domingo, 26 de dezembro de 2010

ALERTA DO WIKILEAKS NACIONAL



Atenção a todos os Sem Abrigo: o governo prepara-se para criar nova legislação que vai abranger todos aqueles que tomem espaço na via pública no estado de deitado. Se ficar de cócoras está dispensado de qualquer pagamento. Aos antropómetros seguir-se-á a criação de novas medidas restritivas e respectivos aparelhos.

PS: para além disso, o governo também está preocupado com o movimento de solidariedade entre os pobres. E, nesta perspectiva, já ordenou aos Órgãos de Polícia Criminal para investigarem a proveniência do dinheiro que custeou as refeições anuais e que incidem sempre pela época do Natal, para, como é óbvio, proceder em conformidade. Se são pobres, como é que aparecem com dinheiro? Se este governo tem por objectivo empobrecer o povo, como é possível tal comportamento? Aqui há gato! Há suspeitas fundamentadas acerca da fuga aos impostos pelos pobres! Esta foi uma das razões que levaram, nesta quadra festiva, a que os políticos portugueses só agora se preocupassem com a pobreza. Os pobres andam desconfiados. E com razão.

Paulo Rehouve

Grande repórter

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

NASCER DUAS VEZES É SER TÃO SÉRIO QUANTO ANIBAL C. SILVA




Se não me engano não há ninguém sério em Portugal. Por que razão disse o que disse Anibal C. Silva quando confrontado com o senhor candidato Defensor M acerca de actos esquentados ou a esquentar nos próximos tempos? O candidato-presidente não estava habituado a levar nas trombas. É que, se os que o acusam para serem sérios teriam de se inscrever no metempsicose club, já os amigos de Anibal C. Silva - que estão a contas com a justiça - também estarão integrados nessa filosofia oriental mais tarde assimilada por Platão, o grego. Refiro grego porque Sócrates há muitos e é preciso disringui-los. Para Anibal C. Silva assumir não ter de transmigrar espiritualmente (pelo menos duas vezews) seria de bom tom devolver o dinheiro que ganhou com o banco fraudulento. O que ele fez é considerado legal. Ponto parágrafo final. Porém, passear numa rua onde possa estar algum cliente defraudado pelo referido banco pode dar azo a que possa ouvir: o meu rico dinheirinho desapareceu e eu mais meu comprade sabemos onde foi parar. Eu penso que não devolveria o dinheiro que tivesse ganho naquela espécie de dona Branca ( a que foi presa) e digo isto porque não estaria disposto a nascer duas vezes. Porra, com aquilo que já disse do deus do senhor Anibal C. Silva, aquele divino filho da Virgem (estou a falar do deus que foi importado da Palestina) certamente não me deixaria nascer à segunda. Não arriscava. Todavia, a afirmação de ACS permite concluir que ele só nasceu uma única vez. O que, diga-se em abono da verdade, é um feito digno de nota. Só mesmo de Boliqueime. Mas tudo bem! Cristo nasceu duas vezes porque depois de assassinado meteu uma cunha ao Pai e este ressuscitou-o três dias depois. Portanto, só Cristo estaria apto a ser considerado sério e comparável a Anibal C. Silva. Nenhum homem foi tão longe. Nada me admira pois que ACS olhe para o comum dos mortais como pongídeo antropomórfico. Defensor M não devia ter atacado o candidato ACS daquela maneira. ACS já não tem idade para enfrentar aquele tipo de guerra. Neste momento deve estar a passar por uma crise. Porém, este tipo de debate faz parte do regime democrático. Já lá vão os tempos em que as campanhas eleitorais para Presidência da República eram uma espécie de conversa na sala de chá das senhoras Sousas. Este tempo já lá vai.

mmb

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O VETO EM TEMPO DE FOME, O "PENSAMENTO" AÇORÍGENE E OUTRAS MASSAS CEREBRAIS




Antes de me debruçar sobre o veto do Representante de Portugal em Portugal vou transcrever uma situação que nos dias de hoje caracteriza dois terços dos portugueses.

"Está lá, é do Banco?"

"Claro, e então?"

"É para encomendar cinco jantares em vez de três. É que sabe, hoje, é dia de receber e meu comprade e mulher vêm cá a casa jantar."

"Pode aguardar a resposta?"

"Por acaso posso pois o saldo do meu telemóvel ainda tem algum e amanhã recebo o RSI e mais para o fim do mês o Subsídio de Desemprego."

"Pode dar-me o seu número de pobre?"

"O meu número é o 1.700.000, tá?"

"Olhe, o seu pedido estará pronto dentro de meia hora. A dona Zitinha lá do condomínio fechado até acrescentou uma garrafa de azeite..."

"É do que canta há mais de cem anos?

"Claro, nós aqui não brincamos em serviço. Então, tá, que há mais pobres em linha para atender. "

"Pé aqui pé aí, estou a acabar de encher o depósito e já vou indo."

A PRENDA DE NATAL DE ANIBAL DE BOLIQUEIME E O AMOR QUE OS AÇORÍGENES SENTEM POR ELE

O veto do Representante às tropelias do primeiro-ministro açoriano próximo da quadra do Natal foi uma boa prenda política que cai no sapatinho do candidato Anibal C. Silva como uva mijona. Ficava mal ao Representante deixar que os Açores se tornassem mais libertos das garras do colonialismo pois como é sabido Anibal de Boliqueime é um inimigo de autonomias e foi ele que nomeou o senhor general Mesquita para o cargo de controleiro. Era, portanto, lógico que o sátrapa não desgostasse o seu senhor, pois isso significaria o fim do poleiro no Palácio dos Capitães e Mesquita já se habituou ao trono. Desde há muito que o agora recandidato estremece de raiva ao ouvir as aspirações do poveco açoriano - vulgo açorígenes. Tem-se fartado de açoitar estes açorígenes pois sabe que a sua falta de cultura os coloca sempre a seu lado. É sabido que os açorígenes não são muito dados a pensar, pois ao longo dos séculos sempre estiveram de costas curvadas a tratar as terras dos senhores. Até ao 25 de Abril de 1974 nunca, mas nunca articularam a palavra liberdade. É por isso que Anibal de Boliqueime não tem pai nas urnas. Os cabrões dos açorígenes quanto mais porrada apanham, mais votam no candidato anibalesco.

PS: Este país ainda não está à temperatura que permite a revolta. É ver a violência com que actuam as populações da Europa Comunitária quando se revoltam nas ruas contra as medidas de austeridade dos bancos que nos governam. As suas greves são verdadeiras manifestações reivindicativas. Em Portugal, como não podia deixar de ser só quem faz greve ou está reformado ou tem emprego para toda a vida. Basta verificar que os que estão a receber dinheiros do RSI e do Fundo do Desemprego nunca, mas nunca se integram nas manifestações que mais parecem romarias a lugares sacrossantos. Habitam nos cafés e nas tascas!

O wikileaks deu uma da sua graça e nela o Portugal sombrio viu a luz do sol. Uma desgraça que foi de imediato desmentida e com muita força. Até parecia a mulher apanhada em acto adúltero pelo espantado marido a responder assim: meu bem, não é nada disso que você está pensando.

mmb

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O CONSTITUCIONALISMO É UMA ESPÉCIE DE TERAPIA CONTRA A CAQUEXIA




Ainda não tinha entrado no estádio de vigília e já o aparelho de televisão - para além de transmitir muita e indigesta publicidade nos dá a dica para a conversa na hora do pequeno-almoço. Entrou-me quarto dentro quais ares tipo caldeiras (das Furnas) a pronúncia de um muito mediático homem da Constituição à portuguesa. Disse ele que nem os Açores nem a Madeira contribuíam para o orçamento de Portugal. O nosso homem não deve petiscar ninum de extorção histórico-económica. Bem, deixa-me explicar esta entrada: o constitucionalista estava a responder à questão levantada sobre se o regime remuneratório que César tenciona aplicar na Região Autónoma dos Açores é ou não um acto abrangido pela constitucionalidade? Para nós a Constituição portuguesa é tão complicada que o melhor é atirar moeda ao ar para a interpretar no caso de haver dúvidas. Veja-se o caso das escutas e as milhentas interpretações dos chamados constitucionalistas... portugueses. Por esta razão não vou discutir a opinião do septuagenário mediático acerca das voltas que uma administração autónoma quer implementar apoiada pelo sentir dos actuais representantes do Poveco Açoriano. Porém, não posso deixar de dizer o que se segue para memória cultural futura do velhinho simpático que entra nas nossas casas qual missinha difundida pela antiga estação da Igreja antes de a pornografia oficializada ter ocupado o seu tempo de antena: ainda há gente que está viva e que se lembra de uns escroques que atacavam os camponeses açorianos para lhes sacar o milho e o trigo que eles tinham colocado a recato para poderem sobreviver ao longo do ano. Esses escroques eram funcionários da administração central - vulgo sacanagem do Terreiro do Paço. Os cereais serviam para matar a fome aos continentais. Bem, não sei se sabe que este poveco vive dispersado por nove ilhas que até ao ressurgimento do papão do separatismo passava fome e que tinha uma vivência comparada com os explorados enfiteutas da Idade Média. Veio o tal 25 de Abril e juntamente com ele surgiram os movimentos de emancipação dos povos insulares legitimada pela História do Homem Moderno cujos ditames apontam para direitos,liberdades e garantias. É isso que os povos habituados ao colonialismo como modo de vida não percebem. Desde 1415 que é assim. Foi sempre a sacar e não contentes com isso parte do poveco português também se dedicava à escravatura... e para nossa vergonha até em pleno século XX. Mudar mentalidades e comportamentos não é fácil e isso nota-se, pois ao colocar o país na Europa e obrigá-lo a funcionar como país higiénico foi o nosso fim. Bancarrota meu caro. O seu e ainda meu país anda de bancarrota em bancarrota. De corrupção em corrupção. Esta é de tal ordem um modo de vida dos portugueses que ainda há pouco tempo a banca privada golpeou o Estado em milhões de milhões de euros e não vi ninguém chamar a atenção para a constitucionalidade da cobertura que os Órgãos de Soberania lhe fizeram. Não sabe ou não quer saber, mas eu digo-lhe: o Portugal Constitucional, uno e indivisível (esta é para rir) esteve à beira de nos vender (AÇORES) no passado século XX para pagar as suas dívidas públicas. Nós vivíamos em rochedos mal habitados e tínhamos de pagar impostos alfandegários para transicionar produtos entre eles. E esta verba arrecadada servia para encher os cofres do Estado. Os Açores sempre foram explorados e o poveco que o habita de tão habituado a servir não compreende o quanto pode ser livre. Existe, sim, uma classe um pouco mais evoluída, que sabe que a coisa está contaminada pelo espírito de liberdade que é devida a todos os povos. E raios partam aos colonialistas. Vão trabalhar para poderem comer. Desde que para aqui viemos que temos sido chulados, roubados, vilipendiados, enviados para o Brasil como servos da gleba, transformados em tropas assassinas para contento da ganância dos que tomam o poder central, explorados em todos os níveis comerciais. Depois disso tudo ainda se dão ao luxo de falarem por nós sem sequer nos consultarem. Quando mudam de regime impõem-no como se tratasse de um dado adquirido. Alguns de nós já olham para certa classe que tomou as rédeas do poder como mafiosos, mentirosos e trapaceiros sem palavra honrada.

A Constituição portuguesa...

manuelmelobento

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CARLOS CÉSAR E O SEPARATISMO SOCIAL AÇORIANO





Não sei se o regime compensatório que permitiu a Carlos César fazer bonito pode ser considerado um chamamento telúrico ou apenas um ataque para cumprir a agenda contra a desvalorização do vencimento de uma certa classe de funcionários públicos que presta serviço nos Açores. "Inflação" esta fomentada pelo governo de Portugal, dito Central. É um sinal bastante claro - para mim - de que evoluímos em termos de aquisição de uma imagem política assumida e até então desconhecida como prática política . Digo até que se trata de personalidade política. Já cá fazia falta. E digo isto porque os políticos que nos representaram ao longo da nossa História sempre se colocaram de cócoras face aos ditames do já muito gasto e desacreditado centralismo português. Convém perceber que Carlos César não está ali (SANTANA) porque não havia mais ninguém. Engana-se quem assim pensa. César conhece todos os cantos da política regional. Conhece as fraquezas dos açorianos, tanto a dos imbecis (que os há aos montes) quanto a daqueles que estão (já estiveram) nas pontas dos pés. Ele conferiu a si próprio um somar de ganhos e vitórias que a mais ninguém pode ser atribuido. O seu partido (PS) andou de lado a lado e sempre a apanhar bonés quando dirigido por outros. Uma visita ao resultado das eleições da época confirmam esta afirmação. Um dia vimo-lo a dividir e a distribuir o seu particular pecúlio por outros. Quando conseguiu centralizar as atenções sobre si, fácil se tornou avaliá-lo. Daí até o escolherem foi um ápice. Ao mesmo tempo que conquistava o partido ia anestesiando os adversários tornando-os servíveis e agradecidos. As várias estátuas de Mota Amaral e que foram tomando foros divinizáveis ao longo de muitas procissões e missinhas foram derrubadas (figurativo) arrastando consigo nesta dècalage Dâmaso, Natalino - que deu uma de Balsemão - Costa Neves e outros de menor expressão, para darem lugar às de César (figurativo também). Óbvio! Ódios antigos foram mandelados (leia-se de Mandela). Desta pré-reforma socialista (??????????????????????) só escapou Berta Cabral. Como é possível que um poveco virado para a beataria e paganismo se reveja num "socialista"? Um ainda há pouco quase comunista? Um rapazinho imberbe que falava como deputado na Assembleia Legislativa Regional? Eu sei que César é o líder do Partido Socialista, mas de socialista tem tanto quanto a minha saudosa avó Angelina. Mas vamos ao que interessa. Cavaco põe a boca no trambone para chagar César. Até o dr. Jardim sempre ávido a sacar aos portugas o quinhão a que não tem direito delirava com o atrevimento do primeiro-ministro dos Açores, como o trata, hoje, o director do i no editorial. O primeiro-ministro Sócrates também botou palavra de espanto. Ah, ele que até há pouco tempo nos sacou milhões para cobrir falcatruas da banca. E as centenas de pomposos políticos, jornalistas e cronistas que vivem sem fazer ponta de um corno e que se proclamaram contra a compensação remuneratória . Ora, como deve estar a rir às gargalhadas o proclamado (por outrem) primeiro-ministro dos Açores com o maior golpe publicitário feito à sua pessoa? Taco a taco com os órgãos de Soberania. Primeiras páginas, aberturas de telejornais. Oh, meu burro, então não perceberam o golpe? Os Açores sairam reforçados na sua imagem autonómica. César passa a figura de primeiro plano (dentro - reforçando-a - e fora) Não? E se por acaso o Representante da República enviar o "diploma" para o Tribunal Constitucional e este o chumbar? Mais gargalhadas de César ouvir-se-ão lá para os lados de Santana. É que aqui (Açores) não é preciso fazerem-se greves a favor dos inocentes(?) trabalhadorse que vão pagar a crise criada pelos ricos da banca. Aqui, quem os defende é o governo, seus basbaques. O governo da Região! E, cuidado com o que escrevi atrás... o Homem é socialista... Mamã tá vendo!
mmb
mmb

domingo, 5 de dezembro de 2010

SÁ CARNEIRO, O MITO E O SEXO




A ideia que tenho de Sá Carneiro coloca-o no palco do aloucado. Sabe-se que pelo menos, retrocedendo até ao avô, a família fazia cinco refeições diárias e com criadagem à volta dos meninos. Que - os famliares - habitavam em solares imponentes, onde a capela para as rezas se colava para os ofícios religiosos, tipo fidalgos como os da "Casa Mourisca". Sá Carneiro fora criado com personalidade cristã. Era o que estava a dar na altura. Rico, feiote e baixo, mas com força interior que impedia medi-lo no que apresentava, isto é, irradiava dele pessoa bem comida, bem bebida, bom porte, magnetismo, capacidade de se movimentar em qualquer espaço sem ser por ele contaminado, etc. Nascido dentro da teia cristã que tudo dominava, esteve até ao 25 de Abril de 1974 fechado sobre o pensamento e as tolices do Estado Novo que tudo capava à sua volta. Ele era pertença da Igreja. A Igreja fez-lhe a cabeça. Casado e com filhos juntava-se ao grupo de casais por ela orientados, ao gosto de uma burguesia que impedida de praticar política ponha-se a estudar os ditos de Cristo adaptados pelos europeus. Diga-se que melhor do que a ideologia cristã nada havia que contribuisse para a realização pessoal tendo em conta o outro como serviço público. Se não estou em erro, Sá Carneiro só tinha relações sexuais com o fim de procriar. Como comandava a Santa Madre Igreja no seu saber libidinoso, coadjuvado pela prática dos democratas-cristãos chefiados pelo semibeato Adelino Amaro da Costa e pelo austero Diogo Freitas do Amaral. Sá Carneiro era um marcelista, nada mais. Porém, dentro do marcelismo havia lugar para algumas bocas, sempre dentro do protocolo cristão. A diferença entre salazarismo e marcelismo era de que aquele cheirava a mofo e a rato morto com veneno camarário. Ao passo que o marcelismo tinha por lema teórico uma pequena abertura, do tipo buraco da agulha. Sá Carneiro investiu por ele e pediu o repatriamento do bispo do Porto que tinha escrito uma carta pornográfica (1) ao então chefe de governo e foi por este mandado embora do país. Marcelo acedeu, o que lhe deu força moral (cristã , claro). Mais tarde, quando Sá Carneiro entra para a Assembleia Nacional, algo o impele para dar mais um jeito à República autocrática em que nos transfomámos. Não foi bem aceite e "despediu-se". A ele e a outros que alinhavam por uma pequena abertura foi-lhes atribuído o apelido de "Ala Liberal". Podia ser pior, mas foi o que se pôde arranjar. Veio o "25 de Abril" e zás trás. Portugal em vez de tombar, deu um salto mortal. A vontade de destruir era tanta que os novos políticos só pensavam na política de terra queimada. A verdade seja dita, meia dúzia de dias depois do descalabro abrilista, Sá Carneiro juntamente com outras personagens arejadas do marcelismo criaram um partido anti-marxista. Sá Carneiro deu a cara e o peito numa altura perigosíssima para quem não fosse comunista ou socialista-marxista. Parecia um galo da Madeira entre uma cambada de guedelhudos ditos de esquerda e de extrema exquerda prontos a matar. Sim, a matar. Tiro o chapéu a Sá Carneiro, pois sei por que passou, uma vez que vivia na altura em Lisboa e sabia o que era aquela merda, com perdão da palavra. Sá Carneiro, em Lisboa, dá-se com Natália Correia. Pronto, foi o fim da sua virgindade. Natália era uma figura que só se encontra nos sótãos ou em "cabarets". Nos sótãos, nos livros proibidos e poeirentos. Uma mulher de garra, que falava de sexo como quem espreme uma laranja. E fá-lo entoando uma liturgia orgíaca na sua Taberna. Aliás, Natália para além de debochada era uma poetisa de muita audiência dita intelectual que a endeusava pelo despondunor e estouvamento de linguagem. Num período de revolução, Natália, a poeta indigitada como amoral pelo Estado Novo, estava como peixe no seu aquário. Com tal convivência, Sá Carneiro apercebeu-se de que tinha vivido até ali como um asno perfeito. Aquela "esquerda" era gira e o passado rigoroso de missas e encontros religiosos já era. Homem novo e com tesão, uma vez enredado pela poetisa e alcoviteira Natália, caíu que nem um tordo. A Natália vai juntar uma loura boazona, nórdica, educada, culta, charmosa ao ex-rogai por nós pecadores, e pumba. Sá Carneiro ficou vidrado, até parecia que vivia a tripar com charro marroquino. Casado com uma senhora do Porto, feiota mas de boas famílias, o nosso social-democrata não resistiu. Ameigou-se com a bela loura. Entrou em paranoia: confundiu São Bento com um lupanar. Aliás, aquilo foi e é mais ou menos uma casa de passe. Foi lá que Salazar deu umas quecas a uma francesa, também ela loura e não burra. Nada de anormal, portanto. Sá Carneiro para além de fazer amor com a nórdica quis imitar Dom Pedro, que fez da amante rainha (depois de morta, dizem). Meus senhores, comigo é assim, sem a minha amásia não vou para parte nenhuma. Perceberam? Querem? Queremos sim, ó grande líder. Depois desta resposta a loura ficou meio oficializada. Ah, grande Sá Carneiro, que puseste todos os noveis donos da nação a chuparem a presença da nórdica em comemorações e actos oficiais. O pior não era a presença dela, o pior era de que ela era bonita e dava colorido a tudo que a rodeava, bem ao contrário das "esposas" estilo mulher do Américo que a invejavam. Não resisto a contar um pequeno episódio que me fez gostar de Sá Carneiro. Convidado para uma recepção em Londres, onde pontificava Isabel II, respondeu do seguinte modo ao convite oficial que impedia que a loura o acompanhasse: cancelo a visita. Boa, a Isabel II de Inglaterra e de outras terras ocupadas à força, numa rota de colisão que a todos toca, tem mais amantes e escândalos na sua corte (filhos, noras e netas) que qualquer reino africano. A querer fazer-se melhor que o nosso príncipe do Norte, olha para ela! Bem, Sá Carneiro está outra vez nos noticiários. Que utilidade? Penso que ele aparece lá de vez em quando porque os social-democratas estão desunidos. É cada um puxar para o seu lado. Convém que o mito que a maioria já esqueceu sirva ao menos aos pretendentes à liderança que se contenham ou vão para a rua. Para a rua onde Francisco Sá carneiro dispensou a mediocridade.

mmb

(1) - Porque atentava contra a pureza do Estado Novo.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

A (RE)VOLTA DA VELHA DIREITA




A direita histórica portuguesa está de volta: o que dela resta e as crias que produziu à sombra da justa distribuição de riqueza do novo regime. Vejamos: Cavaco que chegou à democracia vindo das profundezas do Estado Novo, a quem serviu até militarmente, tem um plano. Percebeu o nosso homem que governar pode ser uma tarefa desligada das massas. Para isso torna-se necessário um bom "policiamento". Às bocas revanchistas de Passos Coelho, chega-nos a difusão caseira do dono do "Público" e o representante mais credível do capital nacional: o meu/nosso candidato é Cavaco. Porquê? Por que é o único que oferece o equílibrio capaz de fazer o país ir em frente. Ir em frente para esta direita é cortar nos benefícios que por acaso foram caindo nas esferas mais baixas da população. Cavaco tem o perfil austero para ser ele a dar corpo ao rigor com que a direita espera governar. Com o Partido Socialista a esgotar o prazo de validade junto das massas é de se aceitar que para aí venha um novo PSD. O seu líder, rapaz elegante e sábio em contas empresariais, não esteve para meias medidas: os responsáveis pelo estado caótico a que chagámos não vão ser perseguidos. Vão ser é responsabilizados pela desastrosa gestão do país. Já conquistados os parceiros internacionais para esta espécie de capitalismo há que cativar as forças militares, paramilitares, policiais e especiais de cá de dentro. Não será tarefa difícil desde que elas recebam o seu a tempo. Ora, um Presidente da direita (Cavaco já se assumiu de direita e católico actuante - a mulher também), um executivo de direita, um Parlamento de direita e os Tribunais (juízes e procuradores) já no papo por via de desaguizados com a actual política de restricção, Cavaco tem tudo para suster a Constituição e apelar ao plebiscito. Até, com este poveco talvez nem seja necessário experimentá-lo. Atenção, papalvos socialistas, a direita - uma vez tomado o poder - vai apertar-vos as miudezas até doer. Vão ouvir-se os vossos berros para além das serras do Marão. Cavaco já deu mostras de estar no terreno e a querer conquistar todo o tipo de piolhosos para ser reeleito com uma margem de votos que lhe permita gritar: deus, pátria e famíla (nesta ele até dá o exemplo). O país virou à direita, dirá. É o que lhe basta para o pôr direito - segundo a perspectiva dele. Entretanto, o pobre candidato da esquerda - ele diz-se do povo (que não quer saber dele para nada) - Manuel Alegre anda tal qual o Paulinho das feiras a berrar para o céu já que cá em baixo os que dizem que o apoiam olham para o lado quando ele passa. O PS não dá a cara com medo de ser apodado de acólito do Bloco. O Bloco diz que sim mas a medo deixa-se estar em casa a esbranquiçar os dentes e a passar a ferro as boas farpelas com que se passeia nos Passos Perdidos. O PCP que sabe que o povo não votará nele diz claramente que é preciso levar as presidenciais a uma segunda volta para naturalmente indicar o voto em Alegre. Não se percebe por que não o indicou no início? Parece que todos têm vergonha do poeta... Paulo Portas, em lhe cheirando a uma grande vitória da direita musculada, não hesitou em ir beijar a mão a Cavaco. Cavaco que ele odiava porque cheirava a esquerda e a democracia. Sim, porque Cavaco, quando trabalhava por conta de Sá Carneiro, papagueava direitos, liberdades e garantias de todas as tias do campo incluindo as de Boliqueime. Meninos da esquerda desunida, vem aí a direita ibérica, ponham-se a pau, que este para além de se enfiar pelos buracos do corpo também esfrega as costas.

mmb

sábado, 27 de novembro de 2010

QUE GRANDES FASCISTAS!!!!!!!!!!!!!!!!!




Não sei se é com a idade - 70 anos e queda na bolsa do tesão - mas o que é certo é que estou a criar uma alergia a todos aqueles que se diziam democratas e de esquerda e que agora mais não são do que exploradores das populações que por jogos de democracia acabam por representar. Continuo anti-salazarista e anti-clerical o quanto puder. Isto é, sou contra marretas e beatos que se julgam melhor capacitados para dirigir os povos, que impedem o desenvolvimento intelectual da juventude, que utilizam a censura como forma de esvasiar a criatividade das colectividades e não só. Sentia um nervoso miudinho quando por qualquer razão dava de caras com os três nucleões do Estado Novo pespegados nas paredes dos estabelecimentos públicos. Ele era as fotos do António Salazar e do Carmona mais tarde substituída por igualha e a estatueta do judeu - que o Ocidente divinizou - entre eles. A estatueta fazia parte de uma taradice do padre do regime - o risonho padre Cruz - que impos tal relíquia em tudo que fosse parede. Mas isso era o menos, pois a maioria do pobre povo português revia-se naquelas tangas e até ficava furioso se as não tivesse. O povo português não sendo de todo irracional não deixa de lá estar por perto. Digo eu que disso tenho alguma experiência. Bem, mas hoje, lembrei-me dos fiscais de isqueiro e da multa que era aplicada a quem os usasse. Não havia dúvida, aquilo cheirava a comunismo... (podem rir que eu também estou a torcer-me) quem usava isqueiros era quem fumava. Ora, para tal era preciso dinheiro para o tabaco, para a gasolina... e para o isqueiro. O povo não possuía meios para tal. O povo fumava mata-ratos e usava fósforos. Porém, certo dia o tarado de um fiscal abusador autuou um pobre camponês que estava a tentar acender o seu cigarro de rolo friccionando duas pedras. Aqueles fascistas eram impagáveis. O que se haviam de lembrar para chularem: fazes lume e és multado. Veio a democracia e acabou-se com aquela pouca vergonha. Ah, mas os democratas inventaram uma muito melhor que a dos isqueiros: passas na minha rua e tens de pagar, senão meu querido vais ter de dar a volta ao bilhar grande. As estradas portuguesas estão cheias de portagens. O que é mais lógico, é pagar-se uma licença para usar isqueiros ou termos de pagar portagem sempre que por lá passarmos: o caminho do emprego para casa e de casa para aquele? Que o leitor escolha a seu bel-prazer.

mmb

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

SALAZAR ERA COMUNISTA


"MORTE AO FASCISMO" - Espera, olha que lindas fotos do 25 de Abril. Mas este que sustém o painel é aquele que ainda há pouco tempo deu origem a uma notícia escandalosa. Como assim? Então não é que este filho de puta, quando era secretário de Estado fez uma patuscada com lagosta, bons brancos e bons verdes e no final mandou a conta para a Secretaria de Estado pagar. Oh, que grande filho de puta! Olha para esta outra... "Fascismo nunca mais" - Espera, este é o tal que depois de ser ministro saltou para uma empresa que ele enquanto em funções arranjou negociatas obscurantistas. Eh, pá! Foram 48 anos de obscurantismo. Agora, não há obscurantismo. É tudo às claras. Que porra de conversa! Continuando: até a judiciária lhe invadiu a casa à procura de despojos de uma qualquer oferta de ourivesaria. Não queres ver que o sacana do Salazar, só para irritar os corruptos, pagava do seu bolso o que gastava com a electricidade enquanto foi primeiro-ministro de Portugal. Eh pá, essse Salazar não prestava para nada! era um ditador cristão. Não queres ver que ele um dia soube, através dos seus espiões, que os latifundiários não queriam que o povo aprendesse a ler e vai daí criou o Plano Cinquentenário onde obrigava a criação de escolas primárias por todo o país. Não fez mais do que a sua obrigação, ora porra. Mais, naquele tempo, apesar de os banqueiros serem uns bons filhos de puta, não assaltavam o dinheiro dos clientes como agora o fazem. Havia decoro. Agora é que me vou rir. Decoro! Já cá faltava o dito salazarista tão em moda na época. Não se podem comparar as épocas. As pessoas estão mais atrevidas e isso de roubar já não tem o mesmo significado. Roubar é, hoje, um dever de cidadania. Se assim não fosse, como é que explicas que haja gente com tanto dinheiro ganhando apenas vencimentos higiénicos. Agora por causa disso, lembro-me do que Salazar fez ao Afonso Costa, um dos tais que ajudou a pôr o país de pernas para o ar. Então o Costa mais uns tantos da sua lavra arranjaram maneira de obter do Estado reformas medonhas. Tal qual estes de hoje em dia que se apoderaram do Estado e se atribuiram reformas milionárias. Mas e depois, o que aconteceu ao Afonso Costa? Olha, ele deu o salto para Paris e lá vivia repimpadamente até que o sacana do Salazar - por decreto - retirou-lhe a choruda pensão. Era o que se devia fazer aos que trabalhando apenas seis meses em empresas do Estado conseguem uma reforma mensal vitalícia equivalente a cinco anos de vencimentos de um funcionário público de baixo escalão. Não, não pode ser! Pode, experimenta a ler o DR. Está lá tudo. Não me digas! E achas que isso vai durar muito tempo. Não, claro que não. Então, não sabes, a direita está prestes a tomar o poder e vais ver o que vai acontecer. O que é, o que é? Vai haver prisões para aqueles que não conseguirem fugir a tempo. E mortes, e mortes? Por aí, acho que não. A Igreja não vai deixar. É que ela só se enxe em tempos de paz e harmonia tal qual os comerciantes - que não os de armas. A direita é ordem, disciplina, organização, respeito pelos valores morais, policiais, judiciais, religiosos, etc. Tudo issso? Mas isso é uma ditadura! Ah, ah, ah, ah, ah, ah, ah, ah. E se Portugal sair da zona EURO? Ah, bom, isso é outra coisa. No dia seguinte teríamos um revolução sangrenta. E mortes? As necessárias para qualificar qualquer revolução de fascista. Entonces não é.
manuelmelobento

domingo, 21 de novembro de 2010

AMADO QUER SER SÓCRATES




O rapaz de Porto de Mós que Sócrates meteu na Defesa e depois enfiou nos Estrangeiros - porque pensou que ele sabia mexer bem com os talheres - meteu-se na cabeça que chegara a altura de pendurar-se no algeroz para ser ouvido. Disse ele numa altura em que Portugal está de mãos estendidas - até o execrável Ramos Horta nos quer emprestar algum - que bom seria uma coligação central. Ora, como é sabido, Sócrates que não quer saber de social-democratas nem no bidé, percebeu o que queria o antigo professorinho do Básico. Ingrato, a fazer-se para chefiar o ex-futuro Bloco Central. Pensou o caudilho português. Vai daí, coloca-o junto de Santos Silva, o matraca, melhor dizendo o eucalipto rosa que tudo seca por onde passa ou é plantado. Os dois, Amado e o matraca lado a lado a falar ao mundo bi-inteiro da globalização. Com a craca que lhe é reconhecida, o ministro da Defesa colocou o rebelde "portomosense" numa espécie de montra montada em cima de um submarino. Foi de ter dó do rapaz. Parecia uma donzela sem par num baile de debutantes. Sócrates conseguiu um executivo forte, tão forte que foi capaz de superar a tempestade económica provocada pelos Estados Unidos quando se meteram numa guerra que julgaram barata, rápida e eficaz. Não convém, agora, a Sócrates remodular o governo, por isso há que transformar Amado num bom rapaz de voltas: ora vai ali e leva as pratas do senhor dom João V , e vê se te dão o suficiente para o de comer para os próximos meses.

manelmelobento

domingo, 14 de novembro de 2010

O "IDENTIFISMO" AÇORIANO



O dr. José de Almeida na sua última entrevista (1) determinou - como tão bem sabe fazê-lo - o rumo dos que com ele saboreiam a defesa aos ataques que "ofendem a inteligência açoriana". Pedagogo, como sempre, alia o pensamento de Velho Sábio às actuais circunstâncias históricas que relegam o Portugal do passado ( multicultural e pluricontinental) para o seu estatuto actual de país real. José de Almeida inicia uma caminhada nova no pensamento açoriano que ouso chamar de "identifismo". "Já não somos Angola, Moçambique, etc... Descobrimo-nos como açorianos". Eis o salto conceptual: apesar de durante os séculos passados neste isolamento termos pensado e agido como açorianos, isso apenas quer dizer que o actual modo de pensar Açores, é a súmula dos vários sucalcos de crescimento intelectual. Para o dr. Almeida a Autonomia não passa de um dos muitos sucalcos de crescimento criados do exterior para adiar o verdadeiro assumir. Só que a direcção da Autonomia visa outros compromissos que não o sonho legítimo da realização como povo que se deseja senhor do seu próprio enquadramento no plano internacional. Enfim, uma autonomia estatutária que torna a nossa própria Autonomia refém de si própria, traduzindo o pensamento do líder histórico. Almeida faz justiça ao que de bom foi feito, sem contudo deixar de apontar para certos saltos "quânticos" que introduzidos na política regional nos impedem de criarmos organizações que nos representem. Isto é, como poderemos ser autónomos se não nos pudermos pronunciar autonomamente e livremente? Concorde-se ou não com o líder político, o certo é que se torna evidente o imbróglio criado artificialmente. É uma lacuna. E grande. Lacuna essa que traduz - e mal - o sentimento regional por uma outra realidade: a açorianidade. Polidamente, o líder açoriano, retrata uma certa comunicação social , não deixando, porém, de realçar excepções, como não podia deixar de ser. Bem, desta entrevista se pode dizer que novos rumos de entendimento se forjam nos ventos da História. Até se pode dizer, que não estivemos a dormir na panaceia autonómica que emergiu para anestesiar uns quantos em detrimento de outros.
manuelmelobento
(1) - in Revista Saber, nº. 131.
Entrevista conduzida pelo jornalista José Manuel Baião

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

UM TEXTO HISTÉRICO-ECONÓMICO




Einstein tinha uma prima irmã com quem casou depois de se divorciar de Mileva Maric, a cientista que o ajudou nos cálculos matemáticos aquando da apresentação da Teoria da Relatividade Restrita em 1905. Acontece que a prima, de nome Elsa, tinha uma filha a quem o cientista procurou ensinar os segredos da referida teoria. Um dia ao perguntar-lhe se ela tinha percebido, recebeu como resposta que sim, que tinha compreendido. Depois de se apartar do padrasto a moça adulta foi dizer aos amigos que aquilo era muito confuso. O Einstein já morreu e a maior dificuldade que hoje tem a malta (em Portugal, claro) é perceber a explicação que é transmitida pelos "mídia" acerca das percentagens dos juros da venda da dívida pública. Há uns anos atrás, vivia um primo meu que quando estava com os copos tinha alguma piada. Era assim que ele respondia aos curiosos que queriam saber de que vivia: "pus as minhas dívidas a juro", respondia. Dava para rir à malta. Éramos todos uns ignorantes, pois ele estava actualizado em relação a nós, que não passávamos de parolos. Ele era um Einstein da economia.O Estado português faz o mesmo e não é governado pelo meu primo. Que diga-se em abono da verdade nunca lhe faltou o que quer que fosse. Até no tempo em que ter viatura era um luxo, ele dava-se também ao luxo de trocar de carro sempre que lhe dava na veneta. Os tempos eram outros. Naquele tempo em que o beato Salazar nos governava, a esquerda - da merda - com quem eu me dava só falava mal de tudo que havia e cheirava a Estado Novo. A televisão era uma merda. Só servia para alienar as massas. O desporto e Fátima com os touros e o fado à mistura pertenciam ao mesmo rol da merda. E hoje, o que fez a esquerda da merda às merdas do passado recente? A RTP da merda, governada pelos esquerdas da merda não só aliena este povo atolado em merda como o intoxica com anúncios. O desporto deu em Apito Dourado acompanhado pelas claques sangrentas que tudo destroem. Fátima evoluiu. Construiu nas barbas da fome social-nacional uma grande pirâmide onde os fiéis se deslocam para orarem aos pastorinhos, pagando, claro. Os fiéis estão cada vez mais crentes nesta época em que o CERN anda por aí a recriar o deus cúmplice da existência e de outros fotões. Quanto aos touros, coitadinhos. São mortos ou assassinados nas barbas da lei. E o fado? Está outra vez em todo o lado. Até já o cantam com a cabeça rapada como se tratasse de um rap cheiroso e aromático. Ai, como é que vamos perceber o que nos está a acontecer? Eu estou como a filha da prima do relativista: compreendi mas estou confuso. Que o mesmo é dizer que estou como o ministro da Economia. Como assim? Disse ele: chove, mas entre os pingos não chove. Está tudo explicado! E bem!

mmb

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

FORAM-TE AO CU E DEPOIS?

Eh pá, de que te ris como um parvo? Estou a olhar para a capa do Inimigo Público. E depois, qual é a piada? A piada é a seguinte: o ministro das Finanças vai enrabar os portugueses. Por favor, explica-te melhor? Nunca te foram ao cu? Oh, que raio de conversa. Eu explico. A partir de certa idade quando nos dispomos a consultar o clínico de Família ou o outro dos que recebem o seu, ou ele nos manda pôr as calças em baixo e nos vai ao cu ou o outro também o imita. A mim já me foram ao sim senhor duas vezes. A primeira foi a solo, já a segunda foi uma "mènage à troi". Como assim? É que o médico que me metia o dedo no cu estava acompanhado por uma colega. Já percebi. Foste fazer uma análise à próstata. Ora nem menos. Claro que quem não passou pelo acto não percebe muito bem a delicadeza do Ministro. O Inimigo Público está a querer dizer que o eng. Sócrates por intermédio do seu ministro nos vai foder a todos. Com tanta recomendação para poupar na despesa, qual a razão de ele estar a gastar luvas? Também trabalhas para o Inimigo Público ou isso são já influências? Bem, vamos ao texto. Ninguém quer saber da nossa dívida. Isto é, ninguem quer comprar o que devemos para depois a vender mais caro. Caramba, a quem posso vender as minhas dívidas? Os portugueses vão entrar numa boa, pois vão poder vender o que devem a outros. Mas, acho bom demais. Existem trouxas que compram dívidas de outros? Por exemplo, se me deixares saltar para a cueca da tua irmã eu perdoo-te não só o que me deves como te dou algum para ires à matiné. É assunto para se pensar. Vês, estás já a perceber o que significa comprar as nossas dívidas. Tens de dar algo em troca. Então, quem comprar a dívida do Estado vai foder todas as portuguesas? Não meu caro. Oh! É que eles não querem as portuguesas (os que nos comprarem a dívida), pois há muito coiro entre elas. O que eles querem são valores. Nós ainda temos território para vender e muitos edifícios. Território? Olha meu caro, no princípio do século XX os portugueses estiveram quase-quase a vender os Açores aos ingleses para saldarem a dívida enorme que os afogava. Que grandes sacanas! Estás a ver não estás? Percebi. E já agora, gostaste de te terem ido ao cu? Isto é que me saiu um grande filho de puta.
Nota final: este texto surge nesta forma corriqueiro-popular porque eu não percebo nada de economia e não me ia pôr a imitar o Cavaco Silva quando dá lições aos portugueses sobre a mesma matéria. Isto é, o homem sabe tanto de economia que se não fosse ele não sei se não estaríamos agora todos de cu para o ar. E ele? Ele também, que os chineses não perdoam.
mmb

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

PENSAR PORTUGAL INTELECTUALMENTE, CLARO




Quando no tempo do meu querido, bondoso e amado ditador António de Oliveira Salazar (Salazar pela parte da mãe - dona Patrocínio; leva o dona, porque eu hoje estou bem disposto) me punha a pensar no meu país (hoje possuo dupla nacionalidade - sou açoriano e português (de facto) - eu via as praias do Algarve com as bifas prontas a serem papadas, o Sol amigo e democrata (acho que era o único) a permitir aquela tonalidade de azul que nenhum outro país usufrui e que tanta inveja faz aos outros europeus e que dá ainda mais vontade de não fazer nada. Que moleza até que jogue o Benfica que aí sim a malta se empolga, grita, esbraceja, etc. Nada de política que isso era para o Grande Timoneiro - diziam que o desgraçado enjoava tal qual Octávio de Roma quando foi impedir a cópula do Marco António com a bela egípcia. O Benfica era um clube que só admitia portugueses. Aquilo sim, é que era nacionalismo. Naquele Portugal do bondoso Cerejeira tudo era proibido. Até uma simples punheta batida por qualquer desconsolada namorada dava direito a uma multa. Pequena como convém a países pobres. Certo dia parou o trânsito lá para os lados onde o Partido Socialista tem o seu palácio. O que foi, Santo Deus? Nem mais, uma mini-saia sueca estava numa passadeira para peões à espera para atravessar. O condutor do eléctrico parou o carro só para espreitar. Não foi só ele. Eu também. Olhe, meu caro leitor, não vou mentir mas de entre as pernas do condutor começou a tomar volume o falo do homem. À portuguesa, ali como é dado. E não haviam de vir (na época) as inglesas tomar pau nestas terras onde macho é cheio de tesão, embora não sabendo muito bem fazer amor, perdão foder? Havia o bacalhau do Tenreiro que diziam ser fascista, bem tal qual estes que andam por aí a esfolar os trabalhadores em nome da democracia. Ah, o bacalhau era alto e grosso. Regado com azeite que vinha das quintas dos amigos e empurrado com tintol legítimo, porra. Aquilo é que era um fascista! Belos tempos para quem tinha algum para gastar. Os que não tinham emigravam para voltar, está claro. E Fátima, terra de Fé e de negócio? A Mãe de Deus veio a Portugal numa nuvem e pousou numa oliveira para falar de política a três crianças que brincavam aos casais enquanto as cabras vadiavam. Só mesmo em Portugal onde a imaginação faz da fome um pezinho de dança. E aquela mini-saia que não me sai da cabeça. Tanto que assim era que eu - quando a mesada permitia - dirigia-me à Eva 2 que ficava no Bairro Alto e onde elas eram muito asseadas - me disponha, por uma de cinquenta, mergulhar no mercado nacional. Que era tão bom como o outro, só que mais escuro e, pagando claro. Pormenores! Nos dias de hoje, grande porra. Minino é com camisinha e são sessenta (euros-classe económica). Ou então noutras línguas esburacadas. Perdi-me neste texto e já nem sei o que queria escrever. Deve ser do tesão ou da memória dele.

manuelmelobento

terça-feira, 2 de novembro de 2010

MINISTÉRIO DA ESMOLA ou Ministério dos Pobres





Porra! Batam mais devagar. Até parecia o cobrador da luz. Vou à porta e que vejo? Uma mulher ainda nova a pedir. Você não sabe bater mais devagar? A mulher faz-me má cara. Não lhe dei esmola. Ficou furiosa. Não percebo nada disto. Quando se vai pedir qualquer coisa, penso que se deve ser humilde. Arrependi-me depois. Devia ter dado alguma coisa. Devia ter feito também um pouco de pedagogia. Mais tarde quando liguei a televisão para ouvir o noticiário deparei com uma cena triste: centenas de portugueses numa fila à espera de comerem uma sopa. Até parecia que estávamos no tempo da Iª República. Lembrava a "sopa do Sidónio". Portugal passa fome? Quem passa fome e onde? Não me parece que os que alcançaram o poder estão a perceber o que vai na rua; o que se desenrola à sua volta. Os governantes portugueses têm tido muita sorte com as centrais sindicais. Estas estão como as câmaras municipais a trabalhar para o circo. Só dão espectáculo com quem ainda tem emprego efectivo. Estamos na bancarrota e anuncia-se greves para melhorar a vida de quem não está a receber o justo salário e quer menos horas de trabalho. A greve é um direito dos trabalhadores e trata-se de um marco de referência nas democracias. Mas com gente a passar fome, não se estará a exagerar? A greve é, neste momento, contra todos os que vivem mal. Piorando a situação quem é que perde mais? Os capitalistas ou os desempregados? O governo tem-se rido das manifestações porque sabe que a maioria dos que vive mal não vê com bons olhos as exigências dos que comparados com eles "vivem bem". Os que não têm trabalho pedem-no e os que passam fome estão de mãos estendidas. A situação não transparece no discurso dos políticos. Não dá para esticar a corda muito mais. O cenário até que está bom, só que está podre. Faz-me lembrar os gritantes apoios da plebe a Marcelo Caetano para logo se seguirem os apupos e os coices na "carrinha" que o transportou do Convento do Carmo para o inferno. Os nossos políticos fragilizaram o país do exterior para o interior. E a catástrofe pode entrar por aí. Por aí, se nem temos fronteiras? Estamos rotos depois de ter estado de tanga.

manuelmelobento



sexta-feira, 29 de outubro de 2010

OS RESTOS DO DESVARIO QUE NOS GOVERNA




Portugal ainda é independente! Não sabemos em que áreas... Apesar de tudo pode-se afirmar que os comentadores nacionais (até ver) têm sido "altamente" libertos de certo patronato internacional. O país é ainda hoje fruto das loucuras de Pedro IV acompanhado por uma turba de oportunistas e plebe ignara. Este Pedro (Dom) teve a sorte de tanto a Inglaterra como a França estarem de olho na parte que lhes caberia do desvario dos portugueses. Por isso, sempre que lhes convinha apoiavam o suicídio sustentado a que o país se entregou aquando das lutas entre absolutistas e liberais. Os portugueses nunca foram conscientemente nem liberais nem absolutistas. O povo para além de analfabeto não pensa (melhor pensava...) , o que acontecia era que grupos possidentes se acotovelavam para melhor captarem os impostos arrecadados à plebe. Isto é, alcançar o poder. Destes capitães, uns eram a Igreja e aqueles que viviam das rendas das terras, que aquela abençoava. A outra classe de capitães caracterizava-se por comerciantes, negociantes e trapaceiros (os actualmente chamados corruptos). Que são por natureza mais "pró-progresso" que os outros que não gostam de mudanças. Estes têm razão, pois, a palavra de deus mantém-se inalterável. Pudera, não fosse ele mesmo deus. Os improgressivos são afeitos a um Estado forte e nacionalista, o que não convém à estranja. Com um Estado forte não se torna fácil entalar a balança comercial. Já com os liberais a coisa muda de figura, Os negócios do Estado tornam-se numa verdadeira rebaldaria. A estes não importa se os cofres do Erário Público se esvaziam. O problema não é deles. Saltemos para os dias de hoje para compararmos absolutistas e liberais (se os houver, claro). Depois do chamado 25 de Abril de 1974, o Estado foi dominado no poder pelos liberais, perdão democratas (socialistas, social-democratas e quejandos). Aquela ideia de Estado centralista foi-se transformando em Estado protector. Este tipo de organização política obriga a que quem quer permanecer no poder ter de prometer e mentir naquilo que os votantes gostam de ouvir. Raramente conseguem cumprir. Porém, formatizam um tipo de discurso que permite explicar o não cumprimento das promessas. Este tipo de Estado esgota-se economicamente uma vez que a preocupação geral não é produzir mas transformar cada cidade num entreposto comercial de mercadorias estrangeiras. Pergunta-se, pois se a governança sabe disso por que não reage no sentido inverso? Não pode, e isso simplesmente porque os que nos governam são agentes dos entrepostos. Nada a fazer? Por um lado uma espécie de "soviete civilizado" (não estamos em 1917) e por outro um "absolutismo amanteigado" (Dom Miguel já morreu). Talvez a conjugação destas duas visões ainda vá a tempo de mantermos a pouca independência que nos resta. Aliás, toda a conversa fiada tem um fim...

manuelmelobento

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

E A ÉTICA? CANDIDATO A PRESIDENTE CONVOCA CONSELHO DE ESTADO

Sem ética é o mínimo que se pode dizer acerca da convocatória do Conselho de Estado pelo candidato à Presidência da Republica. Teria havido alguma vez um equilíbrio entre candidatos a cargos políticos, na medida em que se possa discutir o grau de oportunidades? Nesta democracia nada se respeita e de onde devia vir o exemplo só sai oportunismo. A corrida ao trono de Dom Carlos, nesta república, tem foros de escassez de dignidade. Cavaco corre à Presidência como uma lebre que corre em competição com um coxo. Cavaco tem a seu favor uma publicidade exasperante. Se todos os candidatos usufruíssem da mesma publicidade, o professor de Economia ficaria atrás do médico Fernando Nobre umas boas léguas. Convocar o Conselho de Estado logo após ter anunciado a sua recandidatura é um golpe de baixa política que só tem paralelo em repúblicas americanas de expressão espanhola. O nosso homem entrou no CCB com a mulher e filhos e netos para anunciar que se ia recandidatar por patriotismo. Os escombros abstractos do palácio de Belém orientam-no no modelo mediático dos grandes actos. Fosse o homem mais gordo e a mulher mais estilosa e reposicionávamos um cortejo real salvaguardando as respectivas distâncias. No discurso para a corrida deu para ver como ele trata o povo e os seus tratadores. Ele é um pai para todos. Sabe tudo e que sem ele a coisa ficaria muito feia. Os basbaques que o acompanharam neste cenário representam uma nata. Mas que nata! Como diz a querida Inês Serra Lopes "ele tem o futuro de Portugal nas mãos". Eu acrescento: como o Padre Cruz de saudosa memória. Se fosse Manuel Alegre ou Fernando Nobre convocava um Conselho de Sábios para contrapor ao Conselho de Estado. Um Conselho de Sábios deve ser superior ao que por lá se senta. Outra questão para apor neste remendo é relacionada com o encontro de técnicos de finanças. Qualquer Orçamento do Estado é um acto sobretudo político e não económico. Se os dinheiros públicos provindos dos impostos e das transacções seguem uma linha de orientação social, o aspecto económico obriga-se a servir este desígnio, logo o seu papel é de sujeição. Aumentar impostos não é uma questão técnica mas sim política. Sócrates - que quer ganhar tempo com a agonia dos adversários - num passe de mágica, desloca o centro do furacão para uma mesa onde se discute importação/exportação, deve e haver. Mais, afasta-se da discussão ausentando-se. Com esta atitude obriga Passos Coelho a imitá-lo. Resultado? Parece uma pequena arena onde os galos se engalfinham a par das apostas feitas por fora. O Ministro das Finanças depena o representante de Passos. O ilustre Catroga não tem estaleca para aguentar com um desafio a este nível. É um velho ex-ministro representante de uma época em que se nadava em dinheiro (emprestado).
mmb

terça-feira, 26 de outubro de 2010

CAVACO AFINAL É CANDIDATO. OUTRA VEZ ANIBAL

O que é que sai mais barato? Reeleger Cavaco ou irmos à procura de uma solução fora de portas à guiza do rei da Suécia - século XIX - que perfilhou um general napoleónico e a ele lhe concedeu a honra de ser seu sucessor?
Eu cá faria como os judeus: poupava. Isto é, em vez de arranjarem vários deuses - que como todos sabemos comem muito - contentava-me com um só. Um só deus sai muito em conta. É ver os lucros que os judeus obtêm com esta linha económica. Já os judeus de segunda, os chamados judaico-cristãos, com a mania da sumptuosidade não se contentando vai daí e fazem do filho do deus único um deus também. Como não gostam de trabalhar e preferem os altares por serem mais aconchegados no Inverno e vai daí descobriram uma outra personagem - por sinal bastante esquisita - sem peso a quem deram o nome de espírito santo (e ainda não tinham estudado o mundo quantico). Outro deus para o palco. Este, por sinal, bastante calado como convém. E vão três. Os judaico-cristãos - tais foram as solicitações - com a criança nos braços resolveram dar uma mãe ao filho. E vai daí de Maria - virgem e pobre desamparada - fazem-na deusa. E a rapariga vai para o céu para junto do seu segundo e divino marido depois de ter batido a bota cá em baixo. Ora bem, para quê tanto disparate pró-divino? Haja dinheiro. Um Presidente da República gasta tanto dinheiro para viver em Belém que dava para sustentar um rei, uma rainha, princípes e princesas legítimos e outros menos legais. Mais, até crescia algum que dava para grandes paródias. Das que fazem os republicanos com os dinheiros dos impostos. Cavaco não apresentou um único pensamento credível nesta sua intervenção narcisista. Disse uma série de baboseiras de autoconvencimento sem ter tido a coragem de dizer que também ele é um dos culpados da nossa actual situação. E a lata do homem: meus senhores, vou candidatar-me. Parece que nos vai fazer um favor. Está tão convencido que é bom que nem pediu um único voto. Que candidato!
manuelmelobento

PS E PSD EM MAMADELA




Cavaco Silva estendeu-se ao comprido ao pensar que tudo estaria resolvido antes de anunciar a sua recandidatura. Enganou-se. Pedro Passos Coelho entendeu-se com o PS para deixar para depois do Acto Cavaco a pronúncia orçamental. Uma pequena vingança do Pedro contra o intragável Presidente que num passado muito recente lhe fez a vida negra. PSD e PS parecem dois seres do mesmo sexo enrolados num frenesi rotativista. O que eles querem todos nós já vislumbrámos. Parece impossível estarem estes dois partidos a pensar nas sua estratégias eleitorais e a deixarem os assuntos do Estado para posteriores cenários. Os portugueses só pensam na Pátria depois de pensarem em si. Cavaco idem. Quando já se encontravam no terreno os candidatos a Belém, Cavaco fingia que não era nada com ele. E a malta a querer saber numa de bisbilhotice e ele nada. O homem tem a capacidade de transformar os seus tabus em rebuçados. Os portugueses adoram-nos. Bem, dizem os rurais acerca das suas festas sacro-paganizadas: o melhor da festa é esperar por ela. O homem é natural de uma aldeia rural, daí que siga a sua banda. Como tanto o PS e o PSD estão agarrados à mama do Estado e como não podem ambos chupá-la ao mesmo tempo deram uma de Alunos da Apolo. Isto é, um tango. Ora agarrando-te levo-te à minha frente, ora recuando te arrasto. Nada mais a dizer. Aguarde-se o que os nossos maiores farão da Pátria que se dizia amada.

mmb

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O ORÇAMENTO E A CORJA

Se havia necessidade urgente de dignificar o Estado Português, por que razão só agora com a discussão do Orçamento surge uma onda de contestação e/ou reacção contra uma espécie de família que assaltou tecnicamente os dinheiros públicos. Que fez o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista ao longo de todo este tempo que não cumpriu com algumas das tarefas que lhes estão afectas e a saber: vigiar a legalidade dos actos de quem governa? O combate contra essa grande família que divide entre si os impostos que arrecada aos trabalhadores e às transacções comerciais não deveria deixar pregar olho aos deputados, polícias, magistrados do MP e dos Tribunais, fiscais de todas as actividades, Presidente da República e cidadãos. Não é de agora que o assalto aos dinheiros públicos viu nascer o Sol. Sempre foi assim. Umas vezes descaradamente, outras com mais decoro. Mas, porra, estamos a viver num regime democrático. Não se pode aceitar que nas nossas barbas a quadrilha/família chupe o nosso sangue e ainda por cima se divirta nababescamente. Proibem-nos de fumar em toda a parte, de beber e conduzir ao mesmo tempo, de cuspir para o chão, de ir por determinadas estradas sem pagar o asfalto, de nos manifestarmos sem autorização, de conduzir sem selo-seguro-inspecção, de estacionar a viatura aqui e ali sem pagarmos a senha,etc. É tudo proibido ou para que o não seja ala que temos de desembolsar as patacas. É um negócio do camano. Qualquer dia destes temos polícia à porta por termos dado mais passos dos que estavamos autorizados. Isto é, três passos a mais, multa de quatro cêntimos. E cuidado que para a semana que vem leva com o ajustamento da inflação. Eu não estou a brincar. Já tenho setenta anos. Levo tudo a sério. Até a falta de tesão. Com esta família - que abominava o salazarismo "caqueticobeato" por ser um regime opressor - não vamos a parte nenhuma. É por razões idênticas que se fazem revoluções. Estas tornam-se legais quando há fome. A fome é má conselheira. Os militares têm de sair novamente dos quartéis para pôr ordem neste vespeiro. Não vejo outra solução. Já dizia o bom Dom Carlos que foi vítima da escumalha sedenta de poder e dinheiro: um país de bananas governado por sacanas.
manuelmelobento
PS: existem regimes democráticos tão abandalhados que se torna necessário actuar para prevenir uma ditadura...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

QUE PENSA DO ORÇAMENTO, DONA ALMERINDA?




O repórter vai à rua perguntar às pessoas o que têm elas a dizer acerca do levante que está feito acerca do orçamento.

Dona Almerinda, que toda a vida foi doméstica e hoje usufrui de uma pequena pensão de sobrevivência, respondeu:

Meu rico senhor, o meu marido estava a dizer ao vizinho de cima que aquilo de orçamento era uma espécie de rol onde se lia o que ganhavam os novos senhores que mandam em nós.

Inácio Trabique que ia a passar metendo-se na conversa acrescentou: não é só isso dona Almerinda. Então a senhora também não ouviu dizer que eles gastavam muito dinheiro em tontices.

Dona Almerinda replicando: eh, senhor Inácio, a gente não tem nada com isso...

Para além destas pessoas foram inquiridas outras de melhores dizeres, que é como quem diz engenheiros, doutores, professores. Disseram o mesmo mas por palavras distintas. Para o ano haverá mais orçamento e pronto. Resta-nos esperar pelo anúncio da recandidatura de Cavaco para ficarmos mais na mesma.

Ermelinda Vasconcellos
Estudante Sénior

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

INCLINAÇÕES POLÍTICO-PARTIDÁRIAS NOS AÇORES


Vivo há três anos em Lisboa por livre opção. Todavia, por imperativos de ordem doméstica destino uns dias para a terra onde nasci. Como qualquer cidadão que se quer actualizado interesso-me por política e coisas afins tais como boa mesa, boas mulheres (pagando, claro) e tudo que mexer e der prazer. Para realizar estas apetências tenho, efectivamente de me mover. Melhor dizendo, por exemplo, para ficar a par das notícias tenho de manipular o comando da têvê. Ai, meus queridos, tão depressa sintonizo a RTP/Açores, ou sai uma missinha acompanhada por uma procissão, ou uma beata segurando um bolo lêvedo benzido pelo pároco da freguesia. Aguardo melhor perspectiva e lá vem uma banda de música tocando atrás do santo escolhido para abrilhantar mais uma procissão e/ou emissão. Bem, quando por artes de uma comunicação adormecida surge um programa mais vivinho não consigo aguentar a sonolência. Durmo e durmo bem. Eu é que agradeço pois não utilizo soporíferos. Mas, atenção! Às vezes sai surpresa. Olhem, até fotografei as personagens que se apresentaram num programa que dá pelo nome de "Parlamento". Meus queridos leitores, antes de adormecer percebi que se tartava de um programa político. Três senhores opinavam sobre se nos Açores devíamos ter como chefe máximo um Representante da República. Não vou tecer qualquer comentário. Para quê? Reparem bem para as inclinações dos eleitos do povo açoriano que aparecem a encimar este texto. Um, dos que defende o que sim, inclina-se para a esquerda na foto. Os outros dois que representam o que não sim inclinam-se no sentido oposto, isto é, para a direita na mesma foto. O que eu aprendi com a política açoriana não tem preço. Bem, vou rezar as minhas glórias e de seguida cama. E para quê? É que logo de manhã sai - espero - uma procissão com missinha e se tiver sorte ainda revejo alguma romaria, daquelas em que se consegue ouvir os romeiros nos seus típicos gemidos.
mmb

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O CAPITALISMO BURGUÊS NÃO SUPORTA A IGUALDADE




Podem-nos chamar atrasados de todo. Fartai-vos. Mas uma coisa não pode ser retirada de ânimo leve: o salto que demos na Eduacação e Saúde. Hoje, com a burguesia capitalista a querer acabar com o Estado Social Português, fácil é percebermos aquilo de que todos beneficiámos. Como é que num país como o nosso floresceu a apetência humanista a tal ponto que os grandes países capitalistas se encontravam a milhas do nosso? Olhámos para os nossos doentes pobres ou ricos e recebemo-los com dignidade e apoio, ao contrários de outros países ditos da Civilização Cristã que só estão disponíveis para quem tem dinheiro para pagar os tratamentos e internamentos. Olhámos para a nossa juventude e independentemente do pobre e do rico oferecemos-lhe ensino grátis a todos os níveis. Poucos países ricos se podem orgulhar de tão grande preocupação e preparação para o futuro. Tratámos o Povo Cigano como igual. Apoiámo-no na habitação social, na educação e protegemo-lo na sua integração. Olhámos para ele como parte integrante da nossa cultura centenária. Fizemos dele irmão de lei. Os outros países - tão cristãos quanto nós - procuram correr com eles, como solução étnica-económica. A mensagem cooperativista e comunitária vingou um pouco entre nós. Não fosse a traição burguesa e poderíamos ter sido um exemplo a seguir nesta Europa retalhada de objectivos. Fomos - povo - traídos cá dentro por sequases da corrupção, do assalto aos bens públicos, dos negócios ilícitos, de compras sem corespondência às reais necessidades deste Estado, do desvio de fundos sem explicação plausível para colocar o próprio Estado como mero mercador, do encobrimento bancário, etc. Esta burguesia, que traíu a própria Constituição que aprovara quando andava aos caídos, tem de prestar contas. Queremos ver as contas! Queremos saber a verdade do que correu mal. Queremos saber como se fizeram as grandes fortunas num país de poucos recursos. Enriquecer à custa da miséria dos outros é crime sem perdão. É medievalesco! Têm de devolver o que abocanharam incorrectamente. Não é preciso fuzilamentos nem perseguições. É a Lei que tem de ser respeitada. Se as dívidas atingem a quinta geração, o saque - como crime dos bens públicos - não deve prescrever, nunca.

manuelmelobento

Ps: Entregar de mão beijada a riqueza do nosso património humano, psicológico e social a mercadores só para estes apresentarem lucros é crime. O que nos resta de dignidade não pode estar à venda.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Passos: separará o trigo da palha




Este título resultou de uma consulta a um conhecido intérprete de sinais que indicam o futuro.

"Separará o trigo da palha" Foi a resposta que encontrou quando se lhe colocou a questão da aprovação pela AR do próximo OGE. Pedi-lhe que explicasse melhor. Só disse: "Nascimento" e mais não disse a não ser que não responderia a mais nenhuma questão. Só me resta interpretar as palavras. Creio que Passos Coelho vai votar contra o Orçamento proposto pelo PS de Sócrates. Vai nascer um novo país e muitos verão a pia ser-lhes retirada. Não vou adiantar mais nada, pois o que eu pessoalmente prevejo é uma revolução que vai até certo ponto acabar com a rebaldaria em que se tornou Portugal. Oxalá seja do tipo bons rapazes como foi a do 25 de Abril de 1974.

Mais não digo, isto porque tudo leva a crer que este ciclo terá fim.

Tratem dos passaportes rapazes..........................
mmb

terça-feira, 12 de outubro de 2010

É PRECISO COMBATER A TRAIÇÃO



As medidas restritivas impostas pelo último primeiro-ministro desta República não foram bem recebidas. Sócrates meteu-se a retirar privilégios a tudo que era mais ou menos escandaloso. A última medida afecta alguns magistrados. Estes reagiram como é óbvio. Até aqui tudo bem. Quem não sente não é filho de gente!!!!!!!!!! O pior de tudo foi ouvir uma madame Pinto do Bloco de Esquerda reagir contra a medida. Não se percebe o que pretende esta esquerda à portuguesa. Esta esquerda é uma encapotada escória burguesa. É preciso estender o rigor a todos. Mas a todos sem excepção. Só assim se consegue implantar um regime que não deixe alguns de fora. Todos, mas todos têm de estar nesta onda. Quem a furar terá de ser chamado à pedra e denominado de traidor. Quem deseja que Portugal se afunde só pode ser considerado traidor. A traição paga-se. Quem mexe ilegalmente nos dinheiros do Estado é, neste peíodo de grande carístia, um verdadeiro traidor. Quem se aproveita deste descalabro para seu proveito e de "sua família política" é traidor. É traidor todo aquele que ajudar a enterrar este País seja ele do clero ou da burguesia. Vamos estar atentos para os denunciar e combater. Só nos resta lutar outra vez.

mmb

domingo, 10 de outubro de 2010

ERROS MONÁRQUICOS OU FALTA DE CONHECIMENTOS

Um dos erros que cometem os monárquicos e/ou simpatizantes é permitir que se difunda a monarquia portuguesa como sendo a culpada por todas as desgraças sociais que o país sofreu antes do aparecimento "destas repúblicas" sem contrapor. Os monárquicos portugueses assistiram ao desvario dos que sequestraram o Estado - 1910 - sem se organizarem. Deram oportunidade que surgisse uma ditadura misturada de catolicismo reaccionário e prepotência militar, logo após o afastamento dos republicanos que iam salvar a Pátria. Estes líricos que apregoavam melhor Saúde, melhor Educação, melhores Vias de comunicação, mais Habitação , mais Emprego, menos Igreja para todos os portugueses sabiam que isso era ficção mas olhavam para o lado. Quando acabou o crédito e o saque ao Estado terminou , os republicanos (não se pode atribuir estes crimes aos monárquicos, claro está) fugiram, como ratos que são os primeiros a abandonar um barco prestes a afundar-se aconselhados pelo instinto, tão despressa os militares se zangaram. Os militares sempre dispostos a obedecer quando os vencimentos estão em dia aperceberam-se que a coisa ia ficar cinzento carregado (não digo preta para não dar a algum filho de puta ocasião de me chamar racista e reaccionário que não sou) e vai daí tomaram o poder económico. Como nada percebem de contas foram desencantar um bom contabilista para pôr cobro à desbunda. Depois veio o Salazar - que até era monárquico e etc e tal que toda a minha gente sabe do que se trata pois há bem pouco tempo votaram nele como o maior português de todos os tempos. Abreviando que não tenho muita pachorra, a falta de dinheiro sempre foi causa de revoluções. Porra, mas que grande novidade. A falta de dinheiro quando ataca os pobres transforma-se na falta de pão. É sinal para fugirmos. O povo fica cego de fome e quando aparece um maluco que com uma espingarda faz pum!, pum!, aquele segue-o como se tratasse de um Messias. Nestas alturas, o povo consegue apropriar-se de alguns bens e como o poder se esvazia existe uma propensão para se criar no papel medidas em prol dos mais desprotegidos. Quem passa ao papel as regalias não é o povo - que não sabe ler - mas os letrados messias. Os messias passam a governar pois tornam-se insubstituíveis e vai daí congregam-se em grupos que sacam para si e para os seus a melhor parte dos despojos. Surge de novo um ciclo tal qual o ciclo da chuva. Durante o período do Estado Novo ficámos a saber - e obrigados a estudar - que a República que se seguiu (2 anos) ao crime de homicídio na pessoa do Rei Dom Carlos era composta por gente do piorio. Agora, nesta República - por enquanto não é para rir - estuda-se o mal que a ditadura salazarista fez à malta, ao país, ao mundo e não sei mais a quê. Que os salazaristas eram assassinos, criminosos, fascistas confessionais, etc..................
Vem aí borrasca da grossa. Já cheira a FMI, a cortes de tudo, tomates incluindo. Os que virão posteriormente salvar a Nação Portuguesa hão-de dizer tudo o que lhes der jeito para condenarem os criminosos autores da recente temporada caída em desgraça.
Bem, eu dei dentadas no Diário da República quando soube que os meus impostos serviam para pagar despezas com passeios, comilanças, carros de luxo, casas de luxo, putas de gabarito, ordenados de marajás, encher contas na Suiça de dinheiro roubado, perdão desviado... estaria aqui até amanhã a descrever aquilo que fazem com os meus impostos uma caterva de correligionários de assassinos. Por isso, só vou acabar esta merda dizendo que para além de ter dado dentadas no referido diário até chorei gritando. Pois, não querem ver que o meu dinheiro até serviu para pagar o ridículo, piroso, rural, pestilente, lodoso chapéu com que uma primeira dama se aperaltou quando foi fazer uma visita régia no estrangeiro.
Viva o Rei!
mmb

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

JAIME GAMA O LÚCIDO




Disse o dr. Jaime Gama no dia em que a República comemorou cem anos: "Ninguém é dono da República!". Oh, senhor doutor! Quem é que quer ser dono de uma coisa que está falida? Ninguém! A não ser os que a tal forem obrigados. Eu não sei qual será o desenvolvimento que vou dar a este texto. Antes que tal "se desenvolva" quero afirmar o seguinte: a República não é a minha Pátria. No território Pátrio, a República teve e tem espaço. Não o posso negar, mas posso contestá-lo. É aqui que a coisa fica de tremeliques. Uma pátria sem nação é como um galinheiro sem galinhas. Uma nação sem estar politicamente organizada é como uma casa de passe só com proxenetas. Os meus quatro habituais leitores tenham calma. Eu ainda não comecei a chamar nomes a ninguém...

A minha Pátria tem 857 anos de existência. Comemoramos os últimos cem... Não comparando, era como se eu que tenho 69 anos apenas comemorasse os últimos 20. E isto porque tinha feito uma operação para alterar o sexo e me transformava em mulher há 20 anos. E então, os meus 49 anos como homem? Vou atirá-los ao gato? É complicado, eu sei, mas não posso ser só mulher. Credo em cruz, salvo seja o Padre Cruz. Esta comparação é coxa! Retracto-me já. A nossa Nação é muito misturada. E isso deve-se não só por termos sido invadidos como nos cruzámos com vários povos que fomos conhecendo (e fodendo, claro está). No princípio da nossa nacionalidade fomos tendo como parceiros na nossa organização a Igreja. Ela tinha os livros, a cultura, o método, a sabedoria e estrutura. Até nos ajudou com armas. Eu que não sou de Igrejas nem sou pagão, não posso deixar de lhe dar o devido valor (claro que às vezes e quase sempre não é muito recomendável). A Igreja sabiamente foi sobrevivendo e tornando-se imprescindível. Até - o foi nas democracias burguesas - que as tivemos. E isso deve-se a um dispositivo biopsicológico que coloca o ser humano ao dispor de quadros imagéticos. Não há pátria sem benzeduras... há que viver com isso. A nossa Nação não a dispensa! Porém, foi alterando os métodos. Ela ensinou durante séculos. Temos que lhe agradecer o gesto e o jeito. Vou saltar. Na monarquia, onde os republicanos tinham o seu lugar nos órgãos de decisão, também houve adaptações. Dos monarcas absolutos passámos a monarcas constitucionais. A monarquia foi percebendo que a política e os seus jogos deviam ser separados. O monarca passou a reinar e a política e os políticos a governar. O monarca acaba por encarnar o espírito da nação. Assassinaram o Rei Dom Carlos. Ele representava a Nação portuguesa. Qual a utilidade do crime de homicídio? Mudar o regime? Matar o espírito?

continua

mmb

VARETT - entrevistado por Paulo Rehouve



pressportugal

Existe alguma época em que a pintura represente para si mais do que panoramas de estágios pessoais com correspondências sócio-económicas?

Varett

Repare numa refeição brasileira algures no início do século XIX: feijão preto misturado com farinha de milho e um pouco de torresmo de toucinho frito... Penso que hoje em dia é tudo muito diferente. Se olhar a pintura através dos tempos ela também me diz que dá saltos. A pintura é feita por homens. Estes têm sempre correspondências em tudo o que fazem. A pintura faz sentido para mim na minha época. A minha época limita-me apesar de me servir dela para olhar o mundo para trás.

pressportugal

A pintura é sentimento?

Varett

Claro. Eu, por sinal, pinto ou tento pintar sentimentos embora o faça de várias maneiras.

pressportugal

E como o faz?

Varett

Olhe, eu já pintei duas angústias. Tendo em conta que ela é única, veja só.Um dia comecei a pintá-la porque a vi nas feições de uma pessoa. Mais tarde dei por mim a pintá-la (angústia) sem ter qualquer referência. Sei que a expressei na tela embora a sua compreensão não seja extensível a outros. Para mim ela é bastante perceptível.

pressportugal

Será a pintura negócio e arte, só negócio ou só arte?

Varett

Para mim é como a medicina. Há os que curam e cobram. Há os que só curam. Eu só "curo", ainda não comecei a cobrar. Não consigo dar aquele salto. É complicado.

pressportugal

Que pensa dos que negoceiam com a arte?

Varett

Alguns são mecenas. Nem tudo é mau. Reajo negativamente quando se corporativizam e seleccionam artistas com base em critérios duvidosos.

pressportugal

Que pintura se faz em Portugal?

Varett

Há em Portugal uma pintura de ideias e ideias que são pintadas. Há quem se dedique à paisagem, ao retrato. Há os que pintam para a parede e para o gosto da clientela decoradora. Pinta-se muitas vezes pelo petisco, pelo prazer, etc. De Almada para cá os nossos pintores portugueses provaram que são tão bons ou melhores do que os outros. O que ainda não aprenderam foi a serem unidos e isso impede-os de transpor fronteiras. Também os responsáveis pela Cultura não têm estado à altura para a promoverem a nível internacional, como , por exemplo, se faz na vizinha Espanha, França, etc.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A PRIMEIRA REPÚBLICA PORTUGUESA DATA DE 1383





Nota introdutória: sou monárquico de natureza determinista! Aconselho aos monárquicos a não leitura deste texto. Por uma questão de pruridos, também não é de indicar a sua leitura a republicanos decentes.

ORA BEM

A nossa Pátria começa - sec. XII - com Afonso Henriques. À força! Era moda do tempo. E à força nos transformámos em monarquia. Ainda bem para nós que evitámos misturas com outras coisas humanas da Península. A chamada Primeira Dinastia estava voltada para a terra e para a expansão territorial dirigida até para dentro das terras de Leão e Castelas. Temia-se a unidade com a restante península. Esta política de guerra dirigia-se para a sobrevivência. Era a que tínhamos. Foi para materializar este estado de espírito que Dom Fernando - o que casou com Dona Leonor de Menezes (Menezes por parte do primeiro marido) - intentou por diversas vezes incursões a terras dos leoneses-castelhanos. Dizem que Dom Fernando era muito formoso daí o "diminuitivo" de O Formoso. Apaixonou-se pela Menezes e nomeou-a de Telles (seu antigo nome de solteira). Dom Fernando não comparando era como um ex-recente hóspede de Belém - palácio que fica junto dos Pastéis de Belém - também ele casado duas vezes. O problema foi o da filha de Dom Fernando ter casado com o Rei de Castela. Naturalmente que pelas nossas leis quando morresse Dom Fernando que ela (Dona Beatriz) se tornaria Rainha. Teria como marido um Tal Dom Juan que era como atrás referi também ele Rei por acaso. Que grande problema, pensaram alguns. E agora que vai ser do comércio para o Continente Europeu se Portugal se unir a Castela?

Quem assim pensou foram uns antropomórficos que davam pelo nome de ingleses. Castela tomaria nas mãos todo o comércio da área e ditaria as regras a seu favor. Na altura os ingleses não tinham o M16 e os 007s com que lixam, perdão fodem o planeta, mas tinham espiões comerciais ao seu serviço. Não lhes convinha tal unidade na Península. E vai daí toca a imitar a CIA da altura: provocar cisóes internas para arranjarem marionetas que lhes permitissem dominar a zona. Compraram alguns naturais com alguns trocados e promessas de enriquecimento. A eles - ingleses - convinha acalentar o desacordo entre monarcas peninsulares. Como a coisa não lhes estava de feição, pois para além do perigo comercial que oferecia o casamento atrás referido, a sua substituição no poder pelos filhos de Dom Pedro I não auguraria rotura na orientação política. Dom João e Dom Dinis viviam em Castela. Eram por assim dizer amigos. Não esquecer que sua mãe era, como hoje se diz, espanhola. A coisa está cinzenta - não digo preta por não ser racista e não estar sujeito a interpretações de certos filhos de puta - pensaram os anglo-saxões (para não lhes chamar outros nomes, como por exemplo os que chamei ao filho de puta do Blair). Que fazer? Era simples. Um filho ilegítimo do Senhor Dom Pedro e de uma espécie de rameira que dava pelo nome de João Mestre de Avis seria o ideal, pois esquecia que para ocupar o trono - que tanto custou a Dom Afonso Henriques - havia herdeiros directos e de sangue. Bem, encurtando ideias, senão passo a historiador, os ingleses compraram o Mestre e alguns dos seus amigos com dinheiros e homens de armas e promessas imobiliárias. Até enviaram um verdadeiro exército com técnicas modernas para a altura: a disposição em quadrado para melhor se defenderem dos castelhanos. Estes, percebendo que os ingleses lhes eram superiores, abandonaram o quintal desocupado onde pretendiam brigar. Ganharam folgadamente os ingleses - digo ingleses porque as "tropas" portugueses apenas formavam uma ala. E como eram todos uns belos putos ficaram na história pelos da Ala dos Namorados. Ou Namoradas, pois os ingleses também petiscavam rapazes ao modelo dos Gregos Clássicos. Pedófilos, por assim dizer. Bem, mas isso não confirmo. Não estava lá e não acredito em tudo o que leio ou dizem. Os ingleses, sempre eles, meteram na cabeça do Mestre que este se fizesse eleger Rei. Podem rir à vontade que eu não me ofendo. Eleger o Rei? No século XIV? Tenham dó de mim que não sei se sou diabético. Não faço análises! Eleger um monarca e mais a mais na nossa Pátria do século XIV. É obra. Escusado será dizer que o pobre Mestre teve de casar com uma inglesa para o agarrar até ao tutano. A tal ponto que fomos obrigados a ir roubar para o Norte de África. O filho da Ana pernas abertas feito Rei... E Eleito! Pior só a "instalação" da II República em 5 de Outubro de 1910. Outra vez os ingleses e a sua agente Filipa de Lancaster-Lencastre com um exército de mercenários nos obrigaram a ir mais além para sacar Ceuta. Daí até estarmos a comprar e a vender escravos foi um ápice. E foram mandando em nós até muito depois das invasões francesas. Tínhamos dois reis. Um inglês e outro indígena inoperante. Um dos reis ingleses chamava-se Beresford. Este até mandou enforcar um português de cepa, o general Gomes Freire de Andrade, por este olhar para dentro de Portugal... Essa dos ingleses mandarem nos portugueses não é novidade para as novas gerações. Ainda há pouco tempo vimos um sacana de inglês de nome Blair levar-nos para uma outra guerra. a guerra com os islamitas com quem nós estávamos em paz desde o século XIII. Já não se trata do Mestre filho da Ana Pernas Abertas ao Rei, mas sim um tal de Durão Barroso que assinou um tratado de guerra. Ainda não sabemos qual o preço a pagar. Veremos. Ora bem, este texto é para corrigir interpretações históricas que esquecem o nosso passado. Na medida do possível, está claro.

Ps: Esta Segunda República faz cem anos. Parabéns e viva o Rei!

mmb