domingo, 4 de novembro de 2012

jardim, afinal, nada ganhou...


 
estou lembrado da vitória de manuela ferreira leite quando se candidatou a líder da comissão política do psd, batendo  pedro passos e o ex-primeiro-ministro santana lopes. mais tarde, a drª manuela foi substituída por marques mendes (o sempre baixinho) que por sua vez foi batido por pedro passos que veio a bater josé sócrates... e se osíris não acode havemos de ver pedro passos a correr à frente da populaça bravia e a tentar esconder-se na tendinha do rossio. perdedores são aos montes. numa breve volta pela história da nossa democracia percebemos que todos perderam. só quem não perdeu foram os que se conseguiram escanchar em belém. dá sempre para duas voltas garantidas. cavaco do psd foi uma excepção. de todos os candidatos ditos de social-democratas foi o algarvio que conseguiu fazer-se eleger em belém (com grande margem de abstenções). maiorias legislativas só as tiveram cavaco primeiro-ministro por duas vezes e sócrates uma. cavaco depois de duas legislaturas com maioria foi despachado pelo povo. o povo percebeu que as auto-estradas e os centros culturais não lhe traziam futuro. ao substituí-lo (durão+santana=pró-cavaquistas) por sócrates esbarrou numa utopia que começava a sair muito cara à bolsa dos contribuintes. a coisa ficou feia quando o governo sócrates começou às dentadas nos vencimentos dos considerados ricos trabalhadores da função pública. com isto quero dizer que para governar é preciso fazê-lo coligado. quem nunca precisou disso foram três líderes. a saber: joão bosco mota amaral, carlos césar e alberto joão jardim. nem joão bosco nem carlos césar precisaram de chantagear o poder português para caírem nas boas graças do eleitorado  ilhéu. o eleitorado açoriano vive em nove ilhas ao passo que o madeirense vive empilhado numa ilha mais pequena que são miguel. o madeirense tem de se virar para sobreviver. na ilha da madeira há mais população do que no conjunto das nove ilhas açorianas. este elemento permite distinguir o homem/mulher que habita o meio do atlântico. o eleitorado açoriano tem mentalidade servível e é muito moquenco.  usa o ridículo nos outros como única vingança dos que lhe são superiores e o colonizam. se alguma vez um líder açoriano fosse visto em cuecas no carnaval e a dançar e a beber tinha os dias contados. os líderes açorianos vivem muito direitinhos e nunca mijam fora pa púcara. o madeirense não está na vida nem como os açorianos nem como os portugueses do continente. bem, vamos à chantagem feita por jardim ao longo dos seus 38 anos de governo. jardim sabe que o portugal actual não sobreviveria sem os dois arquipélagos. portugal seria engolido na península ibérica que é de facto a sua tendência histórica. os portugueses não prescindem dos dois arquipélagos. tempos houve que mesmo vivendo em democracia se perseguiram ilhéus que se queriam ver livres da pressão do terreiro do paço. este modelo de pensar tem origem na diplomacia comercialmente interesseira dos ingleses que para dividir o continente nos ensinaram a odiar a espanha e frança. jardim ameaçou com a independência alto e bom som. ninguém o levou à barra dos tribunais por este comportamento que é lesivo ao "interesse nacional de alguns". mas os continentais sabem que jardim poderia dar início a um movimento de independência desde que pudesse demonstrar o colonialismo português. facilmente se provaria que o estado português atenta  contra a autodeterminação dos povos regimentada na base do pensamento das nações unidas. e a fazê-lo seria apenas num modelo pacífico. seria péssimo para esta unidade nacional que se arrasta para o precipício auxiliado com o pessoal actual que toma conta dos negócios do estado. por perceber que portugal estava refém da sua própria e minúscula política mascarada de descentralização é que jardim fez da madeira uma região autónoma de raiz. jardim foi ministro dos negócios estrangeiro naquilo que dizia respeito à madeira. os açorianos, pelo contrário, nunca puderam falar por eles mesmos. os enormes interesses da região "autónoma" dos açores nem têm representante quando os portugueses negoceiam e comem favores  com potências estrangeiras à custa deles. mas está tudo bem para os açorianos, pois nem um par de cuecas precisam fazer. compram tudo com o dinheiro que portugal dispõe para a sua a vivência. vivem como mamões. há quem pense por eles. e sendo assim, deixa estar que está bem. os madeirenses  vivem com outros objectivos. o facto de estarem empilhados como galinhas sem espaço a não ser para pôr ovos fá-los actuar de modo diferente. são mais criadores e empreendedores. são atrevidos e perigosos nos negócios. por este tipo idiossincrático é que jardim (interpretando-o) colocou a madeira num palco invejável. jardim criou uma dívida imensa para fazer da madeira uma espécie de mónaco. a madeira de antes da "chantagem" jardinista não se pode comparar com a madeira actual. são dois mundos. a dívida só foi descoberta o ano passado? impossível! o país foi assolado por quadrilheiros que roubaram o erário público nas barbas das autoridades fiscalizadoras. jardim desviava para a madeira o que podia dos dinheiros que circulavam em portugal e investia-o na região, enquanto os outros (os quadrilheiros) o colocavam nos seus bolsos. vamos ao que se passou no psd/madeira. com o aperto das finanças públicas, o governo regional fica com pouco espaço de manobra o que significa deixar de governar. por temerem perder privilégios os grandes companheiros de jardim começaram a abandonar o barco e este abandono não é mais do que deslocarem-se das posições de jardim que vai ter de pagar as ofensas feitas a portugal em nome da madeira. antes apoiavam a chantagem independentista, mas agora isso é perigoso porque a teta secou.  e vai daí saltam para uma aproximação a portugal. mas quem é que quer esta aproximação? de caras é a elite que não passam de três mil e poucos eleitores partidários. logo em seguida os comentadores falaram do fim do jardinismo. esqueceram as centenas de milhar de elitores madeirenses que ainda não estão contaminados pelo golpe de rins das elites. o eleitorado madeirenso só olha a madeira através de jardim. não sou eu que o digo, mas sim as urnas. dos oportunistas madeirenses se há-de  ouvir mais qualquer coisita. aguardemos os próximos despejos se bem não conheço o madeirense.
nota: a elite revoltosa que ainda há pouco vitoriava os gritos à ipiranguista de pedro IV do alberto-ditador (que vai a votos), neste momento, toda ela é "miguelista".
manuelmelobento

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