quarta-feira, 28 de março de 2012

ménage à trois


paulo rehouve encontra-se com varett numa conversa informal, pois varett nega-se a dar mais entrevistas políticas enquanto o governo português estiver transformado em veículo de extorsão a mando troika.
paulo rehouve:
que me diz da entrevista da judite?
varett:
eu não digo nada!
paulo:
nem uma boca sobre o assunto?
varett:
aquilo pareceu-me uma ménage à trois em casa da porteira. e isto significa foder não em dobrado mas em triplicado. claro que retiro aqui deste pensamento a jornalista. a coitada não tem culpa e precisa comer como qualquer português. quanto ao primeiro-ministro, bem, mais parecia um gerente da casa bensaúde, que são os mais qualificados do mercado. aliás, é por isso que aquela grande casa cresceu enorme.
paulo:
bem, gerente já temos. não lhe apetece um cafézito ali na esquina?
varett:
okeijo!
paulo:
e depois?
varett:
depois é simples. para uma ménage à trois são precisos três parceiros. um já é, isto é, trata-se do dr. pedro coelho (é assim que ele é conhecido na estranja e em especial na casinha onde se pede esmola). a seguir a troika (como ela é composta por machos vai fazer papel de pénis entesoado. temos pois dois machos. falta-nos uma parceira para um certo tipo de ménage. aqui vamos colocar o povo português. como ele está passivo, presupõe-se que esteja de cloaca aberta para ser papado à la fêmea. onde é que foram buscar o epíteto de lusitanos que tinham enfrentado os romanos? porra, isso são tudo tretas dos historiadores para elevar o moral dos indígenas antes de irem polvilhar os campos de futebol com as cores das quinas.
paulo:
bonita imagem! foi isso que concluiu das palavras do senhor doutor?
varett:
tenho aqui o abc da economia e um outro livrito que transcreve uma entrevista do professor gailbraith. eh pá, o dr. passos coelho é um mestre de gestão comparado com os crânios que aqui se explicam. passos está altamente fortalecido na sua imagem. até parece o treinador do sporting de braga a crescer domingo by domingo quando se desloca para o balneário.
paulo:
o senhor é capaz de falar a sério?
varett:
neste momento ou se chora ou se faz dieta. não há tempo para seriedades. estas devem recair no governo. é que um papel de embrulho sem seriedade não é fruta que se venda no mercado. mas, cá vai. o dr. coelho não tem uma palavra para quem trabalha, para quem está doente e não tem dinheiro para medicamentos, para quem está desempregado, para quem não tem meios de subsistência e a fome aperta, para os estudantes que se viram sem ajudas (a que tinham direito) de um momento para o outro para continuar a estudar, para quem tinha os subsídios de natal e de férias para pagar dívidas estabelecidas sobre aqueles proventos, para quem depois de ter perdido o emprego não tem com que pagar as prestações da casa e se vê na iminência de ir parar com os trapos e filharada no olho da rua, para quem julgava que o trabalho era um bem permanente conseguido através da queda da ditadura, para quem de olhos esbugalhados assiste à entrega de grandes somas/vencimentos que o estado paga a figurões que estiveram por dentro da feitura de leis protectoras deles mesmos...
paulo:
isso o senhor diz sempre. será cassete?
varett:
qual cassete. chorar de verdade é cassete? essa agora! não foi o povo quem colocou o portugal neste estado! por essa razão há que explicar as razões por que estamos numa rota perigosíssima de suicídio colectivo. claro que os ratos serão os primeiros a darem o fora.
paulo:
e tem alguma solução para esta situação?
varett.
tenho sim. mas como sou um filósofo-idiota e medíocre formado na escola utópica acho (e não se ria) que só com uma grande abrangência sindical se pode resolver ou tentar resolver o que nos está a levar para a desgraça. temos, todos os que trabalham e já trabalharam (produzindo riqueza com o seu suor, inteligência e esforço) de nos unir num sindicato enorme. tão grande quanto a nossa importância. nós produzimos riqueza, por isso temos o direito de sindicar o que é feito dela. ninguém tem tanta possibilidade de controlar o que se produz a não ser quem está envolvido na produção. isto de se pagar pouco a quem trabalha para se obter lucros escabrosos já deu. tenham os empresários os lucros que tiverem mas terão de pagar aquilo que for estabelecido por uma lei humana e que acabe com este tipo neo-esclavagista de economia. isto de se pagar pouco e ser empresário não é vantagem. os nossos empresários têm de aprender a obter lucros em prazos mais dilatados. as grandes empresas que ninguém sabe o que são mas que rapinam as divisas dos países têm de passar pelo crivo do sindicato. a este cabe informar o país que trabalha para onde vai a riqueza que se produz. quem tem controlado os grandes impérios que nos sacam o produto do nosso trabalho acabou por ter no país em lugares chave políticos corruptos seus lacaios que descuraram com a sua vil actuação os direitos do povo. agora, somos nós - todos os que trabalham - quem fica com a responsabilidade de pagar a sangria que estes filhos de puta realizaram nas nossas costas depois de nos terem pedido procuração (nas eleições) para tratarem dos nossos legítimos bens.
paulo:
é de facto um utópico!
varett:
e isso que interessa. o que é preciso dizer a todos os que criam riqueza que há que encarar as coisas de modo diferente do que até aqui.
paulo:
isso não é possível e não passa de conversa fiada.
varett:
não me faça puxar pelos galões e um galão é mais do que um litro, tá! os sindicatos actuais estão no terreno. basta que alarguem os seus quadros gratuitamente e ofereçam um outro modelo de posicionamento a todos os que trabalham e não só. as greves são um direito nos estados democráticos. isto é sagrado mas já não faz o efeito (nota-se) pretendido. foi chão que deu uvas e tem levado o governo de direita a gozar com as manifestações dos desesperados. eu ainda não consigo explicar bem aquilo que tenho na cabeça. mas vejo o alargamento sindical como solução para um efectivo equilíbrio social. também é certo que sem os dirigentes sindicais perceberem que isso de se armarem em líderes de pronunciamentos de rua já era. há que acabar com o negócio das centrais sindicais de partidos. isso delimita a actuação de vigilância que se espera de todos os portugueses que trabalham e criam riqueza.
paulo:
não se lhe pode fazer qualquer pergunta. safa!

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