segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

INDEMNIZAR OS DESCENDENTES DO ESCLAVAGISMO PORTUGUÊS PARA QUE SE FAÇA JUSTIÇA

O que se passou no Bairro Jamaica é só uma pequena amostra do que  poderá  seguir-se. Está na altura de Portugal limpar a sua má imagem indemnizando a comunidade africana  que vive entre nós como deve ser e que ainda nos dias de hoje é vítima de racismo. Esta comunidade descende dos que foram vítimas do comércio de escravos por nós perpetuado. Das riquezas criadas pelos seus avós escravos  herdam nos dias de hoje perseguições e misérias. Ficam confinados a bairros sociais que mais não são do que guetos de má memória. A maioria dos africanos não tem objetivos de futuro. Resta-lhes levar o Estado Português a tribunal. Têm direitos que lhes foram roubados. Têm de ser ressarcidos. Portugal podia dar início a um plano universal que abrangesse os vários países que os exploraram desumanamente. O programa da RTP1 que ontem vimos sobre a escravidão a que foram sujeitos milhões de famílias africanas é bem claro quanto ao comércio de seres humanos realizado por muitos países europeus e americanos. Os crimes já prescreveram é certo. O nosso Código Penal é disso uma certeza. Porém, o Código Civil pode permitir uma ação civel a favor deles. A nossa dívida não prescreve. Devíamos começar por uma política de apoio na formação dos africanos, permitindo-lhes o estudo gratuito e subsidiado pessoalmente desde os infantários até à universidade. Um programa habitacional familiar  prioritário integrativo social  e urgente. A partir destes primeiros passos, a cor negra vai tornar-se um dado positivo em vez do que se tem passado descaradamente à luz do dia. Basta pensar um pouco e fazer contas. Sai mais barato fazer o que aqui se propõe do que começarmos uma guerra que à partida nos vai sair muitíssimo mais cara. Protestos em crescendo podem tornar-se num tsunami. Podem alastrar como uma epidemia. Já repararam que a própria neta da Isabel II é africana. Imaginemos o que seria  se um dia ela abrir a boca a favor dos seus. Isso não iria fazer com que puséssemos  as barbas de molho. (1) Uma pequena romaria pode de um momento para o outro transformar-se numa catedral de acolhimento. O poder político e as suas polícias são muito fortes. Porém a história diz que, de repente, podem ser também tão fracos. Novos mundos ao mundo seus papalvos! É a nossa vez de sermos os modernos éticos. 
(1) - A sua falecida sogra, princesa Diana, não travou com êxito uma luta contra as minas terrestres? Aquela gente é muito sensível quando se trata de justiça e de pobres... Uma boca dela pode fazer muitos estragos. Já leram o Equador do MST?  

domingo, 20 de janeiro de 2019

O QUE É QUE QUER MAIS ESTA DIREITA CRISTÃ PORTUGUESA? UM BISPO OU UMA SANTA?

A direita portuguesa e  cristã,  temente  a Deus e defensora dos Mandamentos judaicos, mais tarde cristianizados, encontrou no CDS o seu representante político ideal. É preciso dizer que o CDS sempre foi um partido político com muita personalidade. Enfrentou com dignidade e destemor  a violência física de alguns partidos marxistas que  surgiram como moscas após o 25 de Abril de 74 . Altura em que a maioria  dos portugueses endoidou afirmando-se e assumindo-se como  esquerdista e extremista do mesmo lado.   Boicotaram-lhe os comícios, perseguiram os seus militantes. O MRPP, por exemplo, foi um dos que mais fez por isso. Quando a festa da violência política terminou (muito contribuiu para esse fim a Carta dos Nove de Melo Antunes, Vasco Lourenço e outros que não lembro o nome) a direita de que estamos a falar apareceu muito sofrida nas urnas. Mas foi-se aguentando. Freitas do Amaral, Lucas Pires e outras celebridades enfeitaram a liderança de um partido que cresceu até onde podia. E pôde pouco. Coisa estranha num povo de peregrinos e de romeiros... Na década de oitenta quase se extinguiu com Adriano Moreira ao leme. Salvou-se com o aparecimento de gente nova como timoneira. Casos de Manuel Monteiro e Paulo Portas. Este último, homem inteligente e combativo, catapultou o partido - de inspiração cristã - para um patamar jamais atingido, tornando-o na terceira força política com assento parlamentar. Na prática, o CDS nunca foi um partido que se distinguisse muito a favor das classes desfavorecidas. Enquanto a esquerda tem o Diabo no corpo, a direita centrista tem Deus no corpo. Isto quer dizer o seguinte: para não irmos muito longe para explicar basta que recordemos a lei de sua iniciativa que despejou os pobres e desfavorecidos de suas (arrendadas) habitações, não dando hipóteses a que fossem ressarcidos na medida exata do prejuízo sofrido. Eh pá, mas beneficiou os pobres senhorios... Também se associou ao inferno social do desemprego que vitimou centenas de milhar de famílias empurrando-as para o estrangeiro. Ação dirigida por Passos Coelho. Calma que nem tudo é mau da parte do CDS. Hoje, este partido está numa de cair bem na alma nacional. Faz lembrar aquele espírito que surgiu no tempo do Estado Novo e que  rezava assim: "é com certeza  uma casa portuguesa, pão e vinho sobre a mesa..." Ora o CDS não teme o rótulo de ridículo quando os seus gurus se põem a defender teses de sobrelotação do planeta, por exemplo. Bem, mas vamos ao que interessa. O CDS apresenta-se ao eleitorado com uma liderança do género feminino. Assunção Cristas dá a cara por tudo que o partido foi e é. É uma mulher simpática e atenta ao politicamente correto. Assim que algum dos seus põe a pata na poça ela corre de imediato com ele. Na sua ação de captação de votos (não vai às feiras como o Paulinho por não ser ainda muito seguro) é vê-la vestida de bata branca a descascar frangos, a carregar blocos de cimento (de luvas), a apagar incêndios com a sua verve acutilante, a vestir calças de ganga e botas ao visitar bairros sociais, a beber água e não uísque como os homens, ao contrário de Marcelo Rebelo de Sousa não iria ao Brasil à tomada de posse de Bolsonaro... é vê-la de avental... calma que a coisa é séria. No Programa da Cristina (Ferreira), agora nas manhãs da SIC, vimo-la em a Sagrada Família CDS. A santa Assunção a cozinhar um atum depois de ter cortado cebola e alhos. A santa Assunção na mesa com o marido e a linda filha (esperta a miúda. Sai à mãe). O marido, o dr. Tiago, sentado à mesa à espera de ser servido. Tudo nos conforme. Cada um no seu lugar. Mulher, a fada do lar, ao fogão, marido sentado à espera da paparoca. Cristina que faz tudo para ganhar ao Goucha os mirones geriátricos anda a abrir a estação aos políticos. Com Marcelo chorou, com Cristas riu   (mulheres!).  Quem vai seguir-se? Diogo Feio, especialista no Cozido à Portuguesa? Pedro Mota Soares o maratonista cristão que está sempre a correr de um lado para o outro e que foi um bondoso ministro da Segurança Social no tempo do senhor Passos Coelho? Como as eleições estão aqui estão à porta, é de crer que vamos ter as manhãs da Cristina transformadas em sede de campanha política. Dizem que os políticos já fazem fila para irem cozinhar coisas em que são especialistas acompanhados pelos gritinhos e sorrisos da loira mais conhecida do país. Não se sabe quem é que deu o tiro na muche, se a Cristina ou se Assunção. O certo é que Assunção conquistou muitos corações, ah, mas Cristina alterou e muito os níveis de audiência. Todos a ganhar.  Não é uma estação de raiz privada? É! Então, a direita tem todo o direito de lá se intrometer. Espero que a estação do Estado convide líderes de esquerda para apresentarem os seus cozinhados. Isto para equilibrar as coisas. Para que haja justiça na pantalha. António Costa: frango à nepalense; Carlos César: morcela com ananás; Jerónimo de Sousa: carapau a dividir; Catarina Martins: queques de bacalhau. A informação sobre estes pratos foi-nos cedidos pelos "serviços secretos" que voltaram em forma ao trabalho. Bem, e o CDS? Já me esquecia. É assim, acho que Assunção Cristas dentro da direita da direita (que não extrema-direita, que não à le Pen) está a recolocar a  faixa ideológica centrista no papel de equalizador da direita não já como bengala de outrem mas com direitos adquiridos..., pela simpatia da senhora dona Assunção Cristas que Deus a guarde por bem e por muitos anos. Assim sendo, o CDS cristão não precisará de bispo para cativar os fiéis daquele bocadinho do Centro porque já tem uma santa no altar. E que rico petisco foi aquele atum desenrasca. Para quem o papou, está claro!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

O PSD DE MONTENEGRO CHEIRA A PAPEL RASGADO (1)

        Aquela família era tão unida tão unida que dava gosto em vê-los, mas mal morreu a rica também velha Dona  Vanda (2), nunca  mais houve sossego e harmonia entre os seus membros. Cunhadas e concunhadas , cunhados e concunhados que eram tão amigos e que até se davam como irmãos esgatanharam-se por causa de jóias, ações, terrenos urbanizados, sete contas bancárias, trinta e sete apartamentos urbanos e, finalmente, cento e setenta hectares de terreno à beira-mar. Para além de olhos negros e escoriações e de terem cortado relações a coisa passou para os advogados. Que à parte o seu regozijo são agora as barras dos tribunais quem lhes vai tratar da saúde financeira. O PSD depois de ter espoliado grande parte da classe média julgou que a coisa continuaria. Infelizmente para aquele partido surgiu a chamada Geringonça. A Geringonça é como a morte da rica Dona Vanda. O PSD olhou para si e viu-se com uma herança enorme. É preciso não esquecer que mesmo depois de ter esmifrado   a pobre classe média recebeu fortes aplausos do eleitorado tendo sido votado como o partido mais votado. Não vou discutir aqui a questão de serem os pobres portugueses inteligentes ou não. Guardo esta questão para mim... O que vou aqui discutir é apenas como contribuinte. Gostar de um partido ou de dois ao mesmo tempo, isso é comigo. Até de três, também não me incomoda. Estou pagando obrigado a sua existência. Digo isto porque gosto mais de anarquistas do que militantes  partidários. Uns fanáticos! Os partidos portugueses são sustentados indiretamente pelos contribuintes. Quer estes sejam monárquicos, comunistas, centristas, conservadores, catequistas, etc, têm é de pagar para aquele regabofe. De outra maneira chupamos com uma ditadura, o que a meu ver não é saudável. A má imagem dos partidos arrasta consigo a fotografia do País pelo mundo inteiro. Os partidos - que infelizmente foram vítimas do mau comportamento dos seus responsáveis, na medida em que abraçaram a causa da corrupção e do enriquecimento ilícito - deviam tornar transparentes os negócios do Estado, uma vez que são eles mesmo quem precisamente tem o poder para os  regular com idoneidade. Não é isso que tem acontecido. O senhor Montenegro quer empurrar Rui Rio da liderança do PSD. Acho bem e mal. Estou-me nas tintas. Mas por favor apresentem um programa com propostas que relancem o Estado Português para um patamar onde nos possamos sentir seguros, honrados, validados, protegidos, o menos explorados possível. Viver aqui neste País é bom! Querem construir um Estado Democrático ou estão apenas a querer geri-lo? Será que a luta não é pelo bem do Estado e dos cidadãos mas sim pelo que o Estado lhes (os protegidos da democracia) possa conceder? 


(1) - Ditos ouvidos lá para os lados da Caloura.
(2) - Nome fictício.