sexta-feira, 28 de maio de 2010

OS PARTIDOS MORALISTAS






De repente, os deputados desta plebe deram pelo perigo, isto é, a comunicação social - sempre ela - descobriu muito tarde o que eram as mordomias dos eleitos e acólitos. Sempre se soube que os tribunos da plebe - tão plebeus quanto esta - tinham ao fim do mês uns bons cobres comparados com todos aqueles que lixam o cabedal trabalhando, está claro. Na minha opinião, apesar de à primeira vista não ser nada por aí além, havia qualquer coisa no ar. A crise - que atacou e acho que ataca sempre os desgraçados pois os que têm em demasia continuam a comer e beber à porco alentejano - começa a fazer pedagogia. Os pobres dos deputados numa de consciência nacional oferecem 5% do seu vencimento. Daí para cá toda a gente quer cortar despesas. Com esta sanha de poupanças começa-se a verificar os podres deste regime amoral. Milhares de chulos auferem vencimentos escandalosos. Milhares de chulos têm mordomias maiores do que as putas das altas esferas do sexo. Milhares de chulos fazem compras com cartões de crédito das instituições associadas com o Estado de coisas que só lembraria a Dom João V quando transformava as celas das freiras suas amantes em verdadeiras alcofas reais. Milhares de chulos deste regime têm motorista que os levam a passear e à família ( muitas vezes composta por outras famílias) para tudo que é sítio de estalo. Milhares de chulos comem e bebem marisco e especiarias em hotéis de luxo e as contas são pagas pelos ministérios onde estes chulos se acoitaram. Porque tudo se vai descobrir o que convém a estes bandoleiros é a bancarrota, pois com esta declarada a confusão instala-se e torna-se mais difícil virem a pagar pelos seus crimes. Verificou-se afinal que a corrupção era o menor dos crimes (veja-se o que resulta das sentenças que ilibam os suspeitos). O que fez com que Portugal estivesse quaese a bater no fundo não foi aquela (corrupção), foram os desvios dos dinheiros que entraram provenientes da UE e que temos de devolver de diversas maneiras. Os bandoleiros têm de prestar contas e as polícias têm de investigar para onde foram parar os milhões que não tiveram aplicação prática. As polícias têm de modificar os seus métodos, têm de possuir mais autonomia e sobretudo têm de ser eleitas pelo povo directamente e fora da alçada dos partidos. E fora porque é no seu interior que se formam os gangues que manipulam indirectamente os dinheiros públicos. O Estado foi invadido por gente sem dignidade nem moral que se está nas tintas para as verdadeiras reformas. Estas nunca atingiram os objectivos propostos apesar de as verbas terem sido entregues aos respectivos ministérios. O Estado português está endividado? Muito bem, todos eles estão. Só que em alguns as dividas não trouxeram os benefícios que se esperava, daí ser necessário averiguar-se e bem o porquê. Já que estão na forja comissões para tudo que mexe por que razão não se começa a criar comissões para analisar esta questão magna? Sim, saber que é feito do dinheiro que "desapareceu" e que o povo pateta vai ter de pagar agora. Justifiquem o pouco que ganharam e vão ganhar se este regime se mantiver trabalhando neste sentido: o de saber a verdade dos grandes desvios.
manuelmelobento

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