segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

evitemos o sangue e as lágrimas

a ministra cristas da agricultura parece que não está a bater bem da torre de control. para quem conhece o território português sabe que a boca dela é mais um marco abstracto no sentido de querer pôr a terra a dar, produzir, melhor dizendo. existem propriedades registadas em nome da dona urraca de borgonha que viveu no tempo de afonso henriques. os seus descendentes e não só ainda utilizam o direito consuetudinário. faça a ministra uma visita ao instituto geográfico e cadastral e inteire-se sobre a matéria. quanto aos baldios? ninguém sabe onde começam e onde acabam, não esquecer a voracidade com que as câmaras , muitas vezes, se apropriaram de centenas e centenas de hectares para as juntar ao seu património de negócios (o que deu lugar à institucionalização "legal" da corrupção). no que diz respeito à concretização e execução de heranças, então é de fugir. são centenas e centenas de hectares de boa terra que estão indivisíveis e em contencioso. falemos claro sobre a propriedade privada que o partido da ministra e de paulo portas tanto prezam. "a propriedade é inviolável" e não é nenhum roubo como dizia prouhdon.! nenhuma lei poderá ter exequibilidade se no nosso regime político forem aplicadas leis do tipo sesmarias (que aliás foi para inglês ver, ao tempo). e porquê? primeiro: para haver alteração da sua posse só os tribunais o poderão fazer, sob pena de o governo estar a cometer o crime de apropriação ilegal. ora, o país é um verdadeiro retalho de propriedades, salvaguardando - claro está - as grandes e pobres propriedades alentejanas. entupia a justiça só com a discussão do cultivo das silvas... e o que não está cultivado, hoje, é porque efectivamente dá prejuízo a sua exploração (dá para matar a fome a quem trabalha a terra e só e quando chove). não se está a ver o estado sem fundos estar a fazer uma reforma que custa um dinheirão para a realizar para depois pedir dinheiro para pôr a render aquilo que estava condenado economicamente. a não ser que se introduza novamente o esclavagismo encapotado. o primeiro-ministro tem na sua cabeça essa reforma a preços baratinhos. não disse ele, numa das suas tiradas à merceeiro que o país tem de empobrecer até à realidade? salazar era um rural, e passos? não estou a ver as novas gerações a cavar as terras inóspitas com computadores e smartphones. algumas famílias já voltaram à terra. mas isso não passa de um plano familiar e muito restrito. os portugueses não têm cabeça nem cultura para kibutz; segundo: se o estado anda à caça de impostos, não estou a vê-lo a colher tomates ou cebolinho para depois realizar capital para as despesas públicas já que o dinheiro levou sumiço; terceiro: olhai os lírios dos campos e verificareis que a nossa agricultura não produz (nem nunca produziu) para colmatar as necessidades do país. (cavaco-presidente quer que os jovens voltem à terra. pois, lá estávamos caídos na falta de escolas (foram milhares fechadas..) para os filhos dos novos agricultores, transportes, serviços de saúde, habitação para aqueles que iriam prestar ajuda no sector terciário, etc. nem vale apenas ir por aí. é uma questão de loucos!!!)... a verdade tem de ser dita: este povo caíu nas garras de capitalistas sem moral. não há outra solução para o povo se este não se revoltar para poder sobreviver. e temos de mudar de mentalidade der por onde der. os que nos governam têm de representar o interesse nacional e nunca resolver o problema de uns quantos mafiosos que se apropriaram das nossas riquezas. para começar devíamos renegociar a nossa dívida. por cada euro que devemos só poderemos realmente pagar 55%. os restantes 45% é para perdoar. aliás representam os juros com que nos estão a esfolar. esta medida não é nenhuma invenção, ela já foi implementada por kirchner na argentina. não temos outra solução, e isto antes que a sociedade portuguesa se volte de pernas para o ar com com sangue, lágrimas e sem suor.
varett

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