segunda-feira, 31 de maio de 2010

IMPOSTAR É ASSALTAR ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DE IMPOSTOS







Os senhores feudais eram muito boas pessoas. A ler: quando depois de conquistar terras aos adversários aqueles preocupavam-se logo de seguida em ocupá-las por gente. E para quê? Para que os colonos as trabalhassem e participassem com parte das colheitas. Reis e senhores feudais assim procediam para aumentarem os seus tesouros. Com a recolha que faziam construiam palácios, alimentavam as amantes e os seus servidores. Era tudo uma questão de pança. Se por acaso gastavam em demasia com as suas orgias, não havia problema. Armavam os seus cavaleiros e toca a visitar os camponeses. De casa destes levavam vacas, cabras, galinhas, bestas de carga e em apanhando cereais abocanhavam-nos. Quando por acaso davam de caras com alguma aldeã em boa forma física, comiam-na. Diziam até que era um favor honroso que faziam à família da boa fêmea. Ninguém os colocava em causa. E se algum abrisse a boca para questionar, a mesma nunca mais se fechava e a língua de fora poder-se-ia ver a uma centena de metros logo abaixo dos ramos da árvore que o suportava no balouço. Quando os mesmos senhores se envolviam em guerras fratícidas repetiam a acção da pilhagem somada com o rapto dos mancebos para enfileirarem nas suas hostes belicistas onde pereciam que nem borboletas. Saltemos do feudalismo e entremos em tempos mais modernos. Em Portugal, por exemplo, no tempo do saudoso prof. Salazar, os saqueadores chamavam-se de fiscais de impostos, os aldeãos passaram a camponeses sem terras, os senhores feudais a empresários, as filhas empurradas para as cidades onde se prostituíam e os filhos transformados em militares para defesa da pátria. Quando acabavam o serviço militar obrigatório era-lhes permitido a encorporação nas forças policiais para - o que é de gritos - reprimir o povo de onde eram originários. Hoje, no nosso país, a coisa modificou-se. Os impostos sofreram algumas alterações. Parte deles reverte a favor do povo, na medida em que se transformaram em escolas, hospitais, habitação social, segurança no trabalho, etc. A outra parte, como não podia deixar de ser, é distribuída pelos metamórficos feudais que têm vindo muito inteligentemente a adaptar-se ao novo modelo de saque. De assaltar, roubar, violar, escravizar do passado recente passámos a modelos civilizados. Oh, que bom!

manuelmelobento

Nota final:

Este texto teria sido considerado perigoso no tempo do Estado Novo pois podia colocar em perigo a segurança do Estado. Era assim que reagiam os novos feudais e os seus lacaios quando aparecia uma redacção mais atrevida. Nos tempos que atravessamos e com a liberdade de expressão que nos envolve nada disso interessa. São 20.00 horas, faço um intervalo para ouvir os noticiários. Todas as estações abrem com Mourinho. Ele fala para a Nação. Os nossos jornalistas - os melhores - destacados para acompanharem o grande treinador fazem um relato minucioso sobre todos os passos que ele dá e perspectivam os que se seguirão no futuro. Portugal, hoje, é Mourinho, Di Maria, Queiróz, etc. Ah, e as câmaras de televisão a questionarem o povinho sobre coisas da bola. Anteontem foi o Papa. Deste saltámos para o Rock in Rio onde a juventude... Veio-me à ideia a pergunta que Rui Zink fez ao Luíz Pacheco. "Que mensagem para a juventude?" A resposta: "Puta que os pariu!" Luíz, e os outros?

domingo, 30 de maio de 2010

MANUEL ALRGRE O ÚLTIMO PRESIDENTE

Cavaco deu um tiro no pé pelo facto de dizer que o interesse de Portugal estaria directamente ligado à aprovação da lei que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Sendo assim, nada de veto. Este homem é pior do que o antigo e sempre ultradireitista almirante Américo. Ao menos este querido não só era bronco como convinha mas o que dizia ao pequeno-almoço repetia à ceia, mesmo quando dona Gertrudes se preparava - como todas as noites e sempre esperançada - para o acto de cumprimento dos deveres de esposa. O actual inquilino de Belém, está a fazer-se declaradamente a um segundo mandato. Durante este consulado só disse e repetiu que não lhe competia dizer nada para não criar ondas que pudessem por em causa a paz nacional. Um cliché que usa - penso eu - quando não sabe o que há-de dizer. A direita está com ele? Claro! Pensando assim, ele piscou o olho à esquerda dos casamentos gay. Nem toda a esquerda vai por aí. Não há esquerda coerente em Portugal, excepção feita a alguns sectores do PCP e mesmo assim já ouvi dizer que se pode ser comunista e católico ao mesmo tempo. Enfim, "humanidades". Cavaco vai perder as eleições porque o sacerdote mor do catolicismo o disse. A Igreja é contra o tal casamento, Para o senhor Policarpo o que vale é a sagrada família. Pai. Mãe e Filho. É a família modelo. Só que o alto padre esqueceu-se de dizer que naquela família o pai-José não fornicava com a mãe-Maria e que o filho-Jesus não era filho do pai-José, mas de um outro que estava sempre a voar para todo o lugar e a quem chamavam o pai verdadeiro pois era celeste. Uma grande confusão de família modelo... É o que temos e a mais não somos obrigados. Eu sou monárquico-naturalista por isso nem me devia estar a preocupar com presidentes, mas como até desconto nos impostos para pagar chapéus das mulhes daqueles, não posso deixar de reclamar. Pirosa como era o caso daquela que levou um chapéu azul anil quando visitou a soberana inglesa. Perco-me sempre quando escrevo, é como quando vou ao Elefante Branco. Bem, Cavaco vai perder as eleições e Alegre salta de Coimbra, do Mondego, das tertúlias, da caça, do elitismo-aristocrático enrolado por uma voz de Dom Sebastião meio constipado que nos levou para as brumas das conquistas ou saques. Sabe-se lá... Alegre, irá ele sacar aos ricos para entregar aos pobres? Há uns cinco meses atrás parece que era assim que falava, tanto que o Bloco de Esquerda - que tudo quer tirar aos ricos - vocifrou o seu grito Chanell 5 de apoio. Tendo em conta que a esquerda vai tomar Belém e que um governo - de salvação monetária - vai tomar assento em São Bento, tudo leva a crer que será o fim desta Segunda República. Vai cair como caíram as outras. E esta, para gozo de todos, foi a que veio substituir a ditadura que - também ela - queria ser república.
manuelmelobento
Nota final:
Se pensam que isto é reaccionário ou catastrofista não me chateiem. Leiam a História de Portugal, não a do prof. Hermano Saraiva, mas a do José Vilhena que tem uma capa onde se vê o almirante Américo sentado numa retrete a pedir ao Marcelo o papel de uma das suas Conversas em Família com que este entretinha o povo peregrino.

sábado, 29 de maio de 2010

A INDEPENDÊNCIA DOS AÇORES - UM ESTUDO

A Libertação dos Açores passa primeiro pela libertação dos trabalhadores. Levantar a questão apenas para combater as orientações de um certo colonialismo lisboeta é passível de grande falhanço. E isso vê-se. A última grande lição que reduziu os representantes do povo açoriano a meros títeres aconteceu quando Cavaco se impôs contra o que tinha sido votatdo por unanimidade nas duas assembleias: a alteração do ancilosado Estatuto Político Administrativo dos Açores. Esta tomada de posição restringiu-se ao circuito fechado dos que abocanharam o poder. O povo trabalhador que cria riqueza para todos nem se deu conta do sucedido, Uma tristeza democrática! Os políticos calam-se pois sempre vão comendo das alternativas. Cavaco impediu o nosso crescimento como povo autónomo e este como recompensa votou nele maioritariamente. A culpa não é do povo. A culpa é de quem teima em torná-lo estúpido e sobretudo ignorante. A riqueza é para ser distribuida por todos com justiça. Há os que merecem mais pois produzem mais. Qual é o problema? Só que eles não podem comer tudo. Temos uma sociedade a renovar. É para aí que devemos ir. Vivam os Açores livres? E porque não?

manuelmelobento

Nota final: Aceitar que a corja que levou Portugal à falência nos diga como nos devemos governar é coisa impossível de engolir. Pelo menos comigo dá-me vómitos.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

OS PARTIDOS MORALISTAS






De repente, os deputados desta plebe deram pelo perigo, isto é, a comunicação social - sempre ela - descobriu muito tarde o que eram as mordomias dos eleitos e acólitos. Sempre se soube que os tribunos da plebe - tão plebeus quanto esta - tinham ao fim do mês uns bons cobres comparados com todos aqueles que lixam o cabedal trabalhando, está claro. Na minha opinião, apesar de à primeira vista não ser nada por aí além, havia qualquer coisa no ar. A crise - que atacou e acho que ataca sempre os desgraçados pois os que têm em demasia continuam a comer e beber à porco alentejano - começa a fazer pedagogia. Os pobres dos deputados numa de consciência nacional oferecem 5% do seu vencimento. Daí para cá toda a gente quer cortar despesas. Com esta sanha de poupanças começa-se a verificar os podres deste regime amoral. Milhares de chulos auferem vencimentos escandalosos. Milhares de chulos têm mordomias maiores do que as putas das altas esferas do sexo. Milhares de chulos fazem compras com cartões de crédito das instituições associadas com o Estado de coisas que só lembraria a Dom João V quando transformava as celas das freiras suas amantes em verdadeiras alcofas reais. Milhares de chulos deste regime têm motorista que os levam a passear e à família ( muitas vezes composta por outras famílias) para tudo que é sítio de estalo. Milhares de chulos comem e bebem marisco e especiarias em hotéis de luxo e as contas são pagas pelos ministérios onde estes chulos se acoitaram. Porque tudo se vai descobrir o que convém a estes bandoleiros é a bancarrota, pois com esta declarada a confusão instala-se e torna-se mais difícil virem a pagar pelos seus crimes. Verificou-se afinal que a corrupção era o menor dos crimes (veja-se o que resulta das sentenças que ilibam os suspeitos). O que fez com que Portugal estivesse quaese a bater no fundo não foi aquela (corrupção), foram os desvios dos dinheiros que entraram provenientes da UE e que temos de devolver de diversas maneiras. Os bandoleiros têm de prestar contas e as polícias têm de investigar para onde foram parar os milhões que não tiveram aplicação prática. As polícias têm de modificar os seus métodos, têm de possuir mais autonomia e sobretudo têm de ser eleitas pelo povo directamente e fora da alçada dos partidos. E fora porque é no seu interior que se formam os gangues que manipulam indirectamente os dinheiros públicos. O Estado foi invadido por gente sem dignidade nem moral que se está nas tintas para as verdadeiras reformas. Estas nunca atingiram os objectivos propostos apesar de as verbas terem sido entregues aos respectivos ministérios. O Estado português está endividado? Muito bem, todos eles estão. Só que em alguns as dividas não trouxeram os benefícios que se esperava, daí ser necessário averiguar-se e bem o porquê. Já que estão na forja comissões para tudo que mexe por que razão não se começa a criar comissões para analisar esta questão magna? Sim, saber que é feito do dinheiro que "desapareceu" e que o povo pateta vai ter de pagar agora. Justifiquem o pouco que ganharam e vão ganhar se este regime se mantiver trabalhando neste sentido: o de saber a verdade dos grandes desvios.
manuelmelobento

segunda-feira, 24 de maio de 2010

ESTE É O MEU PORTUGAL, DISSE O RESSUSCITADO SALAZAR






Segunda-feira, 24 de Maio de 2010. Salazar ressuscitou. Apanhou boleia para Lisboa onde foi despejado perto do Largo do Rato. Dirigiu-se a pé para São Bento e ao tentar entrar foi detido e levado para a prisão tão depressa se identificou e logo depois foi remetido para o "Júlio de Matos". Como estava calmo não lhe deram sedativos. Meteram-no num quarto com televisão e retrete privadas. Lá dentro ficou muito contente quando ao mexer no comando da televisão verificou que podia visionar vários canais. Olha, o povo dividido por causa de um padre! Olha, futebol! Olha tanto anúncio! Olha, tanta brasileirice! Olha, uma mesa redonda com doutores do futebol! Olha, o Vitor Mendes está mais magro! Confundiu com o Fernado. Olha, quem diria os jogadores com tanto tempo de antena. Olha, continuam a morrer no mar, nas estradas, nos hospitais. Olha, olha, 35% de analfabetos! Olha, os campos desertificados! Olha, o Carlos Queiroz como está crescido! Salazar comandou para a RTP 1 e viu a Fátima Campos Ferreira. Excitou-se com ela e bateu uma punheta. E antes de dormir gritou: este é o meu Portugal! Meus queridos filhos como vocês estão mais calmos. Tão desatinados que foram na juventude. O que queriam quando berravam justiça e liberdade? Pobres crianças!...

Portugal mudou muito... O povo quer missas, futebol, telenovelas, concursos, mexericos da parte da manhã, júlias da parte da tarde, etc. Felizmente somos livres para continuarmos com o nosso projecto. Só que não sabemos qual é. Bem, não é bem assim, as batinas pretas estão aí para nos levar ao Céu onde Deus , a Sua Esposa Virgem e o Seu Filho - tão queridos - nos esperam. Se rezarmos pela Rússia como muito bem nos disse a Eminência, perdão Santidade Bento XVI.

manuelmelobento

domingo, 23 de maio de 2010

CAVACO ESTÁ ATENTO OU ANDA JÁ EM CAMPANHA?

Há uns anos atrás um certo tipo pediu-me uns trocos emprestados para fazer compras. Por que tinha e não me faziam falta, emprestei-lhos. Horas depois encontrei-o num minimercado e vejo-o a comprar alhos e outras novidades da terra. Um má-língua que conhecia ambos - já morreu - disse alto e bom som: este compra alhos e couves tendo um rico quintal com mais de um alqueire de terra (mil e tal metros quadrados). Sim, e depois? Olha, só um trouxa é que procede assim. Lembrei-me desse episódio quando li uma frase de Cavaco reproduzida pelo Diário de Notícias de hoje: "É importante que as crianças não sofram na sua alimentação em resultado do desemprego do país."
Certo dia, ainda vigorava o regime salazarista-marcelista ouvi falar mal das medidas de Marcelo em apoio aos trabalhadores rurais. Fiquei danado na altura. Então os desgraçados que ganhavam tão pouco não tinham direito a um subsídio? Vais ver o que isso vai dar! Se eles trabalham 12 dias por mês vão passar a trabalhar 5. E não é que quem assim falava teve razão. Marcelo devia ter preparado aquela gente no sentido de o subsídio ser mais um apoio e incentivo do que o contrário, isto é, deixar de trabalhar. Também me lembro de uma conversa que tive com um camponês que não queria que os filhos estudassem. Então ti Francisco, por que não devem eles estudar mais qualquer coisa? E sabem o que me respondeu o homem? Eles que trabalhem como eu trabalhei. Não são melhores do que eu. Nem todos são assim, e ainda bem. Penso que se Marcelo tivesse atribuido o subsídio e como contrapartida tivesse obrigado os filhos dos camponeses a permanecerem na escola, talvez tivesse obtido melhores resultados. Os camponeses não são culpados desse procedimento. A conjuntura é que assim os transformou. Cabe aos pensadores e intelectuais intervir pedagogicamente. Para isso é preciso reformular consciências. Prepará-las. Nesta acção ninguém pode ficar de fora. Os reaccionários podem ser educados também, pois são quem mais trava o processo de melhoria dos que mais sofrem material e moralmente.
É preciso coragem política para que se comece a valorizar a terra, mesmo no tempo dos cumputadores e telemóveis. Dá para rir, não dá. Mas "olhem" lá para as palavras de Cavaco e vislumbrem a solução para parte dos problemas que nos esperam...
manuelmelobento

sexta-feira, 21 de maio de 2010

UM SÓCRATES CEREBRAL BATE PARTIDOS NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA






Não passaria nunca uma moção de censura nesta legislatura. Os partidos portugueses são de tal ordem oportunistas que não iriam arriscar o tacho. Novas eleições significariam vitória de Sócrates. Sócrates bateu aos pontos todas as intervenções dos opositores. Quando demonstrou que a moção de censura atingia o "rival das musas" PSD , a malta da bancada laranja riu-se. Logo, ou apoiavam ou votavam contra. E eles... nada. O mentiroso era ele no começo da sessão, no final desta apresentou provas rigorosas de como os seus interlocutores estavam mal preparados, pois referiam provas tidas como tais da leitura de jornais nacionais... Contrapos com fotos reais! Até parecia as gostosas que atraem machos nos anúncios dos jornais nacionais... Este homem - Sócrates - é um homem de inteligência rara. Não o conseguindo bater politicamente mudaram de campo e ei-los a vasculhar a sua vida privada. Esqueceram-se que também têm vida privada e isso vê-se. Aliás, o Zé Povinho - que também tem uma vida privada porca - não passa cartão a mexericos, embora não viva sem estes. Só o Partido Comunista foi coerente. Mas para quê? As sondagens que foram feitas logo a seguir à reprovação da moção puseram-no com dono que o mesmo é dizer está quieto que a coisa ainda está a dar. Vem aí o Verão, não chateiem precisamos de férias com ou pouco dinheiro. Até calha bem. Fome é elegância e esta é bem precisa. Andamos tão gordos e mal cheirosos... Há males que vêm por bem. Que males?

Paulo Rehouve

Jornalista estagiário

quinta-feira, 20 de maio de 2010

SE O GOVERNO NÃO APRESENTA RESULTADOS TEM DE SE DEMITIR

Numa ditadura como foi a que tivemos desde 1926 e que capitulou em 1974 o governo de então manteve-nos numa guerra que a nada levava pois tínhamos o mundo contra nós e os nacionalistas africanos estavam a ser apoiados militarmente até pelos nossos aliados (?) históricos. O governo de então não foi capaz de pela via política - que estivera ao seu alcance - solucionar a questão pátria. Manteve uma política de guerra indo até contra a opinião de militares que tendo estado no terreno confessavam que era preciso mudar de atitude. Fascistas e velhos que só tinham um lema: morrer de pé como as árvores estrebuchavam contra os que lhe mostravam o melhor caminho. Os velhos fascistas acabaram por dividir os portugueses e foi o que se viu. Saímos dos territórios históricos com o rabo entre as pernas e cheios de vergonha. E tudo porquê? Numa ditadura a solução é combatê-la. Os velhos fascistas não cedem o poder senão à lei da bala. Numa democracia - capitalista, é certo - podemos livrar-nos de quem tomou o poder pela via legal recorrendo a eleições. Neste momento temos um governo cujos elementos quando falam para a nação dizem coisas trocadas. A seguir os que lhes estão hierarquicamente acima vêm explicar melhor as contradições. A última é de meter dó. O ministro das Finanças, hoje, deu uma conferência de imprensa para explicar o que o pobre secretário de Estado das Finanças tinha dito ontem e que era uma interpretação errada sobre a aplicação dos novos impostos. Entretanto, o primeiro-ministro está em Espanha a vender uma imagem de grande optimismo. Alguma coisa está mal. Um grita que nos vai às algibeiras já para logo a seguir outro vir dizer que era para a semana. No mesmo momento o chefe-todo-sorrisos não falando da nossa atrofia atira aos quatro ventos o nosso paraíso. Santana Lopes quando era primeiro-ministro por ter trocado as folhas ao discurso foi de imediato demitido pelo irmão do prof. Daniel Sampaio. Cavaco Silva ... continua daqui a pouco

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A ACTUAL COLIGAÇÃO DE CONSCIÊNCIA GOVERNAMENTAL





Com as actuais medidas de compromisso entre o PS e o PSD Portugal estende o crédito. Melhor dizendo: lá fora disseram "Aqui vai mais dinheiro para pagarem o juro do juro da vossa eterna dívida". Respiraram de alívio aqueles que nos governam - governaram mal. Sócrates mantém-se como primeiro-ministro por cumplicidade de Passos Coelho. Não se percebe por que razão o PSD o reconhece e não actua neste sentido. Isto é, não apresenta um Moção de Censura que leve à queda do governo e consequentemente à convocação de eleições, já que se diz alternativa de governo. Com este aparelhamento entre social-democratas e socialistas o que temos é um grupo maioritário que ocupando lugares nas estruturas do Estado as não quer deixar. Compreende-se mas tal não podemos aceitar porque longe de uma perspectiva solucional o que se pretende é alongar a indefinição de medidas capazes e rigorosas. Este Estado está nas mãos de negociantes e todos nós sabemos como actuam. O interesse dessa gente fica a milhas do interesse da população. Tanto um como o outro - os cúmplices - não estão sozinhos. O CDS esteve coligado há tempos e também tem culpas no cartório. A esquerda composta pelo BE e pelo PCP não está capacitada para governar em alternativa na actual circunstância. Até porque o eleitorado não está para eles virado. O cenário manter-se-á até que os fundos e a credebilidade do Estado estoire. Está malta está metida numa alhada. A nossa economia - e isso já vem do longo passado - não tem meios ao seu alcance para dar a volta. Já algumas cabeças pensantes e preocupadas com o andar da carruagem permitiram indicar outros caminhos. Claro, deram azo ao riso alarve dos comerciantes que nos governam. Temos de voltar à terra que é uma das nossas maiores riquezas. Temos tanto mar para fazermos turismo quando o que dele precisamos é o que ele fornece. Os basbaques que se riram com esta visão são os mesmos que enriquecem importando de tudo que a terra dos outros produz. Eu já comprei alhos da China!!!! Quando vier a fome, a gente fala. Finalmente uma palavra para Cavaco Silva, pois não merece mais: tenalina.

manuelmelobento

segunda-feira, 17 de maio de 2010

COMO SE PREPARAM AS REVOLTAS MILITARES EM PORTUGAL







Em 1926 uma coluna militar histérica desceu do Norte do país. Parou aqui e ali para comer, beber e defecar. Meio a dormir e a calambear chegou a Lisboa. Acabou-se a rebaldaria. Analisemos com calma anárquica - também tenho direito - o que se passou. Palavra-chave: cacau (dinheiro, erva, pilim, serrilhas, etc.). Faltou dinheiro para pagar o soldo aos militares. Também faltou para outros, porém, como não tinham armas apenas lhes restava berrar. Em Lisboa, foram acolhidos por outros militares com ordenados em atraso com gritos de vitória. Os militares só pensam num sentido e não fazem ideia de como se dirige um país economicamente. Há excepções, por exemplo, os militares do 25 de Abril (para rir). Como é? Há que chamar gente que perceba da poda e que faça o melhor para nós (militares, claro). Que obedeça! Que planeie! Pois a Pátria está em perigo. Por tentativa e erro chegaram à escolha de um professor de Coimbra que tinha sido bom aluno e que sabia poupar. Ei-lo: António de Oliveira Salazar (Salazar pela parte da mãe). Em nove meses, repito, nove meses reorganizou as Finanças Públicas. Milagre? Evidente! Aumentou os impostos, promoveu despedimentos, conteve as despesas públicas, promoveu o analfabetismo fechando escolas, entregou a exploração da riqueza nacional a monopolistas, permitiu a escravatura doméstica, esqueceu a importância da Saúde Pública transformando os hospitais em casas funerárias para os pobres, colocou nas mãos dos privados as fontes de energia, as águas, os transportes, calou a oposição com a criação da censura e para a fiscalizar recriou a inquisição como força paramilitar - a PIDE - limitando a corrupção aos seus apoiantes, despediu das repartições do Estado todos os que se lhe opunham, refez as prisões para estes, formou ideólogos baratos com a criação das Escolas do Magistério Primário destruindo as Escolas Superiores, aliou-se com a Igreja de Roma assinando uma Concordata que a colocava a par do Estado (a Igreja casava os cidadãos, perseguia e ostracisava com a sua falsa moral todos aqueles que com ela não alinhavam, fazia dos padres bufos políticos), obrigava os professores a denunciarem os alunos e colegas acerca de actividades suspeitas (as denuncias eram enviadas em papel timbrado ), fomentou a denuncia criando um corpo com milhares bufos, controlou o teatro popular e o outro... Bem, com estas medidas sossegou os militares, os tais que tinham as armas, permitindo-lhes o antigo fulgor e estatuto perdidos (éramos uma sociedade civil, mas em cada esquina tínhamos um governador civil acolitado por um governador militar. No tempo de paz, note-se), permitiu que se criassem - num modelo civil e politicamente acompanhadas conferências do tipo São Vicente de Paula para controlar a pobreza na base da caridade. Criou a Mocidade Portuguesa e a Legião Portuguesa a par da Legião de Maria. Permitiu o aparecimento de um milhão de filhos ilegítimos pois quem se casasse pela Igreja não se podia separar. O Papado não permitia que quando ligasse homem e mulher estes se separassem. Deus tínha-lhes fornecido essa lei e outras tais como perseguir todos os que tivessem orientação sexual diferente. Mandava prender quem fosse homossexual. Esta foi a sociedade perfeita com que vivi anos e anos.

Estendi-me ao comprido, pois comecei a escrever como os cronistas e não parei quando devia. Vou fazê-lo. Acontece que os militares de hoje não têm a liberdade de fazerem revoltas assim como quem vai ao Dafundo tomar café. Os militares estão reduzidos a uma elite bem paga mas controlada por forças que estão muito melhor preparadas para debelar qualquer cheirinho a revolta. As forças policiais especiais em sete minutos arrumam-nos. As chefias militares já não têm os soldadinhos à sua disposição para fazerem jogos de guerra. Os militares têm também forças especiais, mas estas estão descaracterizadas. Os políticos de hoje aprenderam com os erros do passado e estão atentos. A estes só lhes cabe fornecer boas condições às forças que os apoiam. Também sabem que quando lhes faltar o pilim cai qualquer forma de governo. Hipoteticamente só uma subvelação total popular pode dar origem a uma alteração de regime. Contudo, o governo Sócrates tudo tem feito para reduzir a despesa pública com o fito de manter alimentados os que possivelmente o retirariam num ápice do poder (copia-se descaradamente o modelo salazarista). O que está hoje em causa nada tem a ver com o bem estar das populações em geral. O que está a afectar os grandes grupos é que se tornou na grande preocupação dos dirigentes que a eles estão adstritos. O sonho da fuga à pobreza acabou. A realidade está aí a bater-nos à porta. E não há como fugir-lhe.

manuelmelobento

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O DICASTÉRIO DA IMBECILIDADE NACIONAL








Duas coisas me impressionaram muito nestes últimos tempos: o sorriso aberto (muito bem treinado) de José Sócrates e a intervenção do prof. Marcelo acerca de assuntos relacionados com o Papado. Já o facto de ligar a televisão e assistir em todos os canais - quer privados quer os outros supostamente pertencentes ao Estado - aos rituais da Igreja de Roma um misto de uma Cultura Clássica greco-latina com os bailados dos sacerdotes egípcios não mexe comigo. Vamos, pois ao sorriso do engenheiro. Senhor engenheiro, num país de basbaques exprimir um rosto sério não traz votos. O senhor sustém-se com estes. Pornograficando a cena diria que o senhor tal como o velho ditador de Santa Comba Dão fode o cu dos portugas e ainda se ri. E os trouxas gostam. Com, as devidas distâncias, Salazar não ria. Excepto, claro, quando se envolvia com mulheres em segredo e mesmo assim não confirmo. O senhor engenheiro poder-se-ia ter guindado a um papel histórico como estadista. Pensei que fosse mais inteligente. Explico. Não seria preferível que o senhor explicasse aos portugueses como é que a nossa vida está e como se prevê vir a ser pior? O prof. Medina Carreira das poucas coisas com tarelo e substância que diz é que é preciso falar verdade. Não só era uma atitude pedagógica como nos iria envolver a todos nos negócios do Estado contribuindo para uma maior consciencialização das questões importantes e que ficam sempre fora do alcance da maioria. O senhor veio com a treta de ir buscar uns trocos aos políticos e a alguns gestores para a ralé ficar contente e para logo em seguida nos ir ao cu aumentando os impostos e o preço dos produtos essenciais. O senhor mais dia menos dia vai para a rua. Por que razão não trata os assuntos do Estado com elevação? Por que razão não nos respeita? Fale claro, porra! Diga o que vai fazer para estancar o descalabro onde estamos para podermos contar com as intempéries preventivamente. O seu governo num dia diz uma coisa para logo no dia seguinte dizer precisamente o contrário. Eh pá, o senhor é um mentiroso! Foda-nos, mas vá rir para o Calhau das Senhoras.

II Parte: o prof. Marcelo e os intelectuais

Fui para a rua e dei início a um inquérito: Diga-me por favor que pessoas reconhece como intelectuais no nosso país? Das vinte e três pessoas inquiridas dezassete referiram o nome do prof. Marcelo. Muito bem é parte da opinião pública. Considero, mas não respeito. Na sua última intervenção televisiva a que assisti ouvi dele o seguinte. A eleição do Papa é influenciada pelo Divino Espírito Santo. Para um homem que dispõe de um share - ou coisa que o valha - altíssimo, quando fala nas estações de têvê, nada mau. Estamos bem entregues. Um dos que deve ter sido inspirado pelo Espírito Santo deve ter sido o Papa Leão X, tornado Cardeal aos treze anos de idade... O prof. Marcelo representa o Portugal culto dos nossos dias. Ele, a Laurentina Alves, a Isabel Stillwell, a dona Maria Barroso, o prof. das Neves,... continua daqui a pouco.

... Quem viveu no século passado e sob a ditadura de Salazar sabe o quanto a Igreja valia no dia a dia dos portugeses. O paganismo imposto quer pela ditadura política quer o da Igreja Católica tinha foros que ultrapassavam o bom senso. Toda a minha gente alinhava com as baboseiras apregoadas e que mais tarde se tornavam verdades do regime. Quem tivesse o desplante de questionar o Milagre de Fátima era considerado suspeito de tudo e mais qualquer coisa. As igrejas estavam repletas de estátuas a quem o povo prestava idolatria, mas que no dizer dos sacerdotes não o era pois aquilo eram imagens. Estas sim, podiam ser adoradas. Olha para aqueles olhos sofridos de Nossa Senhora. Como ela sofre por nós. A Quaresma era um grande drama, pois "festejava-se" a morte de um judeu que ressussitara ao terceiro dia. Chorava-se a morte de Jesus sabendo que o mesmo não estava morto. O mesmo judeu que fora considerado até ao século IV filho de Deus, passa a Deus por inspiração de um monarca do Oriente. A moda pegou e acabou por alastrar-se para o Ocidente. De homem passou a Deus. Os Romanos e os Gregos também divinisaram o humano e humanizavam o divino. O mesmo fizeram os seguidores de Cristo. E não contentes com a cópia ainda foram mais longe no requinte. Arranjaram um Deus que se ponha numa virgem, casada ainda por cima, e dessa união de facto nasceu um homem que sendo homem também era Deus. Esta história contada durante a longa noite medieval acabou por assentar arraiais nas mentalidades. Os chefes políticos aproveitam da insuficiência mental das gentes e deixam que a mentira se alastre e contamine as pessoas. Julgam que com isso melhor as controlam. Até certo ponto é verdade. Mas como tudo tem um fim. Só não sabemos é quando chega. Depois de trinta e seis anos de uma pequena revolta que terminou com uma ditadura e que deu origem a uma democracia assistir a actos de paganismo ao mais alto grau mediatizados é triste. Cúmplices? Sim este governo e os outros que o antecederam na feitura desta marosca. Desta tragédia que afecta as mentalidades e dá força ao reaccionarismo que espreita. Tudo isto se deve aos governos pseudamente democráticos que permitiram que uma instituição vocacionada para o mito se implantasse com tanta força que até chega a substituir o Estado naquilo que ele tem de mais fundamental: proporcionar o bem estar físico e psiclógico dos cidadãos. O que aconteceu com a vinda de Bento XVI a Portugal só ofende a alguns poucos. A outros não, pudera a pia é grande e por ser grande não faltarão suínos.

manuelmelobento

segunda-feira, 10 de maio de 2010

BENFICA-TE PÁ!

O meu amigo José Júlio Machado vive nos EUA. Telefonei-lhe para o informar(?) que o Benfica era de novo campeão. Não estava em casa. Debitei uma lenga-lenga para o gravador de voz. Em Ponta Delgada, no tempo do liceu, era ele guarda-redes da formação pró Sporting enquanto eu pertencia à do Benfica. Esgatanhávamo-nos para vencer. E depois de cada jogo discutíamos as faltas cometidas e não assinaladas e as grandes jogadas que cada um aumentava conforme a imaginação. Não tínhamos televisão. O futebol chegava-nos através da rádio e lá de vez em quando em algum documentário que visionávamos nos cinemas a anteceder o filme sem hipóteses de escolha nas matinés de domingo. Não sei porquê, mas o Benfica está-me na pele. Que diabo, quando o meu clube perde fico danado. Muito mais de quando tenho de pagar impostos. Ora bolas! Gánhamos o campeonato! O Benfica tirou-me um peso enorme de cima. Não, não vou fazer psicanálise para saber a correspondência do fenómeno com a minha vida privada. O que eu queria era mesmo ouvir a voz do José Júlio e imaginar a cara dele ao responder às "provocações" dos campeões. Sim, porque não foi só o Benfica que ganhou. Eu também ganhei. E, por fim, para o ver ainda mais danado ia dizer-lhe: benfica-te pá, que é o que está a dar. Este verbo ainda não existe. Mas, para lá vamos. Tenho a impressão que é tudo o que nos resta do passado a caminho do futuro. Deste futuro que está aí nada colorido.
manuelmelobento

sábado, 8 de maio de 2010

SUA SANTIDADE E A MERDA






Batia o ano de 1967. Estava calor. Não fui trabalhar - como de costume - pois fazia levantamentos topográficos para o Instituto Geográfico na Cova da Iria e montanhas de gente acorrera ao sítio onde uma jovem pastora histérica dizia ter visto uma modelo vestida de branco em cima de uma árvore. A multidão aglomerava-se gemendo e gritando porque um homem de branco - o senhor Papa - vinha pisar o chão tornado agora sagrado . Disse a pastora que a senhora de branco era Nossa Senhora e que lhe tinha ordenado para rezar pela Rússia vermelha. Mais, lhe entregara uma carta contendo mistérios. Bem, já agora, também quero ver o Papa. Um magote de freiras - nunca comi nenhuma, nem mesmo depois do 25 de Abril , também não sou Dom João V - guardava lugar à beira da estrada com o mesmo fito. Aproximei-me por detrás delas e esperei. Vem ali o Papa, alguém gritou. De repente, fiquei entre as freiras e um grosso de peregrinos entusiasmados que fizeram de mim uma espécie de paio numa sandes. Por sorte calhou-me uma freirinha novinha de todo. Senti-lhe as ancas coladas ao meu falo, perdão caralho e lá me entesei. Gostoso, muito gostoso. Nunca apreciei mulheres pintadas. Aquela estava limpa de tintas e corantes com que as mulheres se enfeitam para apanharem macho. Face rosada e para mais encostada à minha - ela talvez não quisesse, mas eu sim - e que cheirinho meu Santo Padre, tinha ela! Cheirava a juventude. Gritavam todos e ela também. Penso que olhou para mim. Naquela altura estava com 26 anos e não era nenhum Durão Barroso. Sem ser um Passos Coelho lá me ia safando. E bem! Atingi o orgasmo pela décima sétima encostadela - seria enrabadela se a freirinha estivesse de rabinho ao léu. Com as mãos verifiquei que se não tinha ceroulas devia estar reforçada com linho grosso. Estava ainda a sentir o molhado quente quando uma enorme ovação se elevou até ao alto da copa das oliveiras. Paulo VI estava a passar por nós. Olhei-o bem nos olhos e senti qualquer coisa. Tinha os olhos claros. A luz do Sol resplandecia nas sua face. Lembrei-me de São Paulo: "Porque me persegues?". Bem, naquela altura já eu tinha metido o Pai Natal e o Menino Jesus na gaveta do Mr. Darwin e cantigas dos templos já eram. Fiquei com a impressão de que ele - o representante de Cristo no Ocidente - me estava a condenar. Acabada a festa regressei a casa. Tinha tomado de renda uma habitação de pedra com quintal pertencente a um pastor das redondezas. Pois, o pior foi o que encontei no terreno. Era merda por todo o lado. Num instante pensei ser um castigo da divina aparecida, para logo no momento seguinte estar a fazer contas matemáticas sem ajuda do teodolito... pois, então não era. Um milhão de portugueses deslocara-se à terra milagrosa onde não havia uma única casa de banho pública. Logo, para defecarem, perdão cagarem qualquer palmo de terreno servia para se arranjarem. Nunca tinha visto tanta merda junta. Também cheguei a ver o prof. Salazar num carro Buik (?) americano, ia sentado no banco de trás a acenar ao bom povo. Retribuí o cumprimento generalizado de Sua Excelência, não fosse o Diabo tecê-las.

Bem, vem aí Bento XVI. Não vou vê-lo. Já não tenho idade para apertos e as freiras já não são tão frescas como no tempo da minha juventude. Para além de que me podia acontecer ser enrabado, pois com esta multidão de agora nunca fiando.

manuelmelobento

quarta-feira, 5 de maio de 2010

VICTOR MEIRELES, UM POETA QUE ENCONTROU NO ESPAÇO O SOLUÇO DE CRISTAL


Não foi um encontro fácil. Quando buscava um livro numa alta prateleira encontrei um envelope cheio de fotos. Uma foto do Victor Meireles e a reprodução de algumas das suas obras mais significativas juntavam-se coladas e húmidas. E o passado chegou sem ser convidado. Serão estas reproduções todas do Victor? Ah, já sei! Aglomerei-as com outras de Chagall. Tive de recorrer à internet para melhor as separar. Victor Meireles destaca-se por ser um pintor criativo cuja imaginação não se encontra apenas na pintura. Foi no século passado que ele nos presenteou com um dos seus mais significativos poemas da juventude: o seu "O Soluço de Cristal" foi lido num dos muitos encontros que nas noites cálidas dos verões das ilhas partilhámos. Quebrava-se a solidão e a distância falando de "coisas altas". Trocávamos livros. Nessa altura, encontrava-me longe de casa e nada mais quebrava a saudade do que o calor das palavras dos seus versos. Foi através do seu entusiamo que "conheci" Florbela Espanca por quem ele se interessa imenso. Tornei-me ledor e amante de poesia. Sem ela até a chuva é chuva.
Nestes tempos de vazio que teimam em ficar, voltar àquele passado e trazê-lo de volta só pode ser um sinal de bom gosto e de elevação mental. Modéstia à parte, e isso vê-se!
Paulo Rehouve

domingo, 2 de maio de 2010

CARVALHO DA SILVA E O ESTADO OPERÁRIO




A oportunidade surgiu como um gelado cobiçado por uma criança num Verão caloroso. Carvalho da Silva - um ex-operário à Lula da Silva - elabora um discurso de estado da Nação catapultando-se a figura de Estado. Os que este representam estão desmascarados. O Presidente desta República anda muito levezinho a percorrer o terreno para não levantar o pó que poderia ensombrar a sua recandidatura. Portugal fica em segundo plano. O primeiro-ministro José Sócrates é vaiado aqui e ali por estar a pagar políticas de duas caras. A Assembleia da República declaradamente já nada representa. Presentemente o grande problema que tem, fora armar-se em Inquisição, é se se deve pagar ou não as viagens de uma deputada socialista que vive fora do país e "trabalha" cá dentro. A fretista UGT cicia discursos indeterminados. Tanto a SIC quanto a TVI emparelharam com a fala de Carvalho da Silva transmintindo-o completamente. CS tira da cartola um discurso a falar para dentro do país . Não era um dirigente sindical que falava. Era um homem de Estado. Um homem a levar a sério. Sabe o que diz na sua área não fosse ele doutorado e homem de experiência feito. Este discurso traz água na boca. E digo-o porque o Partido Comunista ainda não apresentou o seu candidato. É tão óbvio que até já estou a vê-lo a dividir de facto a esquerda portuguesa, uma esquerda que tem coisas de direita, quando for "pronunciado" candidato à Presidência da República. E isto vê-se...

manuelmelobento