sábado, 22 de fevereiro de 2014

pedrados? cannabis? nada disso: marcelo


ouvi algumas intervenções dos social-democratas e até que gostei. umas eram de gordas figuras públicas em dieta permanente, outras eram dos mais elegantes mas também mais desconhecidos do grande público. os congressos são praticamente todos iguais. claro que às vezes um artista não convidado surge de entre a plateia e desmancha o protocolo previamente dimensionado. em dois discursos me fixei: o de  passos e o de marcelo. passos com a lata que deus lhe deu e que os progenitores materializaram excedeu-se. foi brilhante. é evidente que misturou ações políticas da sua lavra com acusações aos adversários. mas isso todo o político ousa fazer para cair bem na pantalha. e posteriormente arrecadar papeis que se dobram como guardanapos e que oferecem - depois de contados - emprego a uns quantos. repenso: passos modificou a minha maneira  de o entender. para além disso - e não estou a brincar - teve a coragem de (re)promover o seu amigo e companheiro das lides ludo-politicosas. miguel relvas - que foi maltratado na praça pública por ter utilizado a lei das equivalências académicas em seu proveito com o fito único de obter tratamento de dr antes do nome próprio ou de família (dr relvas-dr miguel) - foi catapultado a principal conselheiro nacional do partido do poder. ouçam o que voz digo: nenhum ditador teria feito melhor que passos. passos tem tomates. tiro-lhe o chapéu! falo e escrevo a sério: a própria comunicação social que lhe ( a relvas) mordeu as canelas durante semanas seguidas por causa da velocidade com que foi requisitar um certificado de licenciatura mal o novel lic. foi expulso da trincheira estatal esqueceu o processo dele e de milhares que também queriam ser dr. antes de qualquer vocativo usual em receção de hotel ou restaurante público privado. acresce-se o seguinte: muito mais rápidos que o feito de relvas foram as aquisições de centenas de diplomas de mestrado conquistados que saltaram por cima de licenciaturas, não realizadas. a lei permite que qualquer um se possa mestrear sem qualquer habilitação bastando para tal passar no crivo de uma entrevista. é só confirmar. quando passos, o novo huno, pronunciou o nome do amigo relvas, a assembleia calou fundo de vergonha. garotada, pensaram. não, meus senhores! ficou esclarecido que daqui para a frente, mais ninguém é senhor total de um partido em portugal. passos põe e dispõe do partido. o regular funcionamento das instituições passa por ele doravante. é exagero? digam-me o nome de um só um político que tivesse tido a coragem de fazer o que ele fez a relvas? relvas  tinha caído em desgraça. todos fugiram a sete pés do último panzer social democrata que se tinha resguardado-refugiado  ultimamente no papel de escuteiro e na figura modelar de chefe de família. de gritos! e mais não digo. estávamos a assistir às cenas do costume e eis que surge o prof. marcelo para falar no congresso. habituado que estou a ouvi-lo encantado e a ser manipulado pela "sua lógica" não fiquei  mais perplexo  quando o mestre da palavra televisiva começou a tergiversar com substância. hipnotizou toda a gente. parecia o marido da fadista cidália moreira quando atuava no maria vitória. foi histórico quanto um hermano josé saraiva o podia ser; foi aglutinador de unidade tanto quanto um jorge jesus antes do nonagésimo minuto em jogos periclitantes. ia discursando normalmente até que repescou o seu passado revolucionário. "que saudade ao lembrar-me do assalto à sede legião portuguesa após o 25 de abril de 1974". o quê? quem encontrou lá dentro? o pai? rebolei-me a rir. eu se o fizesse encontraria o meu pai que era todo estado novo. ah, levava pela cara, lá isso levava, que meu pai não sendo fascista não era de brincadeiras com a ordem estabelecida, que bem nos alimentou a todos... bem falou o dr rebelo. e isso viu-se  com o grito de unidade de toda a massa congressal-crítica do psd. rebelo voltou a unir o partido de sá carneiro que depois por este dividido se uniu até ao descalabro cavaquista. um bom descalabro em estradas e fachadas. para mim tudo bem que gosto imenso de percorrer autoestradas no verão que as praias do sul me esperam até que a morte me impeça de pôr o pé no acelerador. interrompo neste momento este texto pois está a falar o presidente dos pobres de lisboa. o dr santana está a borrar o clima que foi criado pela pedrada cannabiana rebeliana. que rica passa que foi. santana está de pé e a discursar com os papéis organizados. não é um organon mas tem frases hilariantes que fizeram descontrair a plateia. falou santana de casais desavindos? não, mas sim de casais desempregados. choro na assembleia? não, mas compreensão. a compreensão possível dado que estão todos bem da vida. tanto quanto se pode estar em portugal. isto não é um comentário, eu não sou comentador mas também posso afirmar que não acredito em congressos tipo passarelle. contudo se tivesse que votar no melhor escolheria passos coelho de entre marcelo, rangel e santana. aviso: o que ele fez a relvas é para estarmos atentos. ele quer o poder só para si. quem assim procede não teme a linguinha da plebe de bairro. a ver vamos.
mmb



   

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