A eleição de PPC veio em certa medida levantar os ânimos dos que estão à espera que Portugal se afunde. Estamos no intervalo de algo muito perigoso. O Partido Socialista que até agora teve mão no controlo quase total do "mundo do capital" interno está a perder terreno para o vazio. Vejamos, abriu a caça aos gestores das empresas públicas como escapatória ao descalabro do nosso atolamento. Melhor dizendo, depois dos vários processos escandalosos que não deram em nada havia que mandar para o palco algumas vítimas de reserva para continuar a desviar as atenções da malta ignara. No entrementes, surge um novo actor - já velho - na cena política. As intenções dos gabirus voltam-se para ele na esperança de que ele dê continuidade à sanha devastadora. O homem promete uma palavra de esperança. É verdade! Mas dirigida a quem? Ao povo? Não, certamente. Isso toda a gente o faz. O que ele vai fazer é deixar que se crie melhores condições para as empresas de cariz privado que estão fora da pia estatal. É aliás o que falta fazer. O PS já fez tudo - e até ao limite - para colocar o Estado português na senda de um capitalismo social. Este já deu o que tinha a dar. E a crise internacional contribuiu ainda mais para a falência técnica do Estado. Portugal é, hoje, uma espécie de satélite da URSS após o seu "regresso" ao capitalismo que se materializou com a queda do Muro de Berlim. Resta saber se a directriz neocapitalista-liberalizante que PPC quer implementar terá aceitação no país maior. Isto é, o povo, os sindicatos, as associações pró-públicas, a comunicação social - alguma - os desempregados-subsidiados, a Igreja colada ao erário público, os pensionistas-da-clientela-socilista, etc.
Só com o reforço da autoridade policial e judicial poderá ter êxito o novo líder social-democrata. Porém, para que isso se pudesse verificar era preciso uma vitória nas urnas e a institucionalização de imediato de uma espécie de ditadura.
Oh sim, oh sim, sim sim!
mmb
jornalista
Portugal continua dentro de momentos
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