segunda-feira, 27 de setembro de 2010

ELEIÇÕES, SUPLENTES POLÍTICOS E AS VAGINAS IMPORTADAS





Se os partidos portugueses com assento em São Bento chegarem a um acordo, o senhor doutor Anibal e sua excelentíssima esposa continuarão a pernoitar em Belém. Será um arranque para as eleições presidenciais a 77% e com perspectivas em ganhá-las a 56%.. Também o senhor engenheiro José terá a vida facilitada para continuar a governar nas calmas. E porquê? Por que uma vez acordados PS E PSD, o povo dirá: estão a ver que até Anibal o quer em São Bento - trata-se de José. Depois das eleições e reeleito Anibal não seria de bom tom desfazer (dissolver) o Parlamento, pois isso traria mais uma grande vitória a José. Não seria um período de três meses o suficiente para borrar a imagem que Anibal limpara pedindo a Pedro - o líder oposicionista - que aceitasse retocá-la.

Se o cenário fosse excatamnete o contrário, Anibal estaria condenado a perder créditos e eleições. Pedro, o líder citrino, ganharia o espectro da alternativa não aceitando pactuar com a desgraça mediática em que o país caíu. Ora, uma vez constatado o desgaste hilariante do Presidente inócuo havia que o substituir por um verdadeiro candidato PSD/Direita. É a altura de o outro Pedro - o que anda por aí - saltar para a ribalta e mostrar o que vale. Na minha opinião, que nada tem de modesta, Pedro Santana Lopes teria toda a vantagem em candidatar-se. Anibal não é candidato deste ou daquela partido. Meteu na cabeça economicista-estradista que candidatando-se sozinho teria como pano de fundo o povo e o seu alto ajuizar. Não, meu querido boliqueimense, alguns não gostaram de ver legislado que homens casassem com homens e mulheres com mulheres à revelia da Igreja de Roma que como se sabe é toda ela vocaccionada para o sexo no seu devido buraco. Este país ainda há pouco tempo não permitia que as mulheres votassem. E isto deu-se no tempo da Primeira República, onde nem todos os políticos eram filhos de puta. Elas passaram a votar no tempo do Estado Novo!!!!!!!!!!!! Quero dizer com isto que o casamento entre antropomórficos que confundem vaginas e falos por orientação sexual desordenada devia ter levado mais tempo a ser implementado entre nós. Estou de acordo que cada um faça do seu sim senhor o que muito bem lhe apetecer. Por mim tudo bem. Até porque não sei o dia de amanhã e também sou antropomórfico e filho da natureza.

Para terminar esta missão evangelizadora de difusão de ideias para Portugal que agora me cabe por estar a envelhecer a olhos vistos vou relatar a minha última invenção que me surgiu quando observava um resumo filmado de um jogo de futebol entre equipas portuguesas equipadas somente com jogadores estrangeiros. Pequena nota: os jogadores nacionais não têm pernas para jogar futebol - excepções há-as, mas são tão poucas que dá para chorar - daí que se importe quem corra como os cavalos e meta golos com aquilo onde se encaixa os cornos e que dá pelo nome - em alguns mortais - de testa. Na política também nos faltam elementos humanos capazes. Achei por bem propor a importação de estrangeiros para substituir os inquilinos de São Bento e de outros lugares - a bem dizer - de má nota. Veriam como a coisa melhoraria muito. Ah, não é preciso importar putas. Já cá chegaram há muito e tudo porque as que tínhamos (prat da casa) não só não davam vazame como também utilizavam métodos pouco adequados às exigências dos tempos modernos.

mmb

domingo, 26 de setembro de 2010

OU PSD OU PERU NO NATAL





Cavaco e Silva - mesmo parado - vai à frente. Assessor esperto acompanha o Presidente e aconselha-o a tomar a melhor atitude neste período que antecede o acto eleitoral que indica o futuro inquilino de Belém: rir e pedir calma a todos, inclusive Passos e Sócrates. Entretanto, Sócrates, qual aracnídio, vai desprendendo algumas pernas para ganhar tempo. As duas patinhas da Saúde e da Educação não as largará tão cedo, o que lhe permitirá manter-se no poder por muito mais tempo. Sairão sacrificados nesta estratégia Manuel Alegre que quer manter o Estado Social e outras peças menores da actual bandeja do nepotismo à portuguesa. Manuel Alegre que se identifica com a Constituição vigente assusta os pobres diabos dos portugueses que preferem um Cavaco acomodado e sem saltos que permita que se governe à esquerda mas com rédea curta. Uma esquerda reivindicativa e desbragada faz muito barulho, o que é contrário ao costume da paz nacional. Isto quer dizer o seguinte: com Cavaco há a garantia de vivermos de crédito por muito tempo, pois não espantaremos os nossos credores. No fundo é o que interessa. Alegre revolucionário não! O capital estrangeiro retrair-se-ia. Muitas palmas para Alegre, porém, votos?, só os dos conscienciosos da política. Um milhão? Talvez nem tanto. O bom povo inclina-se mais para uma direita que o alimente regularmente do que uma esquerda dos Direitos, Liberdades e Garantias que tudo promete e dá a espasmos e retrocessos. Nota positiva para o Ministro das Finanças. Pode não ser muito trabalhador, mas aparenta estar sempre numa de grande esforço para resolver e lutar pelos nossos interesses. E é isso que conta. Quando fala parece que tem sempre razão. Contamos com ele e ninguém faria melhor, pensamos nós de que - desculpe ó senhor Pinto da Costa. Passos Coelho dá a ideia de ser muito ingénuo - o vetusto Professor o disse - e ninguém quer rapazes a resolver a nossa vidinha. Por último mas não finalmente, o nosso Sócrates na sede da ONU em vez de apregoar computadores acabou a fazer queixinhas da oposição. Internacionalmente queimou principalmente o PSD. Toma que já eras! Finalmente e por último, se tomarem o nosso querido décimo terceiro mês como o fez o dr. Mário Soares no tempo que era primeiro-ministro, certamente que teremos um governo chefiado por Passos Coelho a copiar o cavaquismo. E, este, como sabemos, durou dez anos a fazer estradas e mais estradas e obras de espanto e fachada com dinheiro que estamos a pagar agora e que ele pediu emprestado aos nossos companheiros da Europa Unida. Sócrates não caíu na cantiga propalada pela exasperada oposição. E negou-o intempestivamente. Por essa razão, venham os saldos e as compras desenfreadas que vem aí o Natal dos pagãozinhos, perdão dos pequeninos. Beijinhos para o prof. Teixeira dos Santos e força, muita força para os enfrentar em São Bento. Essa era muito boa: ficarmos à nora. E o perú?

PS: claro que estamos a falar de direita e de esquerda sem haver qualquer correspondência com as ideologias que lhes dizem respeito. Estamos a falar de caras. E algumas parecem de direita enquanto outras de esquerda.................

mmb

A BOCA DA MARQUESA ANN SALTER-BURG VON WILMERSTEIN

"Portugal é um país de economistas sem economia!"
Ann Salter-Burg Von Wilmerstein neta do general Salter-Burg em conversa amena com uma amiga desconhecida na saleta do seu solar em Lisboa enquanto tomavam um chá indiano.

domingo, 19 de setembro de 2010

ENCONTRADA PINTURA DO GENERAL JOSÉ SALMOURA PICO E SALTER-BURG


Pintura do general Salter-Burg que viveu no século XX encontrada numa casa de Ponta Delgada.
Um texto encontrado no caixilho da moldura não pode deixar de nos proporcionar uma reflexão sobre o Portugal de hoje visto por este visionista.
"... viajei por tudo que é parte. Do muito que conheci nada me impressionou que tivesse mais dimensão do que somos. Fizemos parte do Mundo como cientistas que buscaram na natureza respostas rigorosas. Cedemos os nossos conhecimentos a outros devido ao nosso espírito de participação. Por distracção e boa fé deixámos que nos utilizassem como trampolim. Esqueceram-nos, pois isso relembraria que tínhamos sido os primeiros. E isso não convinha a quem se apropriou do nosso saber e postura. Tudo se fez em abono do esquecimento de um povo que sem ter de pegar em armas para se comprometer em genocídios vive em liberdade desde que se conhece. Houve, de facto, períodos em que a liberdade foi escurecida. Mas esses momentos foram, comparados com o tempo de ser português, muito estreitos. Dir-se-ia que uma ou outra ditadura que alguns sustentaram por períodos curtos nada mais fez do que corrigir autofagias. Foi o perigo de resvalarmos para uniões que nos destruiriam que acabaram por justificar tais aspectos menos higiénicos no salutar convívio intramuros."
Vamos tentar traduzir os textos que se encontram legíveis e muito pouco conservados.
mmb

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A MINISTRA MARIA ISABEL DE MELLO GIRÃO - Isabel Alçada



A ministra da Educação é uma pessoa bem calçada. Isto é, pertence a uma burguesia que fazia já no tempo da outra senhora várias refeições por dia. Refeições sentadas, que é como quem diz com assistência de criadagem. Cinco refeições sem tirar nem pôr para não criar uma certa fraqueza ao corpo. O chá das cinco - excepção - era coisa de saleta e de boa conversa , nem sempre a calhar devido aos afazeres académicos. Mal chegava a casa, a primeira coisa que fazia era ir lavar as mãos. Caso tivesse cumprimentado semelhantes abaixo escalonados era certo e sabido que teria de se desinfectar com álcool sanitário cuja percentagem variava entre os 70% e os 95%. Apesar desta agenda social prática a ministra Maria Isabel de Mello Girão nunca esquecia que todos eram iguais. A ministra que também dá pelo nome de Isabel Alçada teve uma educação primorosa. O gesto, o sorriso, a postura, tudo nela é profundo e de raiz. O facto de se ter licenciado numa universidade nada lhe acrescentou. Podia ter obtido um diploma de culinária que ela não mudaria em nada. Em casa paterna se formou excelentemente. Ela aparenta aquela fragilidade tão ao jeito dos bem vividos que não precisam de gritar para se impor em qualquer lugar, seja este uma tasca típica ou uma sala de conferências de São Vicente de Paula. A Giaconda se fosse viva teria aprendido a melhorar o seu sorriso com ela - Isabel Alçada. Não comparando o da modelo da pincelada vinciana fica a léguas de distância do da nossa ministra. Qualquer coisa como ver o Guincho do Forte de São João do Estoril. Isabel Alçada veio substituir Lurdes Rodrigues. São pessoas diferentes. Com métodos diferentes e falas diferentes. Origens também diferentes. A Rodrigues era uma mulher de armas. E com estas tentou levar a Lei de Bases do Sistema Educativo para onde ele já devia ter ido: para o fundo. O pior é que não sabia como tirá-lo do fundo para o renovar. É onde ele está agora. Os professores foram tratados como funcionários públicos e a partir daqui o Ensino transformou-se numa espécie de papel selado onde tudo ficava oficialmente aprovado. Menos escolas melhor Escola. É uma boa ideia, só que isso só pode acontecer com melhores professores. Pedagogos actualizados mais interessados em formar do que classificar. Os professores teriam de ser reciclados e os objectivos fundamentalmente alterados. Para uma escola que ensina, por exemplo, inglês durante sete anos , era de se esperar que os alunos dominassem aquela língua. Onze anos a aprender matemática para no final descobrir-se o desastre da ignorância. Ou os professores não atinam com os métodos de ensino ou os alunos são na sua maioria burros de cartolina. Ou o Ministério é composto pela imbecilidade oficial ou os manuais aprovados são bosta de vaca prenhe. Para que serve ensinar inglês, por exemplo, se os alunos não aprendem? Para quê pagar a professores se eles não ensinam? Os sindicatos de professores reivindicam desfazados objectivos de corporação. Bem, talvez a questão seja a de o fim de um ciclo. O Sistema Nacional de Saúde está a dar o berro. Quase chegou a ser um êxito. Foi furado por irresponsáveis. As comunicações rodoviárias estão emperradas. A pergunta que segue é como sair desta tristeza? Já sei! Com os salamaneques alçadianos.

PS: Reparem na foto da ministra. Vejam como se batem palmas, como se deve estar sentado, como se usam jóias de família com a discrição higiénica, como se sorri suavemente de dentro para fora, reparem no estilo e na personalidade das vestes. Até dá para aconselhar a dona Maria Cavaco e Silva a mudar de trapos.
Nota final: Como gostaria de estar presente no diálogo havido entre o "intelectual orgânico" e dirigente da FRENPROF Nogueira e Madame Alçada. "E vai mais um bolinho de coco, meu caro professorinho?" E ele a trincá-lo ao estilo das massas culturalmente activas e deleitado com a presença da magnífica ministra acena que sim, pois já sabe que não se fala com a boca cheia, mesmo com bigode aparado.
mmb

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O CANDIDATO PRESIDENCIAL OCULTO


"Carta escrita para ti cara bonita"


Há um planeta satélite da Terra - dizem que só existe um - que apresenta sempre a mesma face voltada para ela. A Lua. A parte visível é dos namorados e dos americanos. A face oculta é de quem a apanhar. Já deram sinais de si Manuel Alegre, Fernando Nobre e outros que também se caracterizaram como candidatos à presidência. Todos eles apresentam uma face oculta. Que é o que não sabemos deles. Realmente, nada nos permite afirmar que o actual Presidente Cavaco e Silva é outro dos candidatos. Questionado, o professor de economia fecha-se como a gaveta dos trocos da dona Maria que foi perceptora do doutor Salazar nos últimos dois anos de vida deste. Num país de curiosos, o facto é que enquanto Cavaco e Silva não se pronunciar se sim ou se não, nada terá interesse que diga respeito ao acto em si. E assim é que o que mexeu acerca das presidenciais foi uma carta da professora Edite Estrela alertando para os perigos de uma hipotética candidatura de e Silva. Teve tanta força que acabou por colocar como alvo preferencial a ida de e Silva outra vez para Belém e a consequente destruição do Estado Social. Ao contrário do que disse na TVI o professor Marcelo acerca da importância de Estrela, o facto é que ela tem peso político. Tanto assim é que uma carta por ela escrita e subscrita foi a sobremesa de vários dias nesta pasmaceira. Penso que foi com a "carta escrita" pela reconhecida linguísta que o problema se abriu ao interesse público. O Presidente e Silva está mal habituado ou, bem habituado a manter tabus. Passa dias, meses e anos a não declarar nada. E se o faz é para dizer banalidades e desconchavos. E Silva sabe que o eleitorado português é na sua grande maioria patego, campónio e romeiro. Portugal de hoje é ainda uma redacção de Júlio Dinis do tempo de "Serões da Província". E vai daí, com a sua intuição política adestrada vai montando o seu estilo "artista mistério" para recolher o aplauso na hora da descoberta. Uau! Sempre se vai recandidatar! Que bom para todos! Portugal continua dentro dos momentos europeus. Quanto a Manuel Alegre... bem, vai precisar de muitas Edite Estrela para corrigir a sua face oculta, que também a tem. Edite Estrela teve o mérito de indicar uma coisa que nos escapa: o caminho de um fascismo à portuguesa está aí está a chegar aliado com o individualismo também uma carcterística bem visível destes nacionais.

mmb

sábado, 11 de setembro de 2010

CARLOS CRUZ ABSOLVIDO




Algumas personagens têm tido mais sorte do que outras. Carlos Cruz é uma delas. Foi julgado (condenado e absolvido) na Praça Pública e na Praça Pública se defendeu.

Os julgamentos na Praça Pública têm juízes, procuradores, advogados de defesa, testemunhas abonatórias e de acusação, assistência, apupos e aplausos. Procuradores da República, Órgãos de Polícia Criminal, Juízes de Intrução, vestígios, indícios e produção de provas não faltaram para, conjugados, o incriminarem. Até ao intervalo desta peça aristofânica pós-traumática, o apresentador maior de Portugal (facto nunca desmentido pois ainda o chamam de Senhor Televisão) foi acusado, culpado e sentenciado). As provas incriminatórias eram tão fortes que se mantiveram. Como resultado: a condenação. Esteve ali, esteve acolá, disseram. Fez isto, aquilo e aquela outra, disseram. E disseram, disseram e disseram tanta coisa sempre dizendo. Os testemunhos em Portugal fazem fé em tribunal e não sem antes haverem passado pela fase de inquérito onde são organizados levam à condenação sem apelo nem agravo. Como não podia deixar de ser, não havia possível escapatória para Carlos Cruz!

2ª Parte da Peça

( A primeira parte desta peça é permanentemente acompanhada pelos "mídia". São eles que colocam na travessa das apetências do interesse público"os dados" que vão recolhendo)

"Carlos Cruz" é material de procura, compra e venda. E agora? Agora, ei-los - aprisionados pelos próprios meios - a ceder - não tinham outro remédio - a Carlos Cruz o espaço a que tinha direito.

E vai daí, Carlos Cruz desmonta aos olhos de todos - ajudado muito naturalmente por dois monstros sagrados do foro - a peça acusatória pedrinha por pedrinha.

Carlos Cruz demonstra que não tem o dom da ubiquidade (Não é Deus que se saiba), quando o acusam de estar ali ele prova - mas prova mesmo - estar acolá. Ah, esteve acolá! Acolá não, eis as provas! Portanto, não esteve acolá! Fez isto, acusam! Quem fez estava acompanhado. Muito bem, mas as companhias entraram em contradição. Foi em "Março", diz um. Foi em "Abril", diz a outra testemunha. Dúvida instalada. O processo testemunhal base do edifício penal português entra em pré-colapso. Beneficia o acusado é uma questão de " in dubio pro reo". E agora, com a dúvida instalada em vez de beneficiar o réu, beneficiam os acusadores. Não faz sentido. Cruz aproveita a seu favor. Quem não o faria? Cruz prova que as casas onde foi acusado de estar eram cenários adaptados para encaixarem com as acusações. Declarações dos construtores ilibam Carlos Cruz. E agora?

Carlos Cruz em frente às câmaras fez o que tinha a fazer: defendeu-se. E defendeu-se bem. Diga-se em abono do que foi dito que a ser julgado com as mesmas armas com que foi acusado se torna absolvido.

Nota - Como existe outro julgamento (com outros actores) e ainda não nos foi permitido lê-lo como sentença não acho bem pronunciar-me.
mmb

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ANA MADUREIRA NO CORREDOR ASSOCIAÇÃO CULTURAL

Em exposição no
CORREDOR ASSOCIAÇÃO CULTURAL , Rua Guilherme Poças/Ponta Delgada :
"O vago soluço dos seres complicados" de ANA MADUREIRA
"...Deve falar-se da luta por uma nova cultura, isto é, por uma vida moral nova que não pode deixar de estar intimamente ligada a uma nova e clara percepção da verdade da vida até que esta intuição se converta num modo original de sentir e de encarar a realidade, intimamente conatural com as probabilidades artísticas e a possibilidade da arte para actuar."
in
GRAMSCi, António
a formação dos intelectuais
Colecção 70/1972
trad. Serafim Ferreira

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

JUIZ RANGEL - O CHARME DA ALTA




O Juiz Rangel

Não é que deu uma tacada bem forte no executivo. Falava numa estação televisiva, hoje dia 9. Pertence a um Órgão de Soberania! Critica outro Órgão de Soberania. O mesmo Juiz que na passada segunda-feira se "indispos" com o bastonário da Ordem dos Advogados por este ter dito coisas racionais num tom impróprio - eu também acho que Marinho Pinto devia ser mais maneiroso. Talvez utilizando como o sr. Juiz o charme da alta burguesia, naquele muito pertinente. O Juiz fez uma observação negativa de cariz político em público. Não sabendo qual a sua filiação, de certo não será rosa. Sem querer posicionou-se políticamente e, perdoe o meu raciocínio, dispos-se publicamente numa área partidária (qualquer que não a visada). É elementar, caro doutor. Esta não é a altura própria para uma assunção política - tudo é política - tão clara. Dirão os leitores que como só estava em causa uma crítica ao partido do governo seria lógico que a crítica não se alargava a mais quatro facções ainda existentes. Tudo bem, e por que não? Não é isto que está em causa! O que está em causa é uma atitude de cariz político que traz consigo uma postura antagónica entre os que representam esta República ao mais alto nível. Na minha opinião não passa de um erro. Muito grande, acrescento.

mmb

domingo, 5 de setembro de 2010

LANÇAR CÉSAR PARA APARAR ALEGRE






César, socialista dos Açores é, hoje, um dos poucos políticos que escapou à sanha circense da comunicação social. Isto é, ao tempo que ele governa a RAA, aquela nada tem a apontar-lhe a não ser sucessos sucessivos. O mesmo já não dizem os adversários políticos, porém, isso até é salutar num sistema democrático (ainda não muito recomendável). Há tempos, quando César ganhou pela primeira vez as eleições legislativas regionais, julguei-o mal pois comparei-o a outras personagens que com o andar dos tempos demonstrariam não terem a inteligência nem a apetência para líderes. César seria naquela altura a mente mais salutar dos quantos, de bicos nos pés, queriam autoproporem-se como actores e fazedores de futuros. Beatos e pagãos ao estilo das ilhas de bruma fechadas até ao mar, os seus competidores mais não tinha do que um visão parcelar do que era a vida público-política. César abriu os horizontes sociais muito mais do que Mota Amaral. É bom que se diga que Mota Amaral governou os Açores numa altura em que até os seus "amigos" da direita cristã lhe criavam todo o tipo de obstáculos. Por uma birra ou coisa mais séria, o líder social-democrata abandonou a meio a "sua" obra e escondeu-se na capital. Onde lhe atribuiram um cargo que é uma espécie de Óscar de fim decarreira para quem o esquife se prepara para receber com flores e circunstância. Deixou órfãos toda uma caterva de descabeçados, que habituados a não terem ideias se foram desmanchando pelas paróquias e pelas romarias. Mota Amaral tinha um número dois - Américo Viveiros - que num golpe de mágica se apossara de uns quantos órgãos de comunicação social. Uma espécie de Balsemão, mas de outras origens. Vi nele uma alternativa à chefia de Mota Amaral. Quer se goste dele ou dele se tenha reservas era natural que viesse a liderar o PSD/Regional. A Igreja e ele são uma espécie de compadres de sacristia o que lhe fornecia uma capa carmim pró suave beatificação ao gosto dos indígenas votantes. Mas, Natalino Viveiros perdeu-se. E perdeu-se por não ter optado por colocar o serviço público como primeira grandeza a alcançar. Olhou demasiado para si mesmo. E adeus! Muito tempo depois, os laranjas organizando-se refizeram-se à volta de Berta Cabral. Porém, perderam precioso tempo com a reformulação das hostes e estripanço das tricas internas.

Com este grande vazio de oposição, César teve tempo para criar uma espécie de Estado Novo-Social Regional . A Justiça, as Forças da Ordem, a Corrupção, o Desemprego, a Imagem dos Dirigentes, as Relações com a Igreja, o Compadrio, as Obras Públicas, os Abusos do Poder, etc., tudo isto está controlado por César de tal modo que se pode dizer que a Região é um exemplo em comparação com outros. Como é que César chegou a este ponto alto numa altura em que a imagem dos políticos é aquilo que todos nós sabemos? O que sei e estou apto a referi-lo, é que quando alguém mete o pé na poça leva um bilhete de ida sem volta que se vislumbre. Sai, simplesmente. Para governar e bem nada como uma opinião pública cordata, obediente e pouco reivindicativa. E há que dizê-lo: reivindicar o quê num país no estado em que está?

Sócrates, o mais chamuscado chefe de governo dos últimos 110 anos (10 anos mais para incluir João Franco) sabe que precisa como de pão para a boca de um socialista que resista às invectivas de certa comunicação social que se apraz em queimar tudo e todos - o mercado democrático assim o exige. A política de terra queimada contra esta esquerda portuguesa tem vindo a cimentar o carisma de Cavaco Silva - não se sabe onde o foi buscar (só se é por nunca abrir a boca) - permitindo prever-se uma derrota em grande estilo dos socialistas. Assim, sem outra alternativa para quebrar a descida das intenções de voto nas presidenciais e com Alegre entregue a deambulações mitológicas no universo dos Direitos, Liberdades e Garantias, Sócrates começa a empurrar César para torná-lo no escudo protector pós-presidenciais. Tudo leva a crer que Cavaco ganhe as eleições. Em seguida cai o governo e a consequente saída de Sócrates. O PS sem chefes carismáticos e impolutos - repito impolutos - precisará de mais um líder a prazo para se poder impor no deserto que se avizinha. Só César está nessas condições! César está para Sócrates como o Padre Cruz esteve para Salazar. É que enquanto o santinho viajava pelo país abençoando galinhas, perús de Natal, esta e aquela velhinha, Salazar lá ia governando também abençoado. Cairá César na esparrela? Para já ele diz que não.

manuelmelobento







quarta-feira, 1 de setembro de 2010

JUSTIÇA - PEÇO JUSTIÇA

Antes de ter ido para férias, pedi a entidades abstractas que levassem o prof. Carlos Queiroz a tribunal. Mais, que o condenassem. Assim, parece ser o que está ou vai acontecer ao seleccionador nacional. Fiquei muito satisfeito. Só espero que não demore muito para o fuzilarem. Já agora, peço também às mesmas entidades abstractas o favor de criarem o cargo de Ministro do Futebol para premear o actual secretário do Desporto. O homem merece.
Portugal é um país de asnos. O futebol é um desporto belíssimo quando jogado por equipas formadas por gente que gosta de pular, meter a cabeça à bola a fim de ela entrar numa baliza, e etc. Depois do jogo ter terminado ala tomar banho e beber uns púcaros. Isto é o que eu pensava que o futebol era. Quando deixei de jogar (brincar) e passei a ir assistir a jogos é que percebi que também eu era um grande asno. Gritava, chamava nomes feios a quem não pertencia ao meu clube. Até cheguei a chamar gatuno ao árbitro. Acabava o jogo e lá estava eu a comentá-lo e a exaltar-me com as minhas próprias análises quando em confronto com outros doentes. Pára, pára! Parei para pensar e pronto. Cheguei à conclusão que aquela actividade tinha de ter um certo espaço. Pelo menos a violência verbal também a ela se conjugava. Mas, nem meio mas, aquilo é assim. Por isso - e outras coisas mais - é que se trata de um fenómeno difícil de explicar. Não posso estar mais em desacordo com o que estão a fazer ao Prof. Queiroz. Assisti aos jogos e apercebi-me que os nossos jogadores - talvez dos melhores do mundo - borraram a pintura de uma selecção que tinha uma postura de dignidade voltada para o exterior e que tinha o dedo indiscutível do professor. Não jogaram à altura do que deles se esperava. No jogo crucial não foram felizes. Será isto o fim do mundo? Não, não será. Só os asnos da bola (alguns) querem arranjar um bode expiatório para pagar os coices mal dados numa bola. Só gente incapaz de preparar o futuro não se apercebe que é preciso corrigir os erros com os mesmos que erraram. Não proceder assim dá azo a que se recomece do princípio à escala zero.
Nota final 1:
o professor empregou termos futebolísticos - pouco dignos no salão das senhoras Sousas - que afectaram as meninas do controlo das drogas? Nada mais simples! Aplique-se a lei. Multa, prisão remível? Tudo bem. O professor impediu que se cheirasse o chichi dos atletas? Rua! Olho da rua! Não foi isso que aconteceu! E então? Então, ora bolas a questão para alguns é quererem fugir ao que combinaram contratualmente, isto é, nada de cacau para o seleccionador. O professor tem uma imagem a defender e cacau a receber. É o outro lado da questão.
Nota final 2:
Temos jogos de apuramento da selecção com o seleccionador suspenso! Bem, vão-se lixar.
Nota final 3:
Sinto-me tão bem neste papel importantíssimo de comentador da bola. Uau!!!!!!!!!!!!!!!
mmb