segunda-feira, 12 de novembro de 2012

o fim deste bloco de esquerda e o novo fechamento político

o bloco de esquerdo entrou-me casa adentro em congresso num estilo muito copiado dos grandes partidos que se infiltraram nos  meios de comunicação social. foi bom para o bloco de esquerda a mediatização que lhe foi oferecida. parecia que o bloco era um dos principais partidos nacionais. sabendo que apenas se senta em oito lugares na bancada de são bento, não podemos deixar de louvar a sua grande capacidade em dominar tempos de antena diários. e fá-lo não só porque está recheado de cérebros estudiosos e criativos mas também porque conseguiu pregadores de doutrina feitos comentadores. o prof. rosas, o médico semedo (agora meio-líder - os portugueses inventam cada uma), o sr fazendas são os que se podem encontrar semanalmente bastando para tanto ligar para  as estações televisivas. tudo bem, cada partido faz pela vida e em democracia vale tudo. não tendo sido nunca governo não que não tivesse sido convidado a aliar-se (caso da maioria relativa de josé sócrates) para formar governo. não aceita compromissos com gestões capitalistas. é-lhe devido esta franqueza que só o torna meritório aos olhos de muitos. foi através do bloco de esquerda que aprendemos a definir melhor o que divide a direita da esquerda. para isso contribuíram as intervenções de francisco louçã, de ana drago (?) e de catarina agora eleita meio-líder. francisco louçã é o mais incisivo de todos. basta que lhe ponham à frente um micro e ele transfigura-se. parece que está a praticar sexo tal é a motivação que o move. ninguém fica indiferente ao seu discurso apelativo e justiceiro. existe uma grande diferença entre o louçã do bloco e os outros. enquanto os outros bloquistas falam e comentam sempre da mesma maneira à laia de informação, louçã, pelo contrário, mexe com os neurónios de quem calha ouvi-lo. alia a inteligência ao estilo monástico. uma espécie de secular beatificado pela alvura das mãos com que eleva o cálice oficioso que eça retratou em amaro. alguns bloquistas menos cuidados no trato com o eleitoral não passam de figurantes de rejeição. louçã cultivou e configurou a conquista  do eleitorado através de um aspecto à simpático padre cruz, mas com cérebro. é facto que o bloco perdeu metade dos deputados de são bento nas últimas eleições. isso deveu-se a terem deixado francisco louçã a fazer o trabalho de casa sozinho. isto é, os 8 deputados eleitos são fruto da sua intervenção junto da população. nem semedo, nem fazendas, nem anas dragos conseguem uma dúzia de eleitores por eles mesmos. melhor dizendo, louçã vale 8 deputados. neste momento, uma ida às urnas sem louçã é a certidão de óbito do bloco. a bicefalização do bloco mais não é do que uma tentativa para cativar o eleitorado feminino disperso e semi-acéfalo que marca muito a contemporânea sociedade portuguesa. estão muito distantes das mulheres que acordaram após o 25 de abril e que se tornaram "revoltadas". elas agora estão a passar por um período de consumidoras de tudo que é moda e silicone. eh pá, se ao menos as (re)formarem, tudo bem, que elas bem precisam. as actuais mulheres que estão no ps, psd e cds-pp já estão instaladas e feitas à medida dos "desejos" dos machos liderantes. são sempre as mesmas libertas. já cansam! quem é que pode, nos dias de hoje, ouvir ana gomes no desfazamento da realidade? este país é um país machista. até o bloco ao permitir uma liderança a meio sexo mais  não é do que um sintoma do que se passa. em termos intelectuais até que o bloco não está mal. mas uma coisa são as imagens do livro VII da república e o terreno que derrotou o seu ilustre pensador. editaram-lhe os livros séculos adentro e construíram pedestais onde colocaram as estátuas de encomenda. mas das suas palavras nem mimésis que se entenda... espero que me engane.
manuelmelobento 

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