sábado, 29 de dezembro de 2012

ouçam patetas: mêburro


. ""mêburro" dizia cantando a beatriz costa numa cena que já esqueci e da qual só me lembro do nome que ela atirava, cantando dos palcos do parque mayer, para os ricaços engravatados dos fauteuils e respectiva plebe que tomava assento nos lugares da casa da folha. nesse tempo de que poucos se lembram - a maioria já bateu a bota e outros estão em fila de espera até que os serviços da segurança social os abatam aliviados nos cadernos respectivos como quando as vacas seleccionadas dão entrada no matadouro para bem-estar dos talhantes - não se podia falar directamente nem da política nem dos políticos de proa. por exemplo, as piadas que referiam a palavra botas  nos palcos das revistas serviam para ilustrar críticas ao presidente do conselho/primeiro-ministro, doutor salazar. era uma espécie de código anedótico que os portugueses mais sabidos e vividos traficavam nas conversações de café e outros locais de convívio. os tempos mudam e mudam as mentalidades. ninguém hoje, estaria predisposto a inventar códigos secretos para estar a gozar com este ou aquele que nos governa. nem mesmo de colocar uma farda da marinha num porco para gozar (como se fez na altura do salazarismo) com o antigo presidente da república, um ortodoxo da direita portuguesa. lembro-me da cena e dos da polícia política a tentar apanhar o suíno fardado no posto de almirante que tentava fugir esgueirando-se atrás da estátua de dom josé a cavalo que medeia a praça do comércio em lisboa, sob a gargalhada da parolada maldosa que se divirtia sempre que podia com a actividade dos opositores do regime. se o povo não percebesse os subentendidos velhacos nunca teria ligado o porco à presidência da república, nem se poria a gritar de júbilo e de alegria com as tentativas "sainthubertianas" mas frustradas  da antiga autoridade. como vivemos em democracia (se bem que à portuguesa) chamamos os nomes directamente aos que defraudam as nossas expectativas. foi o caso daquele estudante que chamou filho de puta ao sucessor de salazar. isso não fica bem! é preferível usarmos a dramatização que a oposição salazarista criara. é mais fina! sei que é difícil fardar um porco ou uma ratazana de filho de puta, mas não faltaria aos palhaços de esquerda do actual regime - que enriquessem vendendo publicidade capitalista e fazem de conta que são governos sombra - uma ideia genial boa para festividades de fim de ano. olha, aqui vai uma ideia-ajuda para interpretar: acções do bpn dentro de uma latrina. ah, e uma foto de um carteirista a trabalhar no eléctico 28? e se fosse um enrabado a gritar e a fugir da são caetano à lapa? bem, este último post representa o eleitor estúpido de nacionalidade portuguesa. parece que gosta? mâque sim!
manuelmelobento

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