Podem-nos chamar atrasados de todo. Fartai-vos. Mas uma coisa não pode ser retirada de ânimo leve: o salto que demos na Eduacação e Saúde. Hoje, com a burguesia capitalista a querer acabar com o Estado Social Português, fácil é percebermos aquilo de que todos beneficiámos. Como é que num país como o nosso floresceu a apetência humanista a tal ponto que os grandes países capitalistas se encontravam a milhas do nosso? Olhámos para os nossos doentes pobres ou ricos e recebemo-los com dignidade e apoio, ao contrários de outros países ditos da Civilização Cristã que só estão disponíveis para quem tem dinheiro para pagar os tratamentos e internamentos. Olhámos para a nossa juventude e independentemente do pobre e do rico oferecemos-lhe ensino grátis a todos os níveis. Poucos países ricos se podem orgulhar de tão grande preocupação e preparação para o futuro. Tratámos o Povo Cigano como igual. Apoiámo-no na habitação social, na educação e protegemo-lo na sua integração. Olhámos para ele como parte integrante da nossa cultura centenária. Fizemos dele irmão de lei. Os outros países - tão cristãos quanto nós - procuram correr com eles, como solução étnica-económica. A mensagem cooperativista e comunitária vingou um pouco entre nós. Não fosse a traição burguesa e poderíamos ter sido um exemplo a seguir nesta Europa retalhada de objectivos. Fomos - povo - traídos cá dentro por sequases da corrupção, do assalto aos bens públicos, dos negócios ilícitos, de compras sem corespondência às reais necessidades deste Estado, do desvio de fundos sem explicação plausível para colocar o próprio Estado como mero mercador, do encobrimento bancário, etc. Esta burguesia, que traíu a própria Constituição que aprovara quando andava aos caídos, tem de prestar contas. Queremos ver as contas! Queremos saber a verdade do que correu mal. Queremos saber como se fizeram as grandes fortunas num país de poucos recursos. Enriquecer à custa da miséria dos outros é crime sem perdão. É medievalesco! Têm de devolver o que abocanharam incorrectamente. Não é preciso fuzilamentos nem perseguições. É a Lei que tem de ser respeitada. Se as dívidas atingem a quinta geração, o saque - como crime dos bens públicos - não deve prescrever, nunca.
manuelmelobento
Ps: Entregar de mão beijada a riqueza do nosso património humano, psicológico e social a mercadores só para estes apresentarem lucros é crime. O que nos resta de dignidade não pode estar à venda.
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