segunda-feira, 19 de março de 2012

artigo chato. é o que se pode arranjar

para governar é preciso considerar dois aspectos essenciais, no mínimo. um é haver uma ideologia definida como motor de arranque para se realizar os objectivos do estado e outra é haver sabedoria para o exercício da governação. uma ideologia definida impõe e define uma economia. a sabedoria para poder orientar o projecto é imprescindível. também fica claro que sem uma consciência nacional não haverá facilidades para se pôr a trabalhar a máquina que tem por raiz o poder do estado. só consciência não chega. é aqui que entram as forças policiais e uma justiça célere, medonhamente "respeitada". para quem acha que é a economia que condiciona a sensabilidade política, a afirmação atrás referida não faz sentido. explico para melhor esclarecimento. sim, o processo económico produz o homem e este por sua vez reformula a economia e assim continuamente. tudo bem. só que há que perceber que no intervalo do produz, saca, explora, esfola, desemprega existem momentos em que a economia foi dar uma volta ao bilhar das senhoras sousas. claro que está na origem de comportamentos mas o descontrolo físico é coisa que talvez o dr freud possa explicar. assim, e olhando para o que nos rodeia sérá possivel comparar o executivo do dr passos coelho com outros. o dr passos ainda não explicou ao povo que nele votou por que razão disse uma coisa e acabou por fazer outra. se a culpa é do governo do eng. sócrates isso já não pega. é preciso não esquecer que o seu partido colaborou no saque de muitas propriedades para as entregar aos populares revoltados do pós-25 de abril. eram os tempos do marxismo e aí só se falava na legalidade revolucionária para dar cobertura oficial a todo o tipo de atropelo. neste estado em que as coisas estão o psd é um dos cúmplices e isso é um facto. basta estudarmos os períodos em que governou para confirmar a conclusão. quer dizer, quando julgamos o psd de esquerda (afirmou-se nos tempos do prec assim) lá está ele feito com a direita centrista. vimo-lo agrupado com o ps no governo. vimo-lo - com cavaco feito líder num passeio a espinho - a desligar-se do colega socialista para governar durante dez anos seguidos. aquilo é que foram estradas e estradas. parou um pouco para construir o ccb onde um senhor meio tosco lá enfiou os seus negócios à custa de milhões que o zé das couves terá de pagar. quer dizer, até hoje temos dificuldade em definir o que é ideologicamente o psd. porém, com um pouco de exercício mental talvez tenhamos sorte em encontrarmos o fio à meada. sabemos que o governo tem executado regulamentos impostos pela troika. e esta é uma espécie de cão de fila de uma política à americana no que diz respeito aos trabalhadores. isto é, na américa fecha-se uma fábrica em cinco minutos e ao sexto minuto os operários estão no olho da rua. o capitalismo americano não quer saber se os desgraçados irão passar fome ou se vão passar a viver debaixo das pontes. actuam assim pelo lucro e só por ele. o patronato empreendedor torna-se bastante competitivo e é o primeiro a beneficiar com este sistema social. as últimas atitudes de passos coelho ajudam a levantar o véu da ideologia. o último golpe à americana está na forja: os trabalhadores dos estaleiros de viana do castelo. vamos ter de contar com este tipo de política, lá isso vamos. no que diz respeito à sabedoria do nosso primeiro-ministro estamos conversados. sabe cumprir com as ordens do mercado, sabe impor ao serviço público o regresso ao estado mínimo. no que diz respeito à ordem nova policial, penso que está um pouco atrasado. talvez seja aqui que convulsões do tipo das do século XIV venham a ter um palco. o da rua, claro. ah, só que um dom condestável não é fácil de encontrar na prata da casa.
manuel melo bento.

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