sábado, 9 de janeiro de 2016

continuação: em busca da identidade perdida. mais uma vez alguns portugueses dirigidos pelos ingleses transformaram de novo o país numa colónia

dom joão VI fugiu para o brasil (1808)  não só porque não tinha exército em condições para fazer frente às tropas invasores mas também para obedecer a diretrizes inglesas. o povo ficou nas mãos dos franceses e sujeito a todo o tipo de tropelias.  entretanto, a inglaterra invade portugal  para o "defender" e permitir que o comércio do brasil não fuja ao seu controlo. as tropas inglesas conseguem expulsar por três vezes o exército de napoleão, após o que começaram a reinar o país na pessoa do marechal beresford. um ditador e chefe militar rigoroso. mandou fuzilar muitos militares portugueses por uma questão disciplinar. em que tipo de país nos tornámos  sem rei e sujeito às mais variadas patifarias tanto de invasores quanto de forças "aliadas" ?  estas não passaram de usurpadores do poder político e económico.  por termos estado entre dois algozes é muito provável que tivéssemos criado uma espécie de identidade de grupo-vítima. o mesmo aconteceu com os primeiros cristãos que depois de muito vitimados se unificaram universalmente. onde está um português está com ele um princípio de identidade. digo eu, que nessa ordem de ideias  li Rainer Daehnhardt (1).  será que a classe dos dirigentes transporta a mesma ideia de identidade? não o creio porque se lhe impõe um modo de vida que a desvia do verdadeiro sentimento lusitano. sempre que  o  país se encontre pacificado surge quem se aproveite e se adapte ao ritmo da vivência popular para obter lucros. quando as riquezas é criada e depois cobiçada por outros povos há que impingir a ideia de pátria. é quando surge o oportunismo que consiste em misturar identidade com território. as guerras oferecem aspetos interessantes. às vezes o território diminui mas a identidade não. por exemplo,  aconteceu na segunda guerra com as fronteiras da alemanha. connosco também houve distensão e liofilização. porém, o povo manteve-se idêntico a si mesmo. ao contrário das classes que dirigem os destinos do país o povo unifica-se em comunidades quando o destino o obriga a emigrar, por exemplo.  vou saltar para o fim do século XX, pois pouco estudei o período que vai desde o "reinado" de beresford até ao assassinato de dom carlos e seu filho luis filipe em 1908. de 1933 até abril de 1974 o país encontrou-se consigo mesmo. o poder político exaltou a forma nacionalista. reinventou o rimoso camões, refez a história nacional criando heróis à imagem de homero. por vezes de forma bastante deturpada e irrefletida. caricata, pelo menos. reformulou as forças armadas permitindo-lhe criar uma imagem de dignidade que muito contribuiu para credibilidade do regime. o nacionalismo imperial   resultou de uma conjuntura internacional favorável. éramos um país independente tanto quanto  é possível sê-lo. (continua amanhã. as palavras  com que acabava este texto fugiram do computador. que falta de identidade!)

varett


(1) - Identidade Portuguesa - Por Que  A Defendo, ed. apeiron, 2012

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