sábado, 24 de abril de 2010

DOM CARLOS REI DE PORTUGAL








Vou dedicar este dia - 24 de Abril - a Dom Carlos que foi o penúltimo Rei de Portugal. Também vou escrever o que sinto sobre a sua personalidade. Para já, devo dizer que Dom Carlos não fora eleito Chefe de Estado. No regime monárquico o sistema de representatividade não se sujeita ao voto directo, mas sim a um consenso histórico. Por essa razão, Dom Carlos não precisava de mentir, aldrabar, fazer promessas asquerosas, dançar com coiros que como por encanto surgem agarradas aos candidatos nas vésperas dos actos eleitorais, etc., para ser eleito representante da Nação. De uma Nação com quase novecentos anos.

Dom Carlos como representante máximo da Nação Portuguesa não tinha uma parte do corpo socialista, outra centrista, outra comunista e etc. Dom Carlos não desprezava uns em benefício de outros. Dom Carlos era um todo e a todos era sujeito. A baixa e a alta política pertencia a outro tipo de pessoas. Estas sim, tinham forma de parcelas e intenções humanas.

O 25 de Abril faz parte da História de Portugal. Representa a acção de grupos e de interesses. Repos a liberdade de expressão e a criação de partidos. Bem, isso tivemos no reinado de Dom Carlos. No tempo dele havia partidos republicanos e liberdade de expressão. O mesmo não aconteceu com a implantação da Primeira República.
Dom Carlos disse aquando da assinatura do Decreto de 31 de Janeiro de 1907 que deportava os que atentassem contra a segurança do Estado : "assinei a minha sentença de morte".
Logo após o 25 de Abril de 1974, o comandante de forças policiais e militares assinou centenas de ordens de prisão apenas por serem os visados ricos, apoiantes do Estado Novo, banqueiros, filhos de banqueiros, etc. Até houve quem tivesse sido preso por vestir bem.
Dois anos depois de terem assassinado o Rei a monarquia foi substituída por uma espécie de República. Assassinatos, mortes, corrupção começaram a fazer parte do dia-a-dia dos portugueses. Surgiu uma nova burguesia governamental que se dizia progressista mas que atacava toda a espécie de luta dos trabalhadores. Um dos mais sanguinários adversários foi Afonso Costa, inimigo figadal dos sindicalistas. A Primeira República com tanta bandalheira não se conseguiu manter pelo que deu origem a uma revolta militar a 28 de Maio de 1926. Seguiu-se uma ditadura que teve início em 1928, com a vinda do Prof. Salazar de Coimbra e foi o que se viu.
Dom Carlos foi dos mais completos seres humanos do seu tempo. Artista, cientista, marinheiro, diplomata, humanista. A Nação que tanto amava não soube aproveitar o seu contributo. Em 1890, quando a Inglaterra nos enviou o seu Ultimato por causa da questão do Mapa Cor-de-Rosa a oposição republicana culpou o Rei e Monarquia. Afonso Costa e uns tantos malucos achavam que Portugal devia combater a Inglaterra. Era a época do Portugal dos malucos inconsequentes.
Para acabar com a bagunça que se instalara no País, Dom Carlos chamou para presidir ao Ministério João Franco, um homem seriíssimo. Mas já era tarde. Instituíu uma "ditadura tímida" proibindo escritos ou desenhos que apelassem à sublevação da ordem pública. Os portugueses só vieram a provar o sabor de uma verdadeira a ditadura anos mais tarde quando Salazar organizou o Estado Novo.
Das três últimas ditaduras - a de João Franco, a de Salazar e a de Otelo - a de João Franco foi a mais humana. Parece impossível, mas foi!
Viva o Rei! Viva a memória de Dom Carlos.
mmb

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