Quando em 1415, as crias da inglesa que casou com o filho ilegítimo de Dom Pedro I, Dom João I - o democrata (foi eleito nas Cortes) - integraram as tropas mercenárias que foram ao serviço dos ingleses "arranjar novos mercados", o país estava na bancarrota. Estávamos tesos e lisos. Só nos restava fazer como os americanos: assaltar países mais fracos para os expoliar. Com uma pequena diferença, é que os yankees quando aplicam a sua política expansionista ficam com os lucros e mandam a factura aos seus aliados. Chegados a Ceuta, os também filhos de Dom João I, ficaram extasiados com a vitória. Alegria de pouca duração dado que os árabes mudaram o seu centro de comércio para outras bandas. Começaram os falsificadores da nossa História a denominar aquele saque de Expansão. Viver de expediente está no nosso ADN. A corte inglesa era na altura composta por assassinos e sanguinários. Era gente de baixo coturno. Ora matas tu ora mato eu. A Dona Filipa de Lencastre tinha no sangue essa "qualidade" e ainda estávamos longe de Henrique VIII, o mata-mulheres. Encurtando ideias, Dom João I usurpou o trono aos irmãos legítimos aliando-se aos burgueses. Estes eram uma espécie de esquerda da época. A velha nobreza fugiu para Castela tal qual os ricos do salazarismo o fizeram para o Brasil e outros pontos de acolhimento. O novo monarca depois de ter sido eleito pela ralé do tempo enobreceu os seus amigos e correligionários. Nomeou-os condes e outros "apelidos" aproximados. Porque foram feitos à pressa, ficaram conhecidos como a nobreza cagada. Até inventaram que houve um bispo que os abençoou com respingos de trampa humana, dando origem àquela designação. Quando os senhores do Estado Novo foram despojados das suas mordomias por via do 25 de Abril, apareceram como por ápice uma caterva de gente que se emburguesou de um momento para o outro. Os grandes chefes que tomaram conta dos dinheiros públicos, tal qual como Dom João I, começaram a distribuir não títulos de nobreza mas tachos. Para ser rigoroso, devo acrescentar que os novos burgueses - quase todos de esquerda ou a esta aparentados - ainda não foram abençoados, perdão polvilhados com merda porque ainda não houve bispo que o fizesse. Quem tenta abençoá-los é uma espécie de comunicação social que anda por aí. Acontece que esta tem tido pruridos com uns tantos que estão bem escudados. Até quando? Não sabemos. Vai lento, mas vai indo.
mmb
jornalista - cp2754
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