quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

o caroço dos pregadores

padre pedro, missionário paulo, abade antónio josé, beato vitor, freira pregareta maria joão, capelão antónio (o contente sempre baixinho) e outros veículos da oratória da causa pública, todos eles - esta semana - imitaram os antigos pregadores católicos apostólicos de roma que iam de vila em vila  expandindo a palavra do senhor deus de moisés e de outros judeus refundida para moldagem pelos europeus tanto do norte frígido como do sul mais quentinho. para vender a palavra divina era preciso fazer lembrar a bem por vezes a mal por outras (fogueiras como último argumento) os benefícios da fé. com o andar dos tempos e quando as verdades mitológicas estavam bem assentes nas mentes e nos ritos dominicais e outras datas agendadas , os arautos passaram a organizar-se à volta dos estabelecimentos sagrados. a vida das poplulações retomou o ritmo normal após as conversões e viveram felizes para sempre como o príncipe e a branca dos sete anões. no entanto, as estruturas da metodologia  que orientaram essas missões evangélicas - dado que muito frutuosas - foram repescadas por uma outra classe de pessoas. refiro-me aos políticos. estes também têm problemas de pregação e mentalização. e lá de vez em quando lá vem missa, perdão, lá vem tomada de posse, comemoração, condecoração, campanha, parada militar, etc. e tudo para quê? para arregimentarem adeptos. a fé é que nos salva dizem os emissários da palavra revelada por deus criador da eva e do adão (hoje substituídos pelo óvulo e espermatozóide evolucionados), tudo pelo bem público apelam os segundos. e o que significa bem público? eu pessoalmente não sei! tenho uma vaga ideia. talvez distorcida do que isso é. mas depois de esta semana que passou ter assistido a preleções de pedro (passos coelho) em lugares onde o apuparam, de ouvir paulo (portas) entregue todo ele à agricultura impecavelmente vestido, de ter traduzido com dificuldade a verve de antónio josé (seguro), fiquei com a sensação de que estava na idade média. isto é, ouvia espalhar a palavra da verdade por toda a parte. numa segunda vaga de tipo vieira no púlpito, surgiram maria joão (avillez) e antónio (vitorino) já como coadjuvantes. qual era o motivo dos discursos e intervenções públicas? beatificar um tal vitor (gaspar) que estivera dois anos e tal a pôr em ordem os dinheiros dos portugueses que estavam em boas mãos e que acabaram por cair em mãos menos boas. em abono da verdade diga-se que antónio josé seguro não esteve nesse aglomerado de bons pensantes porque esteve em sines a delirar.  o parque mayer e as saborosas revistas à portuguesa estão a ser substituidos por novos entreteiners. não há comparação, estes últimos são mestres da dissimulação. são intelectuais uns, mixordeiros outros. como descobrir se o que dizem é verdadeiro e serve o objetivo que dá pelo nome de bem comum? é muito difícil para mim percebê-lo. mas recordo o que dizia   a minha avó quando a questionava acerca do que era a verdade e do que era a mentira. dizia ela: a verdade e a mentira depende do gosto de cada um. se gostares de azeitonas só tens de a comer de fora para dentro. dentro encontras o caroço. cuidado com os dentes. se gostares de amêndoas, terás - para as comeres - de partir a crosta que envolve o fruto pois  no lado no seu interior encontras a semente, que é o que se deve comer . para não dar uma de estúpido disse a minha avó que tinha percebido. agora lá! mas uma coisa sei. umas vezes como azeitonas pela parte de fora outras como a semente  do fruto da amendoeira depois de partir o seu fruto. e não é que o vitor gaspar está parecido com o santo condestável do século XIV. só que na litogravura do meu livro escolar o nuno álvares pereira tinha as mãos numa grande espada. ele há cada coisa!
mmb

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