quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

papagaios criados pela igreja e pelos partidos. os primeiros estão a aprender a libertar-se com papa francisco enquanto os segundos ainda se treinam nos novos conventos

os seminaristas eram arrebanhados ainda na terceira infância pela igreja. as crianças fazem os seus primeiros anos de formação nos seminários menores sendo depois integrados nos seminários maiores onde lhes são ministradas matérias como filosofia e teologia. quer dizer, se não saem com antolhos para a vida prática deve estar muito próximo disso. basta lembrar que uma das regras internas é proibir visualização de corpos nus, por exemplo. depois há toda uma panóplia de mistérios e e milagres que são aceites sob pena de não se licenciarem como sacerdotes. a formação é superior, mas fechada. ali se fala de verdadeiros mitos com tanta certeza que ai de quem os coloque em causa. a mim aconteceu-me quase uma desgraça quando questionei o padre de religião e moral sobre matéria da fé. foi o fim! ó senhor padre, eu não sou obrigado a acreditar nessa sua informação! foi só o que eu disse. bem, adiante. a igreja fez de liceu e universidade para quem tinha fracos recursos ou vivia longe dos três centros académicos. as universidades nasceram das catedrais e durante séculos o ensino esteve na mão da igreja. por exemplo, a faculdade de letras no meu tempo tinha mais padres que a paróquia da minha cidade. os padres com o seu fervor religioso acabavam por humanizar o deus e seus parentes mais próximos fornecendo-lhes características como vingança, castigo e pecado. enfim, era assim que mantinham as mentalidades dos seus fiéis no grau zero da evaporação cerebral. não tinham outra linguagem alternativa. era o que estava a dar e o que saía das suas mentes. por azar meu dei por mim na terceira infância a ler livros "proibidos" e, claro, passei a desconfiar dos enlevos fideístas e seus pregadores. milagres era coisa que eu nunca chupei. falas divinas em todas as línguas, pior ainda. porém, certo dia perante um possível perigo de morte comecei a pedir batatinhas a deus da primeira infância: ai nosso senhor querido, eu que tenho tantos pecados... sim fiz essa figura. tenho de aceitar que o que me meteram na cabeça surtiu  efeito na ocasião. senão controlar racionalmente os incidentes que me surjam em ápice ficarei mal colocado. espero estar bom da cabeça para fugir àquelas cenas de fim de vida em que se reza e encomenda a alma a deus. quero ter prazer ao morrer. tenho exercitado diariamente esta minha intenção. é um treino do tipo que jorge jesus aplica ao jogadores do benfica para vencer os jogos... bem, quero dizer que eu e outros fugiram a sete pés da castração judaico-cristã. há quem não pense assim e eu não respeitando racionalmente o fato acabo por perceber da sua "necessidade".   "as vocações" foram desaparecendo à medida que o estado foi criando todo o tipo de escolas para toda a gente. num plano paralelo (mal comparado) surgiram no fim da ditadura salazarista organizações de ordem política que passaram a preparar adolescentes para futuras ações difusoras das suas ideologias. criou-se assim uma espécie de seminários abertos. destes saíram líderes e seus adjuvantes que se atiraram às palavras com tanta ou mais energia que os antigos emissários da palavra divina. são eles que dão vigor aos partidos. são uma espécie de jogadores criados na escola do sporting. o sporting criou o ronaldo e o psd o durão barroso. quer dizer os miúdos que saem das escolas de jogadores não sabem fazer outra coisa senão dar chutos na bola. os paridos dos seminários políticos  quais sacerdotes (também existem sacerdotisas) têm como missão encher a cabeça dos eleitores das suas verdades. quantos mais conseguem arrebanhar mais sobem na escala partidária. alguns chegam a bispo mercê das sua qualidades influenciadoras. passos chegou a bispo, por exemplo. e relvas? a cónego. e ministro silva penteadinho? a abade. a juventude partidária é um espanto! é que se não fosse assim iriam enfileirar as estatísticas dos desempregados ou candidatos a emigrar. os partidos são centros de empregos para os seus jogadores. estes invadem todos os clubes e não só. só  são eles que jogam todos os domingos, apesar de haver outros mais aptos. os atuais partidos dividiram o estado em parcelas  apropriando-se de certas cotas. é por isso que não nos espantamos com a colocação no alto funcionalismo público e noutras mordomias esquisitas de certas pessoas. tão contentinhas que elas aparecem no seu papel. são os papagaios da era moderna.
mmb

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