segunda-feira, 17 de junho de 2013

um deserto habitado com três milhões e quinhentos mil almas insaciáveis

tudo serve aos políticos para organizar o estado e esse tudo  projecta-se conforme as forças que o dirigem alardeando nos espaços de propaganda especializada a imagem que vendem para contentar o grupo que os coordena e também para seu próprio  proveito. muitas vezes a fraqueza de alguns serve para difundir uma mentira para constar mais tarde nos anais da história como altos feitos. pessoalmente não confundo o povo com a história do mesmo povo que nos é impingida quer através  dos manuais escolares quer através de alguns intelectuais que procuram retocar o tosco que somos e fomos ao longo destes oitocentos e tal anos que levamos como desgarrados (não posso dizer independentes) no espaço que nos coube por sorte na península hispânica e noutros espaços que ocupámos que mais nenhuma outra "nação" poderosa pretendeu. explico: o nosso espaço peninsular com menos de 500.000 mil almas (séc.XII) distribuídas por quase 90.000 quilómetros quadrados se não era um deserto para lá se ia parecendo. quem o queria? melhor, quem daria a vida por este quadro de penúria e de inutilidade? havia os ingleses que sempre nos tomaram por um porta-aviões onde se serviam para se expandir quer por terra quer por mar. só um aparte: nós saímos mar fora e nos cruzámos sexualmente com todos os povos. a mulata brasileira é uma criação de portugueses. isto é confirmado pelo padre antónio vieira (digo eu). os bifes por aqui passaram! não se cruzaram com as nossas mulheres. porquê? só as inglesas abriam as pernas ao algarvio... diz a teresa da tvi. é assim que eles tratam os povos que exploram sem se misturar. portugal tem, hoje, e fruto da sua actividade sexual, vinte vezes mais habitantes do que no tempo de afonso henriques nosso segundo rei (a mãe fora a primeira rainha, digo eu) e continua um deserto. cuidado; um deserto moderno com habitações refrescadas com sanitários interiores e que se comunicam entre si utilizando estradas de primeira. até à invenção da segurança social filha bastarda da revolução do 25 de abril, o povo que ainda habitava por esses montes e vales vivia escvacando a terra para dela colher uma couvinhas e uma batatas com que se aguentava de pé. os mais novos fugiam (já não os há para fugir) para o litoral e para as franças. muitos voltaram para construir a sua casita e acabar o resto dos seus dias gastando o que amealharam pela estranja. apoio social não havia. o estado novo não estava para aí virado. era uma espécie de moda ver o povo a tomar conta de si nos fins que deus determinara. heróis do mar era cantado nas poucas escolas do cinquentenário e o amor à pátria só veio ao de cima porque a guerra pelas províncias de áfrica montou um espectáculo semi-religioso para defender o solo pátrio que mesmo lá longe não se discutia. retirando o povo de lisboa e do porto (talvez) o zé do bordalo continuou na mesma. ensimesmado, religioso-fanático-moderado e, espantado quando o estado dirigido pelos social-democratas umas vezes e noutras pelos socialistas lhe impingiu centros de saúde, ambulâncias e acamação em hospitais onde era tratado como os cavalos dos granadeiros. isto é, como gente. ah, e ainda lhe davam para os alfinetes qualquer coisa a preços actuais à volta 200 euros. que - diga-se - ele guarda(va) ciosamente debaixo do colchão  habituado que estava a não manuseá-los. nunca tinham descontado nem para a saúde, nem para a pensão de velhice, nem para a educação dos filhos e agora tinham direito a isso tudo. e aprenderam a votar. não se discute o direito a receber estas justas regalias, pois quando foi preciso carne para canhão foram-lhes buscar os filhos para morrer longe e muitos deles não tiveram direito a campa de jeito. o português é um misto de saudade e emigração. a saudade nasce-lhe de ter de partir para poder comer e para fugir à escravidão que uns quantos quando se lhes permite mandar lhes enfiam pela canga ou ombros, digo eu. de um momento para o outro o deserto transformou-se num tsunami. desenterraram dele três milhões e quinhentos de beneficiários que criaram uma mentalidade de rigor no receber a dádiva mas que não entendem os negócios do estado aquando são obrigados a retribuir. os políticos criaram este tipo de estado esmoler comprando-lhes os votos. não há, por enquanto, maneira de se sair deste "clima". também foram os políticos que permitiram criar-se ilhas de imigrantes e grupos étnicos que custam ao estado milhões e milhões de euros, cujo custo é abafado para que não nos confundam com racistas. o que é perigoso... não vá faltar o dinheiro emprestado que nos mata a fome também. claro que esses paraísos sociais eram pagos pelos dinheiros da europa e uma vez acabada a mama da comunidade somos nós todos que agora vamos ter de as sustentar. e como? indo a cima dos vencimentos do corpo activo e do corpo desactivado da população que depois de ter prestado serviço legal é agora uma espécie de fundo europeu de substituição. melhor dizendo: vítima. nenhum outro povo europeu foi tão daimoso para com os "estranhos". nem a Suíça com toda aquela higiene social era capaz de esbanjar dinheiro à nossa  maneira. facilmente se compreende que quem nos empresta dinheiro quer que se acabe com este tipo de estado que se torna incomportável financeiramente. o governo português não tem solução para este fosso onde estamos metidos. se liofiliza as pensões e corta nos vencimentos dos funcionários públicos ou mesmo os despede faz aumentar o desemprego; porque funcionários públicos e pensionistas são uma parede sólida contra o desemprego assustador. passos percebe isso, mas por outro lado, o mesmo passos quer implementar o estado-empresário. e é nessa medida que teve de optar. sabe que portugal é lisboa e o resto é paisagem e vai daí é lisboa que terá de tornar-se uma espécie de besta que levou com forte sedativo e cai na terra para lhe tirarem as medidas ou ser transportado para outro lugar na selva. até sedar o animal, passos e o seu circo, vai contando histórias. mente hoje, diz meia verdade amanhã. atenção meninas e meninos: em novembro terão o subsídio de férias. não é tão bom? o governo está a ser velhaco pois quer dar a quem não trabalha e não produz o fruto do suor de quem se esforça por cumprir ou já cumpriu. isso cria revolta. não será de estranhar que uma revolta surda venha  tomar físico entre a malta esfaimada. os milhões e milhões de euros do subsídio de férias que irão ser distribuídos pelos "pobres"  das milhares de aldeias não irão aquecer ou arrefecer a economia dos desempregados do portugal-empresário. não sou bruxo, e por isso não me atrevo a dizer mais do que me veio à cabeça. porém, posso afirmar que de braga o que poderá chegar a lisboa são os sons dos tiros das caçadeiras com que alguns machos lusitanos ultimamente têm vindo a fazer justiça doméstica. machos lusitanos naturalizados ou não pois vai dar tudo ao mesmo. passos e companhia neutralizaram a estrutura da pátria que era o conjunto das suas forças armadas e arrumam dia a dia com o esqueleto do estado constituído pelo funcionalismo público.
manuel melo bento

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