domingo, 20 de janeiro de 2019

O QUE É QUE QUER MAIS ESTA DIREITA CRISTÃ PORTUGUESA? UM BISPO OU UMA SANTA?

A direita portuguesa e  cristã,  temente  a Deus e defensora dos Mandamentos judaicos, mais tarde cristianizados, encontrou no CDS o seu representante político ideal. É preciso dizer que o CDS sempre foi um partido político com muita personalidade. Enfrentou com dignidade e destemor  a violência física de alguns partidos marxistas que  surgiram como moscas após o 25 de Abril de 74 . Altura em que a maioria  dos portugueses endoidou afirmando-se e assumindo-se como  esquerdista e extremista do mesmo lado.   Boicotaram-lhe os comícios, perseguiram os seus militantes. O MRPP, por exemplo, foi um dos que mais fez por isso. Quando a festa da violência política terminou (muito contribuiu para esse fim a Carta dos Nove de Melo Antunes, Vasco Lourenço e outros que não lembro o nome) a direita de que estamos a falar apareceu muito sofrida nas urnas. Mas foi-se aguentando. Freitas do Amaral, Lucas Pires e outras celebridades enfeitaram a liderança de um partido que cresceu até onde podia. E pôde pouco. Coisa estranha num povo de peregrinos e de romeiros... Na década de oitenta quase se extinguiu com Adriano Moreira ao leme. Salvou-se com o aparecimento de gente nova como timoneira. Casos de Manuel Monteiro e Paulo Portas. Este último, homem inteligente e combativo, catapultou o partido - de inspiração cristã - para um patamar jamais atingido, tornando-o na terceira força política com assento parlamentar. Na prática, o CDS nunca foi um partido que se distinguisse muito a favor das classes desfavorecidas. Enquanto a esquerda tem o Diabo no corpo, a direita centrista tem Deus no corpo. Isto quer dizer o seguinte: para não irmos muito longe para explicar basta que recordemos a lei de sua iniciativa que despejou os pobres e desfavorecidos de suas (arrendadas) habitações, não dando hipóteses a que fossem ressarcidos na medida exata do prejuízo sofrido. Eh pá, mas beneficiou os pobres senhorios... Também se associou ao inferno social do desemprego que vitimou centenas de milhar de famílias empurrando-as para o estrangeiro. Ação dirigida por Passos Coelho. Calma que nem tudo é mau da parte do CDS. Hoje, este partido está numa de cair bem na alma nacional. Faz lembrar aquele espírito que surgiu no tempo do Estado Novo e que  rezava assim: "é com certeza  uma casa portuguesa, pão e vinho sobre a mesa..." Ora o CDS não teme o rótulo de ridículo quando os seus gurus se põem a defender teses de sobrelotação do planeta, por exemplo. Bem, mas vamos ao que interessa. O CDS apresenta-se ao eleitorado com uma liderança do género feminino. Assunção Cristas dá a cara por tudo que o partido foi e é. É uma mulher simpática e atenta ao politicamente correto. Assim que algum dos seus põe a pata na poça ela corre de imediato com ele. Na sua ação de captação de votos (não vai às feiras como o Paulinho por não ser ainda muito seguro) é vê-la vestida de bata branca a descascar frangos, a carregar blocos de cimento (de luvas), a apagar incêndios com a sua verve acutilante, a vestir calças de ganga e botas ao visitar bairros sociais, a beber água e não uísque como os homens, ao contrário de Marcelo Rebelo de Sousa não iria ao Brasil à tomada de posse de Bolsonaro... é vê-la de avental... calma que a coisa é séria. No Programa da Cristina (Ferreira), agora nas manhãs da SIC, vimo-la em a Sagrada Família CDS. A santa Assunção a cozinhar um atum depois de ter cortado cebola e alhos. A santa Assunção na mesa com o marido e a linda filha (esperta a miúda. Sai à mãe). O marido, o dr. Tiago, sentado à mesa à espera de ser servido. Tudo nos conforme. Cada um no seu lugar. Mulher, a fada do lar, ao fogão, marido sentado à espera da paparoca. Cristina que faz tudo para ganhar ao Goucha os mirones geriátricos anda a abrir a estação aos políticos. Com Marcelo chorou, com Cristas riu   (mulheres!).  Quem vai seguir-se? Diogo Feio, especialista no Cozido à Portuguesa? Pedro Mota Soares o maratonista cristão que está sempre a correr de um lado para o outro e que foi um bondoso ministro da Segurança Social no tempo do senhor Passos Coelho? Como as eleições estão aqui estão à porta, é de crer que vamos ter as manhãs da Cristina transformadas em sede de campanha política. Dizem que os políticos já fazem fila para irem cozinhar coisas em que são especialistas acompanhados pelos gritinhos e sorrisos da loira mais conhecida do país. Não se sabe quem é que deu o tiro na muche, se a Cristina ou se Assunção. O certo é que Assunção conquistou muitos corações, ah, mas Cristina alterou e muito os níveis de audiência. Todos a ganhar.  Não é uma estação de raiz privada? É! Então, a direita tem todo o direito de lá se intrometer. Espero que a estação do Estado convide líderes de esquerda para apresentarem os seus cozinhados. Isto para equilibrar as coisas. Para que haja justiça na pantalha. António Costa: frango à nepalense; Carlos César: morcela com ananás; Jerónimo de Sousa: carapau a dividir; Catarina Martins: queques de bacalhau. A informação sobre estes pratos foi-nos cedidos pelos "serviços secretos" que voltaram em forma ao trabalho. Bem, e o CDS? Já me esquecia. É assim, acho que Assunção Cristas dentro da direita da direita (que não extrema-direita, que não à le Pen) está a recolocar a  faixa ideológica centrista no papel de equalizador da direita não já como bengala de outrem mas com direitos adquiridos..., pela simpatia da senhora dona Assunção Cristas que Deus a guarde por bem e por muitos anos. Assim sendo, o CDS cristão não precisará de bispo para cativar os fiéis daquele bocadinho do Centro porque já tem uma santa no altar. E que rico petisco foi aquele atum desenrasca. Para quem o papou, está claro!

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