quarta-feira, 14 de março de 2018

Se és político, magistrado (juiz ou procurador) corres o risco de ficares com o rabo de fora sobretudo na praça pública


Costumo ver uma série que passa na SIC Radical  designada de BOSS. Passa alta noite, logo deve ser  vista por pouca gente. Os temas giram à volta de como um Mayor de Chicago gere os negócios camarários. São tantas as vigarices, a alta corrupção, assassinatos por encomenda e devassa da vida privada que eu até há pouco tempo julgava que aquilo era muito à americana, isto é, fantasioso o quanto baste para que fosse bem vendida no mercado da especialidade. Se um candidato político dá uma queca fora do casamento, está lixado. O opositor manda segui-lo e quer que sejam registados fotograficamente todos os passos. As fotos dos atos sexuais impróprios ou as escutas  são guardadas para mais tarde serem utilizados em momentos oportunos com o fito para destruir a imagem do adversário. Fica o desgraçado fora da corrida ou se insiste perde eleições. Em Portugal, à exceção  de coisas sexuais e de assassinatos de inimigos políticos (em tempos mataram o general Delgado a mando de não se sabe bem se foi do Mayor Salazar e mais tarde já em democracia a queda do avião de Sá Carneiro com ele dentro que  dizem ter sido uma encomenda. Aleives!) usam-se métodos parecidos. Damos conta de uma enorme salgalhada de informações atiradas sobre pessoas que são políticos ou foram. Só lhes restam os ossos tal é a sanha com que as notícias surgem da pé para a mão. Alguém imaginava que o super juiz Carlos Alexandre tinha pedido emprestado 10.000 euros (o que ele confirmou em sede de julgamento) a um ex-procurador do Ministério Público acusado (ainda não condenado) de estar metido em trafulhices que o levaram a prisão preventiva que depois passou a prisão domiciliária. Mas como é? Como é que se soube deste empréstimo que um Juiz de Direito recebeu de um amigo agora suspeito de crime gravoso que manchará a Justiça Portuguesa se se vier a provar que de facto o procurador do Ministério Público borrou a pintura ? Como é que um acordo de cavalheiros feito nos interior dos seus lares salta para a praça pública? Isto, penso eu, deve ter  como finalidade degradar ainda mais a imagem da Justiça Portuguesa. Imaginemos, se até os juízes têm a sua vida reservada e privada em dossiers esquisitos como não estaremos todos nós nesses mesmos dossiers? Quem está a recolher dados íntimos e pessoais de meio mundo? Isso não se faz a um cristão! É que ninguém escapa neste esfrangalhar da vida de uma pessoa que num dia é respeitável e temido para no outro ser motivo de gozo ou escárnio. Ainda os OCS não tinham acabado de publicar as palavras  do juiz Carlos Alexandre como testemunha de defesa do magistrado acusado de corrupção já estava na praça pública uma outra descoberta que visava mentiras de um adjuvante de Rui Rio. Meteram o nariz em tudo. Até em cartas escritas à mão e que estavam guardadas foram fotografadas e viajaram pelas televisões. Que vida é esta? Que a Santa Irmã Lúcia (que está sendo esquecida) nos valha e vele por nós nesta sangria de vidas. Para terminar: se és importante cuida-te pois andam atrás de ti e não é para te assediarem, mas sim para te lixarem, perdão foderem. 


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