o fim da monarquia em portugal coincídiu com muita perturbação social. em 1890, a nossa aliada inglaterra terminou com o nosso sonho territorial que procurava ligar angola a moçambique. a nossa aliada era, na altura, o maior império militar do mar. na perspectiva de perder as ricas matérias-primas que estavam localizadas no chamado mapa-cor-de-rosa, os ingleses ameaçaram portugal com um aviso de morte a que se costuma dar o nome de ultimato, e que nos obrigava a retroceder na conquista daquele território. os ânimos nacionais acenderam-se ficando no rubro. a pátria amada fora ofendida! havia que responder à grave ofensa, etc que o mesmo é dizer as palermices dos portugueses quando estão sentados à mesa das esplanadas a falar par aí umas 10 horas intercaladas e/ou seguidas a fazer tempo para a bucha. como o adversário não era para brincadeiras, havia que arranjar um bode expiatório. calhou em dom carlos a figura culposa. de tudo o rei foi acusado. e, anos mais tarde, quando lhe fora admitida uma verba para despesas da casa real, mataram-no. chamaram ao monarca de tudo. 2 anos depois de terem assassinado o rei e o herdeiro ao trono, a monarquia caiu dando lugar à instalação da república. um palavrão composto de duas latinices que significa muitos rodriguinhos a beijinhos nas faces rosadas do poveco. o poveco português tem passado as passas do algarve. no início da chamada nacionalidade quando acordava era leonês e castelhano. certo dia apareceu um nobre francês sem eira nem beira que, segundo contam, ajudou afonso VI a expulsar os árabes. como pagamento o rei castelhano deu-lhe terras e entre essa dádiva encontrava-se uma princesa ilegítima de nome dona teresa (a nossa primeira rainha, digo eu). o garoto do francês (ingrato como todos os gauleses) começou a tramar o sogro tratando de fugir ao pagamento de impostos. o mesmo é dizer que queria tornar-se independente. mal comparando uma espécie do dr. joão jardim da época. esse pelintra do francês foi feito conde. foi o primeiro da sua classe no primitivo território minúsculo. morreu mais cedo do que pensava e por isso o título passou para o seu único filho de nome afonso. este apesar de não saber ler e ser muito rude não era nada tolo. não gostava do título e queria ser rei. não vou contar a história desse nosso príncipe, pois creio que toda a gente a sabe. quando o território se tornou independente, os seus habitantes passaram a chamar-se de portucalenses. na nossa história houve alturas que por necessidade umas vezes éramos espanhóis, outras portugueses. no século XVI preferimos um rei espanhol para nos governar em vez de um filho ilegítimo de um filho de dom joão III. um tal dom antónio que se fez aclamar rei. coitado, os interesses económicos falaram mais alto e o desgraçado acabou fugido para não ser morto pelos... portugueses. é de espantar, pois tanto na primeira dinastia quanto na segunda os nossos monarcas não eram filhos legítimos. eh pá, é como hoje em dia. por causa do lucro que muitos (ia chamar-lhes pelos nomes...) viam na europa se vendeu a pátria aos bocados. o bom do poveco foi sempre sujeito aos interesses de um grupo de criminosos disfarçados de patriotas que fazem o que muito bem entendem para seu proveito. bem, avante. certo dia, os portucalenses acordaram com um regime que não admitia que o poder fosse passado de pai para filho. passaram a ser portucalenses republicanos. este regime, certo dia (há sempre um certo dia) deu o berro e lá entrou por via de deus, cristo e espírito santo um outro que o veio substituir. uma ditadura. se o poveco não falava, agora a coisa era um tudo nada pior: não podia pensar seja no que fosse. para isso havia um tal de salazar. e disse ele às tantas: não se discute deus, não se discute, a pátria, não se discute a família. eh pá, nada se podia discutir a não ser futebol. e o poveco? o poveco no tempo da ditadura ou era benfiquista ou sportinguista (o porto estava a crescer). nada mais lhe era permitido. continuando. certo dia o poveco tornou a acordar mas em novo molde. e gritava histérico como qualquer basbaque que vai pela primeira vez às putas: o povo unido jamais será vencido. o povo imitava alguns crânios que se puseram a falar voltados para ele com o punho fechado. uns era na mão esquerda, noutros na direita. ah, havia os que faziam dos dedos um v. que diziam que era de vitória. nada que se comparasse com o manguito do bordalo. o poveco dançava na rua como no tempo de dom pedro justiceiro. o hino nacional voltou a ser ouvido até ao fim. calma, calma, que isto ainda não acabou. com a venda de portugal à europa, ao poveco foi dito que a partir de agora tinha que dizer que era europeu. mais: disseram-lhe que ser nacionalista era ser fascista. portanto, toca... não toca mais nada que já não tenho pachorra para descrever os saltos de um poveco pateta comandado por gente a quem camilo chamou de corja.
manuelmelobento
(não tenho vergonha de portugal, tenho é vergonha dos que o governam)
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