Assistir às manhãs de tevê em certas alturas era como ir à missa obrigatoriamente e ouvir o ministro de Deus a falar na língua do Império Romano. Quem está preso em casa com ou sem pulseira eletrónica se se quiser entreter tem várias opções pela frente. Uma delas é ver televisão. Ou levamos pelas fuças com a diarreia de tiroteios americanos ou com as estopadas recriadas a papel químico de programas de bisbilhotice e assassinatos. Quem vê uma vê a outra. Há um programa na SIC N que ouço com interesse: "Opinião Pública "e isto quando a jornalista Atalaya permite ouvir o público em vez dos sábios que ela convida para botarem figura. Hoje tive o azar de ligar a televisão mais cedo para ouvir o noticiário e dei de caras com o acostumado pedido dos casais apresentadores que enfeitam o programa e que nos convidam a telefonar. Porra, e telefonem, e telefonem, e telefonem que dá saúde e sua vida vai ser um céu aberto de alegria. Mal liguei para a tvi, uma dupla gemendo e pedindo para se telefonar encabecava o programa, carreguei logo no botão (acho que se diz zapping) e logo outra dupla pedinchando na mesma cadência (SIC) surgiu com cara de sem-abrigo após receber um abraço do Presidente de todos nós. Outra vez!, lá mudei de canal outra vez e fui parar à RTP1. Oh pá!, dei de caras com um Fred Astaire e uma Ginger Rogers tão toscos e aos pulos que me fizeram rir até às lágrimas. O apresentador com saltos do tipo dos que certos mamíferos dão de galho em galho ria alarvemente. Ora bem, já ganhei o dia.
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