sábado, 4 de maio de 2013

para perceber hoje o portugal falido é necessário viajar na sua história


. de como uma sociedade rural se transforma numa empresa mercenária de saque e guerra? passaria aos monarcas portugueses (séc. XIV) pela cabeça - acolitados pelos seus conselheiros estrangeiros - encetar uma acção que se caracterizaria em muito com o perfil dos povos nórdicos? o período que vai de 1383 a 1385 é fértil em factos, o  que nos poderá ajudar a esclarecer o salto enorme. apesar de possuirmos já na época uma costa bastante extensa, apenas nos dedicávamos à pesca costeira e a algumas trocas comerciais com os ingleses e franceses. então como é que passados 25 anos (1415) nos apresentámos ao mundo da altura com uma armada guerreira à imitação dos dinamarqueses que no século XI invadiram e dominavam londres e os ingleses? para enfraquecer a espanha que dominava a península ibérica era necessário dividi-la e, na altura, isso só seria possível através da dissidência portuguesa. lembremo-nos que apesar de dom fernando I ter morrido tínhamos como rainha sua mulher dona leonor e como sua sucessora sua filha dona beatriz. a coroa estava garantida apesar de a jovem princesa ter casado com dom joão  I de castela. era costume na época e não vinha mal ao mundo tal aliança entre povos hermanos. a desgraça que aconteceu  a seguir deveu-se ao ódio popular contra uma mulher bela e inteligente que toldava o cérebro dos homens como o vinho interfere depois de ingerido em demasia pelos basbaques. dom fernando tinha um bastardo seu irmão que era homem de saber religioso a quem  cabia gerir os interesses da ordem de avis. este bastardo odiava a beleza e o à vontade da bela rainha leonor e vai daí, como qualquer sabujo, vai oferecer-se à causa dos filhos de inês de castro seus irmãos por pai. era natural que assim fosse, pois corria o boato  que dom pedro I teria casado com inês secretamente, oficializando a desbunda sexual em que se envolveram. a rainha leonor teles apercebe-se dos interesses dos filhos de inês em governar o condado-reino e embrenhou-se numa luta para os destruir. consegui-o. o pior foi o que aconteceu a seguir: joão mestre de avis acabou por ser influenciado pelos inimigos de espanha (os ingleses) em prosseguir a luta pelo poder em portugal. dom joão  era homem de letras e culto pois estudara nas catedrais ao contrário dos demais monarcas a quem a caça era o único raciocínio treinado. com promessas dos ingleses e com uma potencial ajuda bélica, surgiu um exército de camponeses pronto para enfrentar a forte espanha. ah, e chefiado pelo filho do prior da ordem militar do hospital. aqui dá para parar e perceber que vem aí milagre tão ao jeito do sabor nacional. o chefe - mais tarde santo condestável (tudo é possível entre nós no que diz respeito aos videntes) dava pelo nome de nuno álvares pereira. este com o mestre de avis fundariam uma poderosa aliança de bastardos que mais tarde dominaria o país. a inglaterra percebe que, com estes dois bastardos mais a sua aliança com a plebe horrorizada pela beleza da rainha dada a entregá-la aos apreciadores, pode começar a dividir a grande espanha. e foi assim que enviou millhares de homens armados para combater o futuro e legítimo rei de portugal, dom joão de espanha casado com a possível futura rainha dona beatriz. ingleses e camponeses afugentaram os espanhóis. ficou célebre a táctica de lutar em quadrado mais uma ala de guerreiros à imitação de troia/paris a quem chamaram de namorados. o rei espanhol desistiu de uma guerra que lhe seria muito cara em homens e dinheiro e deixou portugal à sua sorte e na mão dos ingleses. para melhor controlar o território obrigaram o mestre de avis (assassino confesso do namorado da rainha dona leonor) a casar com uma mulher inglesa de sangue real, uma tal filipa. a vitória contra a espanha deixou o país endividado, pobre e desgraçado. é aqui que entram os ingleses pois queriam receber de volta o seu investimento em aljubarrota e outros sítios de pelejas. filipa, espia inglesa, tinha uma missão económica que era levar os portugueses à conquista de terras dado que a sua situação geográfica oferecia um óptimo meio de apoio logístico para as aventuras inglesas. casada com dom joão mestre de avis (este foi eleito monarca numa imitação democrática inspirada pelos novos  "aliados") armou os filhos -  meio ingleses  meio legitimados - cavaleiros e lançou-os ao serviço da expansão. lá foram os camponeses portuguses, agora guerreiros, à conquista e ao saque das ricas cidades comerciais do norte de áfrica que se encontravam na mão dos expansionistas islâmicos. é preciso recordar que quem estava metido nesta empresa de guerra e saque eram os ingleses que enviaram sete mil e quinhentos mercenários seus como ajuda. a verdade é que os portugueses tomaram-lhe o gosto e daí até hoje, o saque é o que mais lucro dá. saltemos no tempo, na história e nos mortos e olhemos à nossa volta para os dias de hoje. depois do saque aos dinheiros da comunidade europeia, o que aconteceu? uma corja não de bastardos mas de uma plebe voraz chefiada por uns outros mestres de avis reune cortes e elege-se numa espécie de monarquia que pretende gerir  o nosso destino. dada a nossa pequenez mentalidade rural, à nossa localização e à falta de recursos por causa de maus investimentos (o convento de mafra, o ccb e outras belas aberrações) somos presa fácil. agora que os ingleses se puseram de fora outros os estão a substituir e com êxito. na falta de riqueza para manter uma máquina extorquidora, alimento de uma enorme cáfila, os chefes voltam a usar os métodos medievais. isto é, avançam para as moradas dos camponeses com os seus cavaleiros para lhes rapinar as galinhas, os porcos e as vaquinhas,  pois, acabaram-se as ceutas, o comércio de escravos, a pimenta e a benção dos tios franciscos. o discurso deste nosso novo dom joão I a querer salvar a pátria empobrecendo e miserabilizando toda uma população inocente é uma prova de como os métodos são os mesmos. só que estão modernizados. é a nossa história a querer abrir-nos os olhos. e para quê se somos cegos, incultos e desmiolados?
manuel melo bento 

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