domingo, 31 de janeiro de 2021

EM CONFINAMENTO COM UMA MAÇÃ ...


 

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

AS MANHÃS NA TEVÊ, EM CERTAS ALTURAS É DE FUGIR. A RTP1 É UMA EXCEÇÃO...

 



Assistir às  manhãs de tevê em certas alturas era como ir à missa obrigatoriamente e ouvir  o ministro de Deus a falar na língua do Império Romano. Quem está preso em casa com ou sem pulseira eletrónica se se quiser entreter tem várias opções pela frente. Uma delas é ver televisão.  Ou levamos pelas fuças com a diarreia  de tiroteios americanos ou com as  estopadas recriadas a papel químico de programas de bisbilhotice e assassinatos. Quem vê uma vê a outra. Há um programa na SIC N que ouço com interesse: "Opinião Pública "e isto quando a jornalista Atalaya permite ouvir o público em vez dos sábios que ela convida para botarem figura. Hoje tive o azar de ligar a televisão mais cedo para ouvir o noticiário e dei de caras com o acostumado pedido dos casais apresentadores que enfeitam o programa e que  nos convidam a telefonar. Porra, e telefonem, e telefonem, e telefonem que dá  saúde e sua vida vai ser um céu aberto de alegria. Mal liguei para a tvi, uma dupla gemendo e pedindo para se telefonar encabecava o programa,  carreguei logo no botão  (acho que se diz zapping) e logo outra dupla pedinchando na mesma cadência  (SIC) surgiu com cara de sem-abrigo após receber um abraço do Presidente de todos nós. Outra vez!, lá mudei de canal outra vez e fui parar à  RTP1. Oh pá!, dei de caras com um Fred Astaire e uma Ginger Rogers tão toscos e aos pulos que me fizeram rir até às lágrimas.  O apresentador com saltos do tipo dos que certos mamíferos dão de galho em galho ria alarvemente. Ora bem, já ganhei o dia.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

MÁRIO SOARES: DOIS SOPAPOS NA MARINHA GRANDE ELEGERAM-NO PRESIDENTE.



Vejo perplexo as imagens televisivas de um candidato presidencial a ser apedrejado numa ação de campanha. Os manifestantes não aprenderam nada com o debate Tino de Rãs versus André Ventura em que aquele oferece  ao seu opositor, a meio do frente-a-frente, quatro pedras (da calçada?) num gesto simbólico.  Ventura agradece e recolhe a pedraria. Fico ciente de que  a atitude do candidatoTino (Vitorino Silva) em nada contribuiu para que André subisse o seu score eleitoral. Já  com a violência de hoje, vou pensar (como muitos) que sempre que haja vitimização os vitimários saem sempre a perder e muito mal frente à opinião pública. Neste caso, tratar-se-á certamente do eleitorado. É fácil e lógico pensar-se assim. Até hoje as manifestações contra adversários políticos têm sido realizadas dentro dos limites civilizados. De repente, deparámos com atitudes impróprias de um Estado de Direito. Trata-se de ato criminoso, o que obriga à intervenção das forças da ordem. Procure-se a causa. A meu ver deparo-me à partida com duas. Retirar subsídios estatais a quem não trabalha. Segundo,  a grande publicidade com que os meios de comunicação social iniciaram esta campanha, dando a entender com parcialidade e empolamento que Ventura era uma espécie de Diabo ao contrário da santa extrema-esquerda que como todos sabemos têm como ideólogos grandes genocidas.  Esta extrema-esquerda que se apresenta às eleições composta pelo Bloco e PCP e mais a candidata ex-MRPP tem sido paparicada pela comunicação social de uma forma escandalosa. Esta atitude acicata os ânimos da população e depois é o que se vê.  A União Europeia que nos pôs de cócoras é uma grande democracia burguesa  orientada por uma economia de mercado. Nem o Chega persecutório nem a nossa esquerda golpista têm enquadramento  no atual cenário europeu. A maioria do eleitorado português é centrista. Não tem no seu ADN  vocação nem tendências extremadas. Este centralismo nacional dá de comer a milhões de portugueses e não creio que nenhuma das extremidades atrás referidas venham melhorar as coisas. Trata-se de uma atitude reacionária e burguesa? Com certeza! Estar na União Europeia apregoando estalinismos encapotados e maoismos cheirando a social-democracias não nos levará a grandes melhorias. Vem aí dinheiros fresquinhos qual pimenta da Índia,  há que abrir o bico como os borrachos. E boca calada por causa das coisas...


segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

RESPOSTA AO COMENTÁRIO DO FILÓSOFO LUÍS BASTOS, PROFESSOR NO LICEU ANTERO DE QUENTAL JÁ A SEGUIR.

 

Diário da Condessa Zewings encontrado por acaso no quarto do mordomo e que este posteriormente vendeu ao Barão das C.......  O Barão trocou-o por uma reportagem com uma jornalista de revista cor-de-rosa com o propósito de esta o promover socialmente.

"1 de Outubro  1975

Hoje fui jantar a casa da Marquesa, a Mavitó, como gosta que eu a trate. Depois de uma refeição tipicamente micaelense composta de morcela com ananás, queijo de cabra fresco  confecionado nas suas cozinhas acompanhados por um excelente Moêt & Chandon Dom Pérignon de 1961, galinha rosada com batatas alguns mariscos e mais uns petiscos que mal toquei saímos da grande sala de jantar belissimamente decorada e a gosto. Cores em pastel predominantes. Dei conta de três grandes espelhos com molduras douradas. O teto recheado com molduras de gesso ao estilo das antigas casas senhoriais francesas.  Pinturas, julgo ter visto um Toulouse-Lautrec bem lá no fundo da sala. Deixei passar o espanto não me fossem julgar uma tansa qualquer. Serve numa aflição pois há sempre mercado para estes monstros sagrados. Nos tempos de hoje nunca se sabe o que é nosso e o que é da plebe que este Estado protege no roubo da propriedade sagrada. Parece que estamos vivendo sob a orientação de um tal Proudhon que ensinou esta cambada a apropriar-se do alheio. Por onde anda a palavra de Cristo? "Ama o teu próximo como a ti mesmo." E o Papa sempre muito calado com medo que lhe vão às pratas. Enfim, depois fomos para a biblioteca. A Mavitó chamou a esta divisão assim, mas não tinha muitos livros. Manias. Aqui tomámos um belo café, mistura do de São Tomé com o de Angola. Naturalmente restos do antigo império. Apesar de ter comido pouco o jantar pesou-me no estômago. Coisas regionais: coisas da FLA a que ela aderiu. Segundo me disseram, pois da boca dela pouco tinha adiantado até ali. Depois do café, em vez de um bom Cognac, lá tive de bebericar uma horrível aguardente da terra. Coisas da Mavitó assumindo um açorianismo inusitado! Acabada de beber esta zurrapa, um sujeitinho com um linguajar esquisito começou a dedilhar a musiquinha regional, a Sapateia, numa viola da terra. Quando entrei em casa da Mavitó, ela apresentou-mo mas achei-o insignificante, e não lhe dei importância. Só muito depois é que soube que ele e ela tinham um caso aéreo, do tipo Romeu e Julieta com mofo. Estou a ser mazinha, é que depois de o ouvir declamar poesia em francês, troquei de ideias. Baudelaire foi o autor privilegiado a quem depois retratou numa ótima preleção.   Uma coisa veio interromper esta sessão de poesia musicada, o padre da paróquia que vinha conversar com a senhora Marquesa. Depois dos cumprimentos em Cristo da praxe, o Padre começou logo a seguir de ter emborcado dois cálices grandes de aguardente a expor ao que vinha. O comunismo tinha tomado conta de Portugal. Era preciso travá-lo quanto antes. O guitarrista e antigo televisivo estremeceu. Naturalmente lembrou-se dos jeitos que deu ao Estado Novo. Depois do senhor Padre ter descrito o que os malvados comunistas estavam a fazer no Continente de repente deu-lhe para falar na FLA. Que sim, que era uma organização que surgiu como milagre para defender os princípios da civilização cristã e que atuava secretamente como os antigos e perseguidos cristãos. Disse até que havia flás escondidos em catacumbas onde se preparavam para atuar em nome de Deus. A Mavitó entusiasmou-se a tal ponto que se prestou a transformar o  seu solar numa catacumba. Eu comecei a ficar preocupada. No meu casarão, não consinto que se escave. Mas estou com eles na defesa da Civilização Ocidental. O guitarrista começou a declamar os versos da sua obra intitulada Sapateia Açoriana. Versos de expulsão dos agora invasores de ideias. Mal acabou de a cantar ouviram-se  todos em uníssono e em grito: ei-lo o novo Presidente da República dos Açores Unidos. O ex-televisivo agradeceu mas depois tornou-se muito corado. As mãos tremiam. Até chorou quando a Mavitó lhe lembrou dos presos do 6 de Junho. Meu bem, disse ela para o seu Romeu-poeta mas não guerreiro, estarei sempre a teu lado, mas será conveniente a partir de agora que te escondas. Onde?, perguntou o atónico nomeado temporão Presidente. Para bem longe da paróquia, disse o pároco. Vai para a tua ilha, disse eu num repente de que me arrependi. O guitarrista-académico gemendo disse: quero ser enterrado em Coimbra que eu já vi tudo. Foi quando a Mavitó lhe fez lembrar o frio que lá fazia. "

Continua. 

  

sábado, 16 de janeiro de 2021

CONDESSA, CONVERSAS: CONCLUSÃO.

 


PRESSPORTUGAL:

Senhora Condessa, que me diz de Salazar e do Estado Novo?

CONDESSA:

O que vou dizer não vai ser entendido senão daqui a umas boas dezenas de anos, ou mesmo centenas. Preste bem atenção porque só vou contar factos. Em termos estritamente políticos, Salazar foi um dos grandes políticos portugueses, se não foi o maior em meu entender anda por lá perto. Chefiava um governo autocrático, com certeza. Por exemplo, comparando-o com Dom Afonso IV, Dom João II, Dom João IV, Marquês de Pombal e vou parar por aqui, acho que ele governou sem necessidade de matar com as suas próprias mãos portugueses adversários tal como o fizeram essas grandes figuras históricas. As suas mãos ainda cheiram ao sangue das vítimas: Inês de Castro, Duque de Viseu, Miguel de Vasconcelos, os Távoras. 

PRESSPORTUGAL:

Perdão Condessa, e a PIDE que até matou um escultor por ser opositor ao regime? Além de outros assassinatos? Não contam?

CONDESSA:

Opositor comunista! Se os comunistas  apanhassem o Salazar não o transformariam em carne picada para os porcos? Claro que sim! O que a PIDE fez não se desculpa. Como também não se desculpa o que a polícia dos estrangeiros...

PRESSPORTUGAL:
SEF!

CONDESSA:

Isso! Repare que essa polícia matou sem motivos políticos. Um  verdadeiro horror. Continuando: repare como era Salazar : Naturalmente quem conhece factos passados, hoje em dia, sabe que ele nomeou opositores ao Estado Novo para o seu próprio governo. Coisa que estes governos autodenominados de democráticos não fazem. Por exemplo, o Prof. Adriano Moreira foi preso por ter sido defensor de uma família que acusara um ministro poderoso do regime de ter sido cúmplice do assassinato do seu familiar. A acusação implicou de imediato crime contra a segurança do Estado. Adriano Moreira e a mulher da pessoa que tinha sido assassinada foram condenados e presos tendo ficado hospedados na famosa cadeia do Aljube. Adriano Moreira era opositor político de Salazar, para que conste. Por coincidência, também lá na cadeia se encontrava o dr. Mário Soares. Uma festa! Repare que depois deste episódio, Salazar convidou o Prof. Adriano Moreira para secretário de Estado e mais tarde para Ministro do Ultramar. Salazar transformou Portugal numa potência em que a unidade do Estado era um objetivo de muito peso.

PRESSPORTUGAL:

Os partidos políticos estavam proibidos... e depois houve a Guerra Colonial, onde a juventude morreu por nada.

CONDESSA.

Partidos políticos, uma coisa medonha! Passam a vida a falar mal uns dos outros. Ainda esta semana o Primeiro-Ministro acusou políticos portugueses de falarem mal de Portugal. Onde é que isto vai parar? Quanto à morte de jovens em África, eu naquela altura,  porque sou católica apostólica romana, acreditei que era o dever dos portugueses marcharem para a guerra. Isso deveu-se em grande parte porque o Cardeal Cerejeira abençoava os nossos soldados antes de partirem, e eu achei que ele, que representa Deus na Terra mas na parte de Portugal pois é delegado do Papa, estava em sintonia com Ele, Deus Nosso Senhor.

PRESSPORTUGAL:

Não acha que foi criminoso essa bênção da parte de Cerejeira pois foi cúmplice de Salazar e dos ultras (que enchiam o papo à custa da guerra) na morte de 10.000 (dez mil) rapazes. 

CONDESSA:

Criminoso?, não acho. Talvez o Cardeal  tivesse percebido mal o que Deus lhe disse para fazer. O Cardeal já tinha a sua idade e ouvir bem não era o seu forte. Que Deus o tenha junto a si. Ele estava sempre bem disposto. Devia ter sido Papa. 

PRESSPORTUGAL:

Para terminar, o que acha a senhora Condessa do Milagre de Fátima?

CONDESSA:

Em primeiro lugar, uma grande honra termos sido distinguidos com a visita da Mãe de Deus ao nosso País. Depois, Ela ter falado diretamente a três pastorinhos que para além de pobrezinhos eram analfabetos. Souberam transmitir palavra por palavra o que a Senhora de Branco lhes dissera. Eram muito inteligentes embora um pouco toscos. Isso para mim é outro milagre. Outra parte do milagre foi o facto de eles terem referido a Rússia, terra do pecado e da destruição dos santinhos da nossa  religião verdadeira. Sempre que posso dou uma saltada a Fátima para lá rezar e pagar promessas. Em geral é em dinheiro vivo que o faço. As velas são muito pesadas. Ah, evito ir nos dias dos peregrinos! É muita confusão e pouca higiene.  O passeio até lá também me dá muito prazer. Peço sempre ao Joaquim (motorista) que vá devagar para aproveitar a paisagem.

PRESSPORTUGAL:
Desculpe interromper. E quanto ao sol ter dado umas curvas no "13 de Maio" ?

CONDESSA:

Meu caro senhor, milhares de testemunhas idóneas observaram esse fenómeno. Peregrinos e fiéis que assistiram ao poder de Deus. Um poder divino que até mexe com os astros e os planetas. Gostaria de perguntar a Galileu: e agora, já acreditas? Acha que os Papas se iam incomodar a vir a Fátima se não fosse um grande milagre verdadeiro que até transporta muito ouro para o Vaticano e que serve para manter a Igreja de Cristo luminosa que nem mil sois.

Fim



sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

DONA MARGARIDA VIOLANTE DE SOUZA E ZEWINGS RECEBEU-NOS NA VETUSTA SALA DOS LIVROS



 PRESSPORTUGAL:

Como a devo tratar?

DONA MARGARIDA:

Trate-me de Condessa!

PRESSPORTUGAL:

Obrigado por nos conceder esta troca de impressões, senhora Condessa. Vou lançar a primeira questão. Depois da Revolução dos Cravos a senhora abandonou Portugal. Não se sentia segura?

CONDESSA:

Primeiro, aquilo não foi uma revolução de cravos. O que eu assisti foi a uma cambada de piolhosos, guedelhudos e barbudos que me entrou na propriedade de família e tudo alambazou ou destruiu. Até as minhas vaquinhas, Holstein-Frísia, que eram a menina dos olhos do Conde, Meu Pai, se foram devoradas por aquela chusma ignara. Depois, com os berros daqueles seres animalizados de morte ao fascismo e gritos de terra a quem a trabalha, eu não abandonei o país, eu fugi com a roupa que tinha no corpo e o que me valeu foram os diamantes e joias que levei comigo nas algibeiras do meu casaco de lã de foca que usava quando ia esquiar. A insegurança era o clima daqueles anos de setenta e quatro e setenta e cinco. 

PRESSPORTUGAL:

E quanto ao senhor Conde, também fugiu?

CONDESSA:

Nos primeiros tempos do comunismo democrático não conseguiu fugir, mas mal soube da prisão de trezentos amigos e colaboradores seus escondeu-se durante muito tempo numa quinta que tínhamos no norte do país. Depois, aproveitando uma aberta, deu o salto para Espanha tendo depois aparecido no Brasil, onde morreu devido a um ataque cardíaco. 

PRESSPORTUGAL:

Quando a senhora Condessa se apercebeu que estava a ser invadida por que razão não chamou a Guarda? 

CONDESSA:

Então o senhor  não sabe que o saque a que fui sujeita por aqueles energúmenos tinha como uma espécie de guarda-costas uns seres que estavam fardados de militares do tipo daquela ralé que se escusou a cumprir o dever sagrado  de servir a pátria.

PRESSPORTUGAL:

Quando as coisas acalmaram, a senhora Condessa não foi ressarcida pelo Estado?

CONDESSA:

Muito pouco, nada que se comparasse com o verdadeiro e real valor do que nos foi surripiado.

PRESSPORTUGAL:

A senhora não acha que se tivesse havido uma maior justiça social da qual o Antigo Regime era devedor que não teria havido a revolução que acabou por trazer melhoria de vida às populações esquecidas e bastante carentes?

CONDESSA:

Sabe, os pobres deviam ter menos filhos. Uma prole imensa aumenta-lhes a pobreza. Que culpa temos nós que eles se comportem como os coelhos e depois não tenham cenouras para os manter vivos? 

PRESSPORTUGAL:

Senhora Condessa, se me permite dizer, é que há uma política para que eles se reproduzam a fim de se poder manter o índice demográfico. Os grandes senhores sabem que quantos mais filhos os pobres conseguirem ter, melhor para eles, porque um  excesso de oferta de mão-de-obra  fá-los pagar muito menos. Pois como se sabe quando há escassez de mão-de-obra os patrões queixam-se por ter de pagar mais. Ficam furibundos quando têm de contribuir para uma melhor justiça social.

CONDESSA:

Alto aí! Não meta nisso a política. Nunca eu nem os meus incentivamos a plebe para se reproduzir como as ratazanas. A Igreja é que os têm industriado de tal modo que é pecado quando a copla não confere com os cânones bíblicos. Isso é gente desvairada e depois somos nós quem tem de pagar  esses dislates amorosos incontidos.

PRESSPORTUGAL:

Se não fosse esse crescimento populacional a senhora Condessa não teria tantos empregados para todos o serviço. As chamadas criadas de dentro e de fora, jardineiros, rapaz de voltas, motorista, palafreneiro, etc.

CONDESSA:

Sim, são necessários! Mas e o que não custa educá-los! Só Deus sabe. Minha Avó paterna usava um chicote para as ter aperreadas e domesticadas. Velhos tempos que já não voltam. Agora, quando quero despedir alguém estou sujeita a pagar indemnizações e multas. Ao que isto chegou! Imagine que quando chega a hora de saírem se não saem a tempo eu tenho de lhes pagar as horas extraordinárias. Repito: ao que isto chegou! Ao que isto chegou! 

PRESSPORTUGAL:

Passados estes anos todos, considera-se adaptada ao regime democrático vigente?

CONDESSA:

No outro tempo eu dedicava parte do meu tempo e em conjunto com amigas minhas a praticar o bem. Íamos a casa dos pobrezinhos e fornecíamos-lhes alguns bens alimentares, palavras de conforto e de esperança. Éramos pessoas arrojadas pois ingenuamente quando com elas contatávamos corríamos o risco de pegar alguma doença de que os pobres são useiros e vezeiros. Hoje em dia, já me deixei disso pois o Estado dá-lhes cama, mesa e subsídio sem lhes exigir nada de troca. Dizem para aí que metade dos portugueses que trabalha é que sustenta a outra metade, que não faz nada e que se regala com o dinheiro dos nossos impostos. Eu acho isso um verdadeiro horror.

PRESSPORTUGAL:

A senhora Condessa alguma vez trabalhou ou teve alguma ocupação em que fosse paga?

CONDESSA:

Ainda mais? Tenho de estar sempre em cima desta gente que me serve para que tudo corra impecavelmente. Não suporto desmazelos nem faltas de educação. Imagine que na última sexta-feira eu dei um jantar a um diplomata pessoa interessantíssima, que me tinha ajudado na fuga que já referi,  e não é que o prato principal estava atrasado porque as idiotas estiveram de namoro na cozinha. Já viu o que são preocupações! O que salvou a situação foram os aperitivos e uma ótima conversa que versou sobre  genealogia. Foi muito interessante chegarmos à conclusão que éramos ainda parentes. Olhe, bebemos um mítico branco Buçaco 2013. Bem, na verdade, foram duas garrafas. É que não se encontram primos destes todos os dias. Não acha interessante?

PRESSPORTUGAL:

Muito mesmo! A senhora Condessa por acaso não tem aí uma 2013 à mão de semear?

Esta conversa continua amanhã.



sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

O ELEITORÓFILO

 


sábado, 2 de janeiro de 2021

DOIS DEBATES POLÍTICOS QUE SAIRAM AGORA MESMO DO FORNO. ANÁLISE... a seguir

 


Primeiro debate na RTP

Marisa Matias deputada em exercício e candidata: - Boa noite! (Atira a cabeça para trás das costas e para a frente para mostrar a bonita cabeleira).

Canditato Presidente a Presidente : - Como candidato acumulando o en(cargo) de já ser Presidente não posso responder à  sua saudação.  O Presidente pode vir a ser mal interpretado. Contudo devo dizer que não me importava de votar na Marisa se fosse caso disso.

Marisa Matias : - Desculpe, eu já em si não votava. Não leve a mal.

Moderador para Marisa : -  Posso saber das razões da sua tomada de posição? 

Marisa Matias : - Sou vegetariana!


Segundo debate na TVI24

André Ventura candidato presidenciavel e deputado do partido único. Melhor dizendo, único deputado de um partido único no Parlamento : - o Lenine mandou matar 20 milhões de russos. Não  negue João Ferreira!

João  Ferreira deputado europeu encarregue  pelo PCP de fazer papel de embrulho : - Falso! Para ser rigoroso perante os espetadores diga o nome e a morada das vítimas.

André Ventura: - Os nomes e moradas desses desgraçados estão guardados juntamente com os ficheiros da PIDE e que foram levados para Moscovo pelos bolcheviques portugueses logo após o 25 de Abril. 

Plotino Bento-Vila escreve sem estar sujeito a qualquer acordo ortográfico ou político.