sábado, 16 de janeiro de 2016

exames - parte II (o que penso deles)

a quase totalidade do que se aprende nas escolas é treta. a estrutura do que se ensina tem a marca da catedral e dos mosteiros. fizeram a sua época mas presentemente não têm a utilidade que se apregoa. o mundo da informação é outro. mudar isso criaria um vazio se não se construísse um alternativa. por exemplo, ensina-se a língua inglesa durante 6 anos. depois os resultados são um verdadeiro desastre. poucos saem da escola dominando-a. que perda de tempo. e a  que prisão estiveram as crianças sujeitas, minha nossa! fechadas entre quatro paredes anos sem fim e  sem terem cometido nenhuma espécie de crime. depois vem geografia, a mistela da história que não passa de um misto de invenções e de politiquices. a matemática que é importante saber-se é dada em moldes desajustados. a maioria não adquire aproveitamento.  língua pátria em relação aos resultados é outra maravilha. salvaguardando os filhos de uma burguesia interessada em desenvolver os filhos a um nível superior de formação o restante complexo de estudantes  não passa de mediocridade diplomada. tudo o que aqui se disse está em relação com a escola de hoje, porque a velha escola regia-se por normas mnésicas. era ouro sobre azul dado que a maioria da população nem sequer sabia ler ou escrever. era a época dos senhores doutores que tudo sabiam. toda a gente pensava assim. nada mais falso pois as montanhas de patranhas que ,metiam na cachola desapareciam pelo mesmo canal onde tinham entrado. a aprendizagem tinha de ter continuidade senão esfumava-se.  com as alterações  políticas que se deram por toda a parte, isto é, o povo avançou para a escola para aprender e vir a ser alguém. com certeza, tinha esse direito. mas de que serviu essa decoradeira senão para se alcandorar socialmente? criou-se uma sociedade inútil mas diplomada. ok, se diplomada que utilidade? pouca ou nenhuma utilidade para além de preencher o que ia vagando pelas reformas dos mais velhos. depois disso a sociedade entupiu. os letrados e os diplomados tiveram de emigrar como antigamente, só que desta vez levavam um diploma debaixo do braço. esses diplomados vão trabalhar em profissões para as quais adquiriram os conhecimentos no país? não! salvo raras exceções o resto vai cobrir falhas em vagas de empregos de categoria inferior. as enfermeiras portuguesas, por exemplo, na inglaterra, apanham lugares nos hospitais porque as inglesas já se deixaram disso. limpar o rabo a estrangeiros, está quieto dizem as bifas. elas almejam outros altares. há, de fato, gente em lugares chave. podem-se contar pelos dedos. não esquecer que os ingleses também são burros para muitas coisas e podem ser ultrapassados por gente estrangeira e de elite. também a temos. vamos pois num trabalho a seguir tentar propor conteúdos novos para o ensino público. para já, é preciso perceber para onde aponta a lei de bases do sistema educativo. um dos objetivos é formar cidadãos. então, que disciplinas estão vocacionadas para tal? que eu saiba religião e moral. caricato, mas é uma realidade. criarem-se disciplinas que preencham esse vazio é necessário. mas isso é politicamente perigoso. veja-se, por exemplo, o que diz respeito a impostos. se não fossem as falcatruas na banca e nas ppp que fizeram com que os governos  assaltassem a nossa bolsa  e destruíssem o tecido laboral ninguém tinha a mínima ideia de como o nosso dinheiro servia uma quadrilha de bandidos que não respeita os dinheiros públicos. qual é o povo que quer como seus governantes pessoas que ajudam a empobrecè-lo permitindo que seja sistematicamente roubado? um povo que aprendeu rios e afluentes, batalhas inverosímeis e rainhas santas. um povo ignorante que se esquece (não sabe nem sonha) que é quem paga a escola para ricos, hospitais para elites, frotas de carros com motoristas a uma corja de nababos. banquetes e viagens  a uma classe que perdeu toda a compostura e dignidade... acho que nunca a teve. saber o que se passa com os impostos desde os bancos da escola e saber como empregá-los da melhor maneira; saber por que os pobres fazem filas de espera para serem tratados nos hospitais que sustentam com os seus impostos; saber por que razão os desfavorecidos apresentam uma taxa de insucesso nos estudos da treta e saber a razão de raramente atingirem lugares cimeiros em empresas que estão dominadas pelos criminosos sociais, etc. um povo - que frequentasse  uma escola verdadeiramente social, ao ver um nababo a passear numa viatura oficial do tipo  topo da gama e que se dirigisse   a um banquete que ia ser  pago por ele povo - certamente que rugiria como um leão. e creio que até daria em si dentadas no céu da boca tal era a fúria com que reagiria a tão grande desfaçatez. nenhum governo burguês se atreve a mudar o rumo da aprendizagem, pois ela iria criar cidadãos conscientes. isso seria um perigo. o fato deste ministro de educação ter acabado com alguns exames sem antes ter reconstruído a escola só denota que devia aprender a fazer pão porque era certamente mais útil.  não é assim que se trabalha com as mentalidades. há todo um percurso a percorrer. não o fizemos durante os últimos 40 anos porque ainda sofremos com o tempero da pimenta. e depois? comecemos agora e coloquemos na constituição a alteração que possa permitir sairmos do cu da europa nem que para isso necessitemos de mais 40 anos. mas coloquemo-la de modo que nem tão cedo a burguesia exploradora possa alterá-la de novo a fim de ter criados para a servir.
mmb

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