere a antiga e a atual direita, uma espécie de plebe recheada???


toda a gente sabia que o estado novo tinha construído prisão para políticos numa das ilhas de cabo verde, constava na altura tratar-se de verdadeira frigideira onde penavam os que se lhe opunham. veio a verificar-se  as suspeitas sobre tal tratamento térmico dado a esquerdistas aquando dos estudos feitos sobre o tarrafal  após o 25 de abril de 1974. atrás no tempo ficaram cenas terríveis. vejamos: as forças de repressão paramilitares tinham ordem para atirar sobre todo aquele que se opusesse ao destino da pátria desenhado pelo saber do professor de coimbra antónio salazar, seu primeiro-ministro. salazar não estava só: alguns portugueses estavam com ele e com as suas medidas salvadoras, embora por detrás alguns  não fossem tão cegos seguidistas - estou a lembrar-me do prof. adriano moreira. em 1954, por exemplo, a gnr (da altura - esta é diferente até ver) chefiada por um oficial das forças armadas antigas  atira a matar sobre uma moça que apoiava uma greve de assalariados agrícolas no alentejo. no momento tinha um bébé ao colo. nem mesmo com este cenário doméstico e familiar foi poupada. mataram-na com tiro no peito! ao longo dos 48 anos mataram-se dezenas de opositores ao regime. até o faziam nas ruas da capital como foi o caso do escultor josé dias coelho  morto na rua dos lusíades lá para os lados de alcântara. e isto  pela tardinha com a polícia política a atirar a matar. corria o ano de 1961. em 1969, morre antónio sérgio. homem de boa sociedade, intelectual de renome e um mito como pensador e pedagogo. homem de elite social foi a enterrar no cemitério dos prazeres. por favor leiam o que diz luiz pacheco sobre o funeral no livro editado pela "oficina do livro" com prefácio de zink, o literato que nunca coloca datas nos textos pachecais por ele escolhidos. trata-se do título "raio de luar"-2003 primeira edição. "quem não foi ao funeral de antónio sérgio não sabe o que perdeu..." escreve pacheco. depois descreve com piada uma espécie de tática do quadrado que os ingleses emprestaram ao condestável e isto acerca da posição das forças policiais - armadas até aos dentes - que enfrentavam os perigosos inimigos:  " burguesinhos, malta da classe média e média alta, talvez mesmo aristocratas como antónio sérgio." a bem da verdade, diga-se que as forças dos ditadores-pão-de-ló (mais à frente explicarei) batiam em todas as classes sociais. os padrecas também levaram algum. lembro-me do felicidade alves pároco de belém e o toca-música fanhais. ninguém escapava. bastava provocar o regime e logo alí metia porrada ou carga policial como referem os literatos a esta e  a outras coisas da mesma espécie. isto que aqui escrevo não se compara com um estudo mais aprofundado sobre a violência da época. é que também se mataram agentes da polícia política e civis bufanários. de repente ai! os militares congregando esforços empurram os barriguistas e eles caem que nem tordos com os tiros barulhentos enviados para as paredes do convento do carmo. fugiram os comprometidos que se fartaram e quando o povo (antes assassinado, agrilhoado e espezinhado pela bota do botas) veio para a rua o regime estava feito bailinho da madeira. em 1975, o povo de papelinho na mão foi convidado a botar voto. ai madrinha! agora é que são elas, pensaram alguns tremelicas. era para se refazer uma constituição já que a de 33 era fascizante. nestas eleições para a constituinte vejamos como votou o ex-agrilhoado e espezinhado povo português já livre como as pombas que os lisboetas matam com veneno pois cagam nas estátuas dos nossos ditos maiores. eis os resultados em 25 de abril de 1975: ps - 37,9 %, ppd/psd 26,5%, pcp 12,5%, mdp/cde 4% e o cds 0,6%. à partida para os bananas o povo teria jogado à esquerda. mas que esquerda esta que se caracterizava por lutas figadais entre ps e pcp? mário soares em 1 de maio de 1975 é violentamente impedido de discursar pelos comunistas na manifestação do dia do trabalhador. a esquerda oferece a rotura e subdivide-se. esquerda e esquerdinha? nada disso! o ps corta com os comunistas e procura oasilo no centro onde se esgueirava sá carneiro. por outras palavras, o ps  afirma-se não comunista e procura impedir (conseguindo)  que sá carneiro  e ppd não sejam aceites pela internacional socialista. o. palme da suécia dá um jeito. comunistas para um lado e burguesia para o outro. esta burguesia vai do pequeno plebeu recheado ao burguês empanturrado mas consciente do seu papel social. a eles junta-se grande parte dos portugueses que julgam que os comunistas comem criancinhas ao pequeno alomoço. ah, e não acreditam em deus nem na virgem. a moda na altura e ainda hoje é uma pessoa dizer-se de esquerda embora comendo e bebendo do orçamento à grande e à francesa. recebendo vencimentos que envergonhariam o doutor salazar. não são esquerda, não senhor! são membros de partidos capitalistas e burgueses por conduta. é mau? não! só que deviam ser mais claros e verdadeiros. não são comunistas, ponto final! hoje, temos  milionários socialistas, social-democratas e centristas. são esquerda? não! são quando muito sensíveis à esquerda. uma espécie de tia que eu tinha que possuia um pobrezinho a quem oferecia comestíveis para os dentes. em 25 de abril de 1976 realizaram-se eleições legislativas. o que pariram? o ps com 35% ficou a 5% dos 40% do conjunto psd e cds. e os  comunistas? apenas 15%... voltemos ao poveco que levou que se fartou durante a ditadura-pão-de-ló. não via o poveco que a maioria dos socialistas, social-democratas e centristas vinham das profundezas do salazarismo e de uma burguesia das artes e das letras de sofá. e que a sua postura após o 25 de abril de 1974 era falsa e se estendia moda fora. pois quem teria a coragem de se dizer de direita burguesa e cristã na altura do prec excepcionando o prof. freitas e seus companheiros despojados de antigas mordomias? não via o poveco que os comunistas vinham de centenas de anos de prisão e porrada lutando pelos mais desprotegidos dos seus? pelo menos na altura eram os únicos que davam o coiro ao manifesto. e o tiro e porrada nos trabalhadores que queriam um pouco mais para a bucha? não foram os comunistas quem os defendeu? ou foram os meninos das universidades ou dos colégios particulares. ou os que foram estudar para o estrangeiro por serem do contra mas que recebiam dos papás "aqueles trocos" para se manterem numa boa sem trabalhar e a estudar?. isto para não falar dos altos burgueses antirregime que eram mentalmente europeus liberais (liberal da altura não é o liberal  de hoje. tá?) e que faziam vida do género faruk do egito do meu tempo. uma coisa foram os intelectuais críticos outra coisa seriam... bem teria de ler novamente gramsci para falar de outro tipo de intelectuais. bem, vou acabar. isso de sentimento de esquerda, escrever e mandar umas bocas - tipo, por exemplo,  alberto martins em coimbra  em 1969 -, não passa de uma empalhação de uma burguesia esfomeada e emergente  que procura também ocupar  espaço na mangedoura do poder. o lema hoje é dividir... dividir... bem, não sou comunista nem este texto é a favor ou contra seja o que for ou quem for. tenho pena de nunca me ter definido politicamente. sou como o poveco que garatugei e ridicularizei. que fazer? confessar-me? a quem? a deus? ou a um dos seus intérpretes como o pároco milícias? era um descanso para quem já deste mundo se apartou e muito esperava de mim.
mmb
ps: ditadura-pão-de-ló foi o que me pareceu  que foi o estado novo nalguns dos seus períodos históricos. ditadura não muito sangrenta... no 16 de março de 1974 ninguém morreu. um grupo de militares pegou em armas para acabar com o regime. foram apanhados e enjaulados.  fuzilados? não, não foram. ah, e estavam a trair "a pátria da altura". e a intentona de beja em 1961? alguém foi fuzilado? também não!


sábado, 15 de março de 2014

este regime cometeu um erro crasso: fez dos tribunais um órgão de soberania


ainda bem que a escolha dos juízes não é escrutinada por nenhum ato eleitoral. o que aconteceria se assim fosse? veríamos os partidos colados aos futuros juízes a apoiá-los com ofertas de camisas e isqueiros e a distribuí-los ao poveco nos atos eleitorais: vote no nosso candidato a juíz que é o mais alto e o mais  bonito. depois... lá estaríam os juízes na mão do poder político. e passaríamos a um sistema político que ofereceria o seguinte semblante: um presidente, um governo, um povo (parlamento) e um juíz. que riqueza de cor única! que belezura! até pareceria o antigo regime. lembrai-vos ó gente ignara e  quase racional (o professor webster e o dr bullar assim nos agruparam no século XIX) que por gritar viva a liberdade num café, um puto com 22 anos foi conduzido a uma esquadra onde o acusaram de querer pôr em perigo a segurança do estado. chamada a pide o grito passou ao tribunal e vai daí só foram três anos de prisão como corolário do decíbel contestatário. porque um advogado inglês assistira à prisão do miúdo a coisa passou a ter foros de crítica internacional. daí a razão da criação da amnistia internacional. se duvidarem do que afirmo consultem a internet ou outra fonte. é fato que tribunal constitucional é constituído em parte por indivíduos escolhidos pelos partidos do poder político (ativo) e outras manigâncias. o tc é um órgão liberto apesar da nódoa partidária que o enxovalha. bem bom! e é por que os tribunais são dignos que há já políticos na cadeia e outros que se meteram em alhadas a passar os dias, os meses e os anos a entrar e sair dos tribunais. podem no final safarem-se mas saem de rastos mental e fisicamente. esta postura dos atuais tribunais nada tem a ver com os tribunais fascistas. há tribunais infetados politicamente? no problem! uma pessoa pode pedir justiça noutro tribunal português e assim por diante, isto é, pode-se apelar para a relação, supremo, tc e tedh, etc. nada que se compare à desgraça do passado. imaginemos, agora, que os políticos tinham sonhado que os tribunais os iam à perna no atual  regime português. muito naturalmente teriam de conspurcar o estado de direito. como é que isso seria posível? com a mesma facilidade com que invadiram a assembleia da república colocando dezenas de deputados suspeitos de servir interesses esconsos e que têm sido denunciados na comunicação social (paulo morais social-democrata do norte passa a vida a acusá-los. e eles? nada!) se tivermos a coragem de pôr de parte algumas discrepâncias que acontecem nos tribunais, poderemos afrmar que hoje em dia o povo só tem como seu defensor os tribunais. os tribunais (de hoje, repito, de hoje) são os únicos "defensores do reino". até quando? isso já não sei responder. dizem que todo o homem tem o seu preço (e a mulher também). vamos aguardar.
mmb
ps: se os partidos políticos resolverem que na próxima revisão constitucional os juízes serão  eleitos como qualquer presidente de câmara, nós, o povo,  vamos invadir a escadaria do parlamento ao lado da polícia. tenhamos em conta que existe um fosso enorme entre a nação e o estado. pode-se afirmar que o estado português já não é a nação politicamente organizada. isso vê-se e isso é perigoso....

quinta-feira, 13 de março de 2014

morreu o cardeal reformado e logo os mamões do regime surgiram como as papoilas


morreu sua excelência prelatícia o senhor policarpo antigo patriarca católico de lisboa que se encontrava na qualidade de reformado. foi um cardeal como os outros, embora, por vezes, se expressasse de forma reacionária e passista. certo dia chegou a aconselhar as jovens portuguesas a não se casarem com muçulmanos. se lhe dessem corda haveríamos de ouvir outras iguais a essas. que descanse em paz, se isso é possível. como em portugal ainda não se conseguiu separar o estado da igreja é natural que os mamões oficiais atuais e os do passado recente surjam como papoilas afegãs em qualquer acontecimento coberto pelas várias televisões. o melhor apanhado de toda esta encenação e com direito a difusão foi o que disse o senhor passos coelho, primeiro-ministro. elogiou o defunto com palavras mais adequadas a um ex-primeiro-ministro do que propriamnete a um representnte do cristianismo romano. o senhor primeiro-ministro não pode ver um microfone à sua frente que dá-lhe logo fome de  protagonismo. só disse palavras de circunstância que estavam longe de classificar a ação do defunto. em coisas de fé religiosa o senhor passos é falho.   com a proximidade das eleições europeias não há que perder a mínima oportunidade para vender a imagem... também jorge sampaio irmão do professor daniel sampaio jurou ser muito amigo do prelado agora desaparecido. a presença dos mamões oficiais em atos religiosos implica uma certa auréola de santidade que pode vir a ser traduzida em votos nas urnas. com um povo como o nosso é o que está a dar. a propósito da eleições europeias que estão a mexer com os funcionários dos partidos convém relembrar o que elas representam. há uns anos atrás, certo ex-líder político do rotativismo governamental candidatara-se como cabeça de lista àquele ato eleitoral  e justificava a sua presença  perante o jornalista que o entrevistava
da seguinte maneira: comprei um velho solar e preciso restaurá-lo. ganha-se bem. hoje!!! o que ganha um deputado inócuo no parlamento europeu? aqui vai: 6.000 mais 300 por sessão, mais 4.200 para cobrir despesas e mais 21.000 euros para pagar funcionários (que são escolhidos à mão desarmada).tudo isto por mês! dá para pagar restauros e outras montanhas de necessidades democráticas. este regime faz mais encenação que o regime salazarista. neste, sabíamos que a igreja - a troco de poder dominar e capar as mentalidades com a cumplicidade da corja salazarista - abençoava todo o crime político e de sangue. a igreja em portugal é só mamar. pudera, não paga impostos e é um  estado dentro do estado. lá de vez em quando aparece um bispo a mandar umas bocas contra a exploração dos poderosos para logo em seguida ficar calado ou se fala vai explicar de novo o milagre de fátima (que permite à igreja arrecadar milhões com toda a justiça, já que não é facil a mãe de deus vir à terra para falar a pastorinhos de cima de uma oliveira) sobretudo na cena em que  o sol se mexeu do seu sítio a 150.000.000 milhões de quilómetros de distância da terra segundo dizem os físicos e joão magueijo confirma. o sol deu saltos como uma bola de golfe lançada por tiger woods ou mesmo o europeu pinheiro de azevedo adepto do mesmo desporto. por acaso , quando estive em fátima falando com um velho cabreiro este confirmou ter visto o sol dar pulos. disse-o com tanta convicção que eu pondo a vista em direção ao astro-rei dei por mim a ver o sol aos saltinhos. era também meio-dia e queimava que se fartava. mas da santa senhora nem sombra. quando assisto a funerais fico sempre com esperanças de ainda em vida assistir às exéquias deste regime de trafulhas (os tribunais estão quase quase a desmascará-los).
mmb

terça-feira, 11 de março de 2014

os memoráveis







a peça "os memoráveis" é uma obra de manuel melo bento. foi editada em 1984... bastava que a autora de os atuais "os memoráveis" editado em 2014 tivesse consultado a internet para perceber que estava a usar um título que saíra há 30 anos. 
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... o tema de "os memoráveis" circula no pós 25 de abril nos açores quando as tropas democráticas prendiam civis pela calada da noite armadas com armas automáticas... 

segunda-feira, 10 de março de 2014

eu levo no pacote com a rtp1

vivo num apartamento na capital portuguesa que estava destinado à classe média baixa, género australopiteco do estado novo, agora renomeado pela democracia de média altíssima classe social. isto  porque a habitação é de renda sempre paga a tempo e eu ainda recebo a minha pensão de reforma (tenho atualmente 73 anos, não como carne nem peixe, não porque seja vegetariano mas porque matar já não está no meu íntimo, quer seja animal-animal ou zoon politicon (disse-o aristóteles se não estou em erro). já agora, devo confessar que desde que deixei de comer animais levanto-me do sofá - onde passo algumas horas a dormitar e a tentar ler - de um só pulo. coisa que me custava muito tempos atrás. doía-me as articulações e eu até já estava a pensar num suicídio tipo suiço caseiro já que tudo me custava fazer funcionar. agora tudo se me levanta sem esforço e eu a gostar. onde é que eu ia? ah, televisão! porque sou rico, tenho dois sofás. um em frente do outro para o caso de haver algum interlocutor válido a querer entreter os neurónios. no sofá onde me sento (lugar cativo) coloquei à minha esquerda e de lado o aparelho de televisão. e fi-lo por que há muito me fartei de ver sempre os mesmos figurantes. ouço-os apenas. uns são velhacos e espertos que até falam bem. aprende-se com eles e com os erros deles. outros, ao mesmo tempo que falam, vendem livros e promovem amigos. aprendo com eles também o modo como se fala à moda de lisboa pois expresso-me num micaelense de fila que por vezes me deixa mal como intérprete-interpretado. num total de quase 21 anos de lisboa e nada. sou arruda do ouvido. bom, quer dizer, não vejo televisão, só a ouço. claro que há exceções. por exemplo, quando é uma fêmea com voz adocidada eu viro-me para ela (televisão). em geral são filmes pornográficos (o conceito é díficil de explicar, mas, por exemplo, se gravarmos um filme de sexo-rtp1 e se a polícia nos invadir o escritório a fim de "consultar" o nosso computador podemos ser acusados de traficantes de sexo o que é perigoso). o melhor é ver e não gravar! a rtp1 já nos habituou a enviar para casa todo o lixo norte-americano. metade da semana e a partir da calmia pós jantar é tiroteio, facadas e violações. as mulheres são sempre tratadas  como vítimas. com raras exceções elas se safam dando pontapés nas bolas dos bandidos. encenações... na outra metade ele há que até dá jeito a quem já não sai de casa à noite por causa do frio. elas por cima e eles por baixo. depois como prosélitos de sade-o-marquês lá vem porrada. as mulheres nos filmes da rtp1 são fodidas, maltratadas e mortas. na realidade nacional só 43 mulheres foram assassinadas no terreno o ano que passou. dizem falsamente que portugal tem brandos costumes. na semana do carnaval morreram 8 pessoas devido a acidentes rodoviários. no fim do ano é uma conta que até parece que estamos em guerra. na ponte sobre o tejo/salazar/25 de abril o limite de velocidade é de 70 quilómetros. toda a gente anda a mais de 90 kilómetros. querem morrer? penso que é tudo uma questão sexual. quando se obedece ao código, chamam-nos chouriço e mais qualquer coisa que aprenderam com os clientes que a mãe atendia. ah! ah! quer dizer, morre-se muito em portugal devido os portugueses procurarem orgasmo em todas as ocasiões. já nem sei por que veio a lume esta das mortes na estrada... que se lixe! bom, e eu a tentar ler o ricardo que veio do brasil para o hotel bragança onde se pôs na lídia criada de quarto lá às tantas da noite. e de graça. saramago é homem de poupanças. saramago e pessoa que se entendam lá em cima, isto se houver sala de visitas nas nuvens. e de repente com a rtp1 ligada - pois era festa de seu aniversário com muita música - (houve um intervalo nas facadas e tiros do FBI) ouço uma cantiga do tipo quim barreiros sem bigode. o que era? mulher bonita que gostava de levar no pacote. cantava ela: eu levo no pacote, levo sim senhor. oh diabo! isto precisamente no dia mundial da mulher. ó minhas bestas!, nem todas as mulheres gostam de levar no pacote. e onde metem vocês - que nos chupam através dos impostos chorudos ordenados - as fadas do lar? as ditas mães de portugal? onde metem vocês pessoas escorreitas como por exemplo o fininho jorge gabriel? o próprio boa memória do sempre bem vestido júlio izidro? dicas aos organizadores dos programas da televisão pública: ponham eu levo no pacote, levo sim senhor lá para o horário das porno-facadas. era uma espécie de prolegómeno. ah, mas com a bolinha vermelha que sempre abre o apetite ao telespetador mais maduro! já não bastava o telefone você para o 700.000.009.008 dos novos cauteleiros televisivos para nos tirarem o tesão: só tem 15 segundos para se habilitar aos 10 mil euros. eu levo no pacote, eu levo no pacote! ai levas, levas sim senhor! já agora, não se esqueçam de pedir recibo que é o que está dar.
mmb




sexta-feira, 7 de março de 2014

receitas de cavaco silva para superar a crise: hoje de luva amanhã de sacho

declaração: eu não votei em cavaco silva. 

se aquilo é uma manifestação um arroto é um tornado


quando numa democracia que está de patas para o ar,  uma manifestação é organizada contra o governo a malta está nessa. numa democracia quando são os policias a manifestarem-se à  la cgtp, a coisa  torna-se case study. a cgtp é uma espécie de promotora de eventos publicitários que tem como objetivo apelar aos patrões e governos uma melhoria de condições de vida dos trabalhadores o que implica alteração nos vencimentos. quando os manifestantes estacionam os seus cartazes e os seus corpos no local do espetáculo surge  num palanquim o falante. zurze este o inimigo durante uma ou mais horas e quando dá por findo o discurso (por vezes afónico) os militantes dispersam a caminho de suas casas. tem sido assim nos últimos tempos em portugal. com a manifestação dos policiais, frente ao edifício da assembleia onde camilo colocou a personagem de "a queda de um anjo" a vomitar ademanes, repetiu-se a cena com uma única exceção: não havia palanquim nem palrador. os compadres (os polícias polícias e os polícias manifestantes) exercitaram o jogo da corda. ninguém ganhou. zero igual. amanhã há mais.  as televisões, como de costume cobriram o evento que mostrava o semblante  ofegante do velho e reformado policial até ao empurrão amigável e sorridente do de serviço.. coisa de se ver com agrado dado que as outras iguais a essas não são tão assim iguais pois há sempre salpicos de sangue que jorram (pingam) dos malotes (crânios) de quem se dispõe a pedir justiça abrindo a boca. ah, mas não são polícias, diga-se. pois polícias à civil têm arma à cintura e numa manifestação pode até dar-se o caso de tiro cá tiro lá. a assembleia da república não é uma indústria conserveira mas dela saiu uma conserva conglomerada que dá pelo nome de coligação psd/cds. era tempo de os conglomerados  passarem ao diálogo com os responsáveis pelas forças de segurança a fim de evitar que a polícia que nos guarda dia após dia de noite e de dia faça algum disparate e nos empurre pelo esgoto de onde uma caterva de imbecis retiraram a tampa. atribuam à polícia um vencimento decente (para nossa segurança) mas em contrapartida exijam eficiência. e esta não é transformá-la em carniceiros de bolsas do poveco ao  passar multas e outras manigâncias, mas sim a ter uma atitude de prevenção com a delicadeza que a pedagogia permite. estaremos em rota de colisão?  com quê? vá lá uma pessoa adivinhar...
mmb
(ps) - a legenda que informa que dona conceição  esteves está a receber a comitiva policial está a condicionar a verdade. é que dona conceição estava de retirada da assembleia por uma porta dos fundos.

domingo, 2 de março de 2014

quanto custa um presidente da república em euros?


no meu tempo falar de política era não só perigoso como mais parecia um exercício de jogo de cabra-cega. as notícias da área componham-se de três momentos: informações dos feitos do estado novo que se acumulavam com as atividades religiosas, novidades sistemáticas e grandiosas do ocidente capitalista e finalmente o combate contra tudo que cheirasse a socialismo tendo como alvo principal a urss. aquilo que se podia saber sobre o mundo era filtrado pela censura. sobre o nosso próprio país ainda era mais cómico, isto é, pouco ou nada nos era dado conhecer para além do futebol-eusébio, do espetáculo-amália, de fátima-cerejeira e inaugurações. estas últimas deram lugar ao presidente corta-fitas. o ensino oficial era o filho legitimado da ideologia vigente. denomino-a assim por  ignorância. até camões - o poeta rimoso e baluarte do regime - estava proibido de ser lido na totalidade pois  naquilo a que se designou canto nono  de os lusíades - sua obra mais conhecida  e enfadonha - havia o perigo de o compararmos a um hugo hefner. o estado novo durou como modelo nacional de 1933 a 1974. de 1928 atá 1933, portugal passou por um período de arranjo, onde salazar era uma espécie fóssil de um passos coelho das finanças. de entre muito que soube da estranja uma delas fixei. um tal contrabandista de tabaco teria metido na campanha do filho um milhão de dólares. o filho era um tal john kennedy e a campanha estava destinada a elegê-lo presidente dos usa. o que conseguiu. um milhão de dólares na altura era qualquer coisa que daria para santana lopes alimentar os seus pobres durante uns bons "dez anos portugueses" e ainda por cima oferecer-lhes reforma e complemento da mesma. parei para pensar e deparei-me com um negócio de eleições que estava mesmo em frente ao meu nariz. com os saltos das frenéticas apoiantes dos candidatos que dançam de calcinhas e pernas ao léu tornei-me num invisual político. analisar as eleições na américa facilita-nos a vida e a compreensão. de um lado um montão de dólares e do outro? no outro, outro  montão de dólares. foi assim que foram eleitos homens como george bush, por exemplo. os interesses é que elegem este ou aquele. grande novidade! e em portugal? da democracia portuguesa houve até agora poucos desvios deste modelo. assim como o povo americano votou num kennedy ou num g. w. bush também nós votámos num eanes, num sampaio, num cavaco. eanes e sampaio foram eleitos mais na base do que representavam ideologicamente ao tempo. já a eleição de cavaco foi mais à estilo americano. na primeira vez que se candidatou a belém levou uma banhada do sampaio. estávamos ainda muito próximos da revolução dos cravos e do que ela ainda tinha de pureza. esta foi a razão da vitória de quem dissera que havia mais vida para além do déficite (foi o que ficou do seu consulado, que se saiba). cavaco voltou a insistir e ganhou as presidenciais sem ter trazido uma única ideia nova para portugal. foi o tempo da ideia-tabu. quem arcou com as despesas da campanha? ele é que não foi, dado que vive à rasca de massas segundo confirmou perante as câmaras (de televisão). são precisos muitos milhões para eleger candidatos a belém. eu não entrei com um chavo! e você? com a entrega de portugal ao capitalismo do tipo americano (os sábios dizem liberalismo económico) as próximas eleições vão ser programadas mais pelo poder do dinheiro de certos grupos do que a competência de algum ilustre lusitano. já lá vai o tempo das cadelas puras já dizia a marquesa quando com vitorino como mestre filólogo se atirou às letras como quem  chupa champanhe com morangos dentro de uma banheira com água aquecida, já que o leite de burra está caro mesmo no pingo doce dos pobres e dos do rendimento mínimo. para terminar esta treta, lembro-me de quando o psd apoiou o prof. freitas do amaral a belém. perdeu para mário soares e não só. ficou com uma enorme dívida às costas pois cavaco e o psd deixaram-no a falar sozinho no que diz respeito ao pagamento das despesas da campanha. o professor honrou o seu nome pagando tudo. serviu-lhe de lição. ser presidente custa pra caramba. e depois? depois são os favores que se têm de retribuir. bom, mas isso fica para a judiciária dar início a um inquérito baseado num conjunto de indícios que por aí devem andar. conjunto infinito... teoria dos conjuntos infinitos... conhecem? para cada indício que se coloque no tabuleiro surge diabolicamente uma justificação. tertium non datur, se não me engano!
mmb