quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

césar extrarregional


antónio josé seguro foi alertado por carlos césar para reorganizar a estratégia do partido socialista, estratégia esta que está a levar o partido para uma longa travessia no deserto. porquê césar e não outro? bem, daqui para a frente vou inventar. nos últimos 40 anos - nos açores - surgiram  3 líderes de raiz e três quartos. mota amaral, josé de almeida e carlos césar. as ameaças de liderança foram materializadas por natalino de viveiros, martins goulart e berta cabral. natalino -  após a saída histórica de mota amaral no meio de um mandato legítimo - seria o indicado para o suceder. enganei-me na leitura que fiz dele. no entretanto refugiou-se num império onde pontifica com três jornais e uma revista. e foi-se. nada mal! martins goulart foi empurrado para liderar o ps-açores. fez alguns estragos, mas tão depressa surgiu tão depressa se volatizou. que ganharam os socialistas com a sua liderança? pompa e circunstância! outra experiência na liderança partidária nos açores  teve como personagem principal  berta cabral. o caminho que teve de percorrer para chegar a santana estava minado. todo minado. os verdadeiros líderes foram três como disse: mota amaral governou e governou que se fartou, apoiado pela igreja. sendo senhor de uma inteligência fora do vulgar foi por ela ajudado a entrelaçar as ilhas num todo. certo dia, mota amaral teve de sair à pressa e refugiar-se em lisboa. disse-se muita coisa acerca da sua fuga, mas só mais tarde saberemos o que levou um líder carismático-religioso dono de nove ilhas e meia dúzia de ilhéus a atirar o poder às feras e voltar ao posto de soldado. é verdade que foi mais tarde catapultado para a presidência da assembleia da república, mas que valor isso tem senão um prémio de carreira... é uma espécie de óscar que se costuma atribuir aos arrasta pés dos estúdios. quem traiu mota amaral? quem lhe destruiu a carreira imparável? não sei, já me basta estar a inventar até aqui. reparemos, agora, para um líder que dá pelo nome de josé de almeida. no período conturbado do pós 25 de abril onde alguns quiseram sovietizar os açores surgiu um movimento popular com muita força que travou tendências suicidas em terras de controlo norte-americano. quem o encabeçou foi josé de almeida. e durante anos aparecendo e desaparecendo do palco ativo foi a ele que se recorreu para dirigir exigências legítimas dos açorianos. foi alvo de censura nos órgãos de comunicação social. abafou-se a atividade dos independentistas e apagou-se a história dos açores nos últimos 40 anos. lisboa recebeu instruções de washington  e em troca da não intervenção dos eua teve de autorizar a criação de uma assembleia legislativa com um governo próprio. por outro lado deixar cair o seu aliado josé de almeida foi uma medida diplomática. portugal da altura deixou de impor aos açores a tal sovietização que alguns crânios mais desvairados julgaram ser o futuro do mundo (deles). note-se que tanto governo como assembleia funcionavam a fingir. era a brincar, mas como pagavam bem, os "representantes do povo açoriano" também fingiam. e por que não? apesar de ser a fingir, a assembleia permitiu que nela  sobressaíssem várias personalidades empenhadas na atividade política. uma dessas foi carlos césar que surpreendeu pela positiva. o seu discurso permitia vislumbrar um caminho aglutinador assente em não roturas, coisa que não era apanágio dos social-democratas amaralistas cheio de votos, baptizados, procissões, mitos e bandas de música. a cada intervenção carlos césar juntava mais uma peça no acrotério vazio da liderança socialista. com a queda do "antipático" goulart o ps ia-se transformando mais numa consciência cívica do que num verdadeiro partido capaz de enfrentar o poderoso psd. césar aparecia e cativava. o ps começou a florir numa sociedade capada, esteriotipada e visceralmente anti-esquerda. aquelas frases de combate ao inimigo político foram substituídas por  avisos aos adversários. aos poucos foram engolindo um césar democrático e abrangente. uma cultura de esquerda adequada à mentalidade açoriana foi criando raízes. ramos cresceram e flores para colher e pronto, estavam os social-democratas arredados do que pensavam ser o eterno poder tradicional na parvónia. na primeira campanha eleitoral para as legislativas  que o elegeram césar destronou os adversários. quando começou a governar perspetivou a prazo uma ação globalizante onde as pressões políticas  foram diluídas sistematicamente. perseguições deixaram de estar presentes no dia a dia, o que de certo modo aliviou as mentes de  putativas vítimas. abriu a governação aos ostracizados. e sem abandalhar recuperou pessoas que a política tinha desfeito. ao mesmo tempo mudou a face física dos açores. são miguel que tinha marcado passo ao longo de vários anos de democracia, no fim dos seus mandatos já não era o mesmo são miguel. quando césar sai dos açores, fá-lo para a frente. é um júlio césar comandante das hostes romanas que regressa a roma. claro que esta roma é rateira e não o coroou com folhas de louro. mas como os socialistas-romanos-de-lisboa estão a contas com falta de liderança capaz de travar o inimigo, inimigo esse que tem deixado os bárbaros entrar nas fronteiras outrora invioláveis, qualquer vento encanado abala todo o ps, neste momento dividido e subdividido em vários paladares. (este período está extenso e um pouco confuso. paciência) antónio costa que envelhece dia após dia está à espera que uma  de duas portas se lhe abram. ou belém ou são bento. se apontar para belém, o esforço é menor do que se se candidatar a são bento. governar este inferno arrepia. se costa quisesse muito são bento já teria posto ordem no ps e no país face ao destruir do estado português pelos putos do psd. moralmente teria o apoio de todo um povo descontente. depois,  governar é que está quieto. césar em lisboa é como um eletrão. ora está aqui e não sabemos a que velocidade se move, ora sabendo a que velocidade se move desconhecemos onde se encontra. bastou césar retocar a gesta de seguro e todo o ps residencial se propôs a desdizê-lo. encenação, claro está, pois sabem que assim o ps está aqui está à bloco e lá se vão as digestões prolongadas encharutadas. o que o ps quer é líder. e neste momento caiu do céu césar. pelo menos para antónio costa o matemático das urnas. o que costa deve estar a pedir a césar é que não abane muito seguro senão tem ele de se candidatar a futuro primeiro-ministro. vai-te mexendo devagarinho que as presidenciais estão por aí e isso agrada-me mais do que qualquer outra coisa. quando chegar as eleições para as legislativas tens de avançar pois tu só tens trazido vitórias para os socialistas. e  césar, não pensa? claro! césar é um unificador e o papel de presidente da república cabe-lhe que nem uma luva. é um socialista limpo, não chefia fações internas do seu partido. não está para aí para dividir. e o que disse de seguro está na mente da maioria dos socialistas e do povo em geral. só que não o dizem por cobardia. os portugueses estão fartos de cavaco e quejandos. seria salutar um açoriano em belém. no passado conturbado foi assim. teófilo braga, manuel arriaga foram lições políticas. o segundo andava de elétrico no tempo em que era chefe de estado. "10.000 euros mensais nem dá para os alfinetes da minha maria." essa imagem tem de ser corrida dos detentores do poder. mais. césar está livre de compromissos. e isso é muito perigoso. ai se é...
mmb

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