quinta-feira, 20 de outubro de 2011

segunda parte da entrevista a varett. ficava bem ao presidente da república devolver o dinheiro que arrecadou no banco das trafulhices


paulo rehouve - voltemos à questão das soluções para a crise. que propõe


varett - penso que em resposta ao que nos aconteceu que o único caminho é entregar às regiões a responsabilidade de se desenvolverem e criarem a sua própria riqueza. regiões agrícolas têm de voltar às suas explorações; regiões do litoral devem apostar na sua subsistência. às regiões mistas, o mesmo (por motivos imprevistos esta entrevista vai ser interrompida e só mais tarde será concluída)


continuação


v - esta medida criaria processos estanques de controlo geográfico. os políticos seriam directamente responsabilizados pelas suas acções. o povo trataria fisicamente e proximamente dos seus interesses. repare-se na nossa história. o marquês de pombal que não passou de um déspota e assassino certo dia deslocou-se ao norte para chefiar o enforcamento de dezenas de agricultores que teimavam em não obedecer às ordens para arrancarem as suas vinhas. o nosso centralismo sempre foi parasita e feroz. lisboa foi o cancro responsável que nos levou à ruína. entendem que devemos ir para a guerra e lá vamos todos morrer longe. lisboa entende que devemos ser espanhóis e todos nós trocamos de nacionalidade. certo dia resolvem (os de lisboa) não nos consultando que havemos de ser europeus e civilizados e vai daí transformámo-nos em lacaios de alemães e franceses. um dia da parte da manhã acordamos monárquicos, mas por ordem de lisboa deitamo-nos com a república (ainda se fosse boa...). há que decepá-la para vivermos melhor.


pr - e quanto aos que cometeram crimes económicos. ficarão impunes?


v - deixemos essa tarefa às autoridades competentes.


pr - desapareceram milhões e milhões de euros não acha que deviam voltar aos cofres do estado e dos seus legítimos donos?


v - sim! o presidente da república beneficiou com o bpn. até agora o seu negócio foi legal. já no aspecto moral, acho que devia devolver o que ganhou com a compra das acções. ele e os outros. só ficava bem e trazia uma certa credebilidade à classe política. aquele banco roubou centenas de portugueses.


pr - o primeiro-ministro deu início a uma dástrica recuperação económica. acha que irá resultar?


v - o que está em causa é a recuperação capitalista. para ter êxito terá de reorganizar as forças policiais (penso que já estão) no sentido de poder controlar a possível agitação social que advirá das medidas tomadas. e, também, para prevenir qualqquer acção futura das forças armadas. portugal, se a vidente lúcia não nos acode, transformar-se-á num estado policial.


pr - as forças armadas são as forças armadas.


v - não! já foram. hoje, estão transformadas em forças para-policiais internacionais. portugal não é um país independente. as forças armadas portuguesas são chefiadas por estrangeiros e o ministério dos negócios estrangeiros não passa de uma palhaçada. não temos política externa.


pr - quer dizer que as forças armadas jamais intervirão nos destinos da nação?


v - sim. isso é muito claro. existem policias especiais preparadas para, num ápice, as reduzirem à inanidade. aliás, hoje, elas praticamente não existem. para além do mais as "secretas" têm hoje um poder imenso baseado no mundo informático. são forças intocáveis. façam os seus chefes as asneiras que fizerem ninguém mexe com elas. a tendência é a unificação das forças policiais para que estas suportem as políticas dos executivos. isto para não se repetir o que aconteceu na madrugada do 25 de abril.


pr - não estará a esquecer as forças populares e a sua capacidade de acção?


v - são forças de folclore. actuam em lisboa e se se moverem em determinado sentido serão desfeitas. a direita do capital aprendeu com os erros do passado. lisboa está cercada pelas forças policiais. os militares não contam pois estão em número reduzido. só os submarinos do paulo portas poderão fazer grandes estragos. mas, se actuassem, isso seria visto como uma vitória de pirro. e os do submarino em que lado da travessa estarão?


pr - não estará a atribuir à direita poderes que ela não tem?


v - repare-se nas medidas de extrema-direita que o dr passos coelho está a implementar. nenhum político em portugal se atreveria a copiá-lo em anos atrás. e ele, nas nossas barbas de pseudodemocratas, reduziu-nos a um estado salazarento. é o capital no seu melhor. mais, os antigos esquerdistas - que hoje estão ricos e barrigudos - não mexem um dedo. não se esqueça que eles até ameaçavam no tempo em que não havia justiça social . hoje, para disfarçarem só mexem com a língua - como arma, claro! passos coelho não passa tecnicaamente de um ditador. está a governar contra o povo e a favor do capital. quem me contraria?


pr - vamos ter que terminar. que acha que vai acontecer depois de todas as medidas que estão na carteira do executivo forem materializadas?


v - a fome passará a ser denominada dieta.







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