sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

será difícil reconstruir a história da verdadeira identidade nacional?

se ninguém sabe definir essa coisa de saudade portuguesa torna-se ainda mais difícil perceber onde começa e acaba a identidade com que somos distinguidos. se tivermos em conta as aleivosias  políticas e descaradas dos nossos historiadores político-ideológicos  vemo-nos confrontados  com as tendências separatistas do "esposo" de dona teresa filha de afonso VI rei de castela  e arredores. estes já conquistados aos antigos ocupantes. a chamada reconquista cristã  acaba por criar uma certa confusão por se ter misturado com as cruzadas  que se por um lado  iriam combater os judeus por outro enfrentavam pela frente o poderoso islão. quer dizer que os chamados cristãos não tinham mãos a medir pois se por um lado enfrentavam os assassinos de nosso senhor jesus cristo dito homem-deus, isto é os seguidores do judaísmo, por outro, combatiam os guerreiros e  famosos fieis de maomé. estas três religiões são verdadeiras em si dado que todos os seus fundadores falavam diretamente com deus criador: moisés com jeová, maomé com alá e finalmente jesus com o pai criador de todos. todos eles  se tornaram fanáticos na sua defesa. matavam quem não acreditava. eh pá, era lixado! é nesta altura (século XII) que morre um seigneur francês  já entrado em anos e  de poucos haveres que havia casado com dona teresa filha de uma relação de seu pai com uma dama fora das leis canónicas. mas de grande valor sentimental. afonso VI gostava tanto dessa filha que a casou com o tal fidalgo desfavorecido de bens e de vigor sexual (diz-se que dom afonso henriques  não era filho dele. bem bom, senão era mais um fracote para chatear) e ainda por cima  lhe deu para reinar um bom pedaço de terra. o conjunto do cavaleiro francês que era o pai, sua mãe a dona teresa de leão que era o que se poderia designar de espanhola e o filho, robusto rapazola ( nasceu algures entre guimarães, viseu ou coimbra de baixo) compunham a nossa proto sagrada família, isto é, cada um puxava para o seu lado e não eram ligados por nada. bem, a diplomacia os unia.  é que são josé não tinha nada de vergonhoso com nossa senhora. nossa senhora sendo mãe de deus também não se metia nos negócios divinos do filho. era cada um por si. tão depressa morreu o pobre fidalgo francês, dona teresa procurou homem. e fez bem, que a vida é curta. naturalmente que o filho, o nosso dom afonso I, deserdado, foi procurar terras para também ser grande. e toca a assaltar aldeias e vilas onde havia populações indiferenciadas mas controlados pelos mouros. estes já estavam a chatear porque só queriam expandir-se e tomar por suas as terras que administravam. não podia ser. cobiça demasiada leva à desgraça. dom afonso  henriques umas vezes ia pedir a bênção ao avô, outras vezes conspirava contra ele para ver se lhe sacava mais terras. o avô pedia-lhe que o ajudasse na ocupação das terras. foi aqui que o nosso primeiro rei aprendeu a velhacaria política de tirar frutos dos outros e ficar com eles para si. também é verdade que ele chefiava apenas uns trinta quando muito  quarenta cavaleiros e alguns desgraçados peões forçados que ele sequestrava das famílias dos aldeãos das suas dominadas terras. não podia fazer melhor. como já tive ocasião de chamar a atenção, ele aproveitou a conquista de lisboa em julho de 1147 pelos cruzados sem perder um único cavalo, cavaleiro ou besteiro. esperou que aqueles se esfolassem para depois entrar em lisboa como quem vai à pastelaria suiça tomar um chá. esperto. depois nas conquistas às terras foi ajudado por salteadores que saqueavam vilas árabes e que depois as ofereciam ao puto conde mas já sem ouro ou prata. de qualquer maneira afonso não olhava ao dente do cavalo daquilo que lhe ofereciam. afinal o que tem isso tudo para ajudar a compreender a nossa identidade? creio que nada. mas, ressalve-se o fato de que as populações permaneceram nos locais de trabalho onde criaram raízes e transmitiram valores de caráter e sofrimento. a par disso eram sistematicamente exploradas e vítimas de extorsão. foi esse povo quem mais contribuiu para compormos a nossa identidade. é que os senhores que ocupavam as cadeiras do poder andaram sempre a negociar economias e negócios para enriquecer. foi evidente que as terras foram conquistadas  e que deram origem a que os descendentes de afonso se preocupassem por colonizá-las. foi muito difícil e lenta  esta tarefa. mais tarde - uns duzentos anos  - deu-se uma espécie de 25 de abril ao tempo, mas controlado por comerciantes. estes elegeram um bastardo real para os chefiar. estes comerciantes (burgueses) tinham aliados ingleses que estavam muito interessados em continuar a comerciar e obter lucros com a troca dos nossos produtos coisa que a casa real portuguesa achava que devia acabar pois a futura rainha de portugal, filha de dom fernando, estava casada com dom joão de castela. a burguesia portuguesa tinha capital suficiente para arcar com uma luta contra castela, mais a mais havia homens e armas dos ingleses dispostos a ajudá-la. imaginam o mestre de avis e o seu condestável a usar a técnica do quadrado na guerra contra espanha? depois criaram a imagem da ala dos namorados que se tinha metido entre os ingleses. foram os ingleses quem correu com a classe possidente da altura. a nobreza portuguesa fugiu  para espanha deixando os seus haveres e teres nas mãos da nova quadrilha que mais tarde se tornou oficial. à imitação dos ingleses até elegeram um rei democraticamente. foi uma farsa de todo o tamanho a eleição do mestre de avis. esta foi feita quando os inimigos de dom joão mestre de avis estavam fora. assim votaram a seu favor todos os seus amigos e companheiros:  o baixo clero que o defendeu para se promover. a burguesia que lhe pagou as despesas da guerra  passando  a dominar o comércio com inglaterra e a nova nobreza que ele criou e a quem distribuiu os bens assaltados à velha nobreza (historicamente, a nova nobreza recheada de burgueses  foi batizada de nobreza da merda porque um frade a espargiu com dejetos humanos saídos do turibulo por engano) . mais tarde quando filipe II de espanha se propos  encaixar o enclave português a maioria dos nobres e burgueses aderiu à sua causa. apesar de termos um outro bastardo real que queria ser rei (antónio prior do crato) á imagem do anterior bastardo de nome dom joão I.  a sua causa não venceu pois nada tinha a oferecer ao contrário do seu primo espanhol que tinha meio mundo aberto a todo o tipo de negócio e patranha. a tal alma nacional vendeu-se? não, quem se vendeu não foi o povo trabalhador e espoliado sistematicamente. este manteve-se igual a si mesmo apesar de não saber nada sobre nacionalidades. penso que esse sentir genuíno é a nossa identidade. bem, continuando: quando a mama dos filipes secou, eis a revolta dos heróis da nobreza cheia de desígnios nacionais. mentiam com todos os dentes pois quando os famosos de quarenta atiraram o pobre miguel pela janela da cozinha não tinham ninguém que lhes fizesse frente. para além de cobardes, comilões e trapaceiros sabiam que franceses, alemães e ingleses estavam em luta contra filipe IV e que este não tinha tempo para miudezas. claro que quando o monarca espanhol se voltou para portugal os tais ´famosos de quarenta começaram a dar o dito pelo não dito. todos acagaçados ficaram. pudera filipe manteve a guerra contra os estrangeiros que faziam fretes por cá armados até aos dentes durante anos. foram aqueles quem aguentou o portugal independente. até deram instrução militar a uns tantos desgraçados rurais empurrados para a peleja. pobre povo! será que foi a partir daqui que se começou a criar o lamento  fadista, mais tarde património mundial? e muito depois quando o cobardolas de dom joão VI fugiu para o brasil com o rabo entre as pernas e cheio de pratas no bolso deixando o país descabeçado onde estava a identidade? joão VI deixou o povo sem chefe militar português para se poder defender dos exércitos napoleónicos. repito, aonde foi a nossa identidade? partiu com a família real ou ficou entre o povo sofredor, violado, roubado e vitimizado pelas tropas assassinas? a nossa amália cantava para que lisboa não fosse francesa. tudo bem, portuguesa é que não foi. foi outrossim inglesa até que deus e nossa senhora de fátima tiveram que intervir. claro, não sem antes de os cães dos ingleses terem enforcado portugueses de lei que os queriam ver pelas costas. estávamos já no século XIX!
mmb

ps: (continua amanhã se deus quiser e nossa senhora o permitir dado que ela é a padroeira de portugal  e é a quem cabe decidir esta questão que mais parece ser o quinto mistério. ou será o quinto império do vieira?)

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