sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O ORÇAMENTO E A CORJA

Se havia necessidade urgente de dignificar o Estado Português, por que razão só agora com a discussão do Orçamento surge uma onda de contestação e/ou reacção contra uma espécie de família que assaltou tecnicamente os dinheiros públicos. Que fez o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista ao longo de todo este tempo que não cumpriu com algumas das tarefas que lhes estão afectas e a saber: vigiar a legalidade dos actos de quem governa? O combate contra essa grande família que divide entre si os impostos que arrecada aos trabalhadores e às transacções comerciais não deveria deixar pregar olho aos deputados, polícias, magistrados do MP e dos Tribunais, fiscais de todas as actividades, Presidente da República e cidadãos. Não é de agora que o assalto aos dinheiros públicos viu nascer o Sol. Sempre foi assim. Umas vezes descaradamente, outras com mais decoro. Mas, porra, estamos a viver num regime democrático. Não se pode aceitar que nas nossas barbas a quadrilha/família chupe o nosso sangue e ainda por cima se divirta nababescamente. Proibem-nos de fumar em toda a parte, de beber e conduzir ao mesmo tempo, de cuspir para o chão, de ir por determinadas estradas sem pagar o asfalto, de nos manifestarmos sem autorização, de conduzir sem selo-seguro-inspecção, de estacionar a viatura aqui e ali sem pagarmos a senha,etc. É tudo proibido ou para que o não seja ala que temos de desembolsar as patacas. É um negócio do camano. Qualquer dia destes temos polícia à porta por termos dado mais passos dos que estavamos autorizados. Isto é, três passos a mais, multa de quatro cêntimos. E cuidado que para a semana que vem leva com o ajustamento da inflação. Eu não estou a brincar. Já tenho setenta anos. Levo tudo a sério. Até a falta de tesão. Com esta família - que abominava o salazarismo "caqueticobeato" por ser um regime opressor - não vamos a parte nenhuma. É por razões idênticas que se fazem revoluções. Estas tornam-se legais quando há fome. A fome é má conselheira. Os militares têm de sair novamente dos quartéis para pôr ordem neste vespeiro. Não vejo outra solução. Já dizia o bom Dom Carlos que foi vítima da escumalha sedenta de poder e dinheiro: um país de bananas governado por sacanas.
manuelmelobento
PS: existem regimes democráticos tão abandalhados que se torna necessário actuar para prevenir uma ditadura...

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