quinta-feira, 20 de setembro de 2012

viva a burguesia! vivam os ricos! viva passos! viva a tsu!

há muitos anos atrás recebi a minha primeira lição política. estávamos a atravessar um período após o 25 de abril de 1974 que depois ficou conhecido por apenas 25 de abril. tanto assim é que até o batista-bastos quando quer pôr em causa as tendências democratas das suas vítimas (entrevistados) lhes pergunta: onde é que estava no 25 de abril? vamos à lição. quando comecei a entender o que representava o estado novo dei início a uma certa revolta interior contra aqueles que abusavam dos mais fracos. devo à minha catequista - que era beata e fascista - o facto de me mentalizar  para o feito de os grandes heróis bíblico-míticos  darem a vida pelos mais fracos. depois, ela falava nos órfãos e nas viúvas que cristo  defendia por serem os mais fracos. quando num certo dia lhe questionei sobre um facto que presenciara e que constava do abuso que se fazia às pobres criadas de servir, ela respondeu que os pobres e os que sofriam deviam dar-se por contentes pois estava-lhes reservado a felicidade no céu. só mais tarde é que juntei um mais um e percebi que não havia correspondência no que ela dizia orientada pelos padrecas e pelas autoridades. tinha que acreditar, pois eles  tinham cara de autoridade. até  fui enganado por um primo  mais velho do que eu e que ajudava uma viuvinha desprotegida. para mim ele era um herói como o judeu cristo que era o nosso deus de serviço. o safado estava de facto  a ajudar a viuvinha que era roliça e de boas feições... estava a comê-la! voltemos à lição, pois perco-me sempre que escrevo sobre seja o que for. eu assistia impotente ao sofrimento daqueles que pouco ou nada tinham e que eram escravizados (é forte mas não encontro outra palavra para substituir o comportamento dos senhores e senhoras) pelos patrões (nada que se compare aos patrões de agora que querem devolver aos seus trabalhadores a parte do tsu que o passos coelho lhes quer oferecer...) a vida é assim. não podemos fazer nada. o que era bom era uma carta de chamada (para a américa, claro). gemiam os desgraçados. onde estavas no 25 de abril? eu? sim! ah, estava deitado e a cozer uma bebedeira apanhada numa casa de fados. o povo veio para a rua. e ao povo tudo se lhe deu. até, imaginem, a possibilidade de votar em quem quisesse para o defender nos seus interesses. eleições para a presidência da república. candidatos da burguesia eram todos à excepção de um que era motorista de longo curso. de nome aires rodrigues. pensei, como a minha catequista, este vai ser o herói que faltava para defender "os órfãos e as viúvas e os pobres que nunca tiveram nada de seu, mas que agora são proprietários do poder de escolha". resultados da eleição? porra, o poveco pobre e ranhoso votou nos burgueses, inveja? programação? povo que lavas no rio? sim, e de onde nunca devia ter saído. viva salazar! viva a pide! viva a mocidade portuguesa! perdão, perdão, viva lenine! viva estaline! viva a união soviética! estes últimos vivas são para anular os primeiros, pois ainda estão proibidos na constituição que rumava ao socialismo... ah! ah! ah! ah! ah! ah! ah! ai, ai que na televisão fossa (rtp) vai voltar a falar o passos dos impostos. fujamos! para onde? para a casa da mariquinhas.
manuelmelobento

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