quinta-feira, 3 de março de 2016

nós por cá não discutimos ponta de um corno que nos chateie. (a)mandamos logo para o ministério público para calar a coisa. no caso a eutanásia

havia já saído na press, de há uma ou duas semanas atrás,  notícias veiculadas por médicos acerca da morte assistida em hospitais portugueses. aconteceu que ninguém ameaçou ninguém com queixinhas ao ministério público. tratava-se de declarações elaboradas pelos  senhores poderosos das instituições de saúde. toda a gente tem medo deles porque pensa duas vezes  em"ofendê-los" não os vão encontrar de faca na mão tendo em vista a nossa  barriga. de repente, a bastonária dos enfermeiros dá uma entrevista e repete com alguma subtileza algo sobre a eutanásia e põe à mistura e ao embrulho médicos. antes de começar devo declarar que com a exceção dos poucos médicos de que sou amigo e os de parentesco, acho que esta classe não passa de uma cambada de comerciantes do mercado ou feirantes da praça das doenças. ah, realço os que fazem da profissão um mester como qualquer professoreco a quem só interessa melhorar os circuitos eletromagnéticos do córtex cerebral, sobretudo do hemisfério esquerdo! o que ela foi fazer! saltaram logo, para o cenário onde pontificam os caninos de fila, os profissionais da honorabilidade. pois que sentindo-se ofendidos e afetados na sua integridade (comercial) justificavam o apelo para a intervenção dos magistrados do ministério público. claro que uma vez nas mãos dos magistrados a coisa passa a segredo de não sei quê e pronto; pedra sobre o assunto, que a malta tem mais que fazer e dinheiro a esfolar. a última greve dos médicos foi de gritos. queriam melhores condições para os doentinhos.  lá no fim das suas reivindicações filantrópicas e em letras para cegos lá vinham os tais aumentos e regalias de classe que exigiam. é sempre a mesma coisa. acontece que por detrás desta farsa de lavagem de imagem impoluta que querem fazer passar  existe uma luta nos hospitais e centros de decisão de skills com a finalidade de critérios de distribuição de tarefas as quais os enfermeiros  se acham capacitados. os médicos não aceitam que tal aconteça pois é deles a velha e atual sabedoria. é bom que se diga que os médicos do século XII não passavam de barbeiros habilitados para cortar algumas peças de carne de desgraçados. nesse século e na mesopotâmia (hoje iraque)  havia uma universidade onde quem quisesse exercer a atividade poderia ouvir a palavra e observar a experiência dos velhos sábios orientais. mas isso era longe para raio. de barbeiros a médicos atuais vai todo um montão de ciência que lhes foi posto nas mãos. ainda bem, só que neste momento, o curso de enfermagem é ministrado em universidades. assim como os barbeiros se alcandoraram a médicos, assim as antigas ajudantes de segura-seringa passaram a diplomadas (licenciaturas, mestrados e doutoramentos-mal pagos para o grau de responsabilidade que lhes cabe) em enfermagem,  cujo curriculum de cadeiras que enformam os seus cursos colocam os seus profissionais ao mais alto nível nas suas respetivas áreas de atuação. voltando à eutanásia e pela última vez: nós somos um povo que não se descobre senão quando do estrangeiro o fazem. abafamos tudo. com o aborto foi a mesma coisa. com a adoção de casais do mesmo género fomos atrás da civilização. cabe-nos sempre a cauda de tudo. teimamos em ficar nela e para isso utilizamos todo o mecanismo do obscurantismo. a eutanásia é para ser discutida até à exaustão. porra, nem que seja para que ma apliquem. é que gostaria de a provar estando eu de saúde. porra, quero morrer com saúde e não quero ter um médico funeralista que me visite uma vez de dois em dois dias à espera que vague a cama onde hei de espernear cheio de dores. acabado o tesão, falta de apetite, pernas trôpegas, visão borrada, mãos trémulas... porra acabem lá com essa merda de discussão e passem ao plano da ação.
varett

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