sexta-feira, 30 de novembro de 2012

passos coelho recebe uma segunda carta



para não ficar atrás de mário soares, antónio de oliveira salazar convocou o medium da sua predilecção e ditou-lhe uma carta instrutória (salvo seja). o salazar era muito parco em palavras. aliás, nunca discursava sem ser de papel na mão, que era para não se atrapalhar como o ex-primeiro-ministro santana lopes que foi para o olho da rua empurrado de são bento por um rapaz do tempo das lutas estudantis e que se não me engano é irmão do prof. daniel sampaio. salazar não gostava nada de abaixo-assinados. é por esta razão que a carta que enviou mediunicamente a passos coelho só vem por ele assinada. mas o alto sumo cerejeira teve da dita conhecimento. para interpretar a mensagem do velho femeeiro  e estadista de quem muito gosto (1), aqui vão alguns  ditongos adjuvantes. no tempo do velho e bondoso ditador deu-se um grande sismo em agadir (norte de áfrica). a cidade ficou toda destruída (?). as equipas de socorros às vítimas descobriram ao fim de 15 dias e debaixo dos escombros um português que ainda respirava. mal se viu livre dos pedregulhos onde estivera acoitado começou a gritar: viva salazar! viva salazar! viva salazar! ao fim de uma boas duas horas pára de gritar e foi quando um repórter brasileiro que cobria o acontecimento telúrico o questionou das razões das vivas ao ditador. ah, meu rico senhor - respondeu - se não fosse aquele querido eu não teria aguentado 15 dias sem comer. claro que o repórter não percebera nada. eh pá, é tão simples: o povo debaixo do governo de salazar passava fome e só comia o "insuficiente" para se manter vivo (treino). isto fazia com que ele desviasse a ideia de que tinha de comer a tempo e horas. ah, e quando gritava que tinha fome a igreja de cristo pela voz dos seus mais altos prelados apontava - do púlpito - o céu como prémio do seu sofrimento terreno! mas, quando o povo não ia em cantigas e pedia para comer normalmente, o velho sacripanta mandava a guarda abrir fogo contra ele. como foi o caso da moça de azerbeijão de nome catarina eufémia. estava grávida e nem mesmo o seu estado impediu que se cumprissem as ordens do quê? do capital, porra! meteram-lhe duas balas na barriga. será preciso algum terramoto para o povo começar a berrar: viva passos! viva passos! eu, pessoalmente, não sendo especialista em coros, acredito que sim. não já agora, mas quando estiverem mais treinados. no princípio do consulado salazarista houve quem quisesse matar o salazar colocando-lhe uma bomba por debaixo do lugar onde assistia à sagrada missinha dominical de que era muito afecto e devoto. foram os anarco-sindicalistas do tempo. a bomba rebentou mas como tinha sofrido um descaimento acabou por não lhe tocar e os  fragmentos foram cumprimentar os santos dos altares que tombaram com a ventania. o mesmo aconteceu a hitler (sem santos, claro). o heil era muito sangrento pois mandou fuzilar todos os implicados na intentona. já salazar mandou torrar os adversários políticos numa  ilha de cabo verde (a sauna dava pelo nome de tarrafal). fazia um calor caralhístico. porra, quem me contou por lá passou dez anos. eu estou a falar (escrever) sobre a fome do povo português (que até pode votar, ao contrário do que  acontecia no tempo da velha senhora) porque hoje toda a comunicação social não se escusou de difundir notícias sobre a fome que o povo está a passar. como passos não frequenta a paróquia aos domingos eu fico mais descansado. e sabem porquê? porque nenhum anarco-sindicalista irá atentar contra a sua vida escavando um túnel por debaixo da igreja para lá colocar a bomba revolucionária ou justificativa. a história não se repete mas que as há há, isto é, parece-me que já vi este filme. miúdos esfomeados a frequentar as escolas cheios de sintomas de fraqueza. pode? eh pá, se esses miúdos estão a passar fome, como não estarão os pais e os parentes que com eles habitam? passos coelho deve ser muito estúpido pois não percebe que não é com contas que vai salvar este país. este país precisa de um político verdadeiro que saiba conduzir o barco a bom porto. temos de nos mexer com as dívidas às costas mas se elas forem muito pesadas temos de parar e tentar dividir o peso delas por duas ou três viagens. neste momento o espectro da guerra civil está posto de parte por enquanto porque o poder capitalista encabeçado por passos coelho e pelo agora pateta alegre paulo portas está a reforçar as polícias e as forças especiais para conter qualquer foco de rebeldia. eh pá, é o mesmo que salazar e a sua matilha fizeram. sem tirar nem pôr. ah, e tudo isto nas barbas dos partidos da "oposição". a ralé está fodida, perdão phodida e ninguém olha por ela. é que os regimes ao estilo de passos/salazar levam muito tempo a cair. que digam os capitães de abril...
manuelmelobento 
jornalista não dependente nem informador à laia da rtp. gente suja há muita nesta profissão. infelizmente não é de hoje que a rtp colabora com as polícias. nos  açores, logo após o 25 de abril, a rtp/açores enviava para a pj e secreta as imagens de certos eventos contestatários as quais nem sequer passavam na pantalha regional para não dar lugar a nenhum alevante.
cp 2754
(1) - mas gosto mais do vinho que tem o seu nome e que foi proibido circular. eh pá, não sejam ridículos. 

e nunca mais chegam os reis magos...


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

fiel? era o bacalhau!


terça-feira, 27 de novembro de 2012

e agora para onde vamos? a casa de todas as putifarias contra o poveco fez das boas


se estivéssemos sós neste mundo onde poderíamos arranjar modelo de comparação? amanhávamo-nos sem outro remédio. agora, com outros povos para podermos relativizar, a coisa fica chata. salazar e mais tarde marcelo - um todo nada menos - eram jonetistas. levaram o poveco até à penúria dado que pouco ou nada produzíamos para sobreviver condignamente. o velho seminarista de santa comba dão sabia muita coisa acerca das pessoas. aprendera a maldade toda dentro dos muros conventuais e nas cozinhas das casas de suas excelências os patrões de seu pai. como era um excelente estudante acabou por dar explicações à menina da casa, e isso ofereceu-lhe aprendizagem sociabilizante. eh pá, era um homem do real. quando foi convidado para governar o país, percebeu que as pessoas eram pobretanas mas precisavam de comer. havia também a classe média e a outra que possuía  tudo. pobre - no pensar dele e dos próprios (pobres) - desconfia quando a oferta é grande. por isso, pouco mas certo e o poveco estaria contentinho com a sua política. a ajudar este clima, disponha  de  missinha avulso e das bençãos dos bispos (que nessa altura ainda percebiam que os pobres deviam respeitar os santos da sua predilecção e como prémio não trabalhar nos dias a eles atribuídos). à classe média, o salazarismo deu certas folgas. os "empregados" do estado ganhavam muito pouco, mas era seguro. bastava olhar para o poveco e para as dificuldades com que vivia para darem graças ao que obtinham (às vezes - o poveco - passava fome). alguns de entre ele nunca comeram um bife em toda a sua vida. e os que tiveram a sorte de o dentar não tragavam senão restos dos meninos com fastio. (o pão de trigo era usado/comido para os dias de festa). as professoras primárias ganhavam uma marreca e ainda por cima não podiam casar com zés ninguéns que era para estes não chularem os seus poucos tostões mensais. era a lei do casamento das professoras. havia uma classe média (média cá dentro porque comparada com qualquer outra do mundo civilizado metia dó). os vencimentos da plebe que funcionava no público andava pois à volta do vencimento da pobreza dos professores primários. daí para cima nada faltava. a terra e as casas arrendadas permitia que os senhores vivessem resfastelados. salazar nada lhes dava directamente, porém, não lhes aplicando  impostos estava a encher-lhes a burra? lembro-me de que depois de 26 anos depois da segunda guerra havia um instituto geográfico e cadastral que se dedicava a fazer o levantamento das terras para futura actuação tributária. nem 10% do território estava levantado. ah, um certo dia, um pobre remediado que tinha comprado um pedaço de terra com 2.600 metros quadrados queixava-se de que pagava tanto de imposto quanto o seu senhor que possuía 1.300.000 metros quadrados. bem, adiante que já me perdi. o psd e o pp aprovaram um orçamento que vai fazer com que sintamos aquele frenesim estremecedor corporal sempre que a pobreza bate à porta. dizem os entendidos que o desemprego vai aumentar. que vão continuar a falir mais empresas. que a segurança social está falida e os pensionistas tremerão no dia da esmola. que o estado se não estender a mão à caridade europeia não tem dinheiro para pagar aos seus funcionários.  que as polícias e os tribunais vão ser reforçados em proventos e benefícios. a polícia com mais benefícios? para quê? será para actuar contra o crime ou para defender o estado refundido de passos e portas que já provaram o seu pendor anti-social e antinacional? vou terminar. revoltaram-se contra a dona isabel jonet por que a senhora no seu caridoso entender permitiu-se pensar em moldes caracteríticos do salazarismo penitente. entonces não é! bem, contra o que aqui vomitei disse o ministro gaspar que portugal vai crescer. vai? eu sei que quando abro um site de mulheres nuas - ai gosto tanto, não tenho é dinheiro - anunciam uma coisa muito boa aos homens que apresentam um pénis pequenino. tem-no pequeno? nós aumentamos essa peça. depois mostram um beneficiário já com ele "elefantado" (não tenho outro termo à mão. salvo seja!). vai crescer o quê senhor professor? o senhor que devia ser o timoneiro da nação (passos é fraquito) não passa de um faroleiro prestimoso para avisar os invasores deste país do quanto ainda podem mamar no poveco. não escrevo mais! apetece-me dar dentadas no céu da boca só de pensar que os meus subsídios foram parar a contas da última grande quadrilha que infestou portugal depois do ultimato de 1890.
manuelmelobento

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

partidos nutridos com dinheiro de sangue e partidos escanzelados

que milagre se deu com certos partidos que de um momento para o outro se viram cheios de dinheiro? aquilo é que era gastar milhões em campanhas eleitorais acompanhadas por grandes farras.  uns até tinham avião particular... os empreiteiros, os empresários, os deputados (que aprovaram em são bento putifarias e que depois compraram prédios (para si) sem qualquer tipo de justificação plausível com dinheiros vindos dos desertos - em áfrica há muitos.), etc. ah, já me ia esquecendo dos deputados angariadores. um deles foi apanhado com uma mala cheia de cacau pelas autoridades. de onde veio tanto dinheiro? eh pá, eu não sei. é que se soubesse também abria a cloaca para o meu partido que fechou a loja por via de falta de fundos para pagar as multas justiceiras impostas lá do alto. relembro-me de ter apresentado ao povo (que estúpido - já era desde o tempo do salazar) as despesas da minha campanha eleitoral (em s. miguel, lá nos açores) que somavam a seguinte quantia: 178$00 (escudos). eh pá, aquilo é que foi gozar! desde jornalistas (o que se pode arranjar) até ao mais reles plebeu, fartaram-se de rir até às lágrimas. eu também me ri imenso mas foi por outra coisa. conto já. incluí no programa do partido que eu dirigia -  e que era na altura apodado de extrema-direita -  as directrizes dos textos políticos  que estavam expressos  na campanha do partido comunista. também ri até às lágrimas quando ataquei, com mais ferocidade do que os comunas, os fascismos da altura. continuei a ser tido como fascista ou coisa parecida. eu sei qual a razão disso, é que eu defendera em estilo democrático o nacionalismo açoriano. era moda política na altura considerar extrema-direita quem assim pensasse. e eu que até vivi com o cu apertado quando fiz da minha casa de lisboa (arrendada) uma sede itinerária de um partido de esquerda, no tempo da outra senhora. porra da política e de políticos. bem, não era isso que eu queria dizer. foi só um toque a puxar para a vaidade. perdão! não me quis sujar com dinheiros e foi o que se viu: miséria de votos. só as velhinhas votaram no meu partido. falta de visão foi o que resultou da investigação para meia dúzia de votos mal empurrados. ora vamos ao que interessa. os partidos que foram beneficiados pelo milagre dos fundos avultados - a quem as várias polícias tentando apanhar outros bandidos descuraram a verdadeira investigação - para além de nadar em dinheirama deram-se ao luxo de comprar grandes palácios para lá se instalarem e poder discutir os interesses do (de quem?)  povo. olhem só: no tempo do algarvio cavaco primeiro-ministro, o psd comprou "el contado" por uma fortuna a sua sede. onde foi buscar o dinheiro ? (1) que contas prestou ao povo social-democrata desse gasto e de outros? nicles! cuidado, que todos os partidos comem do mesmo. isto é, os partidos que estão assentados em são bento. de repente, partidos de remelosos  gastam milhões de euros em fanfarras para acordar o poveco. é dar-lhes  vinho, farra  e bolos que eles elas (eleitores) só não metem nas ranhuras das urnas os pentelhos por causa do decoro paroquial. o outro dia fui levantar 5.000 euros que tinha na minha conta bancária (não eram meus, porra. foram lá postos por engano!) e tive de esperar um tempão pois para levantar tal quantia e dá-la ao dono torna-se necessário haver autorização superior. se eu tivesse levantado menos de 5.000 euros não havia necessidade de autorização. eu não sabia! obrigado, senhor bancário! ainda há pouco o cds recebeu milhões  que caíram na sua conta mas aos bochechos. milhares de dadores que verdade seja dita tinham chegado de vénus. um deles assinava a doação por jacinto leite capelo rego. alguém riu quando a polícia descobriu a manobra aquática? nada disso! só riram quando eu prestei contas dos custos da campanha eleitoral (178$00-escudos) de um dos partidos mais correctos que conheci: o partido da democracia-cristã. e eu já nessa altura não só não acreditava no altíssimo como tinha dele uma péssima impressão. o filho da mãe do altíssimo não dá nada a ninguém. ah, só aos ricos e aos partidos de colarinho branco. partidos de colarinho branco... gostei. saiu sem querer.
(1) - por coincidência na altura da compra da nova sede dos social-democratas com dinheiro à vista, um batoteiro do estoril obteve do governo de cavaco silva um grande benefício. isto é, foi-lhe permitido pagar seis milhões de contos de dívida (na altura era com escudos que se fazia este tipo de negócio) ao estado em tranches variadas e sem juros. sem juros. perceberam? não há coincidências escreveu a margarida rebelo pinto, a quem o rolo duarte do descabeçado hotel babilónia negou o título de escritora. não minha querida, eu acho que há coincidências regulamentadas...
manuelmelobento

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

será que jerónimo de sousa tem o marxismo no lugar?

se há consciência nacional esta deve-se ao facto de ser determinada pela existência social. eh pá, isto não é nenhuma novidade para os marxistas. até porque foi um arranjo feito à pressa retirado  da bíblia do pai terreno senhor karl marx para dedilhar duas linhas cá para o blogue. este repescar das bocas do velho fumador de charutos, comedor de sopeiras mas grande filósofo veio a lume por acaso depois de ter lido a entrevista do secretário geral do partido comunista, jerónimo de sousa. se levarmos em conta o que diz marx e o que diz jerónimo, a consciência nacional está desenhada no estilo de uma europa determinada pelo capital financeiro e pelos grupos económicos. está determinada por um directório de potências. o líder comunista (feito de coerência marxista) concluiu (tem muitas conclusões em todo o texto) que os governos portugueses não têm defendido os interesses de portugal ao contrário dos, por exemplo, do governo chinês. jerónimo de sousa foi o único político que até agora aponta soluções através de uma actuação material. quem quiser saber o que disse j. sousa que compre o público de hoje-sábado que eu não sou porta-voz de comunistas nem sou comunista. limito-me a ler o mundo com as  minhas lanternas de "semiburguês". percebo que a minha leitura peca por não ser universal, mas nada posso fazer.  bem, uma filosofia dirigida para uma grande parte dos indivíduos tem mais razões para sobreviver quando as condições económicas os retiram da distribuição da riqueza. no caso português, talvez não seja bem assim. digo isto porque a riqueza que até há pouco tempo circulava por aí não foi distribuida mas sim caçada por grupos organizados. refiro-me aos partidos políticos criados à semelhança do regime democrático. desviaram os fundos - que deveriam ter sido dirigidos para enfrentar o desafio europeu - para os seus bolsos. e esse roubo passou a ser o passivo nacional. pode? aconteceu nas barbas de todos os órgãos de soberania e nos bigodes de todas as polícias. será que a nossa consciência nacional é isto? isto é, determinada pela actual existência social? que quereria significar, então, marx com a determinação da consciência pela existência social?é que ainda tenho os olhos a remelar com as frases que li do líder comunista: "... para nós, a questão é portugal precisar de um desenvolvimento soberano, compete ao povo português decidir o seu devir colectivo." depois de 38 anos a decidir através do querer do voto não foram suficientes para se saber o que o povo quer? para o povo se exprimir? o povo português dá a entender que a sua existência social  dá para determinar a sua consciência e esta nada tem a ver com os apelos de jerónimo.  jerónimo (marx) quer colectivizar economicamente um povo que vive rodeado de mitos religiosos profundos sem exigir a separação  integral da igreja do estado. nem um pio sobre a esfera do sagrado que é para não perder posição em são bento. néh! não foi a criação  de imensas  escolas e de universidades durante estes 38 anos que impediram três gerações de se libertar do mito atrofiador da mensagem judaico-cristã. o judaísmo-cristão determinou e determina a consciência do povo português. talvez até tenha mais força do que a existência social onde passo a incluir a representatividade e comportamento económico. não se pode omitir a influência do mito. nem mesmo a rússia berço das experiências marxistas-leninistas conseguiu acabar com a influência dos sacerdotes procuradores dos deuses imbutidos no cérebro humano. no caso específico, do deus judaico posteriormente cristianizado. como compreender um povo que depois de começar a rapar os taxos com fome ainda se permite olhar os seus carrascos como fruto de esperança e de melhores dias. não me contrariem, que me dano. as últimas sondagens dariam uma expressiva vitória ao partido socialista - que é cumplice da direita desde mário soares (leiam jerónimo) - se houvesse eleição amanhã. depois, há uma coisa que sempre estranhei. milhares e milhares de jovens  licenciados. em vez de se organizarem para um combate  a sério contra os que estão a levar portugal para a ruína, resolvem emigrar. vão lutar fora do local onde nasceram. que raio de consciência nacional determinada pela nossa específica existência social. acho que é preciso uma nova filosofia. ah, e uma nova práxis que esta de luta de classes ou de ditadura de direita já eram, porque caducas. estou a referir-me a uma filosofia de conjunto que é o que nos faz falta para acabar de uma vez por todas com o domínio avassalador do individualismo idiossincrático. este novo modo de estar vai ser uma opção entre o voltar a ser uma nação virada para si e para os seus problemas típicos ou uma tribo de operários por conta de multinacionais por cá instaladas depois da gestão dos lesa-pátrias que abocanharam o poder a partir de 1974.
manuelmelobento
ps: eh pá, o que seria de nós se marcelo tivesse - num golpe de génio - mandado prender o almirante casmurro américo thomaz e tivesse permitido eleições livres para o povo decidir o seu destino? ena! ena! que grande nação seríamos hoje. pois é, não é hábito os governos dialogarem com o povo para o auscultar e dirigir os negócios do estado a seu mando. fraca existência onde nem a consciência obedece aos ditames de karl marx nem sei se ela existe fora do sagrado...
 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

o novo português vai ter de trabalhar noutras áreas, se as houver

uma das muitas medidas deste governo que denota o que pretende fazer da vida dos portugueses está na modificação do sector da restauração. tascas, tasquinhas, restaurantes, "snack-bars", "grills" cervejarias, casas de pasto, pastelarias e mais outros tantos espaços onde os portugueses se refastelavam estão a agonizar. aquela hora e meia que a malta tinha para almoçar já era. o país vai ter de empobrecer tal como a tese jonetista implodiu no deserto da cegueira nacional. os restaurantes não vão acabar. manter-se-ão para servir turistas, homens de negócios e como não podia deixar de ser a escumalha política (classe que tem contrato com a perenidade). os  portugueses da plebe (ou que voltaram a ela) vão passar a usufruir de meia hora para "almoçar" e toca a trabalhar (isto se tiver emprego). o senhor pedro passos coelho não sendo ariano puro é uma espécie de branco com tez meridional, (assim como o conjunto dos que  governam este pequeno e pouco habitado país que tem tanta população quanta possui dez avenidas noviorquinas). esta característica e o contacto  com o modelo de exploração da mão-de-obra dos anglo-saxões tendem a transformar o modo como enfrentávamos o processo económico. portugal era um país rural com duas "grandes" cidades vocacionadas para a importação. a industrialização era uma aspiração que teve fortes indícios  na altura do marcelismo ( as cinturas industriais de lisboa e porto) mas sucumbiu com as alterações que  a "revolta" de abril inesperadamente trouxe. de resto, o que mais por aqui pululava eram as pequenas empresas que os politólogos teimam em designar de médias empresas. com a entrada de cabeça nos fundos europeus o pleno emprego desabrochou e o estado encheu-se de funcionários assim como as empresas do chupa-chupa que cresceram como cogumelos ofereciam trabalho. era tanta a oferta que - imagine-se, de um país de emigrantes passámos a ser de imigrantes. é obra! - havia quem se desse ao luxo de escolher onde ir prestar serviço. havia restaurantes e casas de pasto por aqui e por ali em "quantidades ordeiras", com este falso desenvolvimento (era tudo a sacar, até parecia que tínhamos chegado à índia) qualquer buraco dava para criar um restaurante  e com tendência a expandir tal era a frequência da freguesia. portugal passou a viver em restaurantes e esplanadas acompanhado por poucos turistas. (os suecos que nos visitavam traziam latas de atum consigo. ah, mas compravam pão; pelintras!). com o aumento das rodovias e obras de vulto à cavaco (ccb) também cresceram entre nós muitos escritores, intelectuais, pensadores, politólogos e muitos professores universitários (coitadinhos ou estão no desemprego ou voltaram para o balcão de onde nunca deviam ter saído. mas mesmo assim quando se apresentam à sociedade nas revistas da pantera apresentam-se como - não podia deixar de ser - professores universitários. até o senhor relvas foi professor universitário de si mesmo. portugal era um delírio. restaurantes e casas de putas, meus queridos, era uma coisa nunca vista. ah, e putas finas e de leste. estas vieram dar um ar da sua graça por causa da tonalidade da pele a que estávamos pouco habituados... (a comê-as) era assim o país. fátima e os dinheiros da união tornaram-nos modelos a seguir. de repente, o país faliu. como assim? deixemos a falência para a polícia e viajemos para o novo modelo de homem que está na forja criada pelos nossos queridos social-democratas. baixaram as remunerações dos trabalhadores (vão continuar a baixar) até ao ponto de podermos competir com a ásia. é a verdadeira industrialização de portugal que está à vista. é o novo milagre económico que nos vai fazer ricos de novo. e tudo pela mão da mistela de arianos que governam. sim senhor! foi o saque de ceuta, foi a venda de escravos, foi o negócio das especiarias da índia, foi o cacau e o café das terras de áfrica, foi o ouro do brasil (tal como o cavaco, dom joão V espatifou milhões de dobras  no ccb da altura. cabeças!), foi o dinheiro da comunidade europeia e é... bem, segue dentro de momentos a mão-de-obra mais barata da europa para regalo e pança cheia de uns quantos e aplauso e de muitos. o costume. 
nb: ia esquecendo. o português deixará de se deslocar de carro para as novas fábricas e em substituição usará o metro levando na mão  a lancheira.  
manuelmelobento

sábado, 17 de novembro de 2012

o velho deus de dom policarpo e do bispo torgal já não domina os raios e os ventos que criou em seis dias


portugal velho  país cristão e respeitador do velho deus judeu que transitou para o ocidente recauchutado de muito amor e democracia foi castigado com ventos assassinos que destruíram lares de gente que no dizer de dona jonet: bifes já eram. eh pá, ó senhor deus (meus pais inscreveram-me como católico na matriz da minha cidade natal sem me pedirem autorização. é como aquele pai que faz do filho sócio do benfica mal ele sai do ventre da poedeira.) com tanto sítio onde podes vomitar os teus ódios contra a humanidade que criaste a meias com eva vais logo destruir as habitações dos pobres portugueses da ex-classe média com esse sopro que despejas sobre a terra (tua obra-prima...) quando espirras. eh pá, agasalha-te! porra, parece que ultimamente andas sempre constipado. então não tinhas o palácio de belém, o edifício do parlamento, o centro cultural de belém para despejares esse ódio ventoso? que raio de justiça é a tua meu carrasco divino? já agora que estou com a mão na massa, não achas tu ó deus de dom policarpo e do poveco ignaro que os danos causados dentro das casas dos desgraçados que prejudicaste deviam ser cobertos por quem cobra impostos sobre os imóveis? isto é, o estado. ou esta merda, perdão, esta instituição só recebe e não quer dar nada em troca? sugiro que sopres contra os mosquitos aedes albopictus e os empurres para áreas onde estejam cavaco silva, pedro passos coelho, o publicano gaspar e outros. ah, que esses mosquitos sejam portadores de dengue ou lá o que é. ah, poupa a barata tonta! ah, dá um jeito à protecção civil informando-a antes de espirrares que é para ela não fazer figura de parva coitadinha. assim, ela só serve para serrar árvores caídas. pai nosso que estás nos céus que não seja feita a vossa vontade. ámen!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

as greves, os grevistas, os políticos e a polícia

tão depressa o cenário da greve geral recolheu à central do sr. arménio carlos, as autoridades que compõem os órgãos de soberania, à excepção das gentes dos tribunais, pespegaram-se em frente das aparelhagens televisivas - a permitir-se em seu nome e das empresas partidárias que representam - apresentar a sua leitura. desde cavaco silva até ao sr. antónio josé seguro gerente do partido socialista, todos eles reforçaram a posição do sr pedro passos coelho a quem os grevistas chamam  nomes pouco apropriados e que dirige os desígnios nacionais, se ainda isto quer significar algum pressuposto patriótico. todos eles disseram que os portugueses têm o direito à greve. mas, condenaram as atitudes violentas de alguns manifestantes. o sr. arménio carlos da cgtp, que convoca greves ao estilo da Iª república, ou é um anginho feito com quem tomou o poder ou quer mesmo acabar com esta república  pelos meios violentos da luta de classes insertos na bíblia marxista. o sr. arménio carlos sabia muito bem que manifestações deste tipo acarretam perigos incontroláveis se as forças que defendem a burguesia que gere os destinos de portugal não intervierem. ele farta-se de dizer que as manifestações são uma forma de condenar o poder estabelecido e que a sua central sindical não se revê nos crimes  de violência e de desobediência à autoridade. mais, que a quem cabe actuar contra os facínoras são as forças da lei. o sr. arménio carlos está em todas. trabalha que se farta. é ainda um dirigente jovem a quem não faltam forças para a actividade sindical de rua. se este governo é matéria o sr. arménio carlos é anti-matéria. o senhor arménio carlos é um primeiro-ministro do terreno "perigosamente" apoiado no seu mister por milhões de portugueses. o sr. arménio carlos desvincula-se da violência. por outro lado nada faz para controlar as manifestações que preside e onde discursa sempre e "oficialmente". ao deixar a polícia anti-motim e anti-terrorismo actuar vai permitir que o governo reforce a sua posição na medida em que quem fica com os louros da imagem de quem quer um país seguro e não caótico aos olhos da população é o sr pedro passos coelho e a sua matilha tributária. se o sr. arménio carlos tivesse dominado a violência que todo o pensamento burguês-nacional condena colocando os seus adjuntos no terreno estaria hoje muito mais próximo do impedimento do desastre que vai ser o fim do estado social que a maioria dos portugueses deseja que se mantenha e que passos coelho se propõe destruir. o sr. arménio carlos não sabia que havia crianças acompanhadas pelos seus progenitores? que uma carga policial para acabar com distúrbios violentes varre tudo que não disperse desobedecendo aos avisos da polícia? quem tem mais experiência em manifestações senão o senhor e os seus associados? só se quer vítimas inocentes para se vitimar e acabar mais rapidamente com o governo que descaracteriza portugal histórico tornando-o num balcão alongado do fmi e outros. numa outra perspectiva pode ser que tenha esperança que o povo em força desarme e inutilize as polícias que ultimamente não fazem outra coisa senão estar em prevenção. há muita boca a falar em guerra civil se este governo não recuar. desde o 25 de abril que o conflito social está latente. vivemos em "paz" durante o período dos dinheiros da comunidade. mas mal acabaram tudo se congemina para a intranquilidade. vive-se num período de intranquilidade e insegurança promovido pelo governo actual porque é neste clima que se instala o liberalismo económico. as pessoas ficam sem objectivos e sem esperança o que permite o seu domínio imediato. manifestações a quem o poder parte os dentes pode instalar o medo e a insegurança generalizada e sem outro remédio  caímos na rede que está institucionalizada pelos partidos. e não saímos desde círcuito nunca. cai o governo! e depois? o capitalismo volta a fazer-se representar por outro parceiro. repare-se como o senhor antónio josé seguro (um homem do regime) faz apelo à intervenção da polícia. o que ele quer é a continuação desta república. e ele que até está na oposição caseira. este círculo vicioso só terminará com um partido do povo e que uma vez eleito sirva dentro deste regime para o destruir. em alternativa só existe a acção armada. está nos livros. e o povo português, o que quer? 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

uma nova consciência invadiu "o espírito" do povo


quem tenha estado com muita atenção ao que se passa com a maneira como o povo olha os políticos dá de caras com a ideia de que o que eles auferem como produto da sua actividade não passa de um roubo ao estado. estado esse que já não é o mesmo, isto é, começam a entender que o estado somos todos. mais, com a actividade da cgtp conferida nas palavras de ordem dos seus líderes em manifestações periódicas, fica-se a perceber muito bem que os que exploram o povo são inimigos do estado; do estado social onde a maioria do povo português se acautelou. tenho ainda os ouvidos a chiar de tanto elogio vindo do estrangeiro que afirmava que o nosso sistema de saúde era o melhor do mundo. note-se que ninguém pagava nada e tinha ao seu dispor o melhor que  a medicina oferecia. os melhores médicos e enfermeiros eram lá que prestavam serviço (claro que muitos usaram os seus consultórios privados para usufruírem de saltos para o público. olha, dava para tudo. calemo-nos por agora). era de facto o melhor serviço de saúde do mundo. era bom e de graça. nem na cuba de castro. tá! conheci gente que recorreu ao hospital cubano pagando a peso de ouro os tratamentos. cá, ninguém pagava nada. nem os estrangeiros (passado). o serviço nacional de saúde gratuito, o sistema educativo para além de ser de graça ainda oferecia - no serviço  social escolar refeições de borla. conheci gente da antiga classe média que tinha os filhos comidos e bebidos nas cantinas. livros, também eram gratuitos. bastava confirmar para tanto que se tinha dificuldades (era um tal mentir). na segurança social, então não vos digo nada. toda a etnia (e havia algumas entre nós) recebia mesada e casa. criaram-se bairros sociais que mais não eram do que a propaganda do portugal universal e humanista sem fronteiras. europeus do leste recebiam mesadas. alguns agradeciam a hospitalidade e o apoio económico com furtos em moradias. pequenos pescados que depois se foram transformando em acções violentas. para os políticos tratava-se apenas de casos pontuais. assistimos a uma batalha entre angolanos e ciganos em plena rua de lisboa. tudo se abafa para não ferir discriminações, pois o mundo inteiro olhava-nos como exemplos. dinheiro para esta maravilhadora sociedade? veio de fora a pedido dos políticos. muitos encheram o bandulho com desvios dos dinheiros e enriqueceram. tudo isto é sabido e veio nos jornais. o que não veio foi o seguinte: o dinheiro que atiraram para este rico estado social serviu de taipal para que dentro da loja, sem serem vistos, os gatunos se refastelassem. essa é a razão porque o povo não veio para a rua gritar contra os ladrões. tinha a barriga cheia e emprego. não via nada. e só acordou quando os políticos começaram a impedir as regalias que julgava serem de lei. a classe política atacou essas regalias na esperança de poder continuar a usufruir das mordomias. essas mordomias eram pelos políticos aprovadas. quem melhor do que eles para se avaliar? vencimentos ofensivos são denunciados na internet ao mesmo tempo há gente que perdeu o emprego e vive paredes meias com a miséria. a miséria é uma escola que abre não só a boca para comer. dá para olhar mais à frente. sabem o que significa haver senhor da política que utilizou o estado como trampolim para grandes mordomias. um mês de um destes sacripantas representa qualquer coisa como 18 anos de trabalho de um operário. incluindo, claro está os subsídios quando ainda tinha direito a eles. fiquemos por aqui. para quê lançar mais dados? é por isso que o conceito de estado se está a tornar "propriedade" do povo. e este como dono de seja o que for é tão feroz ou mais do que  o capitalista ou os lacaios que o servem.
manuelmelobento

o fim deste bloco de esquerda e o novo fechamento político

o bloco de esquerdo entrou-me casa adentro em congresso num estilo muito copiado dos grandes partidos que se infiltraram nos  meios de comunicação social. foi bom para o bloco de esquerda a mediatização que lhe foi oferecida. parecia que o bloco era um dos principais partidos nacionais. sabendo que apenas se senta em oito lugares na bancada de são bento, não podemos deixar de louvar a sua grande capacidade em dominar tempos de antena diários. e fá-lo não só porque está recheado de cérebros estudiosos e criativos mas também porque conseguiu pregadores de doutrina feitos comentadores. o prof. rosas, o médico semedo (agora meio-líder - os portugueses inventam cada uma), o sr fazendas são os que se podem encontrar semanalmente bastando para tanto ligar para  as estações televisivas. tudo bem, cada partido faz pela vida e em democracia vale tudo. não tendo sido nunca governo não que não tivesse sido convidado a aliar-se (caso da maioria relativa de josé sócrates) para formar governo. não aceita compromissos com gestões capitalistas. é-lhe devido esta franqueza que só o torna meritório aos olhos de muitos. foi através do bloco de esquerda que aprendemos a definir melhor o que divide a direita da esquerda. para isso contribuíram as intervenções de francisco louçã, de ana drago (?) e de catarina agora eleita meio-líder. francisco louçã é o mais incisivo de todos. basta que lhe ponham à frente um micro e ele transfigura-se. parece que está a praticar sexo tal é a motivação que o move. ninguém fica indiferente ao seu discurso apelativo e justiceiro. existe uma grande diferença entre o louçã do bloco e os outros. enquanto os outros bloquistas falam e comentam sempre da mesma maneira à laia de informação, louçã, pelo contrário, mexe com os neurónios de quem calha ouvi-lo. alia a inteligência ao estilo monástico. uma espécie de secular beatificado pela alvura das mãos com que eleva o cálice oficioso que eça retratou em amaro. alguns bloquistas menos cuidados no trato com o eleitoral não passam de figurantes de rejeição. louçã cultivou e configurou a conquista  do eleitorado através de um aspecto à simpático padre cruz, mas com cérebro. é facto que o bloco perdeu metade dos deputados de são bento nas últimas eleições. isso deveu-se a terem deixado francisco louçã a fazer o trabalho de casa sozinho. isto é, os 8 deputados eleitos são fruto da sua intervenção junto da população. nem semedo, nem fazendas, nem anas dragos conseguem uma dúzia de eleitores por eles mesmos. melhor dizendo, louçã vale 8 deputados. neste momento, uma ida às urnas sem louçã é a certidão de óbito do bloco. a bicefalização do bloco mais não é do que uma tentativa para cativar o eleitorado feminino disperso e semi-acéfalo que marca muito a contemporânea sociedade portuguesa. estão muito distantes das mulheres que acordaram após o 25 de abril e que se tornaram "revoltadas". elas agora estão a passar por um período de consumidoras de tudo que é moda e silicone. eh pá, se ao menos as (re)formarem, tudo bem, que elas bem precisam. as actuais mulheres que estão no ps, psd e cds-pp já estão instaladas e feitas à medida dos "desejos" dos machos liderantes. são sempre as mesmas libertas. já cansam! quem é que pode, nos dias de hoje, ouvir ana gomes no desfazamento da realidade? este país é um país machista. até o bloco ao permitir uma liderança a meio sexo mais  não é do que um sintoma do que se passa. em termos intelectuais até que o bloco não está mal. mas uma coisa são as imagens do livro VII da república e o terreno que derrotou o seu ilustre pensador. editaram-lhe os livros séculos adentro e construíram pedestais onde colocaram as estátuas de encomenda. mas das suas palavras nem mimésis que se entenda... espero que me engane.
manuelmelobento 

sábado, 10 de novembro de 2012

universidade portuguesa sem cérebros, sem dinheiro mas sempre submissa


a universidade portuguesa tem tudo o que é preciso para ser uma verdadeira  escola de ensino superior. mas o que é necessário para tal materialização? duas coisas são necessárias: cérebros e  essência. os gregos - sempre os gregos - através de ésquilo colocaram na boca de prometeu a seguinte frase: "o saber, porém, é muito menos forte que a necessidade." (1) a economia portuguesa está a desmoronar e arrasta com ela a vetusta ideia de sermos portugueses de raiz. melhor dizendo. o capital não tem pátria e chegados à beira do descalabro há que fazer como os camaleões. mudar de cor para não sermos devorados e também assim disfarçados podermos caçar os incautos insectos da nossa sobrevivência. algumas franjas de comentadores queixam-se de que os nossos cérebros estão a fugir para os países que lhes permitirão realizar os seus sonhos. faltou um projecto com sentido para a universidade deste  tempo de democracia que veio  substituir o velho sistema educativo. à pressa se legislou uma lei de bases copiada da francesa que contemplava a mudança de comportamento e racionalidade. a universidade do estado novo era um viveiro de elites que depois de juras ao sistema e à carta papal (dita concordata) se propunha servir os lugares mais destacados do estado. e como testamenteiros dos cérebros que os frequentavam permitiam-se escolher quem era os que lhes tinham melhor bebido a cartilha. a governação criada pela constituição de 33 fazia de portugal um país fechado num circuito que aprisionava todas  as classes sociais. (e) a escolha do reitor da universidade era feita pela mostra do servilismo e aquiescência ao poder político. passar numa prova académica não implicava o saber-se a matéria somente. não senhor. quem examinava tinha mais poder que jeová, alá ou a pitonisa de delfos. chumbava-se e pronto. come e cala. da minha parte devo dizer que perdi um ano de curso só porque afirmara que a idade média significava 10 séculos de escuridão. veio o 25 de abril e o medieval foi saneado. certo dia depois de receber uma nota que não me satisfazia acusei o professor de não estar a par de todo o conteúdo da disciplina. exigi discutir o teste de imediato. bem, o lente lá me subiu a nota. nunca mais ninguém me atribuiu uma nota sem eu estar de  de acordo com ela. isso significava o domínio da matéria e o ter de discuti-la taco a taco. aprende-se na defesa e no ataque. esta táctica permite um crescer mental e nos responsabiliza como cidadãos. estar a memorizar conteúdos e depois debitá-los torna-nos zumbis mnésico-repetitivo. ficamos prisioneiros de um estádio pré-lógico do género das bocas de levi-strauss. a pesada herança salazarista foi mais contundente e feroz no trato com o intelecto. a beleza da ditadura que nos afogou durante 48 anos foi um projecto da igreja e dos vencedores do 28 de maio. a pide e os bufos "organizavam" o nosso pensamento político de acordo com a orientação do timoneiro que a par do pensamento religioso nos tornava num povo imbecil. digamos que de 1 a 10 obteríamos facilmente a nota máxima. estar contra o  timoneiro salazar significava a morte como cidadão. não acreditar nas patetices vomitadas pela padralhada a soldo do anticomunismo era um sinal suspeição. ser ateu era sinónimo de esquerdista. ser-se casado sem a benção da igreja significava a morte social e  ostracismo. a universidade era mais um parceiro desta monstruosidade e quem de entre ela não acatasse as baboseiras da igreja e da situação tinha de fugir,  isto se não fosse apanhado entretanto. de um momento para o outro  a universidade libertou-se e preparou-se para voar. a velha universidade baqueou e uma nova era foi estendida aos que esperavam um mundo novo e um homem novo. sem mestres para enfrentar a nova viagem a nova universidade afogou-se nas ondas de uma caterva de gente que a invadiu e se autopromoveu academicamente. distribuíram entre si mestrados e doutoramentos como quem atribui títulos nobiliárquicos  e entupiram todas as entradas a outros (talvez mais capazes). a universidade passou de uma catedral de imundos reaccionários para a bandalheira actual. mas não há verdadeiros académicos entre nós fora dos feitos na prata da casa? claro, mas tiveram de sair  do país e apreender novos horizontes e que fazem das universidades o vector primordial da mudança. são poucos e sobretudo livres e tolerantes. os que os há por cá e por cá se fizeram não passam de gerentes de grandes superfícies humanistícas . salvo as excepções meritórias não temos por enquanto uma universidade plena. e isso deve-se ao facto de elas se terem transformado em partidos políticos encapotados. para finalizar: o sintoma de que a nossa universidade falhou deve-se ao facto de nenhum país estar disponível para comprar professores altamente qualificados. não os temos. ah, mas exportamos jogadores de futebol. valha-nos isso. para informação: sabem quanto é que pagam as universidades americanas por cada académico europeu (incluindo russos) que convidam para dar aulas nas suas salas? à volta de 100.000 dólares por mês. façam o câmbio ou peçam ao guterres para fazer a operação. é obra!
(1) - (prom., 514, éd. wil.)
manuelmelobento

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

parece que quem nos vem visitar é o adolfo hitler


estou a acordar e de repente ouço na rdp-antena-1 que frau merkel vai ser metida num carro à prova de bala para poder circular em lisboa. mais, que a psp solicitou às forças armadas a participação física no terreno a fim de se poder organizar uma eficaz segurança à senhora alemã. esbugalhei os olhos pois julgava estar ainda a sonhar. se há coisa que eu não esqueço são as maldades a que portugal esteve sujeito desde que a rainha dona teresa (a nossa primeira rainha e que os historiadores do sistema procuram retirá-la por causa de arranjos musicais sobre o princípio da nossa nacionalidade - chamemos-lhe assim e fiquemos por aqui senão vou perder-me) se distanciou do papai espanhol tal como ela o era. ingleses, franceses, holandeses, belgas, americanos foram dos povos que mais nos prejudicaram ao longo da nossa vivência. ingleses e americanos contribuíram para o desfecho inglório do portugal imperial. mas sempre que nos visitam os nossos queridos representantes são só sorrisos e pernas abertas. ainda há pouco tempo (já o disse e sempre que posso di-lo-ei mais vezes) fomos envolvidos numa guerra por estes dois aliados coadjuvados por um tal lacaio de nome durão barroso que na altura chefiava o governo português. nunca assisti a que a escumalha de esquerda se manifestasse contra a visita de ingleses ou americanos no sentido de condenar as suas políticas que nos têm prejudicado imenso. a nossa direita não está liberta da falta de assumpção ao não condenar também guerras que para além de injustas nos levaram à ruína. a direita e a esquerda em portugal são uma verdadeira bosta. vivem ambas dos dinheiros do estado. neste momento a esquerda está a fazer um favor à direita portuguesa ao forçar uma péssima e perigosa recepção à chanceler alemã. a direita portuguesa não tem coluna vertebral para enfrentar quem tem participado na sobrevivência nacional emprestando dinheiro a quase fundo perdido e que já não está disposta a continuar a alimentar a chulice em que o governo português nos fez cair. a alemanha desde a década de sessenta que recebe centenas de milhares de portugueses. que os acolhe, alimenta e lhes paga belíssimos salários. na década de sessenta o povo era pobre e passava necessidades que se estendiam ao campo alimentar. alguns passavam fome. a maioria não possuía habitação própria. ainda há gente desse tempo. perguntem-lhe como era a vida dos trabalhadores na alemanha. suponho que por detrás das "manobras militares" para defender a vida da fuhrer está o dedo da corja sherifada por passos coelho. para ele o facto de o povo português estar danado (foi motivado ao ódio pela banditagem de esquerda e de direita) pode quebrar a vontade de merkel em pôr-nos a trabalhar e a prolongar o calote e os compromissos para com a dívida. pode, pois levá-la a "levantar o cerco de lisboa". a corja portuguesa coadjuvada pela servível comunicação social portuguesa estão a fazer cama para que uma onda de simpatia pelo comunismo cresça outra vez entre nós (comunismo à estaline e não o de rosa luxemburgo, note-se). é que para empurrar as massas acéfalas para as manifestações e movimentações de massas os comunas estão muito melhor preparados do que  a direita. esta está mais especializada nas  romarias a fátima e á senhora do sameiro. depois, para calar os comunas basta à direita capitalista atirar-lhes umas migalhas e ceder-lhes lugar no parlatório onde de um modo pacífico e não sangrento modelam e propagandeiam a virulenta luta de classes. para terminar: o nazismo está enterrado e não se pode confundir o povo alemão com os crimes de genocídio que uma classe política cometeu e que teve início entre 1939 terminando em 1945. como também não podemos ser acusados dos crimes que dom manuel I e a sua governação cometeram na pessoa de crianças judias  enviando-as para são tomé depois de separadas dos pais. todas elas morreram nessa primeira experiência de campo de concentração. temos de estar atentos. quem gere os negócios do estado português não merece senão desconfiança. e traição aos princípios de uma democracia  salutar é o mínimo que deles podemos pensar.
manuelmelobento

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

obviamente, para a prisão! do estado novo ao estado morto...


se ganhar as eleições presidenciais o que fará do professor antónio de oliveira salazar? obviamente, demito-o! não sei se a pergunta foi esta, mas que deve ter sido parente direita, acredito que sim. a pergunta foi dirigida ao general salazarista humberto delgado - depois convertido... a não sei quê -  na altura em que portugal ainda se regia por uma democracia rasteira. isto é, a ditadura de salazar era amanteigada e permitia um certo tipo de corrida às urnas. melhor dizendo quem votava era quem estava inscrito nos cadernos eleitorais sendo vivo ou morto mas dedicado ao estado novo. claro que aos oposicionistas os situacionistas não os eliminavam para não dar nas vistas lá fora. salazar que era um político velhaco (como estes de agora que ocupam os lugares dos antigos) julgava que pôr meter merda na cabeça dos portugueses ajudado pelo cardeal cerejeira e por uma corja de acólitos, aqueles, muito agradecidos, só viam a pátria através dele. enganou-se redondamente. humberto delgado trouxe a farra para as ruas. e foi o suficiente para o povo o seguir como o fazia no século XIV quando bailava à noite nas ruas de lisboa com o dom pedro da inês espanhola que era dado a insónias. delgado arrastava multidões. era um militar com tomates e enfrentou o estado novo levando a que muitos abrissem a boca de espanto perante tal destemor. e esse sentimento (não tenho a certeza de se tratar de um sentimento) generalizou-se. só no porto, na praça dos aliados juntou-se uma multidão estimada em 200.000 mil indivíduos para o aplaudir. era obra! salazar e o regime tremeram. conta-se que dona maria suposta amásia do professor de coimbra queixara-se a uma amiga de que o grande chefe da união nacional andava de fraldas e cheirava a múmia. digo eu, pois não acredito que a tal dona maria alguma vez tenha ouvido falar em tal mas sim de merda. depois das eleições aquilo é que foi limpar o estado. é que os sacanas dos salazaristas julgavam-se donos do estado e quem fosse contra eles atentava contra a segurança do estado. até professores universitários (de universidade verdadeira) foram proibidos de dar aulas. um verdadeira horror medieval. mas eram assim as regras do jogo. ora, voltemos atrás no tempo, e leiamos o que se passou com as minhas lucubrações. o que delgado queria dizer era: mando-o prender e açoitar aquele filho de puta. não o disse, também não era tão maluco assim e acreditava em fátima e outras bençãos nacionais. mas, ai se ele ganhasse as eleições. não estão a ver o prof. antónio de oliveira salazar a passear no rossio de braço dado com o padre/cardeal cerejeira sem levar de dois a dois metros de calçada uns bons pontapés no cu (aos dois). isto, se não lhes acontecesse pior. porque salazar conhecia o povo como os seus dedos e era homem de livros organizou uma polícia que perseguia toda a gente que falava mal dele. sim, meus chapas, quem falasse contra o regime em lugares públicos ou em casas particulares onde havia bufo estava feito. conheci uma pessoa que foi denunciada por "amigos" e desapareceu durante quatro anos. e ai de nós se perguntássemos onde tinha estado. todo ele tremia. eu que tinha a mania que era da oposição só me atrevia a dizer que não gostava do velho botas e a mais não me atrevia. tá? e porque não gostas do salazar?, perguntou-me certo dia um bufo. eh pá, não se pode ler certos romances e no cinema nem um par de mamas aparece. só se vê os cowboys americanos e os tomates dos cavalos. ah, ah! ria-se o bufo. pois, pois, querias que me estendesse... hoje, vivemos em liberdade. só que esta liberdade é muito perigosa para alguns. por enquanto ainda está no palco do risível. ontem à tarde, polícias em manifestação contra polícias de serviço. amanhã, os mesmos que se manifestavam hoje, estarão a servir de guarda-costas amanhã aos mesmos. isto é, aos políticos. está para chegar a dona merkel. pois, os queridos da oposição estão a preparar uma recepção de más vindas. que rica manobra de diversão. coitada da frau merkel vai ouvir das boas e tudo porquê? porque ela foi muito má para com os portugueses. claro que não foi tão má quanto os franceses que nos invadiram, roubaram e violaram as nossas mulheres, não tão má quanto os ingleses que durante séculos nos trataram como criados e nos levaram a fazer guerras caríssimas com espanha. ah, o malvado do hitler não só não nos invadiu nem mandou que a sua tropa nos bombardeasse. foi a frau merkel quem levou o dinheiro do banco do amigo de cavaco? foi a frau merkel quem organizou as parcerias público privadas para sacar dinheiro ao estado? foi a frau merkel quem mandou construir as autoestradas que servem para passear os touros de idanha-a-nova? foi a frau merkel quem criou a corrupção dos partidos nacionais? foi a frau merkel quem nomeou os ex-ministros para empresas que depois se ponham a negociar concursos com o estado?  foi a frau merkel que despediu os professores e mandou fechar as escolas? foi a frau merkel quem abriu os concursos para a função pública atafulhando os serviços do estado com 700.000 funcionários? foi a frau merkel quem resolveu desviar os fundos que eram para financiar as pequenas e médias empresas e que são aplicados em empréstimos mais que duvidosos que têm o estado português por detrás? foi a frau merkel quem permitiu a concorrência chinesa que destruiu metade do nosso tecido comercial? foi a frau merkel que nos empurrou para o fundo monetário europeu e que nos levou a esta miséria por todos contestada? bem, vou terminar por aqui, pois quero ir dormir. ah, já sei, foi a frau merkel quem de lá de berlim nos aconselhou a pedir emprestado dinheiro que sabia - como disse o outro - que as dívidas dos estados não são para se pagar mas para se ir pagando. 
manuelmelobento

terça-feira, 6 de novembro de 2012

esta gente não se confessa


anunciaram o fim das juntas de freguesia, dos municípios e quejandos. tentaram meter a mão do tsu nos bolsos dos trabalhadores. acusaram o ps de sócrates de ter criado parcerias para desviar o dinheiro do estado ameaçando acabar com o despautério  de algumas quadrilhas instaladas. comeram aos pensionistas e funcionários públicos os subsídios do natal e de férias. sendo obrigados pelo tribunal constitucional a devolver o saque obedeceram para logo a seguir divulgar que iam aumentar o irs o que vinha a traduzir-se por colocar o "despacho" do dito tribunal na boca do inferno. anunciam estar preocupados com os desprotegidos para logo em seguida difundir que vão aplicar 6% de imposto sobre o subsídio de desemprego. isto e mais o que me esqueci passou-se nas últimas semanas. vou já terminar apenas para dizer o seguinte: as câmaras municipais vão receber mais dinheiro do que actualmente recebem. e porquê? é porque estão a aproximar-se as eleições autárquicas e nada mais lógico (partidariamente falando) do que comprar os votos dos patarocos dos portugueses. os portugueses não passam de espectadores que não interagem com os actores. pagam o bilhete e pronto, esse é o seu papel. esta gente não se confessa mas é fácil perceber o que pretendem.  vão reduzir  os salários dos trabalhadores até fazer lembrar os vencimentos dos países da ex-urss, ou da alemanha de 1943 a 1945. uma economia de guerra actua assim. com os nossos políticos tudo é possível. lembremo-nos da guerra contra o islão que nos foi impingida por durão barroso que se aliou à américa e à inglaterra sem que o povo português fosse consultado se se queria envolver numa guerra que não lhe dizia respeito. alguns patetas estarão a julgar que não estamos em guerra com o islão e que o que aqui se diz é treta. esqueceram-se que quando a américa declarou guerra ao iraque fê-lo ladeado de três aliados (aliados... como a coisa mudou). entre eles estava portugal através do seu primeiro-ministro durão barroso. ou durão é tolo ou meteu-nos numa guerra que não é nossa com fins incontáveis. já afonso costa e outros criminosos  da mesma igualha enviaram para a morte milhares de portugueses na guerra das trincheiras, e tudo para quê? para que portugal fosse considerado internacionalmente (não portugal, mas a quadrilha que assaltou o estado). temos tido sorte em não ter havido atentados como os houve na inglaterra, espanha e frança. deve ser a virgem de fátima a interceder por este pobre e estúpido povo. repito: pobre e estúpido povo. se o irão teimar em continuar a construir as usinas de energia nuclear para para fins de defesa como as têm os israelitas muito naturalmente que será invadido pelos "aliados". e quê? havemos de ver passos coelho na base aérea dos açores que é dos americanos a apertar a mão ao substituto de obama, o neto do polígamo e femeeiro, o jeovanista romney e a envolver-nos noutro teatro de guerra a custas do pateta do povo português. o destino do irão será igual ao da líbia. é o petróleo estúpidos! a máquina do capitalismo selvagem é imparável. compra tudo e todos e se não for a bem vai à bala. se o povo português percebesse que é ele quem deve construir o seu futuro esta corja não estaria a representá-lo nem a brincar com a sua vida e a das gerações vindouras. 
manuelmelobento

domingo, 4 de novembro de 2012

jardim, afinal, nada ganhou...


 
estou lembrado da vitória de manuela ferreira leite quando se candidatou a líder da comissão política do psd, batendo  pedro passos e o ex-primeiro-ministro santana lopes. mais tarde, a drª manuela foi substituída por marques mendes (o sempre baixinho) que por sua vez foi batido por pedro passos que veio a bater josé sócrates... e se osíris não acode havemos de ver pedro passos a correr à frente da populaça bravia e a tentar esconder-se na tendinha do rossio. perdedores são aos montes. numa breve volta pela história da nossa democracia percebemos que todos perderam. só quem não perdeu foram os que se conseguiram escanchar em belém. dá sempre para duas voltas garantidas. cavaco do psd foi uma excepção. de todos os candidatos ditos de social-democratas foi o algarvio que conseguiu fazer-se eleger em belém (com grande margem de abstenções). maiorias legislativas só as tiveram cavaco primeiro-ministro por duas vezes e sócrates uma. cavaco depois de duas legislaturas com maioria foi despachado pelo povo. o povo percebeu que as auto-estradas e os centros culturais não lhe traziam futuro. ao substituí-lo (durão+santana=pró-cavaquistas) por sócrates esbarrou numa utopia que começava a sair muito cara à bolsa dos contribuintes. a coisa ficou feia quando o governo sócrates começou às dentadas nos vencimentos dos considerados ricos trabalhadores da função pública. com isto quero dizer que para governar é preciso fazê-lo coligado. quem nunca precisou disso foram três líderes. a saber: joão bosco mota amaral, carlos césar e alberto joão jardim. nem joão bosco nem carlos césar precisaram de chantagear o poder português para caírem nas boas graças do eleitorado  ilhéu. o eleitorado açoriano vive em nove ilhas ao passo que o madeirense vive empilhado numa ilha mais pequena que são miguel. o madeirense tem de se virar para sobreviver. na ilha da madeira há mais população do que no conjunto das nove ilhas açorianas. este elemento permite distinguir o homem/mulher que habita o meio do atlântico. o eleitorado açoriano tem mentalidade servível e é muito moquenco.  usa o ridículo nos outros como única vingança dos que lhe são superiores e o colonizam. se alguma vez um líder açoriano fosse visto em cuecas no carnaval e a dançar e a beber tinha os dias contados. os líderes açorianos vivem muito direitinhos e nunca mijam fora pa púcara. o madeirense não está na vida nem como os açorianos nem como os portugueses do continente. bem, vamos à chantagem feita por jardim ao longo dos seus 38 anos de governo. jardim sabe que o portugal actual não sobreviveria sem os dois arquipélagos. portugal seria engolido na península ibérica que é de facto a sua tendência histórica. os portugueses não prescindem dos dois arquipélagos. tempos houve que mesmo vivendo em democracia se perseguiram ilhéus que se queriam ver livres da pressão do terreiro do paço. este modelo de pensar tem origem na diplomacia comercialmente interesseira dos ingleses que para dividir o continente nos ensinaram a odiar a espanha e frança. jardim ameaçou com a independência alto e bom som. ninguém o levou à barra dos tribunais por este comportamento que é lesivo ao "interesse nacional de alguns". mas os continentais sabem que jardim poderia dar início a um movimento de independência desde que pudesse demonstrar o colonialismo português. facilmente se provaria que o estado português atenta  contra a autodeterminação dos povos regimentada na base do pensamento das nações unidas. e a fazê-lo seria apenas num modelo pacífico. seria péssimo para esta unidade nacional que se arrasta para o precipício auxiliado com o pessoal actual que toma conta dos negócios do estado. por perceber que portugal estava refém da sua própria e minúscula política mascarada de descentralização é que jardim fez da madeira uma região autónoma de raiz. jardim foi ministro dos negócios estrangeiro naquilo que dizia respeito à madeira. os açorianos, pelo contrário, nunca puderam falar por eles mesmos. os enormes interesses da região "autónoma" dos açores nem têm representante quando os portugueses negoceiam e comem favores  com potências estrangeiras à custa deles. mas está tudo bem para os açorianos, pois nem um par de cuecas precisam fazer. compram tudo com o dinheiro que portugal dispõe para a sua a vivência. vivem como mamões. há quem pense por eles. e sendo assim, deixa estar que está bem. os madeirenses  vivem com outros objectivos. o facto de estarem empilhados como galinhas sem espaço a não ser para pôr ovos fá-los actuar de modo diferente. são mais criadores e empreendedores. são atrevidos e perigosos nos negócios. por este tipo idiossincrático é que jardim (interpretando-o) colocou a madeira num palco invejável. jardim criou uma dívida imensa para fazer da madeira uma espécie de mónaco. a madeira de antes da "chantagem" jardinista não se pode comparar com a madeira actual. são dois mundos. a dívida só foi descoberta o ano passado? impossível! o país foi assolado por quadrilheiros que roubaram o erário público nas barbas das autoridades fiscalizadoras. jardim desviava para a madeira o que podia dos dinheiros que circulavam em portugal e investia-o na região, enquanto os outros (os quadrilheiros) o colocavam nos seus bolsos. vamos ao que se passou no psd/madeira. com o aperto das finanças públicas, o governo regional fica com pouco espaço de manobra o que significa deixar de governar. por temerem perder privilégios os grandes companheiros de jardim começaram a abandonar o barco e este abandono não é mais do que deslocarem-se das posições de jardim que vai ter de pagar as ofensas feitas a portugal em nome da madeira. antes apoiavam a chantagem independentista, mas agora isso é perigoso porque a teta secou.  e vai daí saltam para uma aproximação a portugal. mas quem é que quer esta aproximação? de caras é a elite que não passam de três mil e poucos eleitores partidários. logo em seguida os comentadores falaram do fim do jardinismo. esqueceram as centenas de milhar de elitores madeirenses que ainda não estão contaminados pelo golpe de rins das elites. o eleitorado madeirenso só olha a madeira através de jardim. não sou eu que o digo, mas sim as urnas. dos oportunistas madeirenses se há-de  ouvir mais qualquer coisita. aguardemos os próximos despejos se bem não conheço o madeirense.
nota: a elite revoltosa que ainda há pouco vitoriava os gritos à ipiranguista de pedro IV do alberto-ditador (que vai a votos), neste momento, toda ela é "miguelista".
manuelmelobento

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

a igreja, o "futebol" e a trupe que se acoplou lucrativamente no estado

no portugal democrático o povo viu construir à sua volta a verdadeira (quanto possível) descentralização. não há aldeia, monte ou canada em que não se vislumbre uma ermida ou uma igreja. à volta dela pode-se encontrar um campo de futebol e logo ali ao lado uma sede de clube.  e o estado não dá sinais de si? em 38 anos, o estado para não perder "o controlo das massas" multiplicou-se como caganitas de pombas de lisboa que as autoridades e algumas boas almas estão a levar à extinção. como? criou juntas de freguesias (mais do que as havia), assembleias de freguesias, e, ah, tesoureiros de freguesia! este modelo de organizar o interior e o longínquo do país daria bons resultados não fosse o povo português de um atraso tremendo (atraso em relação à europa culta de que ilusóriamente faz parte). não estou a culpar o povo nem as "autoridades" de tal constatação. mas que é um facto o que vou dizer lá isso é. experimente retirar o pároco de uma freguesia e veja-se o movimento contestatário que nasce como as urtigas. o povo até ameaça limpar o cebo ao bispo da diocese respectiva se não lhe devolverem o seu querido cura para as acções dramáticas  do teatro dominical com sede no altares. no lúdico quando não há equipa de futebol aquele instala-se em bandas de música. brigam os músicos por clubismo. vai lá um homem explicar o porquê. quando o futebol se enraíza a briga dos músicos e associados decai de intensidade. o futebol arrebata a raiva, invejas e perturbações introspectivas. há que controlá-lo. foi fácil: os partidos políticos investiram no futebol e lá colocaram os seus agentes secretos umas vezes e de cara ao léu noutras. as juntas de freguesia também foram tomadas pelos agentes partidários, pois interesses imensos por lá transitam. o povo que é sábio para adivinhar chuva, mas que é burro quanto ao resto não petiscou nada e foi manipulado umas vezes pelos caciques outros pelos sacerdotes que lhe cuidam da alma desde que é parido até à extrema unção. as juntas de freguesia para além de disporem de dinheiros para "obras" locais acabaram por dar emprego e vencimentos a certos eleitos. entregou-se ao povo a possibilidade de ele poder reter para si a capacidade de se autogerir. como? através do voto livre. incapaz de pensar por si, logo apareceram os mentores que lhe impigiram orientações e directrizes comportamentais. estes três organismos que devian estar à sua disposição acabaram por o armadilhar e aprisioná-lo. é domesticado no racional pela igreja ou igrejas. na reacção comportamental física, o "desporto" serve-lhe de açaime. na barriga tem as migalhas que lhe são distribuídas parcimoniosamente pelos sete sábios que se instalaram na cadeira do poder. quer dizer que aquilo que o poderia tornar senhor do seu destino é afinal o garrote com que o torna numa comborça oferecida. aqueles que se dedicam ao estudo destas teias reconhecem que se torna impossível descentralizar dado que sem uma cultura cívica interiorizada o povo será sempre uma manada conduzida por cowboys ou coroneis. hoje, discute-se a revisão constitucional. como será possível discuti-las nas bases se estas são o que acabei de retratar? sejamos verdadeiros! clero, nobreza e povo nunca deixaram de existir como classes. só que hoje, se designam de modo diferente. dirão alguns que certamente estarão contra: isso é reaccionário; pois até o povo se desloca em viatura própria. pois, pois... não há pachorra para mais!
manuelmelobento