sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

varett passará a comentar os momentos da vida activa mais pertinentes


paulo rehouve:
gostaria de ouvir um comentário seu sobre a reprodução de uma conversa particular entre o ministro das finanças com o homólogo alemão.

varett:
por ser particular não a comentarei. trata-se de um acto típico ilegal à luz da nossa legislação. o direito à imagem é uma regalia dos países democrático-financeiros. imaginemos que o nosso ministro era gay e que estaria a combinar um encontro fora do horário do trabalho com o outro borracho/companheiro? será que autorizariam - os visados - tal intromissão na sua vida pessoal/privada? na minha opinião aquela bisbilhotice tem de ser levada aos lugares próprios que são os tribunais. é sabido que a cobertura e vigilâncias aos cidadãos é um facto e que se pode provar materialmente. não há chamada telefónica que não seja gravada e classificada. e não são só aquelas que estão autorizadas pelo juiz da comarca. meu senhores, são todas elas que estão sujeitas a escuta, quer você seja o prestamista, o traficante de droga, o cliente das moças que acompanham os velhinhos e outros pagantes no pecado carnal, a tia maria alice que falsifica o azeite na sua mercearia, o polícia de giro que anda à rasca para pagar a prestação da casa e que recorre ao banqueiro do bicho, do juiz (de linha...) que não tem dinheiro para pagar a jóia à jovem mulher que se nega abrir-lhe o sim senhora e que recorre ao director desportivo, à beata chorosa que telefona à irmã a relatar as relações de carinho entre o pároco braguilhento e uma fogosa paroquiana que tem o marido na austrália, do bancário que telefona para o gestor para o informar que o desvio do tal milhão e meio já canta nas ilhas caimão, etc. toda a gente sabe esta lenga-lenga, mas esquece. até os ministros que o são ou já foram... até parece a história passada quando o senhor doutor das reformas era primeiro-ministro. disse ele perante as câmaras de tv: estão a comprar gato por lebre. e a bolsa estourou. ficaram a ver navios milhares de aforradores. passados uns anitos e eis outra vez a bolsa a fazer das suas. nem mesmo estando prevenidos os patos não deixam de cair na esparrela. os homens estão programados para a estupidez. nada a fazer, havemos de ser vigiados 24 horas por dia. seria bom que o fizessem aos assassinos que vivem entre nós e que nos põem a todos de cu apertado de tanto medo quando saímos à rua ou estamos em casa.
paulo rehouve:
só mais esta questão: segundo as estatísticas vivem em portugal na mais triste solidão quatrocentos mil idosos. que pensa disso? que tipo de solução a dar ao problema?
varett:
solução já existe: hão-de morrer mais dia menos dia. eu que sou idoso tenho essa impressão. quanto ao que penso sobre a solidão dos velhos, acho que não é mau de todo. pelo menos não chateiam ninguém com as suas lamúrias. leiam, sejam úteis a si próprios, já que o estado gastou tanto dinheiro a alfabetizá-los. há milhões e milhões de livros à espera para serem lidos e que nunca o serão. cuidem do seu cérebro que ele cuidará do próprio dono.

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