quarta-feira, 29 de maio de 2013

entrevista a varett:"chantagear um ministro é crime. com um pouco de boa vontade e um bom acusador público seria possível aplicar o artº. 223 do código penal"


pressportugal:
o dr. mário soares, na sua entrevista ao diário o i, afirmou que paulo portas estava a ser chantageado por causa do caso dos submarinos. e por essa razão não rompia com a a coligação.
varett:
em portugal já nada me espanta. não se passaram ainda umas dezenas de horas e cavaco silva tinha dado origem a uma queixa contra um escritor que o teria confundido com homens que geralmente fazem parte do corpo circense. o presidente reagiu porque se sentiu ofendido. o dr. mário soares acusa o partido maioritário que enforma o executivo de chantagem na pessoa do líder do outro partido da coligação e  o presidente - homem sempre atento ao respeito e à dignidade dos homens do estado - permanece quedo e surdo.
pressportugal:
isto não pode querer dizer que assuntos de ordem quase privada estão acima dos assuntos de estado?
varett:
com certeza e é claro que existe um fulgor pessoalista e de grupo que conseguiu infiltrar-se nas estruturas do estado relegando este para as mãos da iniciativa privada.
pressportugal:
o que significa que ?
varett:
ao impor uma paridade entre estado e privados, o golpe está pensado da seguinte maneira: numa primeira fase ao equiparar funcionários do estado com os da privada está-se a querer fazer-se justiça aos olhos dos incautos. vejamos, nada impede que depois da igualdade ser um facto não se venha a praticar melhores salários na competitiva privada como é seu timbre. o estado ficará com todos aqueles que não serão escolhidos no mundo dos negócios por aparentarem poucas qualidades. saltarão para a privada os melhores pois irão usufruir melhores benefícios.
pressportugal:
isso não impede que o estado não possa fazer o mesmo!
varett:
você desconhece a história. temos como referência o que aconteceu no estado novo. por exemplo, um terceiro oficial de finanças auferia mensalmente em 1968 cerca de 1.800$00 (escudos) e um colaborador de uma empresa média cerca de 6.000$00. isso passou-se comigo pois trabalhei na altura nos dois empregadores. o estado era um verdadeiro asilo. claro que havia excepções, tome-se nota. acontece que o privado passa a pagar bem porque vende e cria fundos, ao passo que o estado para pagar mais aos seus funcionários ou lança impostos ou pede dinheiro emprestado para os pagar.
pressportugal:
de qualquer maneira o estado funcionava...
varett:
funcionava parado. para reconhecer uma assinatura perdia-se meio dia. tudo estava envolvido em papel selado. tudo era lento.
pressportugal:
a iniciativa privada traz mais vida e rapidez, não acha que é melhor nos serviços que presta?
varett:
existem serviços específicos que pertencem à área do estado e que não se podem entregar à privada porque acabariam por fazer estragos irrecuperáveis. as forças armadas, a educação, a saúde e a segurança social são pertença da actividade do estado.
pressportugal:
onde colocar o ensino privado, os hospitais privados e as reformas subsidiadas pela banca?
varett:
no seu devido lugar. isto é, ninguém hoje é tão ingénuo que admita uma total colectivização dos meios de produção. não dá certo. a experiência reforça esta ideia. temos que conviver com o estado e com a privada. são dois sectores inseparáveis mas inimigos. têm é de ser vigiados por neutrais. quando um dos contendedores se torna hegemónico surgem de imediato injustiças. a sociedade tem de ter capacidade para escolher os seus senadores. não os que por aí andam que mais não são do que negociantes voltados para a sua barriga.
pressportugal:
onde coloca nesse paraíso a comunicação social?
varett:
os povos descobriram que não podem viver sem uma constituição e que viverão mal se não respeitarem as leis fundamentais. se os governos tivessem respeitado a nossa não chegaríamos à actual bagunça nem à  bancarrota.
pressportugal:
não respondeu à questão!
varett:
se está escrito e contemplado na constituição que a liberdade de expressão é uma prerrogativa das democracias, não há mais nada a dizer. agora, liberdade de expressão não é julgar pessoas na praça pública. órgão de comunicação que ultrapassasse a lei teria de ser impedido de actuar. suspeitar não é o mesmo que acusar e condenar. pessoas que assim actuam têm de prestar contas à justiça e pagar por isso. se a justiça actuasse de modo a responsabilizar os que se pensam juízes sem o ser, de certeza que as pessoas tornar-se-iam mais respeitadas. é disso que se trata: respeitar as pessoas e o seu bom nome. portugal e outras espécies de democracias dão um mau exemplo em eleger uma vítima permanente para entreter um povo ignaro e satisfazer a gula de uns poucos que tudo manobram.
pressportugal:
estamos nas mãos da troika?
varett:
não, estamos nas mãos de países que são mais fortes e que nos dominaram. resta-nos uma aliança com a espanha para tornarmos a ser mais ou menos independentes. é a história que fala. tivemos medo da espanha e fomos feitos serviçais dos ingleses. aquilo que a nós é natural que é a ligação física com espanha tornou-se num papão alimentado pelos comerciantes ingleses que compraram alguns distintos portugueses.
pressportugal:
e 1640, não representa nada?
varett:
tudo cenário! em portugal só havia um espanhol indefeso, defenestrado por um grupo de tontinhos e que representava  os interesses do monarca espanhol que era meio português meio espanhol. foi a época de grande incremento económico. mas lá de vez em quando lá vem do fundo dos tempos as bocas foleiras do alfaite que odiava a beleza e pôs o povo de lisboa contra a rainha leonor teles. por causa destes mexericos, da beleza de uma mulher e dos seus apetites sexuais portugal aliou-se a forças mercenárias que combateram a putativa legitima rainha para colocar no trono um bastardo. também tivemos uma leonor de tróia...
pressportugal:
quer dizer que para nos libertarmos do colonialismo económico-rácico europeu temos de nos entregar aos espanhóis.
varett:
 nós existimos como povo ímpar e era impossível alguém absorver-nos. olhemos o mundo onde nos instalámos e repare-se que grande parte das ancestrais comunidades nacionais não estão diluídas. existem! penso que eram os espanhóis a perder mais se nos aliássemos a eles para fugirmos de uma união que meia dúzia de patetinhas e falhos de reflexão imaginaram que era a melhor solução para nós. caímos na lábia de uns líricos a quem os militares entregaram o poder depois de perceberem que tinham feito borrada.
pressportugal:
borrada? a quem devia entregar o governo do país senão aos democratas depois de terem corrido com os fascistas?
varett:
não eram fascistas! eram nacionalistas quadrados sem visão moderna. actuavam como moderados racistas sem nunca o aceitar. eram uns colonialistas de merda - com perdão da palavra - que não se aperceberam que os povos mais dia menos dia sacodem o jugo dos que os escravizam. quinhentos anos em áfrica não deu para aprender nada a não ser subjugar à força aquilo que muitos adivinhavam ser impossível. de um momento para o outro três países foram ao ar. somos indestrutíveis na nossa idiossincrasia. é por isso que vamos nos transformar nos últimos retornados da ubião europeia. vamos ficar com as calças nas mãos como os retornados (refugiados)  regressaram à metrópole  porque eles (os brancos do norte)querem o que é seu. isto é, o dinheiro que depositaram nas mãos de uns tantos palermas a quem o voto transformou em impantes condutores de homens.
pressportugal:
sem esperança para um país como o nosso?
varett:
esperança de ver crescer no quintal novidades sem as termos plantado. somos assim e com muita fé. que segundo dizem nos salvará lá.
pressportugal:
lá onde?
varett:
onde a amália canta camões...

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