há quase cem anos um homem, militar e professor em coimbra, reunia à sua volta um consenso histérico. foi eleito presidente da república a 9 de maio de 1918 por quase 500.000 votos (para a altura um fato inédito). na sequência do golpe de estado de 1917 tinha sido nomeado interinamente para o cargo. no mesmo ano em que foi eleito, 1918 , sidónio pais foi baleado no rossio (lisboa). o seu funeral foi uma coisa nunca vista. houve vários incidentes violentos ao longo do percurso até a urna chegar ao cemitério. mulheres choravam desabaladamente e os homens tinham-no como salvador da pátria. o país atravessava uma crise tremenda. a igreja tinha sido separada pelos republicanos dos negócios do estado. sidónio fez orelhas moucas e reaproximou-nos de novo ao vaticano. chamaram-lhe presidente-rei. os pobres podiam contar com a sopa grátis para poderem matar a fome. era a sopa do sidónio. antes e depois da sua morte o país continuava a agonizar e a estrebuchar economicamente. mas isso foi há cem anos. será diferente hoje? bem, é diferente! segundo o professor marcelo, no seu discurso de tomada de posse como presidente da república, há entre nós 2.000.000 de pobres. porque o presidente o disse, a informação torna-se oficial. para estes pobres já não temos a sopa do sidónio. esta foi substituída pelas massas da cáritas e outras boas instituições. sidónio fez por agradar à igreja. marcelo alargou-se às muitas igrejas ora existentes. sidónio agradou muito ao vaticano. marcelo vai ao vaticano, na sua primeira viagem oficial a roma, entregar-se às bênçãos de francisco, o papa das roturas. marcelo passeia-se por todo o país depois de ter sido eleito, o que leva a crer que está encapotadamente a plebiscitar-se. sidónio mexeu na constituição de 1911. marcelo jurou respeitar a constituição. mas há de querer alterá-la. a constituição do país, está desajustada com a realidade. a direita quer "modernizá-la". marcelo é um homem de direita! marcelo tem alguma fisgada? bem, que ele anda a portar-se como um democrata-rei, ninguém o pode negar. pelo caminho que a coisa está a tomar é provável que não se passará um só dia sem banhos de multidão. hoje, foi alvo de muito carinho. dizia uma senhora middle class a chorar depois de inquirida pela repórter: "ele fez mais por nós em dois dias do que os outros aqueles anos todos." bom, este país sofre do síndrome do desejado. está na massa do sangue. marcelo sabe-o. agora é encarnar dom sebastião para nos guiar até a outros novos mundos. que a paz seja com ele e connosco também. ámen!
varett
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