sexta-feira, 23 de novembro de 2012

será que jerónimo de sousa tem o marxismo no lugar?

se há consciência nacional esta deve-se ao facto de ser determinada pela existência social. eh pá, isto não é nenhuma novidade para os marxistas. até porque foi um arranjo feito à pressa retirado  da bíblia do pai terreno senhor karl marx para dedilhar duas linhas cá para o blogue. este repescar das bocas do velho fumador de charutos, comedor de sopeiras mas grande filósofo veio a lume por acaso depois de ter lido a entrevista do secretário geral do partido comunista, jerónimo de sousa. se levarmos em conta o que diz marx e o que diz jerónimo, a consciência nacional está desenhada no estilo de uma europa determinada pelo capital financeiro e pelos grupos económicos. está determinada por um directório de potências. o líder comunista (feito de coerência marxista) concluiu (tem muitas conclusões em todo o texto) que os governos portugueses não têm defendido os interesses de portugal ao contrário dos, por exemplo, do governo chinês. jerónimo de sousa foi o único político que até agora aponta soluções através de uma actuação material. quem quiser saber o que disse j. sousa que compre o público de hoje-sábado que eu não sou porta-voz de comunistas nem sou comunista. limito-me a ler o mundo com as  minhas lanternas de "semiburguês". percebo que a minha leitura peca por não ser universal, mas nada posso fazer.  bem, uma filosofia dirigida para uma grande parte dos indivíduos tem mais razões para sobreviver quando as condições económicas os retiram da distribuição da riqueza. no caso português, talvez não seja bem assim. digo isto porque a riqueza que até há pouco tempo circulava por aí não foi distribuida mas sim caçada por grupos organizados. refiro-me aos partidos políticos criados à semelhança do regime democrático. desviaram os fundos - que deveriam ter sido dirigidos para enfrentar o desafio europeu - para os seus bolsos. e esse roubo passou a ser o passivo nacional. pode? aconteceu nas barbas de todos os órgãos de soberania e nos bigodes de todas as polícias. será que a nossa consciência nacional é isto? isto é, determinada pela actual existência social? que quereria significar, então, marx com a determinação da consciência pela existência social?é que ainda tenho os olhos a remelar com as frases que li do líder comunista: "... para nós, a questão é portugal precisar de um desenvolvimento soberano, compete ao povo português decidir o seu devir colectivo." depois de 38 anos a decidir através do querer do voto não foram suficientes para se saber o que o povo quer? para o povo se exprimir? o povo português dá a entender que a sua existência social  dá para determinar a sua consciência e esta nada tem a ver com os apelos de jerónimo.  jerónimo (marx) quer colectivizar economicamente um povo que vive rodeado de mitos religiosos profundos sem exigir a separação  integral da igreja do estado. nem um pio sobre a esfera do sagrado que é para não perder posição em são bento. néh! não foi a criação  de imensas  escolas e de universidades durante estes 38 anos que impediram três gerações de se libertar do mito atrofiador da mensagem judaico-cristã. o judaísmo-cristão determinou e determina a consciência do povo português. talvez até tenha mais força do que a existência social onde passo a incluir a representatividade e comportamento económico. não se pode omitir a influência do mito. nem mesmo a rússia berço das experiências marxistas-leninistas conseguiu acabar com a influência dos sacerdotes procuradores dos deuses imbutidos no cérebro humano. no caso específico, do deus judaico posteriormente cristianizado. como compreender um povo que depois de começar a rapar os taxos com fome ainda se permite olhar os seus carrascos como fruto de esperança e de melhores dias. não me contrariem, que me dano. as últimas sondagens dariam uma expressiva vitória ao partido socialista - que é cumplice da direita desde mário soares (leiam jerónimo) - se houvesse eleição amanhã. depois, há uma coisa que sempre estranhei. milhares e milhares de jovens  licenciados. em vez de se organizarem para um combate  a sério contra os que estão a levar portugal para a ruína, resolvem emigrar. vão lutar fora do local onde nasceram. que raio de consciência nacional determinada pela nossa específica existência social. acho que é preciso uma nova filosofia. ah, e uma nova práxis que esta de luta de classes ou de ditadura de direita já eram, porque caducas. estou a referir-me a uma filosofia de conjunto que é o que nos faz falta para acabar de uma vez por todas com o domínio avassalador do individualismo idiossincrático. este novo modo de estar vai ser uma opção entre o voltar a ser uma nação virada para si e para os seus problemas típicos ou uma tribo de operários por conta de multinacionais por cá instaladas depois da gestão dos lesa-pátrias que abocanharam o poder a partir de 1974.
manuelmelobento
ps: eh pá, o que seria de nós se marcelo tivesse - num golpe de génio - mandado prender o almirante casmurro américo thomaz e tivesse permitido eleições livres para o povo decidir o seu destino? ena! ena! que grande nação seríamos hoje. pois é, não é hábito os governos dialogarem com o povo para o auscultar e dirigir os negócios do estado a seu mando. fraca existência onde nem a consciência obedece aos ditames de karl marx nem sei se ela existe fora do sagrado...
 

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