sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Santana e Rio melhores que Vitor Gonçalves

Fiquei com a impressão que tanto Santana Lopes quanto Rui Rio não tinham a noção exata da importância do que representava o debate que a RTP1 e RTP3 lhes propôs e que ontem foi para o ar às 21 horas. Vitor Gonçalves que moderou (?) o encontro de senhores social-democratas não se apresentou  no seu melhor nem deu a ideia de ter   a lição estudada e  preparada.  Rio como economista falou de um modelo para gerir Portugal no futuro, enquanto Santana,  desfasado, destreinado e desatualizado politicamente, remeteu-se a desmoralizar o seu adversário falando o interior do partido que ele com uma linguagem um tanto ou quanto fóssil designa de PPD/PSD. Tornou-se num queixinhas e Rio caiu na esparrela de Salão das Senhoras Sousas." Falas mal de mim por todo o lado!" Rio que não e ele choroso que sim. "Não devo nada a António Costa, nem ele a mim!" respondeu Rio quando Santana o quis colar a António Costa por falta de ataques do ex-grande-homem da Câmara do Porto ao atual primeiro-ministro. "Disseste que fiz trapalhadas! Diz quais foram?" Questionou Santana desgastado com a  apreciação aos seus 5 meses de governação, feitas por Rio, há que anos? E Vitor Gonçalves, qual DJ, parecia estar com cara de quem está a pedir  à régie para que   levantasse o som à putativa  valsa de Strauss que viajava no ar e que dá pelo nome de The Blue Danube.  A coisa mais parecia um sarau na casa (Tragédia) da Rua das Flores, com um Dom João de Portugal sozinho a um canto fazendo contas mentais a fim de poder pagar a renda da casa que já se encontrava em falta há muito. Trapalhadas não deviam ser trazidas para o debate. Santana ao tempo que era primeiro-ministro de substituição caiu na esparrela de um Jorge Sampaio que conseguiu fazer-se eleger Presidente da República, coisa que espantou muita gente. Num momento de maior sobriedade Rio apresentou um plano abstrato para Portugal no futuro. Faseado, claro, senão confundir-se-ia com o plano PPC (Pedro Passos Coelho). Se é um economista e político candidato a futuro primeiro-ministro estava obrigado a explicar aos leigos as miudezas da sua futura ação política. Não saiu do plano das ideias gerais com medo que o eleitorado putativo escapasse. Quanto ao plano económico que ambos pretendem para Portugal sem grandes divergências, pareciam estar a copiar as palavras de Álvaro Cunhal quando logo após o 25 de Abril de 74 pedia para que se produzisse riqueza. Com as diferenças que respeitam aos interessados pois para Cunhal a riqueza era para distribuir pelos seus  desfavorecidos enquanto que para Rio e Santana não é bem assim... A impressão que fiquei da atuação do candidato Santana Lopes é de que para ele há deveres. E é por dever - como homem público que é - que se recandidatou já velho, mas com o cabelo pintado de novo, a um cargo que dá muito trabalho e requer muito sacrifício pessoal. Para Santana só a Presidência da República encaixa com o seu perfil. Homem muito mais capaz do que, por exemplo, um J. Sampaio, porque tem estaleca e estilo. Quanto a Rui Rio? Bem, o homem tem fibra e uma vez eleito presidente do PSD há a contar com a limpeza que fará em nome das coisas claras. Porque, se chegar a primeiro-ministro há ainda  a contar com o possível derrube da corja que vive em Lisboa e que tal como no tempo de dom João V mama(va) muito do rei através da Casa da Índia e outras excrecências. Penso também que este debate veio  beneficiar e muito Assunção Cristas e, claro está, ao dr. António Costa. Quanto ao Bloco e ao PCP nada a temer pois são uma espécie de jarras da Dinastia Chin num salão onde não há elefantes nem notícias de os ver entrar pela porta dentro. Portugal aguarda melhores dias? Do que estes que estamos a viver? Penso que não, dado que com esta política já atingimos o teto e por não  termos preparado   o   futuro próximo e  que se apresenta escuso: vão aparecer faturas para pagar! Mais, vivemos num estádio psicológico longe do  real tendo em conta certas verdades. O que se passa com a desgraça que  está a transformar o Serviço Nacional de Saúde; o desencontro da Segurança Social com os mais desfavorecidos que se encontram espalhados e escondidos em bairros equiparados a bairros de lata por este país fora; o desfazamento da Lei de Bases do Sistema Educativo com o ritmo atual do crescimento económico não auguram nada de bom. Santana Lopes chamou a  atenção para o facto de estarmos atolados de impostos o que não  faz crescer nenhuma economia . Esqueceram os dois candidatos uma questão melindrosa que os governos camuflam: centenas de famílias com filhos crianças vivem em verdadeiros guetos. Como vivem escondidos não servem para censurar dirigentes. Quem beneficia de protagonismo são os sem-abrigos pois dão nas vistas. Convém calá-los para não ficarmos mal na fotografia. E assim - segundo promessas publicitárias - os seus problemas estão a ser resolvidos. As televisões seguem essa grande obra. É um louvar a deus e sua amantíssima esposa. Ou mãe consoante os casos. Dizem que os candidatos vão outra vez debater em frente-a-frente os seus pontos de vista. Espero que são seja um Vitor Gonçalves qualquer a moderar  que é para ver se eles se engalfinham e soltem as amarras. 
PS: Por que razão o jornalista Gonçalves não colocou aos seus convidados a questão da Misericórdia de Lisboa e o seu possível envolvimento com um banco que parece não estar muito saudável? Com tanta família com filhos pequenos a viverem em pardieiros e a estarem pior instalados  que os hóspedes do Jardim Zoológico, qual a razão de não os socorrer imediatamente? Quais são as verbas que a Santa Casa de Lisboa  paga em publicidade à RTP?

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