quinta-feira, 13 de maio de 2010

O DICASTÉRIO DA IMBECILIDADE NACIONAL








Duas coisas me impressionaram muito nestes últimos tempos: o sorriso aberto (muito bem treinado) de José Sócrates e a intervenção do prof. Marcelo acerca de assuntos relacionados com o Papado. Já o facto de ligar a televisão e assistir em todos os canais - quer privados quer os outros supostamente pertencentes ao Estado - aos rituais da Igreja de Roma um misto de uma Cultura Clássica greco-latina com os bailados dos sacerdotes egípcios não mexe comigo. Vamos, pois ao sorriso do engenheiro. Senhor engenheiro, num país de basbaques exprimir um rosto sério não traz votos. O senhor sustém-se com estes. Pornograficando a cena diria que o senhor tal como o velho ditador de Santa Comba Dão fode o cu dos portugas e ainda se ri. E os trouxas gostam. Com, as devidas distâncias, Salazar não ria. Excepto, claro, quando se envolvia com mulheres em segredo e mesmo assim não confirmo. O senhor engenheiro poder-se-ia ter guindado a um papel histórico como estadista. Pensei que fosse mais inteligente. Explico. Não seria preferível que o senhor explicasse aos portugueses como é que a nossa vida está e como se prevê vir a ser pior? O prof. Medina Carreira das poucas coisas com tarelo e substância que diz é que é preciso falar verdade. Não só era uma atitude pedagógica como nos iria envolver a todos nos negócios do Estado contribuindo para uma maior consciencialização das questões importantes e que ficam sempre fora do alcance da maioria. O senhor veio com a treta de ir buscar uns trocos aos políticos e a alguns gestores para a ralé ficar contente e para logo em seguida nos ir ao cu aumentando os impostos e o preço dos produtos essenciais. O senhor mais dia menos dia vai para a rua. Por que razão não trata os assuntos do Estado com elevação? Por que razão não nos respeita? Fale claro, porra! Diga o que vai fazer para estancar o descalabro onde estamos para podermos contar com as intempéries preventivamente. O seu governo num dia diz uma coisa para logo no dia seguinte dizer precisamente o contrário. Eh pá, o senhor é um mentiroso! Foda-nos, mas vá rir para o Calhau das Senhoras.

II Parte: o prof. Marcelo e os intelectuais

Fui para a rua e dei início a um inquérito: Diga-me por favor que pessoas reconhece como intelectuais no nosso país? Das vinte e três pessoas inquiridas dezassete referiram o nome do prof. Marcelo. Muito bem é parte da opinião pública. Considero, mas não respeito. Na sua última intervenção televisiva a que assisti ouvi dele o seguinte. A eleição do Papa é influenciada pelo Divino Espírito Santo. Para um homem que dispõe de um share - ou coisa que o valha - altíssimo, quando fala nas estações de têvê, nada mau. Estamos bem entregues. Um dos que deve ter sido inspirado pelo Espírito Santo deve ter sido o Papa Leão X, tornado Cardeal aos treze anos de idade... O prof. Marcelo representa o Portugal culto dos nossos dias. Ele, a Laurentina Alves, a Isabel Stillwell, a dona Maria Barroso, o prof. das Neves,... continua daqui a pouco.

... Quem viveu no século passado e sob a ditadura de Salazar sabe o quanto a Igreja valia no dia a dia dos portugeses. O paganismo imposto quer pela ditadura política quer o da Igreja Católica tinha foros que ultrapassavam o bom senso. Toda a minha gente alinhava com as baboseiras apregoadas e que mais tarde se tornavam verdades do regime. Quem tivesse o desplante de questionar o Milagre de Fátima era considerado suspeito de tudo e mais qualquer coisa. As igrejas estavam repletas de estátuas a quem o povo prestava idolatria, mas que no dizer dos sacerdotes não o era pois aquilo eram imagens. Estas sim, podiam ser adoradas. Olha para aqueles olhos sofridos de Nossa Senhora. Como ela sofre por nós. A Quaresma era um grande drama, pois "festejava-se" a morte de um judeu que ressussitara ao terceiro dia. Chorava-se a morte de Jesus sabendo que o mesmo não estava morto. O mesmo judeu que fora considerado até ao século IV filho de Deus, passa a Deus por inspiração de um monarca do Oriente. A moda pegou e acabou por alastrar-se para o Ocidente. De homem passou a Deus. Os Romanos e os Gregos também divinisaram o humano e humanizavam o divino. O mesmo fizeram os seguidores de Cristo. E não contentes com a cópia ainda foram mais longe no requinte. Arranjaram um Deus que se ponha numa virgem, casada ainda por cima, e dessa união de facto nasceu um homem que sendo homem também era Deus. Esta história contada durante a longa noite medieval acabou por assentar arraiais nas mentalidades. Os chefes políticos aproveitam da insuficiência mental das gentes e deixam que a mentira se alastre e contamine as pessoas. Julgam que com isso melhor as controlam. Até certo ponto é verdade. Mas como tudo tem um fim. Só não sabemos é quando chega. Depois de trinta e seis anos de uma pequena revolta que terminou com uma ditadura e que deu origem a uma democracia assistir a actos de paganismo ao mais alto grau mediatizados é triste. Cúmplices? Sim este governo e os outros que o antecederam na feitura desta marosca. Desta tragédia que afecta as mentalidades e dá força ao reaccionarismo que espreita. Tudo isto se deve aos governos pseudamente democráticos que permitiram que uma instituição vocacionada para o mito se implantasse com tanta força que até chega a substituir o Estado naquilo que ele tem de mais fundamental: proporcionar o bem estar físico e psiclógico dos cidadãos. O que aconteceu com a vinda de Bento XVI a Portugal só ofende a alguns poucos. A outros não, pudera a pia é grande e por ser grande não faltarão suínos.

manuelmelobento

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