sábado, 25 de fevereiro de 2012

varett ao telefone: os açores devem estar preparados para usarem moeda própria


paulo rehouve:
já é quase assente que portugal deverá sair da zona euro. que poderá acontecer?
varett:
um possível golpe de estado. do género à portuguesa. entraremos num período de terrível carestia só comparável à do tempo de salazar. as regiões autónomas, principalmente a dos açores, deviam pensar criar moeda própria, digo novamente à imagem do nosso passado. a economia dos açores não aguentará muitos mais solavancos. ou os açores estarão numa situação de território independente devendo negociar directamente com a união europeia ou vai haver perturbação social com características muito diferentes das que surgiram logo após o 25 de abril. a sociedade açoriana, na altura, não estava preparada para um tal salto. e se este estilo de regime até hoje sobreviveu isso ficou a dever-se exclusivamente à transformação da sua economia semifeudal para uma região piloto socialista protegida pela intervenção musculada do poder central. aliás, o poder central utilizou as forças armadas para amedrontar a classe média e alta da altura, chegando mesmo a prender civis em estilo máfia de leste, para impor novas regras à sociedade, um todo nada retrógrada.
paulo rehouve:
está a pensar numa possível independência dos açores?
varett:
eh pá, com o tipo de colonialismo cristão que portugal aplica por aqui e com a massa imbecilizada atávica e ideossincrática dos açorianos, a coisa entrará numa agonia prolongada com muita emigração pelo meio (se for possível), muito choro e muito ranho. os açorianos ainda vivem no tempo do mito. as elites do pensamento estão desfazadas dos interesses da restante população. são cobardes perante o atrofiamento das liberdades culturais e não só. a independência dos açores só se fará do exterior para dentro e só no caso de uma grande potência a apoiar. os eua já estiveram para aí virados, mas isso foi chão que deu uvas. os estados unidos estão satisfeitos com a mais que possível desagregação da europa, logo não terão interesse em voltar à posição anti-comunista tão abençoada pelas gentes destas ilhas. atenção, que em são miguel as pessoas passam a violentas quando lhes falta a paparoca. neste momento é a única realidade política a ter em conta para quem quiser continuar a governar-nos indirectamente.
paulo rehouve:
a questão fica, pois, adiada. e que papel prevê para as forças armadas nos tempos que se avizinham?
varett:
os políticos civilistas que cresceram como cactos neste deserto - onde pontificam as maiores nulidades da europa, com provas dadas - remeteram-nas para um canto. só pensaram na europa e descuraram-nas porque o tempo em que elas eram a coluna vertebral da nação estaria enterrado. agora, com a nossa possível expulsão da união por má figura, lá estão eles a repescá-las. e se o fazem é porque com umas forças armadas portugueses ao velho estilo (com dignidade e orgulho pátrio) o poder político vai beneficiar desta grande segurança. quem poderá defender esta corja (a palavra é do camilo) da vontade popular? é este o motivo por que os políticos já estão a beijar na boca e no rabo os ilustres representantes das forças armadas. e eles (os militares), sem outra solução a não ser esta, vão cair novamente no falso amor (deles políticos) . até se irritarem de novo...
paulo rehouve:
o governo português vai novamente conceder um empréstimo de 300 milhões de euros ao criminoso bpn. não acha que a troika devia intervir no sentido de salvaguardar o estado?
varett:
quem "deu" a ordem ao governo português para que o financiamento fosse feito àquela organização criminosa (criminosa porque está a contas com a justiça e os seus gestores estão presos ou fugidos) foi a própria troika. e isto deve-se ao facto de os grandes financeiros só ganharem dinheiro quando este circula. ora a troika representa os interesses daqueles. as dívidas dos estados acabam sempre por ser regularizadas. a questão é esperar. quando moçambique se tornou independente portugal ficou a arder com as dívidas, custos e compromissos de cabora bassa. porém, passados alguns anos a coisa procurou regularizar-se da parte do governo de maputo. o capital tem muitas regras e até faz milagres.

Sem comentários:

Enviar um comentário