sábado, 24 de abril de 2021

O 25 DE NOVEMBRO DE 1975 E A INTERVENÇÃO DA CIA. UMA CABALA ESTRANHAMENTE NÃO PUBLICADA

 

Quando a Revolução dos Cravos guinou para a esquerda do tipo soviético, já os americanos estavam instalados em Portugal. Quer dizer, os seus serviços de informação já se encontravam a trabalhar em defesa do Mundo Livre. A  CIA, uma central  internacional de informações, mais do que qualquer outra instituição do género, acompanhava espiando minuto a minuto o que se passava cá dentro. Primeiro do que ninguém, os americanos sabiam que para além da rutura entre militares dominantes (uns de esquerda marxista outros democráticos) se preparava um golpe dirigido pelo Partido Comunista Português para tomar o poder político e militar. A CIA, depois de  captar a notícia, entra em contato  com socialistas e militares de abril - adversários da luta de classes - e propõe-se para os  ajudar logisticamente no contragolpe cedendo-lhes toda a prova incriminatória e localização de futuras ações. Nessa altura já o Partido Socialista estava de boas relações com a CIA através do embaixador americano Frank Carlucci (Conselheiro Nacional de Segurança um dos obreiros daquela central de informações e mais tarde Secretário de Defesa no consulado de Reagan). Para este contragolpe a CIA não consegue arranjar armas mas orienta a parte civil envolvida com os militares moderados para a ação. Mais tarde um dos civis socialistas envolvido nela foi apanhado pela GNR transportando armas. Esteve preso pelo menos seis meses até que fosse libertado por quem de direito... A CIA desapareceu do cenário como se nada tivesse sido com ela. Para, naturalmente, manter a imagem limpa dos americanos... que nunca se envolvem em golpes ou contragolpes de países suspeitos de esquerdismo...  Carlucci, ex-agente da CIA,  embaixador em Portugal, permaneceu no cargo até 1978. Tornou-se amigo do dr. Mário Soares. Lembro-me de estar no aeroporto Lisboa/Humberto Delgado e de ver Mário Soares e Manuel Alegre à espera de Carlucci. Muitos abraços e a Civilização Ocidental salvou-se dos comunas soviéticos, derrotados no terreno por intermédio da CIA e de alguns militares arrependidos. Chamo a atenção para o termo arrependidos porque assistiram impávidos, serenos e cúmplices ao assalto de propriedades, bancos, seguradores, etc.  sem sequer condenar publicamente esses crimes cometidos por camaradas seus e que estiveram quase a levar-nos para uma nova guerra civil.  Esta peça teatral que teve nas suas catacumbas um agente da CIA, não foi totalmente do seu jeito. É que em 1976, foi aprovada pela Assembleia Constituinte a nova Constituição Portuguesa (obra do Partido Comunista Português) e que fundamentalmente apontava para a construção do socialismo. O Partido Comunista apesar de ter saído derrotado no terreno em novembro de 1975, acabou por esbofetear a direita, os americanizados  e os americanos propriamente ditos e tudo isto porque é dele a autoria de querer fazer dos portugueses e das suas cabeças verdadeiros socialistas. Só o CDS de Freitas do Amaral não votou tal "impropério" . Ainda durou uns bons anos essa tendência escrita para a esquerda. Ninguém passou cartão à Constituição nem ao que ela preconizava. Tornou-se um hábito interpretá-la de pernas para o ar. Quando começaram a entrar pela fronteira biliões de euros, então o País dos portugueses voltou ao que era. Porém, com carro à porta e casa a prestações. 

Nota final: Até à aproximação de Mário Soares à CIA, através do seu relacionamento com Carlucci, os americanos apoiavam a Frente de Libertação dos Açores, baluarte da direita assumida que se impos frontalmente como inimiga da sovietização de Portugal. Dirigentes independentistas eram recebidos no State Department com todo o "respeito  que os americano prestam aos seus aliados". Claro, depois de dominarem Portugal, dito continente, os Açores deixaram de ser para eles uma questão prioritária. Os Açores e Portugal foram tornados por eles peça única. E assim permanecem para o bem e para o mal...


terça-feira, 13 de abril de 2021

"O DESCALABRO DAS INSTITUIÇÕES VAI FAZER COM QUE O PRÓXIMO PRESIDENTE DA REPÚBLICA SEJA UM GENERAL" AFIRMOU PLOTINO BENTO-VILA AO NOSSO REPÓRTER

 


PRESSPORTUGAL:

Que aguarela faz da situação política?

PLOTINO BENTO-VILA:

No atual estádio, o  País parece estar desarrumado ou está mesmo, as  instituições e os seus principais agentes não suportam o grau de liberdade dos meios de comunicação social que os põe a nu tanto no comportamento legal das suas atividades profissionais como no que diz respeito à sua vida privada.  Os que alcançaram o poder após a revolta de 1974 alteraram as leis gerais tendo estas não acompanhado as mentalidades criadas pela anterior conjuntura caracterizada por uma falta propositada de cultura e de espírito crítico. Este atual regime foi alimentado e apoiado do exterior e cegou-se. Ficou-se pelo viver hoje, amanhã logo se vê.

PRESSPORTUGAL:

Desarrumado como?

Os portugueses não respeitam as leis e os agentes da lei atuam como lobos. Agentes da lei não são só os polícias, note-se e ressalve-se. É que apesar de também estarem a contas com os tribunais muitos policiais, há os outros agentes de órgãos de soberania que ajudaram a derrubar aquela imagem sagrada do Estado respeitado e senhor de si. Enfim, um Estado que metia medo e que passou a ser entendido como uma grande pia onde chafurda uma raça cruzada entre o lobo do Capuchinho Vermelho e a Bruxa Má da Branca de Neve e os Sete Anões. Depois há certos sintomas que dão a entender estarem os órgãos de soberania  numa luta fratricida que vem desde que a Justiça começou a querer libertar-se dos canais clássicos que a emparelhavam com outros órgãos. O exemplo mais vivo do que digo foi o processo Operação Marquês, onde a Justiça atuou sem qualquer freio. Para já não falar do muito melindroso assalto a Tancos que se Deus não acode chegava ao Presidente da República. É um modo de atuar que só encontra paralelo  num regime a degradar-se dia após dia. Quer dizer, o regime neste momento está à nora. Com o avanço da pandemia verificou-se um vazio na articulação das instituições. Tipo cada um por si. Para se pôr ordem, respeito e arranjar um chefe verdadeiro  que fosse obedecido foi preciso ir buscar um militar. Será um indício de que alguma coisa irá mudar? Uma necessidade imensa de um regulamento mínimo para se ter uma vida política e económica saudável?

PRESSPORTUGAL:

Mudar de um regime democrático para um mais musculado do tipo espanhol? 

PLOTINO BENTO-VILA:

Não direi tanto, a Espanha, neste momento, intervalou o franquismo com a democracia. O que penso é que para arrepiar caminho à possível bagunça que nos espreita e para sossegar as massas antes que estas façam disparates motivadas por uma Igreja descontente e com prejuízos nas caixas das esmolas, há que começar por reorganizar a ação política levando à Presidência da República um oficial general a sério. Percebeu?

PRESSPORTUGAL:

Não tem nada a dizer no aspeto económico; da bucha que está para chegar?

PLOTINO BENTO-VILA;

Sei de economia o que leio nos jornais e o que meu Avô da Vila me contava. Isto é, andam já por aí uns grandolas a preparar esquemas para meter a mão nos dinheiros alemães (só podiam ser deles). O que vai fazer do Portugal miúdo o mesmo de sempre: pobre, de mão estendida e com políticos reciclados a fazer-lhe a cabeça. Autoestradas e rotundas deram muito dinheiro, como também não pescar, não cultivar (os tomateiros foram as primeiras vítimas). Depois, os bancos por onde entra e sai o dinheiro que o Estado pede emprestado à UE e que espalha entre os seus, resolveram (os bancos) empurrar os políticos para uma situação nova, torná-los construtores civis. Daí que pobre  sem eira nem beira se tornou "dono" do apartamentinho . Quer dizer, proprietário "à la long". Uma coisa que o chupou ou chupa durante uns bons quarenta anos. Representa os sacrifícios   de qualquer família. Já me estão a falhar coisas dessa área. A não ser a corrupção que há entre políticos e construtores civis (ditos empresários) e vice-versa que é quando eles entram para o governo, eu de economia só sei que para além de ter de pagar as estradas tenho ainda de pagar portagem se quiser andar nas mesmas. Fora toda a malha de impostos e taxas que mesmo sem me mover tenho de pagar, eu para entender economia só a tributária. 

PRESSPORTUGAL:

Esqueceu o que o seu avô contava!

PLOTINO BENTO-VILA:

É segredo! Meu avô disse para guardar só para mim. 



 





quinta-feira, 8 de abril de 2021

JÁ ESTAMOS BARALHADOS! AFINAL QUEM IRÁ SER JULGADO?

 

A "OPERAÇÃO MARQUÊS " afinal está aí para julgar o ex-primeiro-ministro José Sócrates  (e outros) ou o próprio Ministério Público? Teria sido Sócrates corrompido ou os investigadores oficiais ultrapassaram o que a lei prevê no que diz respeito aos direitos e garantias do cidadão contemplados  na Constituição? Qualquer que seja o veredicto do juiz Ivo Rosa, o que de futuro se prevê é de que o Ministério Público ficará separado dos juízes de instrução para sempre. Juízes  e Procuradores vão,  a partir de agora , estar de costas voltadas. Os Procuradores passarão a observar se estão a ser respeitados rigorosa e legalmente nos processos de inquirição a recolha de indícios acusatórios a fim de evitar ser "repreendido" pelo Juiz de Instrução . Logo, quando o resultado das investigações policiais supervisionado pelo Ministério Público for apresentado ao Juiz de Instrução este está livre de qualquer envolvimento pessoal. Coisa que ainda hoje é motivo de apreensão a quem está imbuído do espírito que rege os Direitos Universais do Homem. 

Nota: a palavra PRESSPORTUGAL foi originalmente apresentada pelo criador deste blogue. A partir de certa altura outros foram-na utilizando coisa que estranhamos e lamentamos profundamente. Afinal onde ficam os Direitos de Autor?