domingo, 1 de julho de 2012

a mama e o voto





lembro-me quando os esquerdalhas começaram, logo após a revolucionite de abril, a meter medo às pessoas no sentido de as levar a votar. casos houve em que a tropa foi a casa de alguns desgraçados acamados para os levar até à junta de freguesia onde estava instalada a mesa de voto. iam de maca, os nóveis votantes. imagine-se, um povo nada habituado ao acto de votar, ficar de um dia para o outro atinadíssimo para se tornar um cidadão pleno de direito e de consciência cívica. muito contribuiram os padres da igreja católica para que o medo fosse debelado indicando forças partidárias tementes a deus nosso senhor jesus cristo. o medo do comunismo rapace das fazendas e bens fazia-se sentir por todo o lado. os ricos que não conseguiram dar o salto foram metidos nas prisões. em portugal, a esquerdalha marialva respeitou o lugar sagrado da fada do lar, e isso permitiu que as senhoras não acompanhassem os seus maridos no cativeiro. a esquerdalha que abominava os esbirros do estado novo pela falta de respeito pelos direitos dos cidadãos, acabava de dar o exemplo de ser muito pior do que os salazaristas. a esquerdalha mostrara ao que vinha: nada de democracias burguesas. o povo é que está a dar. houve campanhas de dinamização cultural e de alfabetização para ensinar aos aldeãos coisas maravilhosas saídas da boca do estaline e do lenine em vez dos costumados milagres do judaísmo critianizado. o povo ao fim do dia deslocava-se para ir ouvir a nova palavra sagrada nas juntas de freguesia. depois de instruídos na nova doutrina ei-lo a invadir a propriedade privada e a criar focos de colectivismo. o povo em determinados lugares deste portugal assaltou, roubou e destruiu bens de terceiros. muita gente que fugiu com medo do comunismo deixou tudo atrás. quando a sanha avassaladora dos zés do telhado amainou e essa gente pôde voltar só encontrou as paredes das suas habitações.  (continua, pois vou almoçar)

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