na segunda página do correio da manhã de hoje, o professor paulo morais - que há bastante tempo tem vindo a atirar balas de canhão mortíferas a tudo que é político neste país ex-moçárabe - escreve o que nem dom pedro se atreveu dizer ao meio morto pacheco enquanto lhe comia o coração a cru. o professor morais indica os nomes dos políticos que em seu parecer (que muito boa e má gente conhece) se venderam aos industriais. face a esta denúncia pública eu espero que a pj (sobretudo os inspectores que descobriram que leonor cipriano tinha morto a filha, utilizando métodos que foram ao tempo das múmias abençoados pela santa madre igreja de roma) mais os impolutos magistrados - que ainda os há - actuem conforme o que está prescrito quando notícias sobre hipotéticos crimes vêm a lume. este tipo de informação que tem saído na impressa indica ser real, pois ex-políticos prestam serviço como lacaios de negociantes. eu evito repetir os nomes dos que morais implica no sistema porque deixo de fora a suspeição enquanto ela não for confirmada. com estes exemplos há que repensar se ainda temos estado. é que o estado também pode ser destruído e o nosso tem dado ares de anemia ao logo da sua já longa história. dom pedro I e o seu trineto de nome joão II cometeram crimes de morte. explico. dizem que por uma questão de estado o pai de dom pedro, afonso IV de seu nome, cortou o pescoço à mulher que o filho escolhera para amante por esta (grande dama de espanha) representar um perigo à segurança nacional. pedro I também sujou as mãos com os cúmplices de seu pai. conseguiu matar dois no gadanho. já dom joão II, para além de ter mandado matar por terceiros (tribunal) o duque de bragança, esfaqueou - ele mesmo - o duque de viseu por este estar a congeminar matá-lo. vai daí amandou-lhe a sua faca ao peito. ah fadista! bem e assim foi conservado em molho picante o país. mais tarde, os reis deixaram de sujar as mãos directamente. só mais tarde,no tempo de dom josé I (sec. XVIII), o estado português teve de se impor. e nesta ordem de ideias lá apareceu o carrasco dos távoras, um tal sebastião de carvalho e melo (uma espécie de ralé de baixa nobreza). toca a forjar provas contra a velha nobreza para as reduzir à merda. e conseguiu. enforcou tudo que se opunha ao estado (no caso os interesses do rei). até a velha marquesa dos távoras foi sujeita a mil tropelias antes de morrer. esse sebastião foi feito conde oeiras e mais tarde marquês de pombal. honrarias estas devido a ter mandado para a morte gente fina e não só. imagine-se o quanto este sebastião era assassino. por causa de os camponeses do norte não terem obedecido a um édito real que os impedia de cultivar certo tipo de vinha, o carvalho foi de propósito assistir ao seu enforcamento (cerca de uma dúzia de pobres diabos que teimaram em desobedecê-lo). mata e esfola tem sido o tipo de andamento binário que tem protegido a ideia de estado. claro que no início o estado português não passava de um aborto. aos poucos foi tomando forma de gente com a ajuda da actuação de dom pedro IV (o fodilhão) e os textos representativos da revolução francesa, onde germinou sentimentos de igualdade, fraternidade e liberdade. há épocas em que o estado se vai aperfeiçoando, outras há que dá passos em sentido contrário. mas o certo é que já não se mata tanto quanto naquele tempo. as nossas revoluções que metem negócios de estado dão notícia de um a cinco mortes. não passa disso. bem, a fome também ainda não apertou para que possamos ficar apreensivos. há que esperar e ver se é preciso desenterrar dom afonso IV ou em contrapartida irmos todos a pé e a orar à dona maria também conhecida por fátima terra de fé e de muita esmola em moeda cantante. há que esperar... para ver ou sentir.
varett
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