quarta-feira, 27 de outubro de 2010

E A ÉTICA? CANDIDATO A PRESIDENTE CONVOCA CONSELHO DE ESTADO

Sem ética é o mínimo que se pode dizer acerca da convocatória do Conselho de Estado pelo candidato à Presidência da Republica. Teria havido alguma vez um equilíbrio entre candidatos a cargos políticos, na medida em que se possa discutir o grau de oportunidades? Nesta democracia nada se respeita e de onde devia vir o exemplo só sai oportunismo. A corrida ao trono de Dom Carlos, nesta república, tem foros de escassez de dignidade. Cavaco corre à Presidência como uma lebre que corre em competição com um coxo. Cavaco tem a seu favor uma publicidade exasperante. Se todos os candidatos usufruíssem da mesma publicidade, o professor de Economia ficaria atrás do médico Fernando Nobre umas boas léguas. Convocar o Conselho de Estado logo após ter anunciado a sua recandidatura é um golpe de baixa política que só tem paralelo em repúblicas americanas de expressão espanhola. O nosso homem entrou no CCB com a mulher e filhos e netos para anunciar que se ia recandidatar por patriotismo. Os escombros abstractos do palácio de Belém orientam-no no modelo mediático dos grandes actos. Fosse o homem mais gordo e a mulher mais estilosa e reposicionávamos um cortejo real salvaguardando as respectivas distâncias. No discurso para a corrida deu para ver como ele trata o povo e os seus tratadores. Ele é um pai para todos. Sabe tudo e que sem ele a coisa ficaria muito feia. Os basbaques que o acompanharam neste cenário representam uma nata. Mas que nata! Como diz a querida Inês Serra Lopes "ele tem o futuro de Portugal nas mãos". Eu acrescento: como o Padre Cruz de saudosa memória. Se fosse Manuel Alegre ou Fernando Nobre convocava um Conselho de Sábios para contrapor ao Conselho de Estado. Um Conselho de Sábios deve ser superior ao que por lá se senta. Outra questão para apor neste remendo é relacionada com o encontro de técnicos de finanças. Qualquer Orçamento do Estado é um acto sobretudo político e não económico. Se os dinheiros públicos provindos dos impostos e das transacções seguem uma linha de orientação social, o aspecto económico obriga-se a servir este desígnio, logo o seu papel é de sujeição. Aumentar impostos não é uma questão técnica mas sim política. Sócrates - que quer ganhar tempo com a agonia dos adversários - num passe de mágica, desloca o centro do furacão para uma mesa onde se discute importação/exportação, deve e haver. Mais, afasta-se da discussão ausentando-se. Com esta atitude obriga Passos Coelho a imitá-lo. Resultado? Parece uma pequena arena onde os galos se engalfinham a par das apostas feitas por fora. O Ministro das Finanças depena o representante de Passos. O ilustre Catroga não tem estaleca para aguentar com um desafio a este nível. É um velho ex-ministro representante de uma época em que se nadava em dinheiro (emprestado).
mmb

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