quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

veiga simão e marcelo caetano na origem de uma peça à josé vilhena, sem ofensa para o maior crítico do estado novo na área do humor.


tive ocasião de estudar, por alto, a pretensa reforma educativa que teve como  responsável máximo o prof. veiga simão, supervisionado pelo presidente do conselho de ministros, ao tempo, o prof. marcelo caetano. qualquer pessoa com dois neurónios percebia de imediato que se tratava de algo muito importante desde que tivesse pés para andar bem assentes no chão da cultura. não tinha pés (até) e já explico o porquê. aumentar-se o tempo de estudo-ensino público de 4 para 6 anos em todo o país foi um grande passo. nas zonas onde não existiam edifícios escolares nem professores preparados científico-pedagogicamente criou-se a telescola. a cobertura deste tipo de ensino poder-se-ia considerar um verdadeiro êxito. mas tinha como limite o ensinar a um povo analfabeto o alfabeto e mais uma série de limitados conhecimentos ministrados na base de decoradeira. para um povo desviado tematicamente da cultura humanista  (religiosamente falando até que estava preparado  para enfrentar o padre eterno quando este o chamasse) foi um passo à frente. qualquer coisa a mais no sentido do conhecimento é positivo. na cabeça de veiga simão - e também na de marcelo - a questão não passava de uma resposta política às críticas vindas do estrangeiro. críticas essas que nos consideravam um povo de incultos, atrasados mentais, de explorados e sem voz nos destinos do seu país. o mesmo  não se verificava na maioria dos povos do mundo livre. nunca se poderia fazer uma reforma educativa sem professores à altura. havia que criar uma massa de educadores capazes de alterar todo o caduco sistema educativo e pôr os alunos a pensar, refletir o mundo, desenvolver-lhes o espírito crítico e criativo, indicar-lhes o caminho da cooperação, etc. criar no papel uma reforma sem professores habilitados para este desafio  não passava de malogro. os nossos mestres todos feitos à imagem do estado novo, isto é, autoritários e classicistas não estavam virados para uma escola pedagogicamente capaz de fazer crescer, mudar as mentalidades e comportamentos. o velho mestre e a sua velha sebenta, mais velha que a salvé rainha, sabotariam (sabotaram) sistematicamente qualquer mudança que lhes retirasse o poder que tinham. não entendiam o que significava o novo modelo ensino-aprendizagem que se erguia nos países democráticos. para eles a questão era simples: sabes passas, não sabes chumbas. os seus testes eram criados na base de armadilhas e de grande esforço mnésico. tudo isso tendo em conta a classificação e seleção. como mudar o modo de pensar daqueles crânios? dizer-lhes que o seu poder sobre os alunos desaparecia para dar lugar a um tripo de mestre que promovia mudanças comportamentais como um ajudantee não um fiscal era coisa impensável. escolas e meios existiam. crianças para aprender havia aos magotes. professores? poucos e fósseis. a seguir veio o 25 de abril e já vamos ver o que se passou na área do ensino.continua
continuação
por varett:

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