domingo, 29 de novembro de 2015

a lei de bases do sistema educativo foi um projeto revolucionário. a elite de direita torpedeou-o e sabotou-o porque aproximava as classes e permitiria saltos qualitativos de futuro em toda a população.

tenho feito o possível para analisar o país como se fosse alguém que o olha de longe. da tailândia, por exemplo. às vezes não consigo, tais foram os preconceitos provenientes de uma educação que deixa marcas indeléveis. quando resolvi estudar a sério, fiz uma opção: ser professorinho. porquê? aí é que está! uma das raões...porque fui um mau aluno quase à queda do estado novo. e porque quis pensar a aprendizagem em geral num modelo que formasse e criasse um homem novo (o homem novo português que muitos dos que se dedicavam ao pensamento sonhavam). o tema é ideologicamente complexo. um dia, talvez o explore aqui neste blogue. porém, hoje, só vou divagar sobre a questão dos exames no quarto ano. sou contra os exames não por serem avaliações pedagógicas, mas porque infelizmente contribuem para que nunca saiamos desta tristeza que caracteriza a nossa ruralidade mental. as crianças ao iniciarem os seus estudos no ensino básico (o tal que era dito por primário) entram já etiquetadas. explico: a sua proveniência social determina-lhes o comportamento e o modo de pensar. caberia à escola corrigir esta diferença. alturas houve que se tentou aplicar um ensino que se preocupasse só por fazer aprender sem classificar. durou pouco porque logo a seguir vieram os críticos que se baseavam nas falhas encontradas nos alunos: alguns avançavam nos diversos graus de ensino e anos chegando impreparados até para escrever. é verdade, mas isso deveu-se a professores que boicotaram a reforma educativa. uns por impreparação outros porque - pertencendo a uma classe social de conforto - só sabiam examinar para excluir. houve até um primeiro-ministro (não vou dizer quem é. já o critiquei o suficiente) que era professor quando se meteu na política e que, após ter assinado a lei de bases do sistema educativo, escreveu no seminário expresso, uma semana depois, um artigo de opinião em que defendia precisamente o contrário. assinou sem ler? não estava de acordo com a ideologia impregnada na lei? porque assinou? confuso, não é? a questão não pode ser tratada num artigo como este. isto não passa de um desabafo. assim, no próximo artigo, arranjarei maneira de entrar no tema sensível que se caracteriza pela atuação do mestre  perante  cérebros igualmente capazes mas socialmente coartados no seu desempenho por falta de "treino familiar antecipado).
(continua)
varett

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