paulo rehouve:
e não é que a conversa entre o nosso ministro das finanças e o seu parceiro
europeu (homólogo?) foi encenada. informado o ministro gaspar pelos
belíssimos e excelentes serviços de contra-informação portugueses de que
todo o tipo de conversa estava a ser vigiada e gravada para posterior
tratamento, levou-o a combinar com o ministro alemão a conversa que depois foi difundida. que lhe parece, estaremos de facto perante uma peça de teatro?
varett:
foi um bom golpe. nada melhor do que fazermos crer a terceiros que uma mentira possa ser considerada uma verdade. existem várias maneiras de a construir. esta de nos escondermos e falarmos em segredo com um amigo ou parceiro é das mais eficientes. se uma terceira pessoa consegue ouvir segredos de outro sabendo que este não sabe que está a ser escutado, ficará ciente que fica certamente por dentro da trama.
paulo rehouve
e que ganhava o ministro com a difusão da conversa?
varett:
a conversa foi de ordem técnica. repare como reagiram os financiadores ao saber que a alemanha estaria na disposição de assegurar novos empréstimos a portugal. deu-lhes folgo e confiança. depois da difusão o ministro respirará por mais uns meses. o anúncio da bancarrota foi adiado.
paulo rehouve:
por que razão não divulgou vitor gaspar ou o primeiro-ministro passos a boa nova em frente às câmaras de televisão. não teria sido muito mais útil e proveitoso politicamente?
varett:
ninguém acreditava neles. já ninguém acredita nos políticos quando falam. principalmente aqueles que prometem uma coisa hoje para logo a seguir a desmentir e actuar no sentido contrário. foi mais um truque. e que truque!
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